COVID-19. Componentes automóveis falam de quebra de 50% em março

16-04-2020
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O sector de componentes automóveis está a ter uma quebra de produção de 50% este mês e antecipa um cenário de paragem quase total para abril e maio, com descidas de 90%, anunciou esta segunda-feira a AFIA, associação que representa os fabricantes da fileira.

"As vendas de automóveis estão em queda acentuada. Os grandes cortes na produção de automóveis, - na União Europeia as fábricas automóveis estão paradas -, obrigam os fornecedores a considerar mudanças drásticas. Esta situação é um culminar de fortes pressões sobre as empresas em geral, e em particular para as portuguesas, caracterizada por uma redução de encomendas", refere a associação.

O "severo impacto na atividade" traduz-se no curto prazo num corte de 50% na produção de março, mas a descida deverá agravar-se até aos 90% em abril e maio, indicam as primeiras projeções da associação.

A recuperação só é esperada para novembro, acrescenta. "Contudo, não chegará aos números de 2019. Para a totalidade do ano de 2020 é projetada uma descida de 30% no volume de negócios, o que se traduz, numa diminuição de 3,5 mil milhões de euros face aos valores registados no ano passado", antecipa.

Ao Expresso, fonte de uma empresa de componentes localizada no norte do país conta que foram entretanto cessados contratos com 20 trabalhadores temporários e que mais de metade dos trabalhadores (58%) estão de férias “desde o início desta semana”. Só apenas cerca um terço (37%) está a trabalhar, encontrando-se os restantes “noutras situações”.

De acordo com a mesma fonte, a empresa apresenta uma “quebra na faturação de aproximadamente 60% e que poderá ser maior caso a situação não melhore”. O encerramento não é uma opção, porque a empresa “tem clientes na China” e, além disso, “não cumpre os critérios exigidos para aplicar o layoff nos termos definidos pelo Governo”.

Esta é apenas uma das empresas de um sector que estava em fase de expansão e agora está forçado a travar a fundo, como mostram as mais recentes projeções da fileira, que admite só ser possível voltar a falar em recuperação de atividade no final do ano.

O peso de valer 6% do PIB

Trata-de de um sector que vale 6% do PIB, 8% do emprego da indústria transformadora e 16% das exportações nacionais de bens transacionáveis. E quando divulgou os números das exportações em janeiro (+7,8%), a AFIA já tinha avançado ao Expresso preocupações sobre o desempenho das empresas do sector a partir de março, mantendo, no entanto, uma expetativa positiva para fevereiro.

Nas contas da AFIA para para 2020, o volume de negócios ficará nos 8,5 mil milhões de euros, sendo que no ano passado o setor vendeu 12 mil milhões de euros.

E feito o diiagnóstico, a AFIA solicita ao Governo "medidas urgentes, flexíveis e eficazes", da criação de uma linha de crédito específica à alteração do regime de lay-off:

- Criação de uma linha de crédito específica para as empresas deste sector (o que não foi considerado, surpreendentemente, na apresentação de ontem efetuada pelo Governo, sobre as medidas económicas);

- Alteração do regime de lay-off, de modo a permitir o acesso imediato a este regime para as empresas que tenham tido uma quebra de faturação superior a 40% nos últimos trinta dias, mas medidos depois do final do período pedido para o lay-off e comparando com a média mensal dos últimos 2 meses anteriores a esse mesmo período, devendo, resultar claro deste regime a possibilidade de lay-off parcial e, ainda, pela alteração do regime de férias de modo a permitir, desde já, a sua marcação.

. Criação de medidas de proteção dos postos de trabalho.

Só assim, diz a associação liderada por José Couto, é possível atenuar a crise e " manter a competitividade, após este período, logo que se verifique a retoma gradual da economia. Caso contrário, o cenário é de "redução drástica dos investimentos e encerramento de empresas ou unidades de produção, com consequências graves na economia e sociedade".

O sector de componentes automóveis está a ter uma quebra de produção de 50% este mês e antecipa um cenário de paragem quase total para abril e maio, com descidas de 90%, anunciou esta segunda-feira a AFIA, associação que representa os fabricantes da fileira.

"As vendas de automóveis estão em queda acentuada. Os grandes cortes na produção de automóveis, - na União Europeia as fábricas automóveis estão paradas -, obrigam os fornecedores a considerar mudanças drásticas. Esta situação é um culminar de fortes pressões sobre as empresas em geral, e em particular para as portuguesas, caracterizada por uma redução de encomendas", refere a associação.

O "severo impacto na atividade" traduz-se no curto prazo num corte de 50% na produção de março, mas a descida deverá agravar-se até aos 90% em abril e maio, indicam as primeiras projeções da associação.

A recuperação só é esperada para novembro, acrescenta. "Contudo, não chegará aos números de 2019. Para a totalidade do ano de 2020 é projetada uma descida de 30% no volume de negócios, o que se traduz, numa diminuição de 3,5 mil milhões de euros face aos valores registados no ano passado", antecipa.

Ao Expresso, fonte de uma empresa de componentes localizada no norte do país conta que foram entretanto cessados contratos com 20 trabalhadores temporários e que mais de metade dos trabalhadores (58%) estão de férias “desde o início desta semana”. Só apenas cerca um terço (37%) está a trabalhar, encontrando-se os restantes “noutras situações”.

De acordo com a mesma fonte, a empresa apresenta uma “quebra na faturação de aproximadamente 60% e que poderá ser maior caso a situação não melhore”. O encerramento não é uma opção, porque a empresa “tem clientes na China” e, além disso, “não cumpre os critérios exigidos para aplicar o layoff nos termos definidos pelo Governo”.

Esta é apenas uma das empresas de um sector que estava em fase de expansão e agora está forçado a travar a fundo, como mostram as mais recentes projeções da fileira, que admite só ser possível voltar a falar em recuperação de atividade no final do ano.

O peso de valer 6% do PIB

Trata-de de um sector que vale 6% do PIB, 8% do emprego da indústria transformadora e 16% das exportações nacionais de bens transacionáveis. E quando divulgou os números das exportações em janeiro (+7,8%), a AFIA já tinha avançado ao Expresso preocupações sobre o desempenho das empresas do sector a partir de março, mantendo, no entanto, uma expetativa positiva para fevereiro.

Nas contas da AFIA para para 2020, o volume de negócios ficará nos 8,5 mil milhões de euros, sendo que no ano passado o setor vendeu 12 mil milhões de euros.

E feito o diiagnóstico, a AFIA solicita ao Governo "medidas urgentes, flexíveis e eficazes", da criação de uma linha de crédito específica à alteração do regime de lay-off:

- Criação de uma linha de crédito específica para as empresas deste sector (o que não foi considerado, surpreendentemente, na apresentação de ontem efetuada pelo Governo, sobre as medidas económicas);

- Alteração do regime de lay-off, de modo a permitir o acesso imediato a este regime para as empresas que tenham tido uma quebra de faturação superior a 40% nos últimos trinta dias, mas medidos depois do final do período pedido para o lay-off e comparando com a média mensal dos últimos 2 meses anteriores a esse mesmo período, devendo, resultar claro deste regime a possibilidade de lay-off parcial e, ainda, pela alteração do regime de férias de modo a permitir, desde já, a sua marcação.

. Criação de medidas de proteção dos postos de trabalho.

Só assim, diz a associação liderada por José Couto, é possível atenuar a crise e " manter a competitividade, após este período, logo que se verifique a retoma gradual da economia. Caso contrário, o cenário é de "redução drástica dos investimentos e encerramento de empresas ou unidades de produção, com consequências graves na economia e sociedade".

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