Lusíadas Saúde prepara hospitais do Porto e de Braga para receber doentes do serviço público

06-11-2020
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A Lusíadas Saúde, um dos maiores operadores hospitalares privados em Portugal, está a preparar as suas unidades localizadas na região norte – Hospital Lusíadas Porto e Hospital Lusíadas Braga – para auxiliar o Serviço Nacional de Saúde (SNS). A explosão de novos casos de covid-19 nesta zona do país está a deixar o Estado sem capacidade de resposta.

Em comunicado, a empresa liderada por Vasco Antunes Pereira, indica que, “atendendo ao atual contexto de saúde pública e no decorrer das reuniões que tem vindo a manter com o Ministério da Saúde ao longo da última semana, a Lusíadas Saúde está a reajustar o perfil assistencial das suas unidades a norte do País – Hospital Lusíadas Porto e Hospital Lusíadas Braga –, para contribuir de forma ainda mais ativa no combate à pandemia covid-19 e à imperativa necessidade de atuar nas consultas, diagnóstico e tratamento das demais patologias não covid-19”. O Hospital de Braga abriu portas no início desta semana e implicou um investimento de 10 milhões de euros (nasceu a partir da reabilitação do Hospital de São Marcos).

Assim, desde ontem, terça-feira, o grupo tem mantido “contactos diretos com a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte)”, dando início a um processo de adesão a um acordo que contempla não só a duplicação da capacidade instalada no âmbito do programa de combate às listas de espera em cirurgia (SIGIC) – “já em operação” –, como também o internamento de doentes com patologia médica em fase aguda.

Uma decisão que não é alheia ao despacho do gabinete da ministra da Saúde, Marta Temido, datado do mesmo dia e de imediato em vigor, onde são dadas indicações às unidades do SNS, para ponderarem suspender, no mês de novembro, “a atividade assistencial não urgente que, pela sua natureza ou prioridade clínica, não implique risco de vida para os utentes”, dado o crescimento da incidência de covid-19. Uma circunstância que, reforça a Lusíadas Saúde, terá reflexos num “crescimento ainda mais acentuado das listas de espera, que atualmente já se encontram na ordem de um milhão de consultas, 100 mil exames e mais de 60 mil cirurgias”.

No documento assinado por Marta Temido consta que "a evolução da pandemia pode justificar o reforço da rede de referenciação hospitalar de medicina intensiva mediante recurso a camas de unidades prestadoras de cuidados de saúde dos sectores privado e social, que se disponibilizem a receber doentes críticos ou venham a ser a chamados a colaborar neste esforço".

Sistema de saúde deve ser um único

A Lusíadas Saúde revela ainda que estão a ser dados os passos finais para um protocolo com “um hospital de referência, no Porto, para poder acelerar ainda mais a execução das cirurgias urgentes em lista de espera, num total de 25 camas médicas e cirúrgicas”.

Além do reforço dos serviços junto dos pacientes do SNS não covid, a Lusíadas Saúde também está disponível para receber infetados com o novo coronavírus. Para isso, “está a ser estudada” a possibilidade de ajustar o perfil assistencial do Hospital Lusíadas Porto “para poder contribuir para o internamento de doentes com covid-19”. Porém, essa disponibilidade depende da “atualização do respetivo protocolo por parte do Ministério da Saúde, que deverá assentar na experiência associada à duração média de internamento em enfermaria e em cuidados intensivos e nos respetivos custos efetivos suportados pelos hospitais do SNS”.

O acordo de adesão que está disponível no site da ACSS – Administração Central do Sistema de Saúde – que inclui a possibilidade do SNS encaminhar para unidades privadas pacientes com outras patologias – determina o pagamento de 1962 euros por cada episódio de internamento sem ventilação ou com ventilação até 96 horas e de 12 861 euros nos casos mais graves e que permanecem além de quatro dias no hospital com recurso a ventilação. Estes valores foram determinados no início da pandemia, quando pouco ou nada se sabia sobre os custos associados ao tratamento dos casos de infeção.

Aliás, a desadequação destes preços também é sinalizada pela CUF que, como revelou o Expresso, fechou com a ARS Norte um acordo para receber doentes covid-19. A empresa, presidida por Salvador de Mello, faz notar que avançou mesmo tendo em conta que os “termos do protocolo não refletirem os custos reais do tratamento desta patologia” e menciona que tem confiança “que exista oportunidade para que estes valores sejam revistos, beneficiando da experiência dos custos verificados no próprio SNS”.

A Lusíadas Saúde faz questão de referir ainda que “reitera a sua disponibilidade para colaborar com o Ministério da Saúde no combate à pandemia, bem como na redução das necessidades urgentes não covid da população portuguesa” e sinaliza que, na sua visão, “mais do que nunca”, deve existir um único sistema de saúde a servir os portugueses.

Recorde-se que têm sido intensos os atritos entre o Ministério da Saúde e o sector de saúde privado, com acusações de indisponibilidade para o SNS e desmentidos, respetivamente. Entretanto, esta semana, no âmbito da declaração de um novo estado de emergência, o Governo sinalizou que será aberta a porta à requisição de infraestruturas e de profissionais externos à rede pública. Um cenário que se esvazia à medida que são celebrados protocolos entre o SNS e o sector privado.

Sobre a articulação com os hospitais públicos, a Lusíadas Saúde aponta que “desde o fim do período de confinamento” que atua “ativamente no apoio aos cidadãos portugueses contribuindo com a sua atividade diária, nos seus 13 hospitais e clínicas, para a diminuição das manifestas necessidades no âmbito da atividade assistencial e cirúrgica dos seus clientes tradicionais e da realização de mais de 1500 cirurgias ao abrigo do programa Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) do SNS”.

A Lusíadas Saúde, um dos maiores operadores hospitalares privados em Portugal, está a preparar as suas unidades localizadas na região norte – Hospital Lusíadas Porto e Hospital Lusíadas Braga – para auxiliar o Serviço Nacional de Saúde (SNS). A explosão de novos casos de covid-19 nesta zona do país está a deixar o Estado sem capacidade de resposta.

Em comunicado, a empresa liderada por Vasco Antunes Pereira, indica que, “atendendo ao atual contexto de saúde pública e no decorrer das reuniões que tem vindo a manter com o Ministério da Saúde ao longo da última semana, a Lusíadas Saúde está a reajustar o perfil assistencial das suas unidades a norte do País – Hospital Lusíadas Porto e Hospital Lusíadas Braga –, para contribuir de forma ainda mais ativa no combate à pandemia covid-19 e à imperativa necessidade de atuar nas consultas, diagnóstico e tratamento das demais patologias não covid-19”. O Hospital de Braga abriu portas no início desta semana e implicou um investimento de 10 milhões de euros (nasceu a partir da reabilitação do Hospital de São Marcos).

Assim, desde ontem, terça-feira, o grupo tem mantido “contactos diretos com a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte)”, dando início a um processo de adesão a um acordo que contempla não só a duplicação da capacidade instalada no âmbito do programa de combate às listas de espera em cirurgia (SIGIC) – “já em operação” –, como também o internamento de doentes com patologia médica em fase aguda.

Uma decisão que não é alheia ao despacho do gabinete da ministra da Saúde, Marta Temido, datado do mesmo dia e de imediato em vigor, onde são dadas indicações às unidades do SNS, para ponderarem suspender, no mês de novembro, “a atividade assistencial não urgente que, pela sua natureza ou prioridade clínica, não implique risco de vida para os utentes”, dado o crescimento da incidência de covid-19. Uma circunstância que, reforça a Lusíadas Saúde, terá reflexos num “crescimento ainda mais acentuado das listas de espera, que atualmente já se encontram na ordem de um milhão de consultas, 100 mil exames e mais de 60 mil cirurgias”.

No documento assinado por Marta Temido consta que "a evolução da pandemia pode justificar o reforço da rede de referenciação hospitalar de medicina intensiva mediante recurso a camas de unidades prestadoras de cuidados de saúde dos sectores privado e social, que se disponibilizem a receber doentes críticos ou venham a ser a chamados a colaborar neste esforço".

Sistema de saúde deve ser um único

A Lusíadas Saúde revela ainda que estão a ser dados os passos finais para um protocolo com “um hospital de referência, no Porto, para poder acelerar ainda mais a execução das cirurgias urgentes em lista de espera, num total de 25 camas médicas e cirúrgicas”.

Além do reforço dos serviços junto dos pacientes do SNS não covid, a Lusíadas Saúde também está disponível para receber infetados com o novo coronavírus. Para isso, “está a ser estudada” a possibilidade de ajustar o perfil assistencial do Hospital Lusíadas Porto “para poder contribuir para o internamento de doentes com covid-19”. Porém, essa disponibilidade depende da “atualização do respetivo protocolo por parte do Ministério da Saúde, que deverá assentar na experiência associada à duração média de internamento em enfermaria e em cuidados intensivos e nos respetivos custos efetivos suportados pelos hospitais do SNS”.

O acordo de adesão que está disponível no site da ACSS – Administração Central do Sistema de Saúde – que inclui a possibilidade do SNS encaminhar para unidades privadas pacientes com outras patologias – determina o pagamento de 1962 euros por cada episódio de internamento sem ventilação ou com ventilação até 96 horas e de 12 861 euros nos casos mais graves e que permanecem além de quatro dias no hospital com recurso a ventilação. Estes valores foram determinados no início da pandemia, quando pouco ou nada se sabia sobre os custos associados ao tratamento dos casos de infeção.

Aliás, a desadequação destes preços também é sinalizada pela CUF que, como revelou o Expresso, fechou com a ARS Norte um acordo para receber doentes covid-19. A empresa, presidida por Salvador de Mello, faz notar que avançou mesmo tendo em conta que os “termos do protocolo não refletirem os custos reais do tratamento desta patologia” e menciona que tem confiança “que exista oportunidade para que estes valores sejam revistos, beneficiando da experiência dos custos verificados no próprio SNS”.

A Lusíadas Saúde faz questão de referir ainda que “reitera a sua disponibilidade para colaborar com o Ministério da Saúde no combate à pandemia, bem como na redução das necessidades urgentes não covid da população portuguesa” e sinaliza que, na sua visão, “mais do que nunca”, deve existir um único sistema de saúde a servir os portugueses.

Recorde-se que têm sido intensos os atritos entre o Ministério da Saúde e o sector de saúde privado, com acusações de indisponibilidade para o SNS e desmentidos, respetivamente. Entretanto, esta semana, no âmbito da declaração de um novo estado de emergência, o Governo sinalizou que será aberta a porta à requisição de infraestruturas e de profissionais externos à rede pública. Um cenário que se esvazia à medida que são celebrados protocolos entre o SNS e o sector privado.

Sobre a articulação com os hospitais públicos, a Lusíadas Saúde aponta que “desde o fim do período de confinamento” que atua “ativamente no apoio aos cidadãos portugueses contribuindo com a sua atividade diária, nos seus 13 hospitais e clínicas, para a diminuição das manifestas necessidades no âmbito da atividade assistencial e cirúrgica dos seus clientes tradicionais e da realização de mais de 1500 cirurgias ao abrigo do programa Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) do SNS”.

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