Manifesto de solidariedade com Joacine: "No combate contra o racismo e na defesa da democracia"

01-07-2020
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Opinião Manifesto de solidariedade com Joacine: "No combate contra o racismo e na defesa da democracia" 09.11.2019 às 15h29 Partilhar Carta de solidariedade assinada por 220 personalidades, de Rui Zink a José Eduardo Agualusa, defende a deputada eleita pelo Livre. Leia em exclusivo Expresso No passado dia 6 de outubro a democracia portuguesa deu sinais de crescente maturidade ao eleger três deputadas negras: Beatriz Dias (BE), Joacine Katar Moreira (Livre) e Romualda Fernandes (PS). Essa eleição é o culminar de uma luta pelo direito à representatividade empreendida por movimentos sociais e cívicos que há anos trabalham no terreno para permitir este resultado. Mas também abre perspetivas de futuro, porque sugere uma maior centralidade da luta antirracista numa sociedade marcada por uma herança colonial que permanece largamente inquestionada. No entanto, ao invés de inspirar a celebração que estas conquistas merecem, o ato eleitoral do mês passado tem dado azo a um ataque à pessoa e figura pública de Joacine Katar Moreira. Este ataque é também uma estratégia de deslegitimação da participação política de pessoas racializadas e das políticas de promoção da igualdade étnico-racial que estas reivindicam. O assédio à sua pessoa já havia começado durante a campanha eleitoral, quando a gaguez da deputada se tornou alvo de achincalhamento. Na noite eleitoral a celebração da eleição da deputada motivou escândalo, porque um dos seus apoiantes desfraldou uma bandeira da Guiné-Bissau, país de origem da deputada. Mais recentemente, após as primeiras intervenções da deputada no hemiciclo, os ataques à gaguez intensificaram-se e já não se limitam às redes sociais; comentadores políticos publicam agora nos jornais colunas em que arejam uma crueldade, mal disfarçada de piedade paternalista, que não têm outro propósito senão desqualificar a deputada e, por arrasto, a representatividade política das pessoas racializadas. Estes ataques servem, sobretudo, para deslegitimar a entrada na casa da democracia de uma agenda antirracista, não por procuração, mas protagonizada por pessoas racializadas, e expõem um profundo mal de escuta que atravessa a sociedade portuguesa em relação ao racismo. Insultos soezes multiplicam-se desde que Joacine Katar Moreira, entrevistada pelo jornal “Público” aquando da tomada de posse, se deixou fotografar diante das pinturas murais que adornam as paredes do Salão Nobre da Assembleia da República, num simbolismo cujo poder não passou ao lado do fotógrafo. Quase meio século volvido sobre a independência dos países africanos de língua portuguesa, evento sem o qual a democracia portuguesa não se concebe, a presença da deputada no Salão Nobre mandado decorar pelo Estado Novo oferece uma ocasião para repensar o imaginário nacional de acordo com a pluralidade democrática que caracteriza a sociedade portuguesa atual; no entanto, os insultos que se sucedem desde então mostram que muitos são incapazes de se pensar e à sua sociedade fora do paternalismo colonialista em que o Estado Novo formatou história e quotidiano, imaginação e desejo. O mal-estar evidenciado por tanta agressão era previsível, mas a sua intensidade choca. E a previsibilidade não torna aceitável aquilo que em democracia é intolerável: o ódio, a perseguição pessoal, o preconceito e, não tenhamos ilusões, a vontade de obliterar a decisão soberana do eleitorado. Joacine Katar Moreira foi eleita pelo povo português, para cumprir o seu mandato até ao fim. O escrutínio crítico da sua atividade como deputada faz parte do jogo democrático e é naturalmente bem-vindo. Mas na democracia não pode haver lugar ao linchamento público nem ao racismo. O povo falou a 6 de outubro, e agora é tempo de deixar a democracia seguir o seu curso. Os signatários, de vários quadrantes da vida cultural, social, académica e política, declaram a sua solidariedade com a deputada Joacine Katar Moreira e apelam ao sentido de responsabilidade cidadã dos portugueses e das instituições públicas para que não deixem impor-se a linguagem do ódio e da desconfiança onde deve apenas haver lugar para a vigilância crítica, o debate aberto e a vontade de ir mais longe na construção de um futuro melhor para todos. LISTA DE SIGNATÁRIOS - SOLIDARIEDADE COM JOACINE Abel Djassi Amado - doutorando (EUA) Aida Tavares - programadora cultural Alexander Couts - professor de economia Alexandra Lucas Coelho - escritora Alexandre Melo - professor universitário e crítico de arte Allex Miranda - Actor Ana Balona Oliveira- investigadora em história de arte Ana Bigotte Vieira - historiadora e programadora Teatro do Bairro Alto Ana Cristina Cachola - curadora e professora universitária Ana Gandum - investigadora em fotografia Ana Lobato Castanheira - produtora cultural Ana Lúcia Araújo - historiadora Ana Stela Cunha - investigadora e antropóloga Anderson França - escritor e ativista André Barata - filósofo André Carmo - dirigente sindical André e. Teodósio - encenador André Godinho - cineasta Andreia Cunha - agente cultural Anette Dujisin - gestora Filmin Portugal Ângela Barreto Xavier - historiadora Ângela Ferreira - artista Ângella Graça - INMUNE Ângelo Torres - ator Anna Klobucka - professora e investigadora António Pinto Ribeiro - programador cultural Apolo de Carvalho - Associação Afrolis Arielle Turpin - médica Bernadete Pinheiro - escritora Bernardino Aranda - livreiro Boaventura Sousa Santos - sociólogo Bruno Cardoso (Xinobi) - músico Bruno Gomes - dirigente associativo cigano Bruno Leitão - curador Bruno Peixe Dias - investigador Bruno Sena Martins - investigador Carla Fernandes - jornalista e ativista Associação Afrolis Carla Filipe - artista Carlos Martins - músico, associação sons da Lusofonia Carlos Seixas - produtor e programador FMM César Schofield Cardoso - artista Chalo Correia - músico Cíntia Gil - diretora do Sheffield Doc/Fest Clara Saraiva - antropóloga Cristiana Bastos - antropóloga Cristiana Tejo - curadora, historiadora de arte Cristina Roldão - docente e investigadora Cristina Santinho - antropóloga Daniel Martinho - ator David Cabecinha - direção artística Alkantara Dexter - DJ Diogo Ramada Curto - historiador Eduarda Neves - curadora e investigadora Fátima Bueno - professora e investigadora, USP Fátima Sá e Melo Ferreira - professora universitária Fernanda Fragateiro - artista Fernando André Rosa - doutorando em sociologia Fernando Anjos - professor de economia Fernando Ramalho - livreiro e músico Filinto Elísio - poeta e editor Filipa César - artista Filipa Lowndes Vicente - investigadora Filipa Reis - realizadora e produtora Francisco Bethencourt - historiador Francisco Frazão - programador do Teatro do Bairro Alto Françoise Vergès - féministe décoloniale antiraciste, auteure et chercheure indépendante. Gisela Casimiro - escritora Gisela João - cantora Gonçalo Amorim - encenador Grada Kilomba - artista interdisciplinar, escritora e teórica Helena Ferro de Gouveia - investigadora em estudos para a paz e directora de comunicação Hugo van der Ding - humorista Inês Beleza Barreiros - investigadora e historiadora cultural Inês Coutinho/Violet - Dj/Música Inês Grosso - curadora do MAAT Inês Oliveira - realizadora Inocência Mata - professora e crítica literária Irineu Destourelles - artista Isabel A. Ferreira Gould - investigadora, EUA Isabel Llano - pintora Isabél Zuaa - atriz e performer Ivan Nunes - investigador Javier Mocarquer - professor universitário, EUA Joana Barrios - atriz Joana Bértholo - escritora Joana Gomes Cardoso - agente cultural Joana Sá - cientista João Constâncio - filósofo João Cunha Serra - dirigente sindical João dos Santos Martins - coreógrafo João Fiadeiro, coreógrafo João Laia - curador João Mário Grilo - cineasta e professor catedrático João Pedro George - escritor João Pedro Vale - artista João Salaviza - realizador Joel Zito Araújo - realizador Jorge Fonseca de Almeida - economista Jorge Jacome - realizador José Eduardo Agualusa - escritor José Falcão - dirigente do SOS Racismo José Luís Peixoto - escritor José Maria Vieira Mendes - escritor José Neves - historiador e professor José Semedo Fernandes - advogado Josina Almeida - funcionária pública Josina Almeida - funcionária pública saúde Juan Araújo - artista venezuelano residente em PT Kalaf Epalanga - músico e escritor Katalin Muharay - jornalista Kiluanji Kia Henda - artista Kristin Bethge - fotógrafa Lígia Afonso - historiadora de arte Liliana Coutinho - professora universitária e curadora Lisa Voigt - investigadora e professora Luís Trindade - investigador e professor Luísa Homem - realizadora Luísa Semedo - docente universitária e dirigente associativa Luísa Sequeir - realizadora Luiza Teixeira de Freitas - curadora independente Lurdes Macedo - investigadora Luzia Gomes Ferreira - professora na Univ. Pará Luzia Moniz - jornalista e dirigente da PADEMA Maíra Zenun - artista visual Mamadou Ba - ativista anti-racista, investigador Manuel dos Santos - sociólogo Manuel Loff - historiador Manuela Ribeiro Sanches - investigadora e professora Marcos Cardão - investigador Margarida Paredes - antropóloga Margarida Rendeiro - professora universitária Maria do Carmo Piçarra - investigadora em cinema e professora universitária Maria Paula Meneses - investigadora Coordenadora CES Maria Prata - professora Mariana Silva - artista Mário Dujisin - jornalista Mário Moura - crítico Marissa Moorman - investigadora Marta Araújo - investigadora Marta Lança - investigadora e editora Buala. Marta Mestre - curadora e crítica de arte Matamba Joaquim - ator Michelle Sales - investigadora Miguel Cardoso - poeta e tradutor Miguel Castro Caldas - dramaturgo Miguel Lobo Antunes - reformado Miguel Ribeiro - diretor DocLisboa Miguel Sermão - ator Miguel Vale de Almeida - antropólogo Mónica de Miranda - diretora artística do Hangar, artista e investigadora Nuno Alexandre Ferreira - artista Nuno Crespo - professor universitário e crítico de arte Nuno Dias - sociólogo Ondjaki - escritor Oriana Alves - editora Boca Patrícia Azevedo da Silva - antropóloga Patrícia Lino - professora universitária Patrícia Martins Marcos - historiadora Paula Cabeçadas - pré-reformada da EDP Paula Sá Nogueira - encenadora Pauliana Valente Pimentel- fotógrafa Paulo Fidalgo - médico Paulo Pascoal - Ator Pedro Barateiro - artista Pedro Cardim - historiador Pedro Faro - historiador da arte Pedro Neves Marques - artista Pedro Penim - encenador Pedro Pinho - realizador Pedro Schacht Pereira- investigador e professor Pedro Vieira - apresentador, escritor Piménio Ferreira - engenheiro físico e ativista Rafael Esteves Martins - leitor de português Rahiz - artista Raquel Lima - artista, poetisa e investigadora Raquel Ribeiro - escritora, prof.ª universitária e jornalista Raquel Schefer - investigadora Renée Nader Messora - realizadora Ricardo Vasconcelos - professor universitário Rita Natálio - investigadora e performer Rodrigo Lacerda - antropólogo Rogério Nuno Costa - artista, professor e investigador Rosário Severo - mediadora cultural Rui Gomes Coelho - arqueólogo Rui Lopes - historiador Rui Maria Pêgo - apresentador de rádio e televisão Rui Zink - escritor Rute Serôdio - jurista Salomé Lamas - artista, cineasta Sara Goulart - produtora Sara Serpa - cantora-compositora Shenia Karlsson - psicóloga clínica e social Sílvia Roque - investigadora Soraia Simões de Andrade - historiadora musical Susana Matos Viegas, antropóloga, investigadora Susana Menezes - diretora Teatro Lu.Ca Susana Peralta - professora de economia Susana Pomba - curadora Teresa Almeida Cravo - professora universitária Teresa Castro - professora universitária Teresa Fradique - antropóloga Tiago Cação - global talent assistance Tiago Guedes -programador cultural Tiago Hespanha - realizador Tiago Lila - fadista Valter Ventura - fotógrafo e professor universitário Vanessa Rato - jornalista e investigadora Vânia Gala - coreógrafa e investigadora Varela K. Kadu, artista Vasco Araújo - artista Vera Tavares - designer gráfica Victor de Sousa - investigador de ciências sociais Victor Pereira - historiador Vítor Oliveira Jorge - arqueólogo Welket Bungué - cineasta e actor Wilson Vilar Celeste Mariposa - DJ Yara Costa - realizadora Yara Monteiro - escritora Yen Sung - DJ Yonamine - artista

Opinião Manifesto de solidariedade com Joacine: "No combate contra o racismo e na defesa da democracia" 09.11.2019 às 15h29 Partilhar Carta de solidariedade assinada por 220 personalidades, de Rui Zink a José Eduardo Agualusa, defende a deputada eleita pelo Livre. Leia em exclusivo Expresso No passado dia 6 de outubro a democracia portuguesa deu sinais de crescente maturidade ao eleger três deputadas negras: Beatriz Dias (BE), Joacine Katar Moreira (Livre) e Romualda Fernandes (PS). Essa eleição é o culminar de uma luta pelo direito à representatividade empreendida por movimentos sociais e cívicos que há anos trabalham no terreno para permitir este resultado. Mas também abre perspetivas de futuro, porque sugere uma maior centralidade da luta antirracista numa sociedade marcada por uma herança colonial que permanece largamente inquestionada. No entanto, ao invés de inspirar a celebração que estas conquistas merecem, o ato eleitoral do mês passado tem dado azo a um ataque à pessoa e figura pública de Joacine Katar Moreira. Este ataque é também uma estratégia de deslegitimação da participação política de pessoas racializadas e das políticas de promoção da igualdade étnico-racial que estas reivindicam. O assédio à sua pessoa já havia começado durante a campanha eleitoral, quando a gaguez da deputada se tornou alvo de achincalhamento. Na noite eleitoral a celebração da eleição da deputada motivou escândalo, porque um dos seus apoiantes desfraldou uma bandeira da Guiné-Bissau, país de origem da deputada. Mais recentemente, após as primeiras intervenções da deputada no hemiciclo, os ataques à gaguez intensificaram-se e já não se limitam às redes sociais; comentadores políticos publicam agora nos jornais colunas em que arejam uma crueldade, mal disfarçada de piedade paternalista, que não têm outro propósito senão desqualificar a deputada e, por arrasto, a representatividade política das pessoas racializadas. Estes ataques servem, sobretudo, para deslegitimar a entrada na casa da democracia de uma agenda antirracista, não por procuração, mas protagonizada por pessoas racializadas, e expõem um profundo mal de escuta que atravessa a sociedade portuguesa em relação ao racismo. Insultos soezes multiplicam-se desde que Joacine Katar Moreira, entrevistada pelo jornal “Público” aquando da tomada de posse, se deixou fotografar diante das pinturas murais que adornam as paredes do Salão Nobre da Assembleia da República, num simbolismo cujo poder não passou ao lado do fotógrafo. Quase meio século volvido sobre a independência dos países africanos de língua portuguesa, evento sem o qual a democracia portuguesa não se concebe, a presença da deputada no Salão Nobre mandado decorar pelo Estado Novo oferece uma ocasião para repensar o imaginário nacional de acordo com a pluralidade democrática que caracteriza a sociedade portuguesa atual; no entanto, os insultos que se sucedem desde então mostram que muitos são incapazes de se pensar e à sua sociedade fora do paternalismo colonialista em que o Estado Novo formatou história e quotidiano, imaginação e desejo. O mal-estar evidenciado por tanta agressão era previsível, mas a sua intensidade choca. E a previsibilidade não torna aceitável aquilo que em democracia é intolerável: o ódio, a perseguição pessoal, o preconceito e, não tenhamos ilusões, a vontade de obliterar a decisão soberana do eleitorado. Joacine Katar Moreira foi eleita pelo povo português, para cumprir o seu mandato até ao fim. O escrutínio crítico da sua atividade como deputada faz parte do jogo democrático e é naturalmente bem-vindo. Mas na democracia não pode haver lugar ao linchamento público nem ao racismo. O povo falou a 6 de outubro, e agora é tempo de deixar a democracia seguir o seu curso. Os signatários, de vários quadrantes da vida cultural, social, académica e política, declaram a sua solidariedade com a deputada Joacine Katar Moreira e apelam ao sentido de responsabilidade cidadã dos portugueses e das instituições públicas para que não deixem impor-se a linguagem do ódio e da desconfiança onde deve apenas haver lugar para a vigilância crítica, o debate aberto e a vontade de ir mais longe na construção de um futuro melhor para todos. LISTA DE SIGNATÁRIOS - SOLIDARIEDADE COM JOACINE Abel Djassi Amado - doutorando (EUA) Aida Tavares - programadora cultural Alexander Couts - professor de economia Alexandra Lucas Coelho - escritora Alexandre Melo - professor universitário e crítico de arte Allex Miranda - Actor Ana Balona Oliveira- investigadora em história de arte Ana Bigotte Vieira - historiadora e programadora Teatro do Bairro Alto Ana Cristina Cachola - curadora e professora universitária Ana Gandum - investigadora em fotografia Ana Lobato Castanheira - produtora cultural Ana Lúcia Araújo - historiadora Ana Stela Cunha - investigadora e antropóloga Anderson França - escritor e ativista André Barata - filósofo André Carmo - dirigente sindical André e. Teodósio - encenador André Godinho - cineasta Andreia Cunha - agente cultural Anette Dujisin - gestora Filmin Portugal Ângela Barreto Xavier - historiadora Ângela Ferreira - artista Ângella Graça - INMUNE Ângelo Torres - ator Anna Klobucka - professora e investigadora António Pinto Ribeiro - programador cultural Apolo de Carvalho - Associação Afrolis Arielle Turpin - médica Bernadete Pinheiro - escritora Bernardino Aranda - livreiro Boaventura Sousa Santos - sociólogo Bruno Cardoso (Xinobi) - músico Bruno Gomes - dirigente associativo cigano Bruno Leitão - curador Bruno Peixe Dias - investigador Bruno Sena Martins - investigador Carla Fernandes - jornalista e ativista Associação Afrolis Carla Filipe - artista Carlos Martins - músico, associação sons da Lusofonia Carlos Seixas - produtor e programador FMM César Schofield Cardoso - artista Chalo Correia - músico Cíntia Gil - diretora do Sheffield Doc/Fest Clara Saraiva - antropóloga Cristiana Bastos - antropóloga Cristiana Tejo - curadora, historiadora de arte Cristina Roldão - docente e investigadora Cristina Santinho - antropóloga Daniel Martinho - ator David Cabecinha - direção artística Alkantara Dexter - DJ Diogo Ramada Curto - historiador Eduarda Neves - curadora e investigadora Fátima Bueno - professora e investigadora, USP Fátima Sá e Melo Ferreira - professora universitária Fernanda Fragateiro - artista Fernando André Rosa - doutorando em sociologia Fernando Anjos - professor de economia Fernando Ramalho - livreiro e músico Filinto Elísio - poeta e editor Filipa César - artista Filipa Lowndes Vicente - investigadora Filipa Reis - realizadora e produtora Francisco Bethencourt - historiador Francisco Frazão - programador do Teatro do Bairro Alto Françoise Vergès - féministe décoloniale antiraciste, auteure et chercheure indépendante. Gisela Casimiro - escritora Gisela João - cantora Gonçalo Amorim - encenador Grada Kilomba - artista interdisciplinar, escritora e teórica Helena Ferro de Gouveia - investigadora em estudos para a paz e directora de comunicação Hugo van der Ding - humorista Inês Beleza Barreiros - investigadora e historiadora cultural Inês Coutinho/Violet - Dj/Música Inês Grosso - curadora do MAAT Inês Oliveira - realizadora Inocência Mata - professora e crítica literária Irineu Destourelles - artista Isabel A. Ferreira Gould - investigadora, EUA Isabel Llano - pintora Isabél Zuaa - atriz e performer Ivan Nunes - investigador Javier Mocarquer - professor universitário, EUA Joana Barrios - atriz Joana Bértholo - escritora Joana Gomes Cardoso - agente cultural Joana Sá - cientista João Constâncio - filósofo João Cunha Serra - dirigente sindical João dos Santos Martins - coreógrafo João Fiadeiro, coreógrafo João Laia - curador João Mário Grilo - cineasta e professor catedrático João Pedro George - escritor João Pedro Vale - artista João Salaviza - realizador Joel Zito Araújo - realizador Jorge Fonseca de Almeida - economista Jorge Jacome - realizador José Eduardo Agualusa - escritor José Falcão - dirigente do SOS Racismo José Luís Peixoto - escritor José Maria Vieira Mendes - escritor José Neves - historiador e professor José Semedo Fernandes - advogado Josina Almeida - funcionária pública Josina Almeida - funcionária pública saúde Juan Araújo - artista venezuelano residente em PT Kalaf Epalanga - músico e escritor Katalin Muharay - jornalista Kiluanji Kia Henda - artista Kristin Bethge - fotógrafa Lígia Afonso - historiadora de arte Liliana Coutinho - professora universitária e curadora Lisa Voigt - investigadora e professora Luís Trindade - investigador e professor Luísa Homem - realizadora Luísa Semedo - docente universitária e dirigente associativa Luísa Sequeir - realizadora Luiza Teixeira de Freitas - curadora independente Lurdes Macedo - investigadora Luzia Gomes Ferreira - professora na Univ. Pará Luzia Moniz - jornalista e dirigente da PADEMA Maíra Zenun - artista visual Mamadou Ba - ativista anti-racista, investigador Manuel dos Santos - sociólogo Manuel Loff - historiador Manuela Ribeiro Sanches - investigadora e professora Marcos Cardão - investigador Margarida Paredes - antropóloga Margarida Rendeiro - professora universitária Maria do Carmo Piçarra - investigadora em cinema e professora universitária Maria Paula Meneses - investigadora Coordenadora CES Maria Prata - professora Mariana Silva - artista Mário Dujisin - jornalista Mário Moura - crítico Marissa Moorman - investigadora Marta Araújo - investigadora Marta Lança - investigadora e editora Buala. Marta Mestre - curadora e crítica de arte Matamba Joaquim - ator Michelle Sales - investigadora Miguel Cardoso - poeta e tradutor Miguel Castro Caldas - dramaturgo Miguel Lobo Antunes - reformado Miguel Ribeiro - diretor DocLisboa Miguel Sermão - ator Miguel Vale de Almeida - antropólogo Mónica de Miranda - diretora artística do Hangar, artista e investigadora Nuno Alexandre Ferreira - artista Nuno Crespo - professor universitário e crítico de arte Nuno Dias - sociólogo Ondjaki - escritor Oriana Alves - editora Boca Patrícia Azevedo da Silva - antropóloga Patrícia Lino - professora universitária Patrícia Martins Marcos - historiadora Paula Cabeçadas - pré-reformada da EDP Paula Sá Nogueira - encenadora Pauliana Valente Pimentel- fotógrafa Paulo Fidalgo - médico Paulo Pascoal - Ator Pedro Barateiro - artista Pedro Cardim - historiador Pedro Faro - historiador da arte Pedro Neves Marques - artista Pedro Penim - encenador Pedro Pinho - realizador Pedro Schacht Pereira- investigador e professor Pedro Vieira - apresentador, escritor Piménio Ferreira - engenheiro físico e ativista Rafael Esteves Martins - leitor de português Rahiz - artista Raquel Lima - artista, poetisa e investigadora Raquel Ribeiro - escritora, prof.ª universitária e jornalista Raquel Schefer - investigadora Renée Nader Messora - realizadora Ricardo Vasconcelos - professor universitário Rita Natálio - investigadora e performer Rodrigo Lacerda - antropólogo Rogério Nuno Costa - artista, professor e investigador Rosário Severo - mediadora cultural Rui Gomes Coelho - arqueólogo Rui Lopes - historiador Rui Maria Pêgo - apresentador de rádio e televisão Rui Zink - escritor Rute Serôdio - jurista Salomé Lamas - artista, cineasta Sara Goulart - produtora Sara Serpa - cantora-compositora Shenia Karlsson - psicóloga clínica e social Sílvia Roque - investigadora Soraia Simões de Andrade - historiadora musical Susana Matos Viegas, antropóloga, investigadora Susana Menezes - diretora Teatro Lu.Ca Susana Peralta - professora de economia Susana Pomba - curadora Teresa Almeida Cravo - professora universitária Teresa Castro - professora universitária Teresa Fradique - antropóloga Tiago Cação - global talent assistance Tiago Guedes -programador cultural Tiago Hespanha - realizador Tiago Lila - fadista Valter Ventura - fotógrafo e professor universitário Vanessa Rato - jornalista e investigadora Vânia Gala - coreógrafa e investigadora Varela K. Kadu, artista Vasco Araújo - artista Vera Tavares - designer gráfica Victor de Sousa - investigador de ciências sociais Victor Pereira - historiador Vítor Oliveira Jorge - arqueólogo Welket Bungué - cineasta e actor Wilson Vilar Celeste Mariposa - DJ Yara Costa - realizadora Yara Monteiro - escritora Yen Sung - DJ Yonamine - artista

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