O Condado: Julho 2006

20-06-2020
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Quatro jovens nobres revoltam-se com a anarquia instalada na república socialista à beira mar plantada e resolvem então fundar um novo estado alternativo para todos os portugueses insatisfeitos. Surgem então os problemas imobiliários!:) Onde instalar este estado utópico? Lembram-se então de se instalar no antigo forte português de S.João Baptista de Ajudá no actual Benim, outrora feroz Reino de Daomé apelando à usocapião deste território junto das autoridades locais.

31 julho, 2006

Duma vez por todas

Hoje, o filme seleccionado para exibição no Condado é Duma vez por todas do realizador português Joaquim Leitão. Trata-se da sua primeira longa-metragem, datada de 1986, em que é visível um ritmo e um domínio da narrativa pouco frequentes no cinema nacional, em geral ainda voltado para o modelo francês, em que as personagens e seus sentimentos se sobrepõem ao enredo. Sem deixar de ser europeu (e especificamente português pelo conteúdo das suas obras), o cinema de Joaquim Leitão não renega a componente espectáculo, habitualmente mais associada a produções norte-americanas.

Luís Faria (o músico e mentor dos Madredeus, Pedro Ayres Magalhães) é um jovem lisboeta. Trabalha de noite, como recepcionista de um hotel na linha do Estoril. O emprego não é dos mais motivantes, em consonância com uma vida de insatisfação: os dias são para dormir e nas noites de folga as alternativas à solidão resumem-se a saídas rotineiras com colegas de trabalho ou mulheres que pouco ou nada lhe dizem.

Mas algo parece mudar quando Luís, para afastar o tédio, começa a espiar (através de binóculos) a vizinha da frente. Uma mulher bela e misteriosa (a modelo Vicky Almeida, tragicamente desaparecida antes do filme estar terminado, num papel que era para ter sido da cantora Annie Lennox) que ganha a vida como prostituta de luxo.

Entre os clientes, está um piloto de aviões brasileiro (Filipe Ferrer), envolvido em negócios obscuros. A segui-lo tem dois perigosos criminosos, interessados na mercadoria que trafica, à espera do melhor momento para o atacar.

È neste mundo secreto que Luís cada vez mais atraído ao encontro da imagem que se insinua para lá da janela em frente, vai mergulhar. Um jogo perigoso e mortal, do qual não conhece as regras...

Nota de destaque para a banda sonora do filme, onde consta o tema instrumental O Navio da autoria de Pedro Ayres Magalhães, que não é mais do que um esboço do que viria a ser um dos primeiros temas dos Madredeus que viriam a lançar o seu primeiro álbum nesse ano de 1986.

Agora, temos que arranjar um estratagema para afastar os mosquitos que tanto nos incomodaram na primeira sessão da semana passada!

Título: Duma vez por todas

País de Origem: Portugal (1986)

Realização: Joaquim Leitão

Elenco: Pedro Ayres Magalhães

Vicky Almeida

Filipe Ferrer

Henrique Viana

Madalena Pinto Leite

Vítor Norte...

Hoje, o filme seleccionado para exibição no Condado édo realizador português. Trata-se da sua primeira longa-metragem, datada de 1986, em que é visível um ritmo e um domínio da narrativa pouco frequentes no cinema nacional, em geral ainda voltado para o modelo francês, em que as personagens e seus sentimentos se sobrepõem ao enredo. Sem deixar de ser europeu (e especificamente português pelo conteúdo das suas obras), o cinema de Joaquim Leitão não renega a componente espectáculo, habitualmente mais associada a produções norte-americanas.Luís Faria (o músico e mentor dos Madredeus, Pedro Ayres Magalhães) é um jovem lisboeta. Trabalha de noite, como recepcionista de um hotel na linha do Estoril. O emprego não é dos mais motivantes, em consonância com uma vida de insatisfação: os dias são para dormir e nas noites de folga as alternativas à solidão resumem-se a saídas rotineiras com colegas de trabalho ou mulheres que pouco ou nada lhe dizem.Mas algo parece mudar quando Luís, para afastar o tédio, começa a espiar (através de binóculos) a vizinha da frente. Uma mulher bela e misteriosa (a modelo Vicky Almeida, tragicamente desaparecida antes do filme estar terminado, num papel que era para ter sido da cantora Annie Lennox) que ganha a vida como prostituta de luxo.Entre os clientes, está um piloto de aviões brasileiro (Filipe Ferrer), envolvido em negócios obscuros. A segui-lo tem dois perigosos criminosos, interessados na mercadoria que trafica, à espera do melhor momento para o atacar.È neste mundo secreto que Luís cada vez mais atraído ao encontro da imagem que se insinua para lá da janela em frente, vai mergulhar. Um jogo perigoso e mortal, do qual não conhece as regras...Nota de destaque para a banda sonora do filme, onde consta o tema instrumental O Navio da autoria de Pedro Ayres Magalhães, que não é mais do que um esboço do que viria a ser um dos primeiros temas dos Madredeus que viriam a lançar o seu primeiro álbum nesse ano de 1986.Agora, temos que arranjar um estratagema para afastar os mosquitos que tanto nos incomodaram na primeira sessão da semana passada!Título:País de Origem: Portugal (1986)Realização: Joaquim LeitãoElenco: Pedro Ayres MagalhãesVicky AlmeidaFilipe FerrerHenrique VianaMadalena Pinto LeiteVítor Norte...

29 julho, 2006

Tudo bons rapazes

Ontem, Alan Garcia tomou posse como novo Presidente do Peru. Homem de esquerda, ficou célebre por protagonizar o pior mandato presidencial do país. Entre 1985 e 1990, a taxa de inflacção atingiu os 7000% e foi a época em que se registou maior actividade do grupo terrorista Sendero Luminoso. Em 1992, exilou-se na Colômbia, pois Alberto Fujimori ordenou a sua prisão devido a supostas irregularidades durante a sua presidência. Regressou triunfante em Janeiro do corrente ano, para vencer as eleições.

Actualmente, o Peru ainda apresenta altos índices de pobreza mas regista um crescimento económico, de cerca de 6% anuais.

Alan Garcia, na cerimónia de posse, defendeu uma maior aproximação política com o Brasil e Chile, que considera serem os países com uma posição política mais moderada no actual cenário sul-americano. Como não poderia deixar de ser, o seu amigo Lula da Silva deslocou-se ao Peru em visita oficial para prestar homenagem ao seu companheiro de armas.

Agora eu questiono...O que levou os eleitores peruanos, a depositar de novo a sua confiança num homem com este histórico lamentável?

A mentalidade dos povos da América Latina, ainda é um grande mistério para o meu entendimento dos factos...

Ontem, Alan Garcia tomou posse como novo Presidente do Peru. Homem de esquerda, ficou célebre por protagonizar o pior mandato presidencial do país. Entre 1985 e 1990, a taxa de inflacção atingiu os 7000% e foi a época em que se registou maior actividade do grupo terrorista Sendero Luminoso. Em 1992, exilou-se na Colômbia, pois Alberto Fujimori ordenou a sua prisão devido a supostas irregularidades durante a sua presidência. Regressou triunfante em Janeiro do corrente ano, para vencer as eleições.Actualmente, o Peru ainda apresenta altos índices de pobreza mas regista um crescimento económico, de cerca de 6% anuais.Alan Garcia, na cerimónia de posse, defendeu uma maior aproximação política com o Brasil e Chile, que considera serem os países com uma posição política mais moderada no actual cenário sul-americano. Como não poderia deixar de ser, o seu amigo Lula da Silva deslocou-se ao Peru em visita oficial para prestar homenagem ao seu companheiro de armas.Agora eu questiono...O que levou os eleitores peruanos, a depositar de novo a sua confiança num homem com este histórico lamentável?A mentalidade dos povos da América Latina, ainda é um grande mistério para o meu entendimento dos factos...

A banda portuense, encontra-se neste momento em digressão no nordeste do Brasil. Ontem, foi dia de concerto em Natal - Rio Grande do Norte, juntamente com a banda carioca Los Hermanos. Desejos de muito sucesso para Manuela Azevedo e comparsas nesta visita a terras de Vera Cruz...

A banda portuense, encontra-se neste momento em digressão no nordeste do Brasil. Ontem, foi dia de concerto em Natal - Rio Grande do Norte, juntamente com a banda carioca Los Hermanos. Desejos de muito sucesso para Manuela Azevedo e comparsas nesta visita a terras de Vera Cruz...

28 julho, 2006

A notícia de mudança da pianista Maria João Pires para o Brasil, é mais um sintoma de que algo vai mal em Portugal. Distinguida com o Prémio Pessoa em 1989, nos últimos tempos tinha-se dedicado ao Centro Belgais para o Estudo das Artes, localizado no concelho de Castelo Branco, de que era fundadora e dirigente.

Normalmente quem tem ideias inovadoras e bons projectos para o país, acaba por ter que procurar novos rumos além-fronteiras. Cada vez mais somos um país que vive de futebol, baixa política e que se educa através das boçalidades de reality-shows televisivos. Assistimos impávidos e serenos a um embrutecimento da nossa população. Os fenómenos migratórios do passado eram originados no interior do país, onde as populações se viam defrontadas com poucas perspectivas de futuro. Hoje, o fenómeno da emigração parece motivar todos aqueles que se preocupam com a situação real do país e que não têm o seu valor reconhecido na terra que os viu nascer...

A notícia de mudança da pianista Maria João Pires para o Brasil, é mais um sintoma de que algo vai mal em Portugal. Distinguida com o Prémio Pessoa em 1989, nos últimos tempos tinha-se dedicado ao Centro Belgais para o Estudo das Artes, localizado no concelho de Castelo Branco, de que era fundadora e dirigente.Normalmente quem tem ideias inovadoras e bons projectos para o país, acaba por ter que procurar novos rumos além-fronteiras. Cada vez mais somos um país que vive de futebol, baixa política e que se educa através das boçalidades de reality-shows televisivos. Assistimos impávidos e serenos a um embrutecimento da nossa população. Os fenómenos migratórios do passado eram originados no interior do país, onde as populações se viam defrontadas com poucas perspectivas de futuro. Hoje, o fenómeno da emigração parece motivar todos aqueles que se preocupam com a situação real do país e que não têm o seu valor reconhecido na terra que os viu nascer...

27 julho, 2006

Memórias televisivas

Macau, 1999...à beira da transferência para a administração chinesa.

Em Macau, Lisboa e na China vivem-se os tempos do final do império português. São três perspectivas diversas sobre o mesmo acontecimento que condicionam o presente e o futuro das diversas comunidades de Macau e determinam aí conflitos de interesses, todos enquadrados por uma lógica de contornos difusos, em que, por vezes se torna difícil a distinção entre o bem e o mal.

Universo místico, horizonte da aventura ainda possível...Macau exercia sobre parte da sociedade portuguesa o fascínio do exotismo, onde tudo parecia possível, inclusive a oportunidade de um novo começo de vida. È por isso que Rita Carreira voa para Macau. Com 30 anos e após um divórcio, Rita não consegue deixar de se recriminar, projectando a sua insegurança sobre as convicções que sempre a animaram.

Estes eram os elementos, que compunham a base do enredo de Dragão de Fumo, saudosa série transmitida no canal 1 da RTP em 1999.

Esta série, realizada por José Carlos de Oliveira, era a adaptação do livro homónimo, da autoria de João Aguiar. Este escritor português é autor de uma obra prolífera, mas pouco divulgada entre nós. Dragão de Fumo é a continuação de um seu livro anterior, Os Comedores de Pérolas cuja narrativa também se desenrola em Macau, tendo Adriano Carreira (pai de Rita) como personagem principal.

Uma das curiosidades desta série, foi a revelação de Adolfo Luxúria Canibal, vocalista dos Mão Morta como actor. Ele interpreta o papel, de um dos vilões da história e algumas das suas frases ficarão para a posteridade. "Deixem estar, que eu trato da gaja!" :)

Alguém me sabe dizer se esta série foi editada, posteriormente em DVD? Se houver alguma alma caridosa que a queira enderaçar aqui para o Forte, eu agradeço.

Título: Dragão de Fumo

País de Origem: Portugal (1999) - RTP

Realização: José Carlos de Oliveira

Elenco: Cristina Homem de Mello

Afonso de Melo

Amílcar Martins

Adolfo Luxúria Canibal

Rita Amorim

...

Macau, 1999...à beira da transferência para a administração chinesa.Em Macau, Lisboa e na China vivem-se os tempos do final do império português. São três perspectivas diversas sobre o mesmo acontecimento que condicionam o presente e o futuro das diversas comunidades de Macau e determinam aí conflitos de interesses, todos enquadrados por uma lógica de contornos difusos, em que, por vezes se torna difícil a distinção entre o bem e o mal.Universo místico, horizonte da aventura ainda possível...Macau exercia sobre parte da sociedade portuguesa o fascínio do exotismo, onde tudo parecia possível, inclusive a oportunidade de um novo começo de vida. È por isso que Rita Carreira voa para Macau. Com 30 anos e após um divórcio, Rita não consegue deixar de se recriminar, projectando a sua insegurança sobre as convicções que sempre a animaram.Estes eram os elementos, que compunham a base do enredo de, saudosa série transmitida no canal 1 da RTP em 1999.Esta série, realizada por, era a adaptação do livro homónimo, da autoria de. Este escritor português é autor de uma obra prolífera, mas pouco divulgada entre nós.é a continuação de um seu livro anterior, Os Comedores de Pérolas cuja narrativa também se desenrola em Macau, tendo Adriano Carreira (pai de Rita) como personagem principal.Uma das curiosidades desta série, foi a revelação de Adolfo Luxúria Canibal, vocalista dos Mão Morta como actor. Ele interpreta o papel, de um dos vilões da história e algumas das suas frases ficarão para a posteridade. "Deixem estar, que eu trato da gaja!" :)Alguém me sabe dizer se esta série foi editada, posteriormente em DVD? Se houver alguma alma caridosa que a queira enderaçar aqui para o Forte, eu agradeço.Título:País de Origem: Portugal (1999) - RTPRealização: José Carlos de OliveiraElenco: Cristina Homem de MelloAfonso de MeloAmílcar MartinsAdolfo Luxúria CanibalRita Amorim...

25 julho, 2006

Manuel Alegre foi durante muitos anos, e depois de Soares ter posto o "socialismo na gaveta", o verdadeiro rosto do socialismo em Portugal. De facto, ele encarnava aquele espírito, há muito perdido, do socialismo utópico da "liberté, equalité, fraternité", do poder popular, da luta pelos direitos dos mais pobres e oprimidos. A haver um socialista, republicano e jacobino (se por socialista, republicano e jacobino, entendermos as três palavras no seu sentido mais nobre) sempre pensei que fosse Manuel Alegre.

Mas eis que senão, surge uma rotunda notícia, daquelas que arrelia os cidadãos e enfurece os citados. O hierático Manuel Alegre passou à reforma "este mês com 3219,95 euros mensais por ter desempenhado, segundo o próprio, durante “pouco tempo”, funções de “coordenador de programas de texto” da RDP (Rádio Difusão de Portugal), segundo a lista dos aposentados e reformados divulgada pela Caixa Geral de Aposentações (CGA)

O “Correio da Manhã” de hoje avança que o vice-presidente da Assembleia da República esteve apenas três meses como director dos Serviços Criativo e Culturais da RDP.", isto segundo a edição de hoje do Público on-line.

Alegre já terá reagido a esta notícia. Segundo o antigo candidato à presidência da República (qual será a reforma de um antigo PR?), o dinheiro que recebe pelos serviços prestados durante três-3-três meses ao serviço da RDP "é quase uma insignificância".

Um dia, quando for feita a história dum país desaparecido chamado Portugal, e ela for contada aos vindouros, eles hão-de querer saber quem foram os culpados pela "falência" daquele "jardim à beira-mar plantado". E hão-de vir os nomes de Salazar e de Cunhal; de Caetano e de Soares; de Sinel de Cordes e de Vasco Gonçalves; do Marquês de Pombal e do engenheiro Guterres...

Mas outros tantos, tantos e tantos "manéis" que se foram aproveitando das debilidades do sistema para se irem amanhando. Aqueles que se refugiaram das suas responsabilidades. Aqueles que cantaram loas ao "Che" mas que levaram vidas pequeno-burguesas, escrevendo encavalitados às costas do zé-povinho, caçando nas coutadas que deviam ao invés lavrar, que andaram pescando, espraiados, o peixe do famélico, bebendo o vinho do sedento, esses ainda tiveram a desfaçatez de dizer que defendiam o pobre, o famélico e o oprimido. Esses foram os verdadeiros traidores da Pátria a que chamo minha...

Manuel Alegre foi durante muitos anos, e depois de Soares ter posto o "socialismo na gaveta", o verdadeiro rosto do socialismo em Portugal. De facto, ele encarnava aquele espírito, há muito perdido, do socialismo utópico da "liberté, equalité, fraternité", do poder popular, da luta pelos direitos dos mais pobres e oprimidos. A haver um socialista, republicano e jacobino (se por socialista, republicano e jacobino, entendermos as três palavras no seu sentido mais nobre) sempre pensei que fosse Manuel Alegre.Mas eis que senão, surge uma rotunda notícia, daquelas que arrelia os cidadãos e enfurece os citados. O hierático Manuel Alegre passou à reforma "este mês com 3219,95 euros mensais por ter desempenhado, segundo o próprio, durante “pouco tempo”, funções de “coordenador de programas de texto” da RDP (Rádio Difusão de Portugal), segundo a lista dos aposentados e reformados divulgada pela Caixa Geral de Aposentações (CGA) http://www.cga.pt/PubDR/200608.pdf O “Correio da Manhã” de hoje avança que o vice-presidente da Assembleia da República esteve apenas três meses como director dos Serviços Criativo e Culturais da RDP.", isto segundo a edição de hoje doAlegre já terá reagido a esta notícia. Segundo o antigo candidato à presidência da República (qual será a reforma de um antigo PR?), o dinheiro que recebe pelos serviços prestados durante três-3-três meses ao serviço da RDP "é quase uma insignificância".Um dia, quando for feita a história dum país desaparecido chamado Portugal, e ela for contada aos vindouros, eles hão-de querer saber quem foram os culpados pela "falência" daquele "jardim à beira-mar plantado". E hão-de vir os nomes de Salazar e de Cunhal; de Caetano e de Soares; de Sinel de Cordes e de Vasco Gonçalves; do Marquês de Pombal e do engenheiro Guterres...Mas outros tantos, tantos e tantos "manéis" que se foram aproveitando das debilidades do sistema para se irem amanhando. Aqueles que se refugiaram das suas responsabilidades. Aqueles que cantaram loas ao "Che" mas que levaram vidas pequeno-burguesas, escrevendo encavalitados às costas do zé-povinho, caçando nas coutadas que deviam ao invés lavrar, que andaram pescando, espraiados, o peixe do famélico, bebendo o vinho do sedento, esses ainda tiveram a desfaçatez de dizer que defendiam o pobre, o famélico e o oprimido. Esses foram os verdadeiros traidores da Pátria a que chamo minha...

Eleições em São Tomé e Príncipe

Cerca de 800.000 eleitores são-tomenses, incluindo os que vivem no estrangeiro, escolhem no próximo dia 30 de Julho o novo Presidente do país entre três candidatos, nomeadamente o actual Presidente, Fradique de Menezes, apoiado pela coligação no poder MDFM-PCD (Movimento Democrata Força Mudança - Partido da Convergência Democrática).

Outro dos candidatos é Patrice Trovoada, líder da Acção Democrática Independente (ADI), apoiado também pelo antigo partido no poder, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), e dado como favorito para vencer as eleições deste ano.

O terceiro candidato é um desconhecido nos meios políticos, o empresário Nilo Guimarães, que ainda não iniciou a sua campanha eleitoral, nem deu indícios de o fazer nos próximos dias.

Já foi enviada uma delegação da CPLP ao país, que irá acompanhar o processo eleitoral que se prolongará até ao próximo dia 5 de Agosto. Esperemos que tudo decorra dentro da normalidade e de forma serena. Em África nunca se sabe...

Cerca de 800.000 eleitores são-tomenses, incluindo os que vivem no estrangeiro, escolhem no próximo dia 30 de Julho o novo Presidente do país entre três candidatos, nomeadamente o actual Presidente, Fradique de Menezes, apoiado pela coligação no poder MDFM-PCD (Movimento Democrata Força Mudança - Partido da Convergência Democrática).Outro dos candidatos é Patrice Trovoada, líder da Acção Democrática Independente (ADI), apoiado também pelo antigo partido no poder, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), e dado como favorito para vencer as eleições deste ano.O terceiro candidato é um desconhecido nos meios políticos, o empresário Nilo Guimarães, que ainda não iniciou a sua campanha eleitoral, nem deu indícios de o fazer nos próximos dias.Já foi enviada uma delegação da CPLP ao país, que irá acompanhar o processo eleitoral que se prolongará até ao próximo dia 5 de Agosto. Esperemos que tudo decorra dentro da normalidade e de forma serena. Em África nunca se sabe...

24 julho, 2006

O Pacificador

Em Espanha o poder político não vive de paixões, vive antes de obsessões. A de José Maria Aznar era o terrorismo e a consequente probabilidade da desintegração do país. O separatismo, “las dos Españas” e o terrorismo marcaram a década aznarista. José Luis Zapatero também tem a sua. Zapatero vive obcecado com o prémio Nobel da Paz. Quando foi guindado ao poder, a sua preocupação prendia-se com o fim do terrorismo interno. Uma vez aí e apercebendo-se da privilegiada posição internacional de que Espanha granjeia hoje em dia, o homem almejou muito mais que isso. Estes são alguns dos pontos quentes da governação socialista nestes últimos dois anos:

- Ir(aque) e voltar: Zapatero, líder do PSOE desde Junho de 2000, empunha como bandeira eleitoral do seu partido a retirada das tropas espanholas de território iraquiano.

- O 11-M: a uma semana das eleições gerais espanholas de 14 de Março de 2004 havia algumas certezas: o PP, liderado por Mariano Rajoy, sairia vencedor da contenda; o PSOE e o seu líder, nada mais teriam a fazer do que passar mais um mandato na oposição. A única dúvida era, de facto, se o PP ganharia com maioria relativa ou absoluta. Os atentados de Madrid inverteram por completo os resultados eleitorais, dando ao PSOE a vitória e a Zapatero a chefia do governo. O PP sai completamente “queimado” deste processo, acusado de ter atirado as culpas dos atentados convenientemente para cima da ETA. Embora na altura se tenha falado também de manipulação de informação (e mesmo de ocultação de dados que poderiam ter evitado ou minorado os atentados) por parte do PSOE e do Grupo Prisa, estas questões acabaram por se desvanecer misteriosamente na “ecoume des jours”.

- I Want You Out Of Irak: como consequência da vitória eleitoral, Zapatero retira as tropas espanholas de território iraquiano, deixando substancialmente mais fraca a presença das forças ocidentais nesse cenário de guerra.

- Granda Merkel!: Zapatero qualificou a vitória da nova chanceler alemã, Angela Merkel, como um “fracasso”, pois o presidente de governo espamhol apoiava fortemente o líder do SPD (esse grande socialista!) Gehrard Schröeder. Nada mal para um homem que tanto tem lutado pela igualdade de género intra-muros... deve ter aprendido com o mestre Soares, quando este depois de ter visto a sua candidatura à presidência do Parlamento Europeu fugir para a candidata conservadora, a francesa Nicole Fontaine, afirmou o seguinte: “Essa senhora daria uma excelente dona de casa”...

- AVC com a AVT: cedo as relações entre o executivo espanhol (e especialmente com Zapatero) e a Asociación Víctimas del Terrorismo (AVT) começaram a azedar. Aquela associação começou por criticar fortemente as tão propaladas negociações secretas que a Moncloa estaria a manter com a ETA. O PP, obviamente, aparecia convenientemente ao lado da AVT contestando essas mesmas negociações. O PSOE respondeu de forma ríspida a estas acusações, chegando mesmo Zapatero a faltar a algumas manifestações públicas contra o terrorismo organizadas pela AVT, alegando indisponibilidade de agenda.

- Golpe baixo no País Basco: há algum tempo que se diz que o executivo liderado por Zapatero mantém negociações “por debaixo da mesa” com o grupo terrorista ETA, com vista a alcançar um cessar-fogo. A 23 de Março de 2006 a ETA anuncia um cessar-fogo, sem contudo pôr de parte no futuro uma nova ofensiva armada. No passado dia 29 de Junho o presidente do governo espanhol anuncia formalmente no Congresso o início das conversações com o grupo basco. O El País atribuía ao governo do PSOE, na sua edição do dia 23 de Julho, os últimos dois anos de ausência de vítimas mortais causadas pelo terrorismo. Ficámos sem saber que papel reserva ao PP, já que no último ano de Aznar também não houve mortos, quiçá, fruto da rígida política popular anti-ETA.

- Cu - Cut: o governo Zapatero resolveu promover um novo estatuto para a Comunidade Autónoma Catalã, que há longos anos anseia por uma maior grau de independência face a Madrid (não é difícil perceber até que grau anseiam ir os catalães...). Frutos visíveis da medida: um discurso nacionalista mais aguerrido por parte das forças catalãs; um discurso cada vez mais extremado por parte de Madrid; um novo ressurgir dos discursos nacionalistas (seria demais dizer separatistas?) por toda a Espanha. Em suma, o renascer das “dós Españas”...

- Amistades peligrosas: por várias vezes, José Luis Zapatero deu o seu apoio público a personagens mais ou menos questionáveis, como Lula da Silva, Evo Morales, Hugo Chávez e, pasme-se, Fidel Castro! “Deu com o nariz na porta” quando o seu protegée Evo Morales, actual presidente da Bolívia, nacionalizou as empresas petrolíferas que operavam naquele país, afectando assim directamente a empresa hispano-argentina Repsol YPF. Isto depois de se ter passeado de braço dado com ZP no Palacio de la Moncloa...

- Amistades peligrosas II: depois de aparecer com uma “kefya” ao pescoço (isto em pleno conflito Israel – Líbano), Zapatero vem a público defender uma “aliança de civilizações” com o ex-presidente iraniano Mohammed Jatami e com o primeiro-ministro turco Erdogan. É melhor não lembrar aqui os relatórios anuais de ONGs como a Human Rights Watch (

Pessoalmente, não duvido que Zapatero seja um homem bem intencionado. Traçando um paralelo com a realidade portuguesa parece-me um homem da estatura moral do engenheiro Guterres, com a determinação de um Sócrates e com o programa político do doutor Manuel Alegre. Ou seja, qualquer coisa híbrida entre um católico com espírito escutista, um terceiro-“viista” e um socialista utópico. De tanto lutar pela paz ainda acabará por receber um prémio por essa sua luta. Resta saber de que mãos receberá esse prémio: se das mãos do presidente da Academia Nobel, se das de algum Ayatollah...

Em Espanha o poder político não vive de paixões, vive antes de obsessões. A de José Maria Aznar era o terrorismo e a consequente probabilidade da desintegração do país. O separatismo, “las dos Españas” e o terrorismo marcaram a década aznarista. José Luis Zapatero também tem a sua. Zapatero vive obcecado com o prémio Nobel da Paz. Quando foi guindado ao poder, a sua preocupação prendia-se com o fim do terrorismo interno. Uma vez aí e apercebendo-se da privilegiada posição internacional de que Espanha granjeia hoje em dia, o homem almejou muito mais que isso. Estes são alguns dos pontos quentes da governação socialista nestes últimos dois anos:Zapatero, líder do PSOE desde Junho de 2000, empunha como bandeira eleitoral do seu partido a retirada das tropas espanholas de território iraquiano.a uma semana das eleições gerais espanholas de 14 de Março de 2004 havia algumas certezas: o PP, liderado por Mariano Rajoy, sairia vencedor da contenda; o PSOE e o seu líder, nada mais teriam a fazer do que passar mais um mandato na oposição. A única dúvida era, de facto, se o PP ganharia com maioria relativa ou absoluta. Os atentados de Madrid inverteram por completo os resultados eleitorais, dando ao PSOE a vitória e a Zapatero a chefia do governo. O PP sai completamente “queimado” deste processo, acusado de ter atirado as culpas dos atentados convenientemente para cima da ETA. Embora na altura se tenha falado também de manipulação de informação (e mesmo de ocultação de dados que poderiam ter evitado ou minorado os atentados) por parte do PSOE e do Grupo Prisa, estas questões acabaram por se desvanecer misteriosamente na “ecoume des jours”.como consequência da vitória eleitoral, Zapatero retira as tropas espanholas de território iraquiano, deixando substancialmente mais fraca a presença das forças ocidentais nesse cenário de guerra.Zapatero qualificou a vitória da nova chanceler alemã, Angela Merkel, como um “fracasso”, pois o presidente de governo espamhol apoiava fortemente o líder do SPD (esse grande socialista!) Gehrard Schröeder. Nada mal para um homem que tanto tem lutado pela igualdade de género intra-muros... deve ter aprendido com o mestre Soares, quando este depois de ter visto a sua candidatura à presidência do Parlamento Europeu fugir para a candidata conservadora, a francesa Nicole Fontaine, afirmou o seguinte: “Essa senhora daria uma excelente dona de casa”...cedo as relações entre o executivo espanhol (e especialmente com Zapatero) e acomeçaram a azedar. Aquela associação começou por criticar fortemente as tão propaladas negociações secretas que a Moncloa estaria a manter com a ETA. O PP, obviamente, aparecia convenientemente ao lado da AVT contestando essas mesmas negociações. O PSOE respondeu de forma ríspida a estas acusações, chegando mesmo Zapatero a faltar a algumas manifestações públicas contra o terrorismo organizadas pela AVT, alegando indisponibilidade de agenda.há algum tempo que se diz que o executivo liderado por Zapatero mantém negociações “por debaixo da mesa” com o grupo terrorista ETA, com vista a alcançar um cessar-fogo. A 23 de Março de 2006 a ETA anuncia um cessar-fogo, sem contudo pôr de parte no futuro uma nova ofensiva armada. No passado dia 29 de Junho o presidente do governo espanhol anuncia formalmente no Congresso o início das conversações com o grupo basco. Oatribuía ao governo do PSOE, na sua edição do dia 23 de Julho, os últimos dois anos de ausência de vítimas mortais causadas pelo terrorismo. Ficámos sem saber que papel reserva ao PP, já que no último ano de Aznar também não houve mortos, quiçá, fruto da rígida política popular anti-ETA.o governo Zapatero resolveu promover um novo estatuto para a Comunidade Autónoma Catalã, que há longos anos anseia por uma maior grau de independência face a Madrid (não é difícil perceber até que grau anseiam ir os catalães...). Frutos visíveis da medida: um discurso nacionalista mais aguerrido por parte das forças catalãs; um discurso cada vez mais extremado por parte de Madrid; um novo ressurgir dos discursos nacionalistas (seria demais dizer separatistas?) por toda a Espanha. Em suma, o renascer das...por várias vezes, José Luis Zapatero deu o seu apoio público a personagens mais ou menos questionáveis, como Lula da Silva, Evo Morales, Hugo Chávez e, pasme-se, Fidel Castro! “Deu com o nariz na porta” quando o seu protegée Evo Morales, actual presidente da Bolívia, nacionalizou as empresas petrolíferas que operavam naquele país, afectando assim directamente a empresa hispano-argentina Repsol YPF. Isto depois de se ter passeado de braço dado com ZP no Palacio de la Moncloa...depois de aparecer com uma “kefya” ao pescoço (isto em pleno conflito Israel – Líbano), Zapatero vem a público defender uma “aliança de civilizações” com o ex-presidente iraniano Mohammed Jatami e com o primeiro-ministro turco Erdogan. É melhor não lembrar aqui os relatórios anuais de ONGs como a http://www.hrw.org/ ) sobre esses dois países em concreto...Pessoalmente, não duvido que Zapatero seja um homem bem intencionado. Traçando um paralelo com a realidade portuguesa parece-me um homem da estatura moral do engenheiro Guterres, com a determinação de um Sócrates e com o programa político do doutor Manuel Alegre. Ou seja, qualquer coisa híbrida entre um católico com espírito escutista, um terceiro-“viista” e um socialista utópico. De tanto lutar pela paz ainda acabará por receber um prémio por essa sua luta. Resta saber de que mãos receberá esse prémio: se das mãos do presidente da Academia Nobel, se das de algum Ayatollah...

Cinema no Condado

Uma das principais preocupações dos altos responsáveis do Condado, tem sido as horas de lazer dos seus residentes. À excepção da sala de convívio do Forte, da happy-hour no Bar do Duque, a boite V Império e de esporádicas festas na praia, as opções de lazer são algo limitadas.

No entanto, a partir desta semana, o cinema fará parte da programação cultural do enclave lusitano. Tudo foi possível, graças a algumas amizades feitas na Cinemateca Portuguesa que nos disponibilizou os meios necessários para as projecções. Todas as segundas-feiras, serão dias de cinema no Condado, com a exibição de filmes em formato de drive-in, dentro do recinto do Forte.

As sessões terão início às 22h e cerca de 80% da programação cinematográfica será de origem lusófona. È nossa preocupação, a utilização do cinema como meio de propaganda da língua portuguesa por terras do Benim, embora nesta fase inicial, as películas sejam legendadas em francês, idioma oficial deste país africano.

Nesta primeira sessão de hoje, e, numa tentativa de atrair um público numeroso, foi escolhido o filme Fiel Jardineiro, produção norte-americana realizada pelo brasileiro Fernando Meirelles que se celebrizou com o longa-metragem Cidade de Deus.

Sinopse:

Tessa, uma jovem inglesa, é assassinada brutalmente perto do lago Turkana, no norte do Quénia. O seu companheiro de viagem, um médico que trabalha com ONGs internacionais, desaparece da cena do crime sem vestígios.

Justin Quayle, marido da vítima, um diplomata de carreira e jardineiro amador em Nairóbi, parte numa jornada pessoal em busca dos responsáveis pelo assassinato. Pelo caminho, Justin defronta-se com horror, violência, conspiração e informação. Mas a sua maior descoberta é a mulher que ele teve pouco tempo para amar.

O Fiel Jardineiro é a história tocante de um homem enobrecido pela tragédia, uma exploração magnífica do lado cruel do capitalismo, escrita por John Le Carré, um dos contadores de histórias mais brilhantes do nosso tempo, levada às telas, de forma soberba pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles.

Mesmo assim, o livro, como quase sempre, é ligeiramente superior à sua adaptação cinematográfica. É caso para dizer, como anunciava um antigo slogan das Publicações Europa-América: Veja o filme e leia o livro.

Título Original:The Constant Gardener

País de Origem: EUA (2005)

Realização: Fernando Meirelles

Elenco: Ralph Fiennes

Rachel Weisz

Danny Houston

Hubert Koundé...

Uma das principais preocupações dos altos responsáveis do Condado, tem sido as horas de lazer dos seus residentes. À excepção da sala de convívio do Forte, da happy-hour no Bar do Duque, a boite V Império e de esporádicas festas na praia, as opções de lazer são algo limitadas.No entanto, a partir desta semana, o cinema fará parte da programação cultural do enclave lusitano. Tudo foi possível, graças a algumas amizades feitas na Cinemateca Portuguesa que nos disponibilizou os meios necessários para as projecções. Todas as segundas-feiras, serão dias de cinema no Condado, com a exibição de filmes em formato de drive-in, dentro do recinto do Forte.As sessões terão início às 22h e cerca de 80% da programação cinematográfica será de origem lusófona. È nossa preocupação, a utilização do cinema como meio de propaganda da língua portuguesa por terras do Benim, embora nesta fase inicial, as películas sejam legendadas em francês, idioma oficial deste país africano.Nesta primeira sessão de hoje, e, numa tentativa de atrair um público numeroso, foi escolhido o filme, produção norte-americana realizada pelo brasileiro Fernando Meirelles que se celebrizou com o longa-metragem Cidade de Deus.Sinopse:Tessa, uma jovem inglesa, é assassinada brutalmente perto do lago Turkana, no norte do Quénia. O seu companheiro de viagem, um médico que trabalha com ONGs internacionais, desaparece da cena do crime sem vestígios.Justin Quayle, marido da vítima, um diplomata de carreira e jardineiro amador em Nairóbi, parte numa jornada pessoal em busca dos responsáveis pelo assassinato. Pelo caminho, Justin defronta-se com horror, violência, conspiração e informação. Mas a sua maior descoberta é a mulher que ele teve pouco tempo para amar.é a história tocante de um homem enobrecido pela tragédia, uma exploração magnífica do lado cruel do capitalismo, escrita por John Le Carré, um dos contadores de histórias mais brilhantes do nosso tempo, levada às telas, de forma soberba pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles.Mesmo assim, o livro, como quase sempre, é ligeiramente superior à sua adaptação cinematográfica. É caso para dizer, como anunciava um antigo slogan das Publicações Europa-América: Veja o filme e leia o livro.Título Original:País de Origem: EUA (2005)Realização: Fernando MeirellesElenco: Ralph FiennesRachel WeiszDanny HoustonHubert Koundé...

22 julho, 2006

Teoria da Conspiração !?

Alguém ainda se recorda de Alfredo Pequito? O ex-delegado de informação médica, magro e com cara de Conde Drácula?

Para os mais esquecidos, gostaria de elaborar uma pequena retrospectiva deste caso com contornos enigmáticos. Em Fevereiro de 2006, Alfredo Pequito foi despedido da Bayer, multinacional farmacêutica alemã. Desde então, ele embarcou numa virtiginosa luta para desmascarar o lado obscuro deste negócio milionário. Passou desde então, a denunciar alegados casos de corrupção envolvendo uma lista de 2500 médicos que teriam recebido bens em troca de prescrições de medicamentos da marca.

No ano seguinte, tiveram início as primeiras denúncias e deram origem a uma série de processos contra médicos. Pequito queixa-se de receber, ele e a família, diversas ameaças de morte e de ter sido esfaqueado nas traseiras da casa de sua mãe.

A 13 de Outubro de 1999, dá entrada no Tribunal de Trabalho de Lisboa uma acção de impugnação do despedimento pela Bayer.

Em Junho de 2000, Alfredo Pequito terá sido alegadamente esfaqueado na cara seguido de outras agressões de vários tipos.

No final de 2001, processa a Bayer por difamação caluniosa. Em Outubro de 2003, foi ao Tribunal de Trabalho tentar impugnar o seu despedimento e reclamar uma indemnização de 65 mil euros por ter sido obrigado a abandonar a empresa "sob coacção". Imputa à Bayer, a prática de crimes de corrupção, que a empresa nega.

A partir de 2003, o caso mais parece uma peça de teatro, com características de tragicomédia, arquitectada como tudo indica pelo próprio Alfredo Pequito. Nesta época, o seu advogado Garcia Pereira começa a receber chamadas telefónicas ameaçadoras no seu escritório. Curioso é que a grande maioria ocorria na véspera das audições judiciais.

Depois de largos meses de investigação de eventuais crimes de ameaças e injúrias que terão sido proferidas pelo telefone contra o advogado Garcia Pereira e o seu cliente Alfredo Pequito, a Brigada de Investigação Criminal (BIC) da PSP reuniu provas materiais e testemunhas para indiciar Pequito como autor das próprias ameaças que denunciou e alegou ter sido vítima.

A BIC chegou à conclusão que a maioria das chamadas era feita em cabines públicas situadas no Olivais Shopping e C.C. Vasco da Gama, em Lisboa, nas proximidades do bairro onde Pequito reside - Olivais.

O relatório do BIC descreve outras situações protagonizadas pelo ex-delegado. Uma delas diz respeito à intrusão de dois indivíduos no quintal da casa de sua mãe, que o teriam ameaçado com uma arma e vandalizado o seu automóvel. O SIS, que possuía uma delegação junto ao local com uma viatura equipada com videovigilância, não registou absolutamente nada de anormal.

Pequito chegava ao ponto de dispensar os seus guarda-costas para, minutos depois, fazer os telefonemas.

Na sequência da audição de mais de 2000 sessões relativas aos números de telefone usados, os investigadores garantem que se trata da voz de Alfredo Pequito a imitar, de forma grosseira, a pronúncia africana.

Em 2005, Pequito perde esta luta em tribunal e é despedido por justa causa pela multinacional Bayer.

Agora eu questiono...Realidade ou fantasia!?

Todos nós sabemos que existem práticas muito duvidosas entre os delegados de informação médica e médicos. Quantas viagens são oferecidas pelos laboratórios farmacêuticos como ofertas de cortesia? Tantos congressos médicos em Varadero ou Natal? Muito suspeito sem sombra de dúvidas...

A bem da verdade, diga-se que até então nenhum profissional da indústria farmacêutica tinha denunciado estas práticas em Portugal. Também será óbvio, que estas enormes corporações multinacionais iriam tentar encobrir a todo o custo estas situações.

A indústria farmacêutica gera biliões por ano e tem um poder imenso no universo dos negócios. Timídamente em todo o mundo, vão sendo denunciadas algumas práticas nocivas destes senhores. Casos de experiências químicas em cobaias humanas no Terceiro Mundo, venda de medicamentos fora da validade e com preços exorbitantes nessas regiões e efeitos colaterais de alguns medicamentos, que são escamoteados em publicações médicas por clínicos manipulados.

Um pequeno exemplo...Vocês sabiam que os medicamentos para tratamento da malária têm 30 anos? Porque nunca foram aperfeiçoadas novas fórmulas? Talvez porque nos países desenvolvidos onde residem os accionistas destas empresas, os focos de malária sejam inexistentes.

Que raio de indústria é esta? Estarão preocupados com a saúde planetária ou com o poderoso Deus lucro?

Alfredo Pequito poderá ter cometido vários erros ao longo destes anos, mas tratou-se de uma luta desigual. A caminhada solitária de um homem contra um dos mais poderosos lobbies mundiais claramente integrado, no que se designa por sistema. Creio que Pequito, já teria a sua sanidade mental claramente afectada nos últimos anos do processo, facto que o prejudicou gravemente em termos de crediblidade pública. Muitas verdades, algumas mentiras...

Parece que em tempos, uns norte-americanos de Hollywood o procuraram porque estavam interessados na sua história para escrever um guião para cinema. E olhem que dava um grande filme!

Para quem se interessa por estes mistérios da indústia farmacêutica aconselho a visita destes dois sites:

http://www.boletinfarmacos.org/012002/etica_y_medicamentos.htm

http://www.corporatewatch.org/?lid=200

Alguém ainda se recorda de Alfredo Pequito? O ex-delegado de informação médica, magro e com cara de Conde Drácula?Para os mais esquecidos, gostaria de elaborar uma pequena retrospectiva deste caso com contornos enigmáticos. Em Fevereiro de 2006, Alfredo Pequito foi despedido da Bayer, multinacional farmacêutica alemã. Desde então, ele embarcou numa virtiginosa luta para desmascarar o lado obscuro deste negócio milionário. Passou desde então, a denunciar alegados casos de corrupção envolvendo uma lista de 2500 médicos que teriam recebido bens em troca de prescrições de medicamentos da marca.No ano seguinte, tiveram início as primeiras denúncias e deram origem a uma série de processos contra médicos. Pequito queixa-se de receber, ele e a família, diversas ameaças de morte e de ter sido esfaqueado nas traseiras da casa de sua mãe.A 13 de Outubro de 1999, dá entrada no Tribunal de Trabalho de Lisboa uma acção de impugnação do despedimento pela Bayer.Em Junho de 2000, Alfredo Pequito terá sido alegadamente esfaqueado na cara seguido de outras agressões de vários tipos.No final de 2001, processa a Bayer por difamação caluniosa. Em Outubro de 2003, foi ao Tribunal de Trabalho tentar impugnar o seu despedimento e reclamar uma indemnização de 65 mil euros por ter sido obrigado a abandonar a empresa "sob coacção". Imputa à Bayer, a prática de crimes de corrupção, que a empresa nega.A partir de 2003, o caso mais parece uma peça de teatro, com características de tragicomédia, arquitectada como tudo indica pelo próprio Alfredo Pequito. Nesta época, o seu advogado Garcia Pereira começa a receber chamadas telefónicas ameaçadoras no seu escritório. Curioso é que a grande maioria ocorria na véspera das audições judiciais.Depois de largos meses de investigação de eventuais crimes de ameaças e injúrias que terão sido proferidas pelo telefone contra o advogado Garcia Pereira e o seu cliente Alfredo Pequito, a Brigada de Investigação Criminal (BIC) da PSP reuniu provas materiais e testemunhas para indiciar Pequito como autor das próprias ameaças que denunciou e alegou ter sido vítima.A BIC chegou à conclusão que a maioria das chamadas era feita em cabines públicas situadas no Olivais Shopping e C.C. Vasco da Gama, em Lisboa, nas proximidades do bairro onde Pequito reside - Olivais.O relatório do BIC descreve outras situações protagonizadas pelo ex-delegado. Uma delas diz respeito à intrusão de dois indivíduos no quintal da casa de sua mãe, que o teriam ameaçado com uma arma e vandalizado o seu automóvel. O SIS, que possuía uma delegação junto ao local com uma viatura equipada com videovigilância, não registou absolutamente nada de anormal.Pequito chegava ao ponto de dispensar os seus guarda-costas para, minutos depois, fazer os telefonemas.Na sequência da audição de mais de 2000 sessões relativas aos números de telefone usados, os investigadores garantem que se trata da voz de Alfredo Pequito a imitar, de forma grosseira, a pronúncia africana.Em 2005, Pequito perde esta luta em tribunal e é despedido por justa causa pela multinacional Bayer.Agora eu questiono...Realidade ou fantasia!?Todos nós sabemos que existem práticas muito duvidosas entre os delegados de informação médica e médicos. Quantas viagens são oferecidas pelos laboratórios farmacêuticos como ofertas de cortesia? Tantos congressos médicos em Varadero ou Natal? Muito suspeito sem sombra de dúvidas...A bem da verdade, diga-se que até então nenhum profissional da indústria farmacêutica tinha denunciado estas práticas em Portugal. Também será óbvio, que estas enormes corporações multinacionais iriam tentar encobrir a todo o custo estas situações.A indústria farmacêutica gera biliões por ano e tem um poder imenso no universo dos negócios. Timídamente em todo o mundo, vão sendo denunciadas algumas práticas nocivas destes senhores. Casos de experiências químicas em cobaias humanas no Terceiro Mundo, venda de medicamentos fora da validade e com preços exorbitantes nessas regiões e efeitos colaterais de alguns medicamentos, que são escamoteados em publicações médicas por clínicos manipulados.Um pequeno exemplo...Vocês sabiam que os medicamentos para tratamento da malária têm 30 anos? Porque nunca foram aperfeiçoadas novas fórmulas? Talvez porque nos países desenvolvidos onde residem os accionistas destas empresas, os focos de malária sejam inexistentes.Que raio de indústria é esta? Estarão preocupados com a saúde planetária ou com o poderoso Deus lucro?Alfredo Pequito poderá ter cometido vários erros ao longo destes anos, mas tratou-se de uma luta desigual. A caminhada solitária de um homem contra um dos mais poderosos lobbies mundiais claramente integrado, no que se designa por sistema. Creio que Pequito, já teria a sua sanidade mental claramente afectada nos últimos anos do processo, facto que o prejudicou gravemente em termos de crediblidade pública. Muitas verdades, algumas mentiras...Parece que em tempos, uns norte-americanos de Hollywood o procuraram porque estavam interessados na sua história para escrever um guião para cinema. E olhem que dava um grande filme!Para quem se interessa por estes mistérios da indústia farmacêutica aconselho a visita destes dois sites:

21 julho, 2006

Crónica de uma morte anunciada

Soube-se esta semana pelos media que faleceu Rosa Casaco, o ex-PIDE que esteve envolvido no assassinato de Humberto Delgado. O Expresso divulgou estes três textos sobre tão curiosa figura. Penso ser especialmente interessante o terceiro, onde se detalha todo o processo da “condenação à morte” e posterior execução do antigo candidato à Presidência da República.

- a notícia

http://expresso.clix.pt/Actualidade/Interior.aspx?content_id=366523

- a biografia

http://expresso.clix.pt/Actualidade/Interior.aspx?content_id=366525

- o assassinato de Humberto Delgado

Soube-se esta semana pelos media que faleceu Rosa Casaco, o ex-PIDE que esteve envolvido no assassinato de Humberto Delgado. O Expresso divulgou estes três textos sobre tão curiosa figura. Penso ser especialmente interessante o terceiro, onde se detalha todo o processo da “condenação à morte” e posterior execução do antigo candidato à Presidência da República.- a notícia- a biografia- o assassinato de Humberto Delgado http://expresso.clix.pt/Actualidade/Interior.aspx?content_id=366524

A malta do SIS

Humor made in Portugal. Uma sátira aos 007´s cá do burgo...

Humor made in Portugal. Uma sátira aos 007´s cá do burgo...

A malta do SIS II

A malta do SIS III

O final das aventuras do agente L123!

O final das aventuras do agente L123!

19 julho, 2006

O D.N. publicou há dias uma notícia assaz interessante, especialmente agora, que a C.P.L.P. parece ter ganho uma nova dinâmica. Seria importante falar abertamente dos nossos parceiros em tão arrojado projecto.

Nessa notícia dá-se conta da apresentação do novo livro do polémico jornalista angolano Rafael Marques. Nesta obra relatam-se as violações sistemáticas aos direitos humanos na região do Cuango, zona de extracção de diamantes. O Estado angolano participa directamente nesta actividade através da Endiama (sim, os meios de produção, em Angola, ainda estão maioritariamente nas mãos do Estado, e isto em ciência política tem um nome!). Para assegurar o “regular funcionamento” da Endiama são necessárias as correlatas empresas de segurança que, curiosamente, pertencem maioritariamente a ex-generais das FAA, como França N´Dalu e João de Matos. Assim, Luanda tem “privatizado” o monopólio da violência em prol destas empresas privadas que se dedicam à segurança das empresas de extracção de diamantes, mas também, e como não poderia deixar de ser, de petróleo. Conta-nos o DN que desta forma “as populações são impedidas de se dedicar às suas actividades tradicionais (agricultura, pesca ou comércio), criando-se uma realidade que as impede de sobreviver”.

É bom lembrar que, José Eduardo dos Santos faz parte do governo de Angola desde a independência do país, sendo presidente desde 1979. Nas últimas duas décadas e meia construiu uma fortuna pessoal estimada em cerca 2 mil milhões de dólares, enquanto 80% da população de Angola vive com menos de 1 dolar por dia. Diz-se que a sua riqueza, que transcende óbvia e escandalosamente os seus honorários enquanto chefe de Estado, provém do tráfico de armas a nível internacional, bem como dos monopólios estatais da indústria petrolífera e de extracção de diamantes.

Será que os nossos governantes não se sentem, um pouco que seja, desconfortáveis quando se reunem com esta gentalha?

publicou há dias uma notícia assaz interessante, especialmente agora, que a C.P.L.P. parece ter ganho uma nova dinâmica. Seria importante falar abertamente dos nossos parceiros em tão arrojado projecto.Nessa notícia dá-se conta da apresentação do novo livro do polémico jornalista angolano Rafael Marques. Nesta obra relatam-se as violações sistemáticas aos direitos humanos na região do Cuango, zona de extracção de diamantes. O Estado angolano participa directamente nesta actividade através da Endiama (sim, os meios de produção, em Angola, ainda estão maioritariamente nas mãos do Estado, e isto em ciência política tem um nome!). Para assegurar o “regular funcionamento” da Endiama são necessárias as correlatas empresas de segurança que, curiosamente, pertencem maioritariamente a ex-generais das FAA, como França N´Dalu e João de Matos. Assim, Luanda tem “privatizado” o monopólio da violência em prol destas empresas privadas que se dedicam à segurança das empresas de extracção de diamantes, mas também, e como não poderia deixar de ser, de petróleo. Conta-nos o DN que desta forma “as populações são impedidas de se dedicar às suas actividades tradicionais (agricultura, pesca ou comércio), criando-se uma realidade que as impede de sobreviver”.É bom lembrar que, José Eduardo dos Santos faz parte do governo de Angola desde a independência do país, sendo presidente desde 1979. Nas últimas duas décadas e meia construiu uma fortuna pessoal estimada em cerca 2 mil milhões de dólares, enquanto 80% da população de Angola vive com menos de 1 dolar por dia. Diz-se que a sua riqueza, que transcende óbvia e escandalosamente os seus honorários enquanto chefe de Estado, provém do tráfico de armas a nível internacional, bem como dos monopólios estatais da indústria petrolífera e de extracção de diamantes.Será que os nossos governantes não se sentem, um pouco que seja, desconfortáveis quando se reunem com esta gentalha?

Mundo de Aventuras

Adelino Serras Pires nasceu em Portugal em 1928. Pouco depois de chegar a Moçambique, vindo da metrópole, o pai levou-o a uma caçada aos leões que aterrorizavam a região onde residiam. Esse momento decidiu o destino de Adelino: iria passar grande parte da sua vida nas matas africanas, caçando para viver e vivendo para a aventura. Depois de uma juventude atribulada, transformou-se num grande organizador de safaris com uma lista de clientes bastante ilustres.

O seu livro, Ventos de Destruição é um olhar dramático sobre a violência e o terror das guerras assolaram o continente africano e puseram em causa muito do seu futuro. Serras Pires, chegou a ser raptado na Tanzânia e entregue à polícia secreta de Moçambique controlada pela Frelimo. O autor relata-nos com pormenores assustadores os meses de interrogatórios e torturas numa prisão de Moçambique.

Ventos de Destruição é a história das constantes desilusões de um homem à medida que a agitação política e a corrupção se sobrepoem à beleza de África. Mais do que isso, este livro é um comovente retrato de uma vida em África, repleta de aventuras que não passam de mitos para a nossa actual geração. Um estilo de vida invejável apesar de todos os dissabores inerentes...

Adelino Serras Pires foi também um dos partidários do projecto de declaração unilateral de independência de Moçambique, que chegou a ser forjado no início doa anos 70. Era uma imitação do que sucedeu na ex-Rodésia e o seu principal mentor era Jorge Jardim, pai das conhecidas personagens do jet-set português. Pretendiam instaurar um governo de minoria branca, fora dos domínios coloniais portugueses.

Actualmente, Adelino reside na África do Sul, juntamente com a sua esposa com quem escreveu esta obra. Foi um dos que nunca mais se adaptou ao ritmo de vida europeu...

Ventos de Destruição - Adelino Serras Pires e Fiona Claire Capstick; Bertrand Editora

http://www.geocities.com/Vila_luisa/Album12.htm

Adelino Serras Pires nasceu em Portugal em 1928. Pouco depois de chegar a Moçambique, vindo da metrópole, o pai levou-o a uma caçada aos leões que aterrorizavam a região onde residiam. Esse momento decidiu o destino de Adelino: iria passar grande parte da sua vida nas matas africanas, caçando para viver e vivendo para a aventura. Depois de uma juventude atribulada, transformou-se num grande organizador de safaris com uma lista de clientes bastante ilustres.O seu livro,é um olhar dramático sobre a violência e o terror das guerrasassolaram o continente africano e puseram em causa muito do seu futuro. Serras Pires, chegou a ser raptado na Tanzânia e entregue à polícia secreta de Moçambique controlada pela Frelimo. O autor relata-nos com pormenores assustadores os meses de interrogatórios e torturas numa prisão de Moçambique.é a história das constantes desilusões de um homem à medida que a agitação política e a corrupção se sobrepoem à beleza de África. Mais do que isso, este livro é um comovente retrato de uma vida em África, repleta de aventuras que não passam de mitos para a nossa actual geração. Um estilo de vida invejável apesar de todos os dissabores inerentes...Adelino Serras Pires foi também um dos partidários do projecto de declaração unilateral de independência de Moçambique, que chegou a ser forjado no início doa anos 70. Era uma imitação do que sucedeu na ex-Rodésia e o seu principal mentor era Jorge Jardim, pai das conhecidas personagens do jet-set português. Pretendiam instaurar um governo de minoria branca, fora dos domínios coloniais portugueses.Actualmente, Adelino reside na África do Sul, juntamente com a sua esposa com quem escreveu esta obra. Foi um dos que nunca mais se adaptou ao ritmo de vida europeu...Ventos de Destruição - Adelino Serras Pires e Fiona Claire Capstick; Bertrand Editora

18 julho, 2006

O nosso homem em Malabo

A VI Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP trouxe essencialmente uma grande novidade: com a mudança nos estatutos desta organização, passou-se a admitir no seu seio outros Estados não lusófonos e várias organizações internacionais. Ora bem, o resultado mais visível desta modificação foi a presença como membros observadores da Guiné Equatorial e ilha Maurícia.

A estratégia aparentemente é benéfica, tendo em conta o alargamento do espaço de influência do mundo lusófono. Acontece que a Guiné Equatorial (outrora, território pertencente a Portugal, que foi depois "doado" a Espanha em troca da ilha de Sacramento) desde Agosto de 1979 é uma ditadura sangrenta liderada pelo tenente coronel Obiang Nguema. (De facto, isto não é bem assim: antes de Nguema, Malabo já tinha sido palco duma outra sangrenta ditadura, a do tio do actual presidente, de seu nome Macías Nguema, que aquele afastou através de um familiar "coup d´état").

Será este o futuro do mundo lusófono? O de um crescente e progressivo círculo de ditadores e proto-ditadores (já não bastavam José Eduardo dos Santos e Nino Vieira, p. ex.), misturados com incompetentes ex-sindicalistas, estados em progressiva e acelerada desagregação e governos democráticos que, criticando os interesses mercantis e capitalistas de outras potências, se prestam, à primeira oportunidade, em reunir-se amistosamente e com isso dar cobertura e legitimidade internacional a déspotas sanguinários e corruptos?

PS: Ao que parece foram também designados os primeiros embaixadores da boa vontade da CPLP. Entre os nomes mais conhecidos destacam-se os antigos Chefes de Estado José Sarney (Brasil), Joaquim Chissano (Moçambique) e o "nosso" Jorge Sampaio. A função destes embaixadores será "contribuir para promover e reforçar a visibilidade da organização". Nada melhor para isso do que um ex-ditador e um inerte...

A VI Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP trouxe essencialmente uma grande novidade: com a mudança nos estatutos desta organização, passou-se a admitir no seu seio outros Estados não lusófonos e várias organizações internacionais. Ora bem, o resultado mais visível desta modificação foi a presença como membros observadores da Guiné Equatorial e ilha Maurícia.A estratégia aparentemente é benéfica, tendo em conta o alargamento do espaço de influência do mundo lusófono. Acontece que a Guiné Equatorial (outrora, território pertencente a Portugal, que foi depois "doado" a Espanha em troca da ilha de Sacramento) desde Agosto de 1979 é uma ditadura sangrenta liderada pelo tenente coronel Obiang Nguema. (De facto, isto não é bem assim: antes de Nguema, Malabo já tinha sido palco duma outra sangrenta ditadura, a do tio do actual presidente, de seu nome Macías Nguema, que aquele afastou através de um familiar "coup d´état").Será este o futuro do mundo lusófono? O de um crescente e progressivo círculo de ditadores e proto-ditadores (já não bastavam José Eduardo dos Santos e Nino Vieira, p. ex.), misturados com incompetentes ex-sindicalistas, estados em progressiva e acelerada desagregação e governos democráticos que, criticando os interesses mercantis e capitalistas de outras potências, se prestam, à primeira oportunidade, em reunir-se amistosamente e com isso dar cobertura e legitimidade internacional a déspotas sanguinários e corruptos?PS: Ao que parece foram também designados os primeiros embaixadores da boa vontade da CPLP. Entre os nomes mais conhecidos destacam-se os antigos Chefes de Estado José Sarney (Brasil), Joaquim Chissano (Moçambique) e o "nosso" Jorge Sampaio. A função destes embaixadores será "contribuir para promover e reforçar a visibilidade da organização". Nada melhor para isso do que um ex-ditador e um inerte...

17 julho, 2006

O Barril de Pólvora

Estes últimos dias foram marcados por uma escalada de violência e combates no Médio Oriente! È caso para dizer - A Oriente nada de novo!

Venha o diabo e escolha...De um lado temos as ofensivas dos israelistas que se excedem claramente no uso da legítima defesa, sempre apoiados pelos EUA que se encontram reféns da comunidade judaica que dinamiza grande parte da economia do seu próprio país.

Do outro lado da barricada, encontramos os árabes do Hamas, Hezzbolahs e derivados na sua vertiginosa cruzada fanática e intolerante.

Já não há pachorra para estes gajos!!!

Estes últimos dias foram marcados por uma escalada de violência e combates no Médio Oriente! È caso para dizer - A Oriente nada de novo!Venha o diabo e escolha...De um lado temos as ofensivas dos israelistas que se excedem claramente no uso da legítima defesa, sempre apoiados pelos EUA que se encontram reféns da comunidade judaica que dinamiza grande parte da economia do seu próprio país.Do outro lado da barricada, encontramos os árabes do Hamas, Hezzbolahs e derivados na sua vertiginosa cruzada fanática e intolerante.Já não há pachorra para estes gajos!!!

Guerrilha Urbana

O PCC - Primeiro Comando da Capital - levou a cabo, nestes últimos dias mais uma série de ataques violentos na grande São Paulo. Mais uma vez, o sistema de transportes públicos, recolha de lixo e autoridades policiais foram os seus alvos preferenciais.

Novamente, fica evidente a falência do sistema penitenciário brasileiro e a incapacidade das forças da autoridade, em lidar com os poderosos grupos do crime organizado.

Alguns analistas acreditam que o PCC leve em conta uma variável política ao promover estes actos de terror urbano. Aproxima-se o período eleitoral e os políticos estão vulneráveis ao pânico da população, o que poderia dar uma maior margem de manobra aos bandidos no que diz respeito às regalias, que exigem para os seus líderes detidos nas prisões.

Não se prevê a curto prazo, um término para a violência urbana que assola as grandes metrópoles do Brasil. Este clima acaba por prejudicar gravemente a economia das cidades visadas e uma clara falta de qualidade de vida dessas populações.

O país sofre de enormes desigualdades sociais e muitos já nascem em comunidades marginais, que vislumbram no mundo do crime o único modo de sobrevivência e ascensão social. O problema é profundo e creio que nunca existirá uma solução para o mesmo. Estes são os exemplos de um país que afinal não deu certo. A falência do Estado brasileiro está à vista de todos...

O PCC - Primeiro Comando da Capital - levou a cabo, nestes últimos dias mais uma série de ataques violentos na grande São Paulo. Mais uma vez, o sistema de transportes públicos, recolha de lixo e autoridades policiais foram os seus alvos preferenciais.Novamente, fica evidente a falência do sistema penitenciário brasileiro e a incapacidade das forças da autoridade, em lidar com os poderosos grupos do crime organizado.Alguns analistas acreditam que o PCC leve em conta uma variável política ao promover estes actos de terror urbano. Aproxima-se o período eleitoral e os políticos estão vulneráveis ao pânico da população, o que poderia dar uma maior margem de manobra aos bandidos no que diz respeito às regalias, que exigem para os seus líderes detidos nas prisões.Não se prevê a curto prazo, um término para a violência urbana que assola as grandes metrópoles do Brasil. Este clima acaba por prejudicar gravemente a economia das cidades visadas e uma clara falta de qualidade de vida dessas populações.O país sofre de enormes desigualdades sociais e muitos já nascem em comunidades marginais, que vislumbram no mundo do crime o único modo de sobrevivência e ascensão social. O problema é profundo e creio que nunca existirá uma solução para o mesmo. Estes são os exemplos de um país que afinal não deu certo. A falência do Estado brasileiro está à vista de todos...

16 julho, 2006

Leituras

Alexandra Fuller tinha seis anos de idade e morava com os pais numa fazenda de tabaco no sul da África quando aprendeu a desmontar, limpar e disparar uma espingarda. Saber atirar podia significar a diferença entre a vida e a morte na antiga Rodésia, actual Zimbabwé, país de adopção da sua família. Ali, a minoria branca no poder viu-se acossada pelos guerrilheiros que lutavam por um governo de maioria negra, e enfrentavam mudanças traumáticas para as quais a mentalidade colonial não estava preparada.

Assim vivia uma família de agricultores brancos, pobres, alcoolicos e inevitavelmente racistas numa África miserável em estado de rebelião.

Os personagens do livro são europeus desgarrados que não encontram mais lugar em seus países de origem e sofrem as consequências por vezes trágicas de tentar impor a sua cultura num ambiente nada acolhedor.

Com Alexandra Fuller, conhecemos a embaraçosa história do outro histórico da África: o colonizador europeu. Ao final destas páginas turbulentas, algum leitor poderá até sentir alívio por não ter convivido com a família Fuller. Poderá mesmo desprezá-los por suas fraquezas, carencias e patologias, como o alcoolismo e o racismo. Mas nunca deixará de considerá-los profundamente humanos. Um retrato do heróico povo rodesiano...

Aqui ficam os dados da obra original e da sua tradução em português que adquiri no Brasil.

Don´t let´s go the dogs tonight: An african childhood - Alexandra Fuller, Random House, New York

Feras no Jardim - Alexandra Fuller, Companhia das Letras, São Paulo

Alexandra Fuller tinha seis anos de idade e morava com os pais numa fazenda de tabaco no sul da África quando aprendeu a desmontar, limpar e disparar uma espingarda. Saber atirar podia significar a diferença entre a vida e a morte na antiga Rodésia, actual Zimbabwé, país de adopção da sua família. Ali, a minoria branca no poder viu-se acossada pelos guerrilheiros que lutavam por um governo de maioria negra, e enfrentavam mudanças traumáticas para as quais a mentalidade colonial não estava preparada.Assim vivia uma família de agricultores brancos, pobres, alcoolicos e inevitavelmente racistas numa África miserável em estado de rebelião.Os personagens do livro são europeus desgarrados que não encontram mais lugar em seus países de origem e sofrem as consequências por vezes trágicas de tentar impor a sua cultura num ambiente nada acolhedor.Com Alexandra Fuller, conhecemos a embaraçosa história do outro histórico da África: o colonizador europeu. Ao final destas páginas turbulentas, algum leitor poderá até sentir alívio por não ter convivido com a família Fuller. Poderá mesmo desprezá-los por suas fraquezas, carencias e patologias, como o alcoolismo e o racismo. Mas nunca deixará de considerá-los profundamente humanos. Um retrato do heróico povo rodesiano...Aqui ficam os dados da obra original e da sua tradução em português que adquiri no Brasil.Don´t let´s go the dogs tonight: An african childhood - Alexandra Fuller, Random House, New YorkFeras no Jardim - Alexandra Fuller, Companhia das Letras, São Paulo

15 julho, 2006

Os espiões que vieram dos States

A comissão temporária do Parlamento Europeu sobre a CIA pretende ouvir altos responsáveis das autoridades portuguesas, incluindo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.

A proposta partiu da eurodeputada socialista Ana Gomes e foi aceite pelo presidente da comissão temporária, o social-democrata Carlos Coelho.

Além do novo chefe da diplomacia portuguesa também o director do Instituto Nacional de Aviação Civil, Luís Almeida, o director do SEF, Manuel Jarmela Pardos, e o director-geral do SIS, Antero Luís, constam da lista de personalidades que a comissão quer ouvir.

Em causa ainda está, a alegada utilização pela CIA de países europeus para o transporte e detenção ilegal de prisioneiros. Além das autoridades portuguesas, a comissão pretende inquirir autoridades de outros nove estados europeus.

Mas será que esta gente não entende o real funcionamento de um serviço de inteligência?

Ou será que se inventam estas comissões apenas para justificação dos altos salários de Estrasburgo e Bruxelas?

Na minha opinião está-se mais uma vez a empolar uma questão insolucionável.

O mundo ocidental não decretou quase por unanimidade o terrorismo e o fundamentalismo islâmico como ameaças transnacionais?

Todos sabemos que o mundo da espionagem é recheado de operações secretas e acções clandestinas nos limites da legalidade.

A Europa quando está em apuros não apela sempre à divina protecção do Tio Sam?

Qual o motivo de toda esta confusão? Expliquem-me, porque ainda não entendi...

A comissão temporária do Parlamento Europeu sobre a CIA pretende ouvir altos responsáveis das autoridades portuguesas, incluindo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.A proposta partiu da eurodeputada socialista Ana Gomes e foi aceite pelo presidente da comissão temporária, o social-democrata Carlos Coelho.Além do novo chefe da diplomacia portuguesa também o director do Instituto Nacional de Aviação Civil, Luís Almeida, o director do SEF, Manuel Jarmela Pardos, e o director-geral do SIS, Antero Luís, constam da lista de personalidades que a comissão quer ouvir.Em causa ainda está, a alegada utilização pela CIA de países europeus para o transporte e detenção ilegal de prisioneiros. Além das autoridades portuguesas, a comissão pretende inquirir autoridades de outros nove estados europeus.Mas será que esta gente não entende o real funcionamento de um serviço de inteligência?Ou será que se inventam estas comissões apenas para justificação dos altos salários de Estrasburgo e Bruxelas?Na minha opinião está-se mais uma vez a empolar uma questão insolucionável.O mundo ocidental não decretou quase por unanimidade o terrorismo e o fundamentalismo islâmico como ameaças transnacionais?Todos sabemos que o mundo da espionagem é recheado de operações secretas e acções clandestinas nos limites da legalidade.A Europa quando está em apuros não apela sempre à divina protecção do Tio Sam?Qual o motivo de toda esta confusão? Expliquem-me, porque ainda não entendi...

Paz no Uganda?

O governo do Uganda e os rebeldes do Exército de Resistência do Senhor (LRA) iniciaram ontem, em Juba, no Sudão as negociações de paz destinadas a pôr fim a uma guerra de vinte anos no norte do país.

Joseph Kony é um obscuro líder messiânico que diz querer fundar no Uganda um regime teocrático, regulado pelos Dez Mandamentos. Mas a história do LRA, criado à imagem do seu líder, está repleta de atrocidades. O grupo é conhecido pelo sequestro de crianças que usa nas suas fileiras, como soldados, carregadores ou escravas sexuais.

Será o fim de mais um senhor da guerra africano? Esperemos que sim...

O governo do Uganda e os rebeldes do Exército de Resistência do Senhor (LRA) iniciaram ontem, em Juba, no Sudão as negociações de paz destinadas a pôr fim a uma guerra de vinte anos no norte do país.Joseph Kony é um obscuro líder messiânico que diz querer fundar no Uganda um regime teocrático, regulado pelos Dez Mandamentos. Mas a história do LRA, criado à imagem do seu líder, está repleta de atrocidades. O grupo é conhecido pelo sequestro de crianças que usa nas suas fileiras, como soldados, carregadores ou escravas sexuais.Será o fim de mais um senhor da guerra africano? Esperemos que sim...

14 julho, 2006

Soubemos esta semana que o número de cursos do ensino superior vai descer no próximo ano lectivo. Aparentemente é a primeira vez que isto acontece em Portugal desde o 25 de Abril. Desde essa data que os vários governos democráticos (e os do “Camarada Vasco”, que não cabem na primeira definição) foram desmantelando o ensino superior que o Estado Novo preconizara, por ser essencialmente elitista e exclusivista. A oferta cresceu, em grande parte graças às necessidades óbvias de um País que deixara para trás 16 anos de uma República anárquica, conflictiva e virulenta; 6 anos de uma incompetente Ditadura Militar; 36 anos de obscurantismo salazarista e mais 6 de uma primavera esmorecida e decadente. Parecia óbvio que se a história recente havia sido esta, o ensino superior desse País não poderia ser brilhante. Não o era.

Mas a oferta cresceu também porque a democracia portuguesa, inicialmente (???) tutelada pelos estigmas comunó-socialistó-rousseaueanó-politicamente-correctos, chegou à brilhante conclusão que o grande mal da Nação era que nem todos podiam ser “doutores”, ou “bacharéis”, como se dizia na literatura de oitocentos. Vai daí, os mais variados cursos floresceram de forma selvagem, qual fungo de geração espontânea. E pior: numa verdadeira inquisição anti-numerus clausus, as vagas para cada um deles (dos fungos cursivos, entenda-se!) foi aumentando exponencialmente. A lógica era clara: cada novo partido que chegava às orlas ministeriais deduzia que cada “pirralho” que garantia a sua vaga numa instituição pública era uma família mais no cômputo geral eleitoral. E mais alunos implicam mais professores nas universidades. E mais professores, mais pessoal auxiliar. And soy on, and soy on...

Enfim, nada de particularmente novo, visto que toda a (dis)Função Pública portuguesa cresceu de forma semelhante...

A coisa parecia ir de feição a todos os maganos que viviam, felizes e contentes, à sombra desta bananeira em concreto. Mas, o Tratado de Bolonha veio abalar a felicidade parasitária do ensino superior português. É estranho, desde logo, que tenha de ser uma entidade forânea, com uma estratégia e uma mentalidade estrangeira a vir resolver a trapalhada que nós mesmo fomos criando ao longo destes 30 anos. Para um nacionalista a coisa incomoda tanto como a um portista deve incomodar ver o Ricardo a defender penalties e o Scolari a ir galgando eliminatórias por aí fora, como se não houvesse amanhã...

Vem agora, o nosso douto ministro, o “mister MIT” Gago proclamar que “pela primeira vez o número de cursos não aumenta”. A explicação é que existem “demasiados cursos que não se articulam entre si e que oferecem uma formação de banda demasiado estreita” diz o Público.

Globalmente “há mais vagas disponíveis nos diferentes cursos superiores do que em 2005 (apenas 47 lugares a mais)”, aumento que se deve ao acréscimo de oferta na área de saúde (mais 324 vagas), nos cursos de Medicina e de Enfermagem. O ministro afirma orgulhoso que pela primeira vez em Portugal se introduz o “princípio de racionalização da oferta” aplicado ao ensino público. O que me parece caricato é que há vários anos a esta parte isto se sabia, e especialmente no campo da saúde, onde é já frequente há algum tempo a importação de pessoal especializado vindo do país “nuestro hermano”. O que me soa completamente patético é que se não fosse a aplicação de Bolonha este problema arrastar-se-ia ad infinitum (ou provavelmente até que um paciente tivesse, para ser atendido, de fazer um curso intensivo no Cervantes).

Até agora as directivas ministeriais dadas às instituições de ensino foram as de congelar o número de vagas e cursos existentes. A típica lógica portuguesa de, quando se faz algo correcto, é melhor dar um passo de cada vez. Mas quando será que o Estado português vai fazer uso da sua função mais permente enquanto estado pós-social, isto é: o planeamento estratégico? Quem terá a coragem de aquilatar as necessidades futuras de Portugal, e depois, tomar as decisões, tão impopulares quanto necessárias de fechar cursos inutéis, diminuir as vagas, em cursos em que estas sejam excedentárias (veja-se o exemplo de Direito: quantas vagas anuais existem em Portugal para aspirantes a juristas? Necessitará Portugal de 4 mil licenciados em Direito por ano?); aumentar exponencialmente vagas em cursos que formem profissionais de que Portugal verdadeiramente necessite; criar uma mentalidade de elite nos formandos universitários; desmantelar os preconceitos quanto ao ensino profissionalizante, dignificando esses profissionais e acabar de uma vez por todas com o estereótipo do canudo? Em suma, dotar Portugal de um sistema de ensino digno, profissional e nacionalista!

Soubemos esta semana que o número de cursos do ensino superior vai descer no próximo ano lectivo. Aparentemente é a primeira vez que isto acontece em Portugal desde o 25 de Abril. Desde essa data que os vários governos democráticos (e os do “Camarada Vasco”, que não cabem na primeira definição) foram desmantelando o ensino superior que o Estado Novo preconizara, por ser essencialmente elitista e exclusivista. A oferta cresceu, em grande parte graças às necessidades óbvias de um País que deixara para trás 16 anos de uma República anárquica, conflictiva e virulenta; 6 anos de uma incompetente Ditadura Militar; 36 anos de obscurantismo salazarista e mais 6 de uma primavera esmorecida e decadente. Parecia óbvio que se a história recente havia sido esta, o ensino superior desse País não poderia ser brilhante. Não o era.Mas a oferta cresceu também porque a democracia portuguesa, inicialmente (???) tutelada pelos estigmas comunó-socialistó-rousseaueanó-politicamente-correctos, chegou à brilhante conclusão que o grande mal da Nação era que nem todos podiam ser “doutores”, ou “bacharéis”, como se dizia na literatura de oitocentos. Vai daí, os mais variados cursos floresceram de forma selvagem, qual fungo de geração espontânea. E pior: numa verdadeira inquisição anti-numerus clausus, as vagas para cada um deles (dos fungos cursivos, entenda-se!) foi aumentando exponencialmente. A lógica era clara: cada novo partido que chegava às orlas ministeriais deduzia que cada “pirralho” que garantia a sua vaga numa instituição pública era uma família mais no cômputo geral eleitoral. E mais alunos implicam mais professores nas universidades. E mais professores, mais pessoal auxiliar. And soy on, and soy on...Enfim, nada de particularmente novo, visto que toda a (dis)Função Pública portuguesa cresceu de forma semelhante...A coisa parecia ir de feição a todos os maganos que viviam, felizes e contentes, à sombra desta bananeira em concreto. Mas, o Tratado de Bolonha veio abalar a felicidade parasitária do ensino superior português. É estranho, desde logo, que tenha de ser uma entidade forânea, com uma estratégia e uma mentalidade estrangeira a vir resolver a trapalhada que nós mesmo fomos criando ao longo destes 30 anos. Para um nacionalista a coisa incomoda tanto como a um portista deve incomodar ver o Ricardo a defender penalties e o Scolari a ir galgando eliminatórias por aí fora, como se não houvesse amanhã...Vem agora, o nosso douto ministro, o “mister MIT” Gago proclamar que “pela primeira vez o número de cursos não aumenta”. A explicação é que existem “demasiados cursos que não se articulam entre si e que oferecem uma formação de banda demasiado estreita” diz oGlobalmente “há mais vagas disponíveis nos diferentes cursos superiores do que em 2005 (apenas 47 lugares a mais)”, aumento que se deve ao acréscimo de oferta na área de saúde (mais 324 vagas), nos cursos de Medicina e de Enfermagem. O ministro afirma orgulhoso que pela primeira vez em Portugal se introduz o “princípio de racionalização da oferta” aplicado ao ensino público. O que me parece caricato é que há vários anos a esta parte isto se sabia, e especialmente no campo da saúde, onde é já frequente há algum tempo a importação de pessoal especializado vindo do país “nuestro hermano”. O que me soa completamente patético é que se não fosse a aplicação de Bolonha este problema arrastar-se-ia ad infinitum (ou provavelmente até que um paciente tivesse, para ser atendido, de fazer um curso intensivo no Cervantes).Até agora as directivas ministeriais dadas às instituições de ensino foram as de congelar o número de vagas e cursos existentes. A típica lógica portuguesa de, quando se faz algo correcto, é melhor dar um passo de cada vez. Mas quando será que o Estado português vai fazer uso da sua função mais permente enquanto estado pós-social, isto é: o planeamento estratégico? Quem terá a coragem de aquilatar as necessidades futuras de Portugal, e depois, tomar as decisões, tão impopulares quanto necessárias de fechar cursos inutéis, diminuir as vagas, em cursos em que estas sejam excedentárias (veja-se o exemplo de Direito: quantas vagas anuais existem em Portugal para aspirantes a juristas? Necessitará Portugal de 4 mil licenciados em Direito por ano?); aumentar exponencialmente vagas em cursos que formem profissionais de que Portugal verdadeiramente necessite; criar uma mentalidade de elite nos formandos universitários; desmantelar os preconceitos quanto ao ensino profissionalizante, dignificando esses profissionais e acabar de uma vez por todas com o estereótipo do canudo? Em suma, dotar Portugal de um sistema de ensino digno, profissional e nacionalista!

O amigo americano

Desde logo o seu nome aparece referido aquando do relatório do padre Hastings que denunciava os massacres dos militares portugueses em solo africano, nomeadamente o tenebroso massacre de Wyryamu. Por esta altura, Soares é convidado a deslocar-se à Grã-Bretanha pela mão dos Labours (e nesta deslocação se teria dado o célebre incidente de Soares a pisar a bandeira portuguesa, posto que, ao que dizem algumas insuspeitas vozes, como a do historiador Costa Pinto, tudo teria sido uma manobra difamatória dos serviços de inteligência nacionais).

Por outro lado, ficámos a saber que Soares, enquanto Ministro dos Negócios Estrangeiros, mas sobretudo, enquanto secretário-geral do PS, garantiu ao então embaixador norte-americano, Stuart Nash Scott, que Portugal não avançaria para uma ditadura comunista (será por isso que o PCP e restante extrema-esquerda não podem com o dr. Soares?).

Mas, parece-me a mim, que o mais interessante de tudo o que agora foi tornado público são as afirmações do mesmo diplomata, quando este afirma que "os seus [de Mário Soares] esforços dirigem-se, neste momento, para as negociações como PAIGC das quais, aparentemente, Portugal quer sair com um acordo para reter Cabo Verde em troca da independência da Guiné-Bissau."

Seria altura de indagar Soares a este respeito. O que teria ele em mente à altura? Aplicar a "descolonização exemplar" à Guiné-Bissau (o único dos três territórios onde a guerra estava definitivamente perdida pelas forças portuguesas) e continuar a administrar Cabo Verde enquanto colónia? Se sim, porque motivo? Seria para ali criar uma estância balnear do novo regime? Mário Soares, cuja longeva e prolífica carreira política parece ter terminado aquando das últimas eleições presidenciais, volta a estar na berlinda. De facto, e se tivermos em conta a sua importância nos últimos trinta anos na vida política portuguesa, muito ainda viremos a ouvir deste "pai da Nação". Desta feita o seu nome foi arrolado por causa dos quase três mil telegramas sobre Portugal que estão desde a semana passada abertos a consulta pública e que foram disponibilizados pelos serviços de informação norte-americanos.Desde logo o seu nome aparece referido aquando do relatório do padre Hastings que denunciava os massacres dos militares portugueses em solo africano, nomeadamente o tenebroso massacre de Wyryamu. Por esta altura, Soares é convidado a deslocar-se à Grã-Bretanha pela mão dos Labours (e nesta deslocação se teria dado o célebre incidente de Soares a pisar a bandeira portuguesa, posto que, ao que dizem algumas insuspeitas vozes, como a do historiador Costa Pinto, tudo teria sido uma manobra difamatória dos serviços de inteligência nacionais).Por outro lado, ficámos a saber que Soares, enquanto Ministro dos Negócios Estrangeiros, mas sobretudo, enquanto secretário-geral do PS, garantiu ao então embaixador norte-americano, Stuart Nash Scott, que Portugal não avançaria para uma ditadura comunista (será por isso que o PCP e restante extrema-esquerda não podem com o dr. Soares?).Mas, parece-me a mim, que o mais interessante de tudo o que agora foi tornado público são as afirmações do mesmo diplomata, quando este afirma que "os seus [de Mário Soares] esforços dirigem-se, neste momento, para as negociações como PAIGC das quais, aparentemente, Portugal quer sair com um acordo para reter Cabo Verde em troca da independência da Guiné-Bissau."Seria altura de indagar Soares a este respeito. O que teria ele em mente à altura? Aplicar a "descolonização exemplar" à Guiné-Bissau (o único dos três territórios onde a guerra estava definitivamente perdida pelas forças portuguesas) e continuar a administrar Cabo Verde enquanto colónia? Se sim, porque motivo? Seria para ali criar uma estância balnear do novo regime?

Portugal de tanga!

Dois anos volvidos, o Salão Internacional Erótico de Lisboa regressa hoje ao pavilhão 1 da FIL, e pode ser visitado até ás 22h de domingo.

Não irão faltar shows eróticos, strip-tease, sessões fotográficas com estrelas do mundo porno,etc. O ponto alto do certame irá ocorrer quando a actriz (?) espanhola Sónia Baby, tentar bater um recorde mundial, ao retirar da vagina uma corrente metálica com 20 metros de comprimento. Momento épico!

Mais um evento de extrema importância para a cultura da nação! Ou será que os nossos governantes e empresários, vislumbram na milionária indústria do sexo, os rumos do sucesso da economia portuguesa?

Dois anos volvidos, o Salão Internacional Erótico de Lisboa regressa hoje ao pavilhão 1 da FIL, e pode ser visitado até ás 22h de domingo.Não irão faltar shows eróticos, strip-tease, sessões fotográficas com estrelas do mundo porno,etc. O ponto alto do certame irá ocorrer quando a actriz (?) espanhola Sónia Baby, tentar bater um recorde mundial, ao retirar da vagina uma corrente metálica com 20 metros de comprimento. Momento épico!Mais um evento de extrema importância para a cultura da nação! Ou será que os nossos governantes e empresários, vislumbram na milionária indústria do sexo, os rumos do sucesso da economia portuguesa?

13 julho, 2006

RD Congo a ferro e fogo!

As eleições presidenciais e legislativas na República Democrática do Congo, as primeiras em mais de quarenta anos, realizam-se a 30 de Julho.

A campanha eleitoral tem sido pautada, nestes últimos dias, por inúmeros confrontos entre populares e forças da ordem nas ruas de Kinshasa. Os manifestantes alegam a falta de tranparência do processo eleitoral, e a comunidade internacional teme o pior para os próximos dias. O leste da RDC também tem sido palco de conflitos com forças rebeldes, que têm desestabilizado a organização das eleições.

Vinte e cinco fuzileiros portugueses, que integram a missão da União Europeia ás eleições na RD Congo vão partir a 14 de Julho e ficar estacionados em Port-Gentil (Gabão). Os militares portugueses irão permanecer na região por um período de quatro meses após as eleições de 30 de Julho.

Uma vez mais, as obrigações para com a UE, irão deslocar tropas portuguesas para um conflito alheio aos interesses nacionais. Que eu saiba, não existe uma comunidade portuguesa significativa naquele país ou qualquer outro tipo de interesses nacionais em terras do Congo.

A missão será comandada pela França. Porque será?

Novamente, os franceses mantêm firme o seu controlo pós-colonial da África Ocidental, socorrendo-se de meios logísticos e militares da UE. E nós dizemos amén!

Não seria bem melhor, a França pedir patrocínios a todas as empresas francófonas com fortes interesses comerciais na região?

As eleições presidenciais e legislativas na República Democrática do Congo, as primeiras em mais de quarenta anos, realizam-se a 30 de Julho.A campanha eleitoral tem sido pautada, nestes últimos dias, por inúmeros confrontos entre populares e forças da ordem nas ruas de Kinshasa. Os manifestantes alegam a falta de tranparência do processo eleitoral, e a comunidade internacional teme o pior para os próximos dias. O leste da RDC também tem sido palco de conflitos com forças rebeldes, que têm desestabilizado a organização das eleições.Vinte e cinco fuzileiros portugueses, que integram a missão da União Europeia ás eleições na RD Congo vão partir a 14 de Julho e ficar estacionados em Port-Gentil (Gabão). Os militares portugueses irão permanecer na região por um período de quatro meses após as eleições de 30 de Julho.Uma vez mais, as obrigações para com a UE, irão deslocar tropas portuguesas para um conflito alheio aos interesses nacionais. Que eu saiba, não existe uma comunidade portuguesa significativa naquele país ou qualquer outro tipo de interesses nacionais em terras do Congo.A missão será comandada pela França. Porque será?Novamente, os franceses mantêm firme o seu controlo pós-colonial da África Ocidental, socorrendo-se de meios logísticos e militares da UE. E nós dizemos amén!Não seria bem melhor, a França pedir patrocínios a todas as empresas francófonas com fortes interesses comerciais na região?

Guerra do Silêncio

Pelo menos 200 pessoas morreram nos atentados de terça-feira que atingiram comboios, estações e metropolitano de Bombaim-India, anunciou ontem o vice-ministro do estado de Maharashtra na assembleia estadual.

As autoridades indianas acreditam que por trás dos atentados está o grupo islâmico paquistanês - LeT, pois o modus operandi, corresponde à forma de actuar deste grupo que luta pela secessão de Caxemira indiana, estado maioritariamente muçulmano.

Mais um triste episódio, no que eu designo por Guerra do Silêncio, que sucede à Guerra Fria dos anos 80. Na actualidade, os conflitos não ocorrem entre nações. As hostilidades ocorrem entre estados soberanos e organizações terroristas transnacionais, com lideranças mais ou menos anónimas.

Creio que dentro de alguns anos, este novo período da história que vivemos irá ocasionar uma nova ordem mundial, que ditará o fim do predomínio dos EUA no cenário mundial. Eles próprios compraram uma Guerra no Iraque, que são incapazes de gerir e que originam gastos astronómicos. Ainda me recordo, que um dos factores do declínio da ex-URSS foi precisamente uma longa guerra no Afeganistão, e parece que mais uma vez a história se repete para os lados do Tio Sam.

Este grave atentado ocorreu na India. Agora comparem o alarido da imprensa internacional, comparativamente com os atentados que ocorreram em Nova Iorque, Madrid e Londres...

Pelo menos 200 pessoas morreram nos atentados de terça-feira que atingiram comboios, estações e metropolitano de Bombaim-India, anunciou ontem o vice-ministro do estado de Maharashtra na assembleia estadual.As autoridades indianas acreditam que por trás dos atentados está o grupo islâmico paquistanês - LeT, pois o modus operandi, corresponde à forma de actuar deste grupo que luta pela secessão de Caxemira indiana, estado maioritariamente muçulmano.Mais um triste episódio, no que eu designo por Guerra do Silêncio, que sucede à Guerra Fria dos anos 80. Na actualidade, os conflitos não ocorrem entre nações. As hostilidades ocorrem entre estados soberanos e organizações terroristas transnacionais, com lideranças mais ou menos anónimas.Creio que dentro de alguns anos, este novo período da história que vivemos irá ocasionar uma nova ordem mundial, que ditará o fim do predomínio dos EUA no cenário mundial. Eles próprios compraram uma Guerra no Iraque, que são incapazes de gerir e que originam gastos astronómicos. Ainda me recordo, que um dos factores do declínio da ex-URSS foi precisamente uma longa guerra no Afeganistão, e parece que mais uma vez a história se repete para os lados do Tio Sam.Este grave atentado ocorreu na India. Agora comparem o alarido da imprensa internacional, comparativamente com os atentados que ocorreram em Nova Iorque, Madrid e Londres...

12 julho, 2006

Ian Smith - A Lenda Branca

Ian Smith foi o Premier da colónia britânica da Rodésia do Sul de 13 de Abril de 1964 a 11 Novembro de 1965, e ministro principal da Rodésia (actualmente Zimbabwé) de Novembro de 1965 a 1 de Junho de 1979, quando a Rodésia foi governada pela sua minoria branca.

Smith talvez seja mais recordado, pela sua assinatura da Declaração de Independência Unilateral do Reino Unido. Ele e outros políticos brancos do sistema argumentavam que não existia nada de fundamentalmente racista sobre o sistema eleitoral da Rodésia. Tal argumentação não é muito credível visto que até 1979, os brancos detinham 95% dos votos em eleições nacionais quando não eram mais de 5% da população total.

Durante os anos 60, foi concedida a independência de todas as colónias britânicas em África. A Rodésia procurou também a sua independência, mas o governo britânico não concordou porque pretendia um governo negro a reger os rumos do país. A alternativa à independência, seria uma continuação do status-quo, onde os brancos constituíam a classe dominante.

Surge então a Declaração de Independência Unilateral a 11 de Novembro de 1975.

A UDI provocou de imediato sanções internacionais, incluindo as primeiras sanções económicas da história das Nações Unidas, conduzidas em grande parte pela Grã-Bretanha, pela OAU, e mesmo o governo da África do Sul do apartheid apoiava clandestinamente mas não reconhecia o novo Estado.

As sanções das Nações Unidas eram bastante severas e envolviam todas as transacções comerciais e financeiras com a Rodésia.

Entretanto, em 1971, a oposição negra foi ficando mais intensa e surgem os primeiros ataques dos guerrilheiros rebeldes, em diversas propriedades rurais de brancos. Estava marcado o início da designada Bush War. Grande parte das movimentações dos guerrilheiros, possuía estruturas de apoio em países vizinhos, com destaque para Moçambique.

O isolamento internacional intensifica-se após a independência de Moçambique em 1975, e também devido a um recuo do apoio sul-africano. As sanções económicas estrangulavam cada vez mais o país, ao mesmo tempo que as forças rebeldes começavam a tomar a dianteira na guerra.

Em 1978, a minoria branca encara pela primeira vez um acordo político com alguns partidos negros, mas garantido 2/3 dos assentos do parlamento para os brancos, o controlo das forças armadas e poder judicial.

Em 1979, são realizadas as primeiras eleições multi-raciais, o país muda de nome - Zimbabwé e a guerra na selva termina. No ano de 1980, ocorrem umas segundas eleições e Robert Mugabe sobe ao poder, onde se mantem até hoje. Ao longo dos anos as condições de vida dos brancos do Zimbabwé, têm-se deteriorado e muitos já fugiram para o Reino Unido. Não esqueçamos que existem ainda vários portugueses residentes neste país, para onde emigraram após a independência das ex-colónias portuguesas.

Ian Smith, encontra-se neste momento a viver no exílio na África do Sul. Deixa duas obras fundamentais para o entendimento desta época: Great Betrayal e Bitter Harvest.

Ian Smith foi o Premier da colónia britânica da Rodésia do Sul de 13 de Abril de 1964 a 11 Novembro de 1965, e ministro principal da Rodésia (actualmente Zimbabwé) de Novembro de 1965 a 1 de Junho de 1979, quando a Rodésia foi governada pela sua minoria branca.Smith talvez seja mais recordado, pela sua assinatura da Declaração de Independência Unilateral do Reino Unido. Ele e outros políticos brancos do sistema argumentavam que não existia nada de fundamentalmente racista sobre o sistema eleitoral da Rodésia. Tal argumentação não é muito credível visto que até 1979, os brancos detinham 95% dos votos em eleições nacionais quando não eram mais de 5% da população total.Durante os anos 60, foi concedida a independência de todas as colónias britânicas em África. A Rodésia procurou também a sua independência, mas o governo britânico não concordou porque pretendia um governo negro a reger os rumos do país. A alternativa à independência, seria uma continuação do status-quo, onde os brancos constituíam a classe dominante.Surge então a Declaração de Independência Unilateral a 11 de Novembro de 1975.A UDI provocou de imediato sanções internacionais, incluindo as primeiras sanções económicas da história das Nações Unidas, conduzidas em grande parte pela Grã-Bretanha, pela OAU, e mesmo o governo da África do Sul do apartheid apoiava clandestinamente mas não reconhecia o novo Estado.As sanções das Nações Unidas eram bastante severas e envolviam todas as transacções comerciais e financeiras com a Rodésia.Entretanto, em 1971, a oposição negra foi ficando mais intensa e surgem os primeiros ataques dos guerrilheiros rebeldes, em diversas propriedades rurais de brancos. Estava marcado o início da designada Bush War. Grande parte das movimentações dos guerrilheiros, possuía estruturas de apoio em países vizinhos, com destaque para Moçambique.O isolamento internacional intensifica-se após a independência de Moçambique em 1975, e também devido a um recuo do apoio sul-africano. As sanções económicas estrangulavam cada vez mais o país, ao mesmo tempo que as forças rebeldes começavam a tomar a dianteira na guerra.Em 1978, a minoria branca encara pela primeira vez um acordo político com alguns partidos negros, mas garantido 2/3 dos assentos do parlamento para os brancos, o controlo das forças armadas e poder judicial.Em 1979, são realizadas as primeiras eleições multi-raciais, o país muda de nome - Zimbabwé e a guerra na selva termina. No ano de 1980, ocorrem umas segundas eleições e Robert Mugabe sobe ao poder, onde se mantem até hoje. Ao longo dos anos as condições de vida dos brancos do Zimbabwé, têm-se deteriorado e muitos já fugiram para o Reino Unido. Não esqueçamos que existem ainda vários portugueses residentes neste país, para onde emigraram após a independência das ex-colónias portuguesas.Ian Smith, encontra-se neste momento a viver no exílio na África do Sul. Deixa duas obras fundamentais para o entendimento desta época: Great Betrayal e Bitter Harvest.

11 julho, 2006

Roteiro para a inclusão

Cavaco Silva inicia amanhã, dia 11, um novo momento no "Roteiro para a inclusão" desta feita a norte de Portugal. Se bem se lembram o primeiro tinha sido na Região do Alentejo e Cavaco Silva tinha alertado para os problemas da interioridade, baixa natalidade, etc. Amanhã Cavaco começará por chamar a atenção para as mulheres e crianças vítimas de maus tratos, mas também, e na minha opinião extremamente importante, abordará o tema da gravidez na adolescência. A gravidez na adolescência é um flagelo social, são mulheres jovens que deixam a escola onde deveriam ganhar os instrumentos suficientes para poderem ter uma contribuição activa para a sociedade portuguesa. No entanto, ao engravidarem aos 16 anos, saiem da escola, dedicam-se a criar os filhos, tomarem conta da casa e na grande maioria dos casos, a serem trabalhadoras sem qualquer tipo de qualificação de fábricas por esse país fora. Ganham miseravelmente, vivem na total dependência do seu marido ou familiares mais próximos e dos subsídios do Estado. Como alterar esta situação? Comecemos pelos motivos que levam à gravidez da adolescência: - Desconhecimento. Seja do corpo e sua função reprodutora, seja de métodos anti-conceptivos; - Descontentamento. Com a família e com a escola; - Meio social desfavorecido em que todos vivem numa promiscuidade absoluta (sim, isto acontece em Portugal). Como alterar: - Conhecimento. Adaptação de manuais escolares próprios a uma sociedade que cada vez cresce mais depressa; Ensino de métodos de anti-concepção na escola preparatória (ou como se chama hoje em dia); - Contentamento. Sobretudo com as opções que a escola oferece. Nem todos podem ser licenciados, muitos não gostam de estuda

Quatro jovens nobres revoltam-se com a anarquia instalada na república socialista à beira mar plantada e resolvem então fundar um novo estado alternativo para todos os portugueses insatisfeitos. Surgem então os problemas imobiliários!:) Onde instalar este estado utópico? Lembram-se então de se instalar no antigo forte português de S.João Baptista de Ajudá no actual Benim, outrora feroz Reino de Daomé apelando à usocapião deste território junto das autoridades locais.

31 julho, 2006

Duma vez por todas

Hoje, o filme seleccionado para exibição no Condado é Duma vez por todas do realizador português Joaquim Leitão. Trata-se da sua primeira longa-metragem, datada de 1986, em que é visível um ritmo e um domínio da narrativa pouco frequentes no cinema nacional, em geral ainda voltado para o modelo francês, em que as personagens e seus sentimentos se sobrepõem ao enredo. Sem deixar de ser europeu (e especificamente português pelo conteúdo das suas obras), o cinema de Joaquim Leitão não renega a componente espectáculo, habitualmente mais associada a produções norte-americanas.

Luís Faria (o músico e mentor dos Madredeus, Pedro Ayres Magalhães) é um jovem lisboeta. Trabalha de noite, como recepcionista de um hotel na linha do Estoril. O emprego não é dos mais motivantes, em consonância com uma vida de insatisfação: os dias são para dormir e nas noites de folga as alternativas à solidão resumem-se a saídas rotineiras com colegas de trabalho ou mulheres que pouco ou nada lhe dizem.

Mas algo parece mudar quando Luís, para afastar o tédio, começa a espiar (através de binóculos) a vizinha da frente. Uma mulher bela e misteriosa (a modelo Vicky Almeida, tragicamente desaparecida antes do filme estar terminado, num papel que era para ter sido da cantora Annie Lennox) que ganha a vida como prostituta de luxo.

Entre os clientes, está um piloto de aviões brasileiro (Filipe Ferrer), envolvido em negócios obscuros. A segui-lo tem dois perigosos criminosos, interessados na mercadoria que trafica, à espera do melhor momento para o atacar.

È neste mundo secreto que Luís cada vez mais atraído ao encontro da imagem que se insinua para lá da janela em frente, vai mergulhar. Um jogo perigoso e mortal, do qual não conhece as regras...

Nota de destaque para a banda sonora do filme, onde consta o tema instrumental O Navio da autoria de Pedro Ayres Magalhães, que não é mais do que um esboço do que viria a ser um dos primeiros temas dos Madredeus que viriam a lançar o seu primeiro álbum nesse ano de 1986.

Agora, temos que arranjar um estratagema para afastar os mosquitos que tanto nos incomodaram na primeira sessão da semana passada!

Título: Duma vez por todas

País de Origem: Portugal (1986)

Realização: Joaquim Leitão

Elenco: Pedro Ayres Magalhães

Vicky Almeida

Filipe Ferrer

Henrique Viana

Madalena Pinto Leite

Vítor Norte...

Hoje, o filme seleccionado para exibição no Condado édo realizador português. Trata-se da sua primeira longa-metragem, datada de 1986, em que é visível um ritmo e um domínio da narrativa pouco frequentes no cinema nacional, em geral ainda voltado para o modelo francês, em que as personagens e seus sentimentos se sobrepõem ao enredo. Sem deixar de ser europeu (e especificamente português pelo conteúdo das suas obras), o cinema de Joaquim Leitão não renega a componente espectáculo, habitualmente mais associada a produções norte-americanas.Luís Faria (o músico e mentor dos Madredeus, Pedro Ayres Magalhães) é um jovem lisboeta. Trabalha de noite, como recepcionista de um hotel na linha do Estoril. O emprego não é dos mais motivantes, em consonância com uma vida de insatisfação: os dias são para dormir e nas noites de folga as alternativas à solidão resumem-se a saídas rotineiras com colegas de trabalho ou mulheres que pouco ou nada lhe dizem.Mas algo parece mudar quando Luís, para afastar o tédio, começa a espiar (através de binóculos) a vizinha da frente. Uma mulher bela e misteriosa (a modelo Vicky Almeida, tragicamente desaparecida antes do filme estar terminado, num papel que era para ter sido da cantora Annie Lennox) que ganha a vida como prostituta de luxo.Entre os clientes, está um piloto de aviões brasileiro (Filipe Ferrer), envolvido em negócios obscuros. A segui-lo tem dois perigosos criminosos, interessados na mercadoria que trafica, à espera do melhor momento para o atacar.È neste mundo secreto que Luís cada vez mais atraído ao encontro da imagem que se insinua para lá da janela em frente, vai mergulhar. Um jogo perigoso e mortal, do qual não conhece as regras...Nota de destaque para a banda sonora do filme, onde consta o tema instrumental O Navio da autoria de Pedro Ayres Magalhães, que não é mais do que um esboço do que viria a ser um dos primeiros temas dos Madredeus que viriam a lançar o seu primeiro álbum nesse ano de 1986.Agora, temos que arranjar um estratagema para afastar os mosquitos que tanto nos incomodaram na primeira sessão da semana passada!Título:País de Origem: Portugal (1986)Realização: Joaquim LeitãoElenco: Pedro Ayres MagalhãesVicky AlmeidaFilipe FerrerHenrique VianaMadalena Pinto LeiteVítor Norte...

29 julho, 2006

Tudo bons rapazes

Ontem, Alan Garcia tomou posse como novo Presidente do Peru. Homem de esquerda, ficou célebre por protagonizar o pior mandato presidencial do país. Entre 1985 e 1990, a taxa de inflacção atingiu os 7000% e foi a época em que se registou maior actividade do grupo terrorista Sendero Luminoso. Em 1992, exilou-se na Colômbia, pois Alberto Fujimori ordenou a sua prisão devido a supostas irregularidades durante a sua presidência. Regressou triunfante em Janeiro do corrente ano, para vencer as eleições.

Actualmente, o Peru ainda apresenta altos índices de pobreza mas regista um crescimento económico, de cerca de 6% anuais.

Alan Garcia, na cerimónia de posse, defendeu uma maior aproximação política com o Brasil e Chile, que considera serem os países com uma posição política mais moderada no actual cenário sul-americano. Como não poderia deixar de ser, o seu amigo Lula da Silva deslocou-se ao Peru em visita oficial para prestar homenagem ao seu companheiro de armas.

Agora eu questiono...O que levou os eleitores peruanos, a depositar de novo a sua confiança num homem com este histórico lamentável?

A mentalidade dos povos da América Latina, ainda é um grande mistério para o meu entendimento dos factos...

Ontem, Alan Garcia tomou posse como novo Presidente do Peru. Homem de esquerda, ficou célebre por protagonizar o pior mandato presidencial do país. Entre 1985 e 1990, a taxa de inflacção atingiu os 7000% e foi a época em que se registou maior actividade do grupo terrorista Sendero Luminoso. Em 1992, exilou-se na Colômbia, pois Alberto Fujimori ordenou a sua prisão devido a supostas irregularidades durante a sua presidência. Regressou triunfante em Janeiro do corrente ano, para vencer as eleições.Actualmente, o Peru ainda apresenta altos índices de pobreza mas regista um crescimento económico, de cerca de 6% anuais.Alan Garcia, na cerimónia de posse, defendeu uma maior aproximação política com o Brasil e Chile, que considera serem os países com uma posição política mais moderada no actual cenário sul-americano. Como não poderia deixar de ser, o seu amigo Lula da Silva deslocou-se ao Peru em visita oficial para prestar homenagem ao seu companheiro de armas.Agora eu questiono...O que levou os eleitores peruanos, a depositar de novo a sua confiança num homem com este histórico lamentável?A mentalidade dos povos da América Latina, ainda é um grande mistério para o meu entendimento dos factos...

A banda portuense, encontra-se neste momento em digressão no nordeste do Brasil. Ontem, foi dia de concerto em Natal - Rio Grande do Norte, juntamente com a banda carioca Los Hermanos. Desejos de muito sucesso para Manuela Azevedo e comparsas nesta visita a terras de Vera Cruz...

A banda portuense, encontra-se neste momento em digressão no nordeste do Brasil. Ontem, foi dia de concerto em Natal - Rio Grande do Norte, juntamente com a banda carioca Los Hermanos. Desejos de muito sucesso para Manuela Azevedo e comparsas nesta visita a terras de Vera Cruz...

28 julho, 2006

A notícia de mudança da pianista Maria João Pires para o Brasil, é mais um sintoma de que algo vai mal em Portugal. Distinguida com o Prémio Pessoa em 1989, nos últimos tempos tinha-se dedicado ao Centro Belgais para o Estudo das Artes, localizado no concelho de Castelo Branco, de que era fundadora e dirigente.

Normalmente quem tem ideias inovadoras e bons projectos para o país, acaba por ter que procurar novos rumos além-fronteiras. Cada vez mais somos um país que vive de futebol, baixa política e que se educa através das boçalidades de reality-shows televisivos. Assistimos impávidos e serenos a um embrutecimento da nossa população. Os fenómenos migratórios do passado eram originados no interior do país, onde as populações se viam defrontadas com poucas perspectivas de futuro. Hoje, o fenómeno da emigração parece motivar todos aqueles que se preocupam com a situação real do país e que não têm o seu valor reconhecido na terra que os viu nascer...

A notícia de mudança da pianista Maria João Pires para o Brasil, é mais um sintoma de que algo vai mal em Portugal. Distinguida com o Prémio Pessoa em 1989, nos últimos tempos tinha-se dedicado ao Centro Belgais para o Estudo das Artes, localizado no concelho de Castelo Branco, de que era fundadora e dirigente.Normalmente quem tem ideias inovadoras e bons projectos para o país, acaba por ter que procurar novos rumos além-fronteiras. Cada vez mais somos um país que vive de futebol, baixa política e que se educa através das boçalidades de reality-shows televisivos. Assistimos impávidos e serenos a um embrutecimento da nossa população. Os fenómenos migratórios do passado eram originados no interior do país, onde as populações se viam defrontadas com poucas perspectivas de futuro. Hoje, o fenómeno da emigração parece motivar todos aqueles que se preocupam com a situação real do país e que não têm o seu valor reconhecido na terra que os viu nascer...

27 julho, 2006

Memórias televisivas

Macau, 1999...à beira da transferência para a administração chinesa.

Em Macau, Lisboa e na China vivem-se os tempos do final do império português. São três perspectivas diversas sobre o mesmo acontecimento que condicionam o presente e o futuro das diversas comunidades de Macau e determinam aí conflitos de interesses, todos enquadrados por uma lógica de contornos difusos, em que, por vezes se torna difícil a distinção entre o bem e o mal.

Universo místico, horizonte da aventura ainda possível...Macau exercia sobre parte da sociedade portuguesa o fascínio do exotismo, onde tudo parecia possível, inclusive a oportunidade de um novo começo de vida. È por isso que Rita Carreira voa para Macau. Com 30 anos e após um divórcio, Rita não consegue deixar de se recriminar, projectando a sua insegurança sobre as convicções que sempre a animaram.

Estes eram os elementos, que compunham a base do enredo de Dragão de Fumo, saudosa série transmitida no canal 1 da RTP em 1999.

Esta série, realizada por José Carlos de Oliveira, era a adaptação do livro homónimo, da autoria de João Aguiar. Este escritor português é autor de uma obra prolífera, mas pouco divulgada entre nós. Dragão de Fumo é a continuação de um seu livro anterior, Os Comedores de Pérolas cuja narrativa também se desenrola em Macau, tendo Adriano Carreira (pai de Rita) como personagem principal.

Uma das curiosidades desta série, foi a revelação de Adolfo Luxúria Canibal, vocalista dos Mão Morta como actor. Ele interpreta o papel, de um dos vilões da história e algumas das suas frases ficarão para a posteridade. "Deixem estar, que eu trato da gaja!" :)

Alguém me sabe dizer se esta série foi editada, posteriormente em DVD? Se houver alguma alma caridosa que a queira enderaçar aqui para o Forte, eu agradeço.

Título: Dragão de Fumo

País de Origem: Portugal (1999) - RTP

Realização: José Carlos de Oliveira

Elenco: Cristina Homem de Mello

Afonso de Melo

Amílcar Martins

Adolfo Luxúria Canibal

Rita Amorim

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Macau, 1999...à beira da transferência para a administração chinesa.Em Macau, Lisboa e na China vivem-se os tempos do final do império português. São três perspectivas diversas sobre o mesmo acontecimento que condicionam o presente e o futuro das diversas comunidades de Macau e determinam aí conflitos de interesses, todos enquadrados por uma lógica de contornos difusos, em que, por vezes se torna difícil a distinção entre o bem e o mal.Universo místico, horizonte da aventura ainda possível...Macau exercia sobre parte da sociedade portuguesa o fascínio do exotismo, onde tudo parecia possível, inclusive a oportunidade de um novo começo de vida. È por isso que Rita Carreira voa para Macau. Com 30 anos e após um divórcio, Rita não consegue deixar de se recriminar, projectando a sua insegurança sobre as convicções que sempre a animaram.Estes eram os elementos, que compunham a base do enredo de, saudosa série transmitida no canal 1 da RTP em 1999.Esta série, realizada por, era a adaptação do livro homónimo, da autoria de. Este escritor português é autor de uma obra prolífera, mas pouco divulgada entre nós.é a continuação de um seu livro anterior, Os Comedores de Pérolas cuja narrativa também se desenrola em Macau, tendo Adriano Carreira (pai de Rita) como personagem principal.Uma das curiosidades desta série, foi a revelação de Adolfo Luxúria Canibal, vocalista dos Mão Morta como actor. Ele interpreta o papel, de um dos vilões da história e algumas das suas frases ficarão para a posteridade. "Deixem estar, que eu trato da gaja!" :)Alguém me sabe dizer se esta série foi editada, posteriormente em DVD? Se houver alguma alma caridosa que a queira enderaçar aqui para o Forte, eu agradeço.Título:País de Origem: Portugal (1999) - RTPRealização: José Carlos de OliveiraElenco: Cristina Homem de MelloAfonso de MeloAmílcar MartinsAdolfo Luxúria CanibalRita Amorim...

25 julho, 2006

Manuel Alegre foi durante muitos anos, e depois de Soares ter posto o "socialismo na gaveta", o verdadeiro rosto do socialismo em Portugal. De facto, ele encarnava aquele espírito, há muito perdido, do socialismo utópico da "liberté, equalité, fraternité", do poder popular, da luta pelos direitos dos mais pobres e oprimidos. A haver um socialista, republicano e jacobino (se por socialista, republicano e jacobino, entendermos as três palavras no seu sentido mais nobre) sempre pensei que fosse Manuel Alegre.

Mas eis que senão, surge uma rotunda notícia, daquelas que arrelia os cidadãos e enfurece os citados. O hierático Manuel Alegre passou à reforma "este mês com 3219,95 euros mensais por ter desempenhado, segundo o próprio, durante “pouco tempo”, funções de “coordenador de programas de texto” da RDP (Rádio Difusão de Portugal), segundo a lista dos aposentados e reformados divulgada pela Caixa Geral de Aposentações (CGA)

O “Correio da Manhã” de hoje avança que o vice-presidente da Assembleia da República esteve apenas três meses como director dos Serviços Criativo e Culturais da RDP.", isto segundo a edição de hoje do Público on-line.

Alegre já terá reagido a esta notícia. Segundo o antigo candidato à presidência da República (qual será a reforma de um antigo PR?), o dinheiro que recebe pelos serviços prestados durante três-3-três meses ao serviço da RDP "é quase uma insignificância".

Um dia, quando for feita a história dum país desaparecido chamado Portugal, e ela for contada aos vindouros, eles hão-de querer saber quem foram os culpados pela "falência" daquele "jardim à beira-mar plantado". E hão-de vir os nomes de Salazar e de Cunhal; de Caetano e de Soares; de Sinel de Cordes e de Vasco Gonçalves; do Marquês de Pombal e do engenheiro Guterres...

Mas outros tantos, tantos e tantos "manéis" que se foram aproveitando das debilidades do sistema para se irem amanhando. Aqueles que se refugiaram das suas responsabilidades. Aqueles que cantaram loas ao "Che" mas que levaram vidas pequeno-burguesas, escrevendo encavalitados às costas do zé-povinho, caçando nas coutadas que deviam ao invés lavrar, que andaram pescando, espraiados, o peixe do famélico, bebendo o vinho do sedento, esses ainda tiveram a desfaçatez de dizer que defendiam o pobre, o famélico e o oprimido. Esses foram os verdadeiros traidores da Pátria a que chamo minha...

Manuel Alegre foi durante muitos anos, e depois de Soares ter posto o "socialismo na gaveta", o verdadeiro rosto do socialismo em Portugal. De facto, ele encarnava aquele espírito, há muito perdido, do socialismo utópico da "liberté, equalité, fraternité", do poder popular, da luta pelos direitos dos mais pobres e oprimidos. A haver um socialista, republicano e jacobino (se por socialista, republicano e jacobino, entendermos as três palavras no seu sentido mais nobre) sempre pensei que fosse Manuel Alegre.Mas eis que senão, surge uma rotunda notícia, daquelas que arrelia os cidadãos e enfurece os citados. O hierático Manuel Alegre passou à reforma "este mês com 3219,95 euros mensais por ter desempenhado, segundo o próprio, durante “pouco tempo”, funções de “coordenador de programas de texto” da RDP (Rádio Difusão de Portugal), segundo a lista dos aposentados e reformados divulgada pela Caixa Geral de Aposentações (CGA) http://www.cga.pt/PubDR/200608.pdf O “Correio da Manhã” de hoje avança que o vice-presidente da Assembleia da República esteve apenas três meses como director dos Serviços Criativo e Culturais da RDP.", isto segundo a edição de hoje doAlegre já terá reagido a esta notícia. Segundo o antigo candidato à presidência da República (qual será a reforma de um antigo PR?), o dinheiro que recebe pelos serviços prestados durante três-3-três meses ao serviço da RDP "é quase uma insignificância".Um dia, quando for feita a história dum país desaparecido chamado Portugal, e ela for contada aos vindouros, eles hão-de querer saber quem foram os culpados pela "falência" daquele "jardim à beira-mar plantado". E hão-de vir os nomes de Salazar e de Cunhal; de Caetano e de Soares; de Sinel de Cordes e de Vasco Gonçalves; do Marquês de Pombal e do engenheiro Guterres...Mas outros tantos, tantos e tantos "manéis" que se foram aproveitando das debilidades do sistema para se irem amanhando. Aqueles que se refugiaram das suas responsabilidades. Aqueles que cantaram loas ao "Che" mas que levaram vidas pequeno-burguesas, escrevendo encavalitados às costas do zé-povinho, caçando nas coutadas que deviam ao invés lavrar, que andaram pescando, espraiados, o peixe do famélico, bebendo o vinho do sedento, esses ainda tiveram a desfaçatez de dizer que defendiam o pobre, o famélico e o oprimido. Esses foram os verdadeiros traidores da Pátria a que chamo minha...

Eleições em São Tomé e Príncipe

Cerca de 800.000 eleitores são-tomenses, incluindo os que vivem no estrangeiro, escolhem no próximo dia 30 de Julho o novo Presidente do país entre três candidatos, nomeadamente o actual Presidente, Fradique de Menezes, apoiado pela coligação no poder MDFM-PCD (Movimento Democrata Força Mudança - Partido da Convergência Democrática).

Outro dos candidatos é Patrice Trovoada, líder da Acção Democrática Independente (ADI), apoiado também pelo antigo partido no poder, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), e dado como favorito para vencer as eleições deste ano.

O terceiro candidato é um desconhecido nos meios políticos, o empresário Nilo Guimarães, que ainda não iniciou a sua campanha eleitoral, nem deu indícios de o fazer nos próximos dias.

Já foi enviada uma delegação da CPLP ao país, que irá acompanhar o processo eleitoral que se prolongará até ao próximo dia 5 de Agosto. Esperemos que tudo decorra dentro da normalidade e de forma serena. Em África nunca se sabe...

Cerca de 800.000 eleitores são-tomenses, incluindo os que vivem no estrangeiro, escolhem no próximo dia 30 de Julho o novo Presidente do país entre três candidatos, nomeadamente o actual Presidente, Fradique de Menezes, apoiado pela coligação no poder MDFM-PCD (Movimento Democrata Força Mudança - Partido da Convergência Democrática).Outro dos candidatos é Patrice Trovoada, líder da Acção Democrática Independente (ADI), apoiado também pelo antigo partido no poder, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), e dado como favorito para vencer as eleições deste ano.O terceiro candidato é um desconhecido nos meios políticos, o empresário Nilo Guimarães, que ainda não iniciou a sua campanha eleitoral, nem deu indícios de o fazer nos próximos dias.Já foi enviada uma delegação da CPLP ao país, que irá acompanhar o processo eleitoral que se prolongará até ao próximo dia 5 de Agosto. Esperemos que tudo decorra dentro da normalidade e de forma serena. Em África nunca se sabe...

24 julho, 2006

O Pacificador

Em Espanha o poder político não vive de paixões, vive antes de obsessões. A de José Maria Aznar era o terrorismo e a consequente probabilidade da desintegração do país. O separatismo, “las dos Españas” e o terrorismo marcaram a década aznarista. José Luis Zapatero também tem a sua. Zapatero vive obcecado com o prémio Nobel da Paz. Quando foi guindado ao poder, a sua preocupação prendia-se com o fim do terrorismo interno. Uma vez aí e apercebendo-se da privilegiada posição internacional de que Espanha granjeia hoje em dia, o homem almejou muito mais que isso. Estes são alguns dos pontos quentes da governação socialista nestes últimos dois anos:

- Ir(aque) e voltar: Zapatero, líder do PSOE desde Junho de 2000, empunha como bandeira eleitoral do seu partido a retirada das tropas espanholas de território iraquiano.

- O 11-M: a uma semana das eleições gerais espanholas de 14 de Março de 2004 havia algumas certezas: o PP, liderado por Mariano Rajoy, sairia vencedor da contenda; o PSOE e o seu líder, nada mais teriam a fazer do que passar mais um mandato na oposição. A única dúvida era, de facto, se o PP ganharia com maioria relativa ou absoluta. Os atentados de Madrid inverteram por completo os resultados eleitorais, dando ao PSOE a vitória e a Zapatero a chefia do governo. O PP sai completamente “queimado” deste processo, acusado de ter atirado as culpas dos atentados convenientemente para cima da ETA. Embora na altura se tenha falado também de manipulação de informação (e mesmo de ocultação de dados que poderiam ter evitado ou minorado os atentados) por parte do PSOE e do Grupo Prisa, estas questões acabaram por se desvanecer misteriosamente na “ecoume des jours”.

- I Want You Out Of Irak: como consequência da vitória eleitoral, Zapatero retira as tropas espanholas de território iraquiano, deixando substancialmente mais fraca a presença das forças ocidentais nesse cenário de guerra.

- Granda Merkel!: Zapatero qualificou a vitória da nova chanceler alemã, Angela Merkel, como um “fracasso”, pois o presidente de governo espamhol apoiava fortemente o líder do SPD (esse grande socialista!) Gehrard Schröeder. Nada mal para um homem que tanto tem lutado pela igualdade de género intra-muros... deve ter aprendido com o mestre Soares, quando este depois de ter visto a sua candidatura à presidência do Parlamento Europeu fugir para a candidata conservadora, a francesa Nicole Fontaine, afirmou o seguinte: “Essa senhora daria uma excelente dona de casa”...

- AVC com a AVT: cedo as relações entre o executivo espanhol (e especialmente com Zapatero) e a Asociación Víctimas del Terrorismo (AVT) começaram a azedar. Aquela associação começou por criticar fortemente as tão propaladas negociações secretas que a Moncloa estaria a manter com a ETA. O PP, obviamente, aparecia convenientemente ao lado da AVT contestando essas mesmas negociações. O PSOE respondeu de forma ríspida a estas acusações, chegando mesmo Zapatero a faltar a algumas manifestações públicas contra o terrorismo organizadas pela AVT, alegando indisponibilidade de agenda.

- Golpe baixo no País Basco: há algum tempo que se diz que o executivo liderado por Zapatero mantém negociações “por debaixo da mesa” com o grupo terrorista ETA, com vista a alcançar um cessar-fogo. A 23 de Março de 2006 a ETA anuncia um cessar-fogo, sem contudo pôr de parte no futuro uma nova ofensiva armada. No passado dia 29 de Junho o presidente do governo espanhol anuncia formalmente no Congresso o início das conversações com o grupo basco. O El País atribuía ao governo do PSOE, na sua edição do dia 23 de Julho, os últimos dois anos de ausência de vítimas mortais causadas pelo terrorismo. Ficámos sem saber que papel reserva ao PP, já que no último ano de Aznar também não houve mortos, quiçá, fruto da rígida política popular anti-ETA.

- Cu - Cut: o governo Zapatero resolveu promover um novo estatuto para a Comunidade Autónoma Catalã, que há longos anos anseia por uma maior grau de independência face a Madrid (não é difícil perceber até que grau anseiam ir os catalães...). Frutos visíveis da medida: um discurso nacionalista mais aguerrido por parte das forças catalãs; um discurso cada vez mais extremado por parte de Madrid; um novo ressurgir dos discursos nacionalistas (seria demais dizer separatistas?) por toda a Espanha. Em suma, o renascer das “dós Españas”...

- Amistades peligrosas: por várias vezes, José Luis Zapatero deu o seu apoio público a personagens mais ou menos questionáveis, como Lula da Silva, Evo Morales, Hugo Chávez e, pasme-se, Fidel Castro! “Deu com o nariz na porta” quando o seu protegée Evo Morales, actual presidente da Bolívia, nacionalizou as empresas petrolíferas que operavam naquele país, afectando assim directamente a empresa hispano-argentina Repsol YPF. Isto depois de se ter passeado de braço dado com ZP no Palacio de la Moncloa...

- Amistades peligrosas II: depois de aparecer com uma “kefya” ao pescoço (isto em pleno conflito Israel – Líbano), Zapatero vem a público defender uma “aliança de civilizações” com o ex-presidente iraniano Mohammed Jatami e com o primeiro-ministro turco Erdogan. É melhor não lembrar aqui os relatórios anuais de ONGs como a Human Rights Watch (

Pessoalmente, não duvido que Zapatero seja um homem bem intencionado. Traçando um paralelo com a realidade portuguesa parece-me um homem da estatura moral do engenheiro Guterres, com a determinação de um Sócrates e com o programa político do doutor Manuel Alegre. Ou seja, qualquer coisa híbrida entre um católico com espírito escutista, um terceiro-“viista” e um socialista utópico. De tanto lutar pela paz ainda acabará por receber um prémio por essa sua luta. Resta saber de que mãos receberá esse prémio: se das mãos do presidente da Academia Nobel, se das de algum Ayatollah...

Em Espanha o poder político não vive de paixões, vive antes de obsessões. A de José Maria Aznar era o terrorismo e a consequente probabilidade da desintegração do país. O separatismo, “las dos Españas” e o terrorismo marcaram a década aznarista. José Luis Zapatero também tem a sua. Zapatero vive obcecado com o prémio Nobel da Paz. Quando foi guindado ao poder, a sua preocupação prendia-se com o fim do terrorismo interno. Uma vez aí e apercebendo-se da privilegiada posição internacional de que Espanha granjeia hoje em dia, o homem almejou muito mais que isso. Estes são alguns dos pontos quentes da governação socialista nestes últimos dois anos:Zapatero, líder do PSOE desde Junho de 2000, empunha como bandeira eleitoral do seu partido a retirada das tropas espanholas de território iraquiano.a uma semana das eleições gerais espanholas de 14 de Março de 2004 havia algumas certezas: o PP, liderado por Mariano Rajoy, sairia vencedor da contenda; o PSOE e o seu líder, nada mais teriam a fazer do que passar mais um mandato na oposição. A única dúvida era, de facto, se o PP ganharia com maioria relativa ou absoluta. Os atentados de Madrid inverteram por completo os resultados eleitorais, dando ao PSOE a vitória e a Zapatero a chefia do governo. O PP sai completamente “queimado” deste processo, acusado de ter atirado as culpas dos atentados convenientemente para cima da ETA. Embora na altura se tenha falado também de manipulação de informação (e mesmo de ocultação de dados que poderiam ter evitado ou minorado os atentados) por parte do PSOE e do Grupo Prisa, estas questões acabaram por se desvanecer misteriosamente na “ecoume des jours”.como consequência da vitória eleitoral, Zapatero retira as tropas espanholas de território iraquiano, deixando substancialmente mais fraca a presença das forças ocidentais nesse cenário de guerra.Zapatero qualificou a vitória da nova chanceler alemã, Angela Merkel, como um “fracasso”, pois o presidente de governo espamhol apoiava fortemente o líder do SPD (esse grande socialista!) Gehrard Schröeder. Nada mal para um homem que tanto tem lutado pela igualdade de género intra-muros... deve ter aprendido com o mestre Soares, quando este depois de ter visto a sua candidatura à presidência do Parlamento Europeu fugir para a candidata conservadora, a francesa Nicole Fontaine, afirmou o seguinte: “Essa senhora daria uma excelente dona de casa”...cedo as relações entre o executivo espanhol (e especialmente com Zapatero) e acomeçaram a azedar. Aquela associação começou por criticar fortemente as tão propaladas negociações secretas que a Moncloa estaria a manter com a ETA. O PP, obviamente, aparecia convenientemente ao lado da AVT contestando essas mesmas negociações. O PSOE respondeu de forma ríspida a estas acusações, chegando mesmo Zapatero a faltar a algumas manifestações públicas contra o terrorismo organizadas pela AVT, alegando indisponibilidade de agenda.há algum tempo que se diz que o executivo liderado por Zapatero mantém negociações “por debaixo da mesa” com o grupo terrorista ETA, com vista a alcançar um cessar-fogo. A 23 de Março de 2006 a ETA anuncia um cessar-fogo, sem contudo pôr de parte no futuro uma nova ofensiva armada. No passado dia 29 de Junho o presidente do governo espanhol anuncia formalmente no Congresso o início das conversações com o grupo basco. Oatribuía ao governo do PSOE, na sua edição do dia 23 de Julho, os últimos dois anos de ausência de vítimas mortais causadas pelo terrorismo. Ficámos sem saber que papel reserva ao PP, já que no último ano de Aznar também não houve mortos, quiçá, fruto da rígida política popular anti-ETA.o governo Zapatero resolveu promover um novo estatuto para a Comunidade Autónoma Catalã, que há longos anos anseia por uma maior grau de independência face a Madrid (não é difícil perceber até que grau anseiam ir os catalães...). Frutos visíveis da medida: um discurso nacionalista mais aguerrido por parte das forças catalãs; um discurso cada vez mais extremado por parte de Madrid; um novo ressurgir dos discursos nacionalistas (seria demais dizer separatistas?) por toda a Espanha. Em suma, o renascer das...por várias vezes, José Luis Zapatero deu o seu apoio público a personagens mais ou menos questionáveis, como Lula da Silva, Evo Morales, Hugo Chávez e, pasme-se, Fidel Castro! “Deu com o nariz na porta” quando o seu protegée Evo Morales, actual presidente da Bolívia, nacionalizou as empresas petrolíferas que operavam naquele país, afectando assim directamente a empresa hispano-argentina Repsol YPF. Isto depois de se ter passeado de braço dado com ZP no Palacio de la Moncloa...depois de aparecer com uma “kefya” ao pescoço (isto em pleno conflito Israel – Líbano), Zapatero vem a público defender uma “aliança de civilizações” com o ex-presidente iraniano Mohammed Jatami e com o primeiro-ministro turco Erdogan. É melhor não lembrar aqui os relatórios anuais de ONGs como a http://www.hrw.org/ ) sobre esses dois países em concreto...Pessoalmente, não duvido que Zapatero seja um homem bem intencionado. Traçando um paralelo com a realidade portuguesa parece-me um homem da estatura moral do engenheiro Guterres, com a determinação de um Sócrates e com o programa político do doutor Manuel Alegre. Ou seja, qualquer coisa híbrida entre um católico com espírito escutista, um terceiro-“viista” e um socialista utópico. De tanto lutar pela paz ainda acabará por receber um prémio por essa sua luta. Resta saber de que mãos receberá esse prémio: se das mãos do presidente da Academia Nobel, se das de algum Ayatollah...

Cinema no Condado

Uma das principais preocupações dos altos responsáveis do Condado, tem sido as horas de lazer dos seus residentes. À excepção da sala de convívio do Forte, da happy-hour no Bar do Duque, a boite V Império e de esporádicas festas na praia, as opções de lazer são algo limitadas.

No entanto, a partir desta semana, o cinema fará parte da programação cultural do enclave lusitano. Tudo foi possível, graças a algumas amizades feitas na Cinemateca Portuguesa que nos disponibilizou os meios necessários para as projecções. Todas as segundas-feiras, serão dias de cinema no Condado, com a exibição de filmes em formato de drive-in, dentro do recinto do Forte.

As sessões terão início às 22h e cerca de 80% da programação cinematográfica será de origem lusófona. È nossa preocupação, a utilização do cinema como meio de propaganda da língua portuguesa por terras do Benim, embora nesta fase inicial, as películas sejam legendadas em francês, idioma oficial deste país africano.

Nesta primeira sessão de hoje, e, numa tentativa de atrair um público numeroso, foi escolhido o filme Fiel Jardineiro, produção norte-americana realizada pelo brasileiro Fernando Meirelles que se celebrizou com o longa-metragem Cidade de Deus.

Sinopse:

Tessa, uma jovem inglesa, é assassinada brutalmente perto do lago Turkana, no norte do Quénia. O seu companheiro de viagem, um médico que trabalha com ONGs internacionais, desaparece da cena do crime sem vestígios.

Justin Quayle, marido da vítima, um diplomata de carreira e jardineiro amador em Nairóbi, parte numa jornada pessoal em busca dos responsáveis pelo assassinato. Pelo caminho, Justin defronta-se com horror, violência, conspiração e informação. Mas a sua maior descoberta é a mulher que ele teve pouco tempo para amar.

O Fiel Jardineiro é a história tocante de um homem enobrecido pela tragédia, uma exploração magnífica do lado cruel do capitalismo, escrita por John Le Carré, um dos contadores de histórias mais brilhantes do nosso tempo, levada às telas, de forma soberba pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles.

Mesmo assim, o livro, como quase sempre, é ligeiramente superior à sua adaptação cinematográfica. É caso para dizer, como anunciava um antigo slogan das Publicações Europa-América: Veja o filme e leia o livro.

Título Original:The Constant Gardener

País de Origem: EUA (2005)

Realização: Fernando Meirelles

Elenco: Ralph Fiennes

Rachel Weisz

Danny Houston

Hubert Koundé...

Uma das principais preocupações dos altos responsáveis do Condado, tem sido as horas de lazer dos seus residentes. À excepção da sala de convívio do Forte, da happy-hour no Bar do Duque, a boite V Império e de esporádicas festas na praia, as opções de lazer são algo limitadas.No entanto, a partir desta semana, o cinema fará parte da programação cultural do enclave lusitano. Tudo foi possível, graças a algumas amizades feitas na Cinemateca Portuguesa que nos disponibilizou os meios necessários para as projecções. Todas as segundas-feiras, serão dias de cinema no Condado, com a exibição de filmes em formato de drive-in, dentro do recinto do Forte.As sessões terão início às 22h e cerca de 80% da programação cinematográfica será de origem lusófona. È nossa preocupação, a utilização do cinema como meio de propaganda da língua portuguesa por terras do Benim, embora nesta fase inicial, as películas sejam legendadas em francês, idioma oficial deste país africano.Nesta primeira sessão de hoje, e, numa tentativa de atrair um público numeroso, foi escolhido o filme, produção norte-americana realizada pelo brasileiro Fernando Meirelles que se celebrizou com o longa-metragem Cidade de Deus.Sinopse:Tessa, uma jovem inglesa, é assassinada brutalmente perto do lago Turkana, no norte do Quénia. O seu companheiro de viagem, um médico que trabalha com ONGs internacionais, desaparece da cena do crime sem vestígios.Justin Quayle, marido da vítima, um diplomata de carreira e jardineiro amador em Nairóbi, parte numa jornada pessoal em busca dos responsáveis pelo assassinato. Pelo caminho, Justin defronta-se com horror, violência, conspiração e informação. Mas a sua maior descoberta é a mulher que ele teve pouco tempo para amar.é a história tocante de um homem enobrecido pela tragédia, uma exploração magnífica do lado cruel do capitalismo, escrita por John Le Carré, um dos contadores de histórias mais brilhantes do nosso tempo, levada às telas, de forma soberba pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles.Mesmo assim, o livro, como quase sempre, é ligeiramente superior à sua adaptação cinematográfica. É caso para dizer, como anunciava um antigo slogan das Publicações Europa-América: Veja o filme e leia o livro.Título Original:País de Origem: EUA (2005)Realização: Fernando MeirellesElenco: Ralph FiennesRachel WeiszDanny HoustonHubert Koundé...

22 julho, 2006

Teoria da Conspiração !?

Alguém ainda se recorda de Alfredo Pequito? O ex-delegado de informação médica, magro e com cara de Conde Drácula?

Para os mais esquecidos, gostaria de elaborar uma pequena retrospectiva deste caso com contornos enigmáticos. Em Fevereiro de 2006, Alfredo Pequito foi despedido da Bayer, multinacional farmacêutica alemã. Desde então, ele embarcou numa virtiginosa luta para desmascarar o lado obscuro deste negócio milionário. Passou desde então, a denunciar alegados casos de corrupção envolvendo uma lista de 2500 médicos que teriam recebido bens em troca de prescrições de medicamentos da marca.

No ano seguinte, tiveram início as primeiras denúncias e deram origem a uma série de processos contra médicos. Pequito queixa-se de receber, ele e a família, diversas ameaças de morte e de ter sido esfaqueado nas traseiras da casa de sua mãe.

A 13 de Outubro de 1999, dá entrada no Tribunal de Trabalho de Lisboa uma acção de impugnação do despedimento pela Bayer.

Em Junho de 2000, Alfredo Pequito terá sido alegadamente esfaqueado na cara seguido de outras agressões de vários tipos.

No final de 2001, processa a Bayer por difamação caluniosa. Em Outubro de 2003, foi ao Tribunal de Trabalho tentar impugnar o seu despedimento e reclamar uma indemnização de 65 mil euros por ter sido obrigado a abandonar a empresa "sob coacção". Imputa à Bayer, a prática de crimes de corrupção, que a empresa nega.

A partir de 2003, o caso mais parece uma peça de teatro, com características de tragicomédia, arquitectada como tudo indica pelo próprio Alfredo Pequito. Nesta época, o seu advogado Garcia Pereira começa a receber chamadas telefónicas ameaçadoras no seu escritório. Curioso é que a grande maioria ocorria na véspera das audições judiciais.

Depois de largos meses de investigação de eventuais crimes de ameaças e injúrias que terão sido proferidas pelo telefone contra o advogado Garcia Pereira e o seu cliente Alfredo Pequito, a Brigada de Investigação Criminal (BIC) da PSP reuniu provas materiais e testemunhas para indiciar Pequito como autor das próprias ameaças que denunciou e alegou ter sido vítima.

A BIC chegou à conclusão que a maioria das chamadas era feita em cabines públicas situadas no Olivais Shopping e C.C. Vasco da Gama, em Lisboa, nas proximidades do bairro onde Pequito reside - Olivais.

O relatório do BIC descreve outras situações protagonizadas pelo ex-delegado. Uma delas diz respeito à intrusão de dois indivíduos no quintal da casa de sua mãe, que o teriam ameaçado com uma arma e vandalizado o seu automóvel. O SIS, que possuía uma delegação junto ao local com uma viatura equipada com videovigilância, não registou absolutamente nada de anormal.

Pequito chegava ao ponto de dispensar os seus guarda-costas para, minutos depois, fazer os telefonemas.

Na sequência da audição de mais de 2000 sessões relativas aos números de telefone usados, os investigadores garantem que se trata da voz de Alfredo Pequito a imitar, de forma grosseira, a pronúncia africana.

Em 2005, Pequito perde esta luta em tribunal e é despedido por justa causa pela multinacional Bayer.

Agora eu questiono...Realidade ou fantasia!?

Todos nós sabemos que existem práticas muito duvidosas entre os delegados de informação médica e médicos. Quantas viagens são oferecidas pelos laboratórios farmacêuticos como ofertas de cortesia? Tantos congressos médicos em Varadero ou Natal? Muito suspeito sem sombra de dúvidas...

A bem da verdade, diga-se que até então nenhum profissional da indústria farmacêutica tinha denunciado estas práticas em Portugal. Também será óbvio, que estas enormes corporações multinacionais iriam tentar encobrir a todo o custo estas situações.

A indústria farmacêutica gera biliões por ano e tem um poder imenso no universo dos negócios. Timídamente em todo o mundo, vão sendo denunciadas algumas práticas nocivas destes senhores. Casos de experiências químicas em cobaias humanas no Terceiro Mundo, venda de medicamentos fora da validade e com preços exorbitantes nessas regiões e efeitos colaterais de alguns medicamentos, que são escamoteados em publicações médicas por clínicos manipulados.

Um pequeno exemplo...Vocês sabiam que os medicamentos para tratamento da malária têm 30 anos? Porque nunca foram aperfeiçoadas novas fórmulas? Talvez porque nos países desenvolvidos onde residem os accionistas destas empresas, os focos de malária sejam inexistentes.

Que raio de indústria é esta? Estarão preocupados com a saúde planetária ou com o poderoso Deus lucro?

Alfredo Pequito poderá ter cometido vários erros ao longo destes anos, mas tratou-se de uma luta desigual. A caminhada solitária de um homem contra um dos mais poderosos lobbies mundiais claramente integrado, no que se designa por sistema. Creio que Pequito, já teria a sua sanidade mental claramente afectada nos últimos anos do processo, facto que o prejudicou gravemente em termos de crediblidade pública. Muitas verdades, algumas mentiras...

Parece que em tempos, uns norte-americanos de Hollywood o procuraram porque estavam interessados na sua história para escrever um guião para cinema. E olhem que dava um grande filme!

Para quem se interessa por estes mistérios da indústia farmacêutica aconselho a visita destes dois sites:

http://www.boletinfarmacos.org/012002/etica_y_medicamentos.htm

http://www.corporatewatch.org/?lid=200

Alguém ainda se recorda de Alfredo Pequito? O ex-delegado de informação médica, magro e com cara de Conde Drácula?Para os mais esquecidos, gostaria de elaborar uma pequena retrospectiva deste caso com contornos enigmáticos. Em Fevereiro de 2006, Alfredo Pequito foi despedido da Bayer, multinacional farmacêutica alemã. Desde então, ele embarcou numa virtiginosa luta para desmascarar o lado obscuro deste negócio milionário. Passou desde então, a denunciar alegados casos de corrupção envolvendo uma lista de 2500 médicos que teriam recebido bens em troca de prescrições de medicamentos da marca.No ano seguinte, tiveram início as primeiras denúncias e deram origem a uma série de processos contra médicos. Pequito queixa-se de receber, ele e a família, diversas ameaças de morte e de ter sido esfaqueado nas traseiras da casa de sua mãe.A 13 de Outubro de 1999, dá entrada no Tribunal de Trabalho de Lisboa uma acção de impugnação do despedimento pela Bayer.Em Junho de 2000, Alfredo Pequito terá sido alegadamente esfaqueado na cara seguido de outras agressões de vários tipos.No final de 2001, processa a Bayer por difamação caluniosa. Em Outubro de 2003, foi ao Tribunal de Trabalho tentar impugnar o seu despedimento e reclamar uma indemnização de 65 mil euros por ter sido obrigado a abandonar a empresa "sob coacção". Imputa à Bayer, a prática de crimes de corrupção, que a empresa nega.A partir de 2003, o caso mais parece uma peça de teatro, com características de tragicomédia, arquitectada como tudo indica pelo próprio Alfredo Pequito. Nesta época, o seu advogado Garcia Pereira começa a receber chamadas telefónicas ameaçadoras no seu escritório. Curioso é que a grande maioria ocorria na véspera das audições judiciais.Depois de largos meses de investigação de eventuais crimes de ameaças e injúrias que terão sido proferidas pelo telefone contra o advogado Garcia Pereira e o seu cliente Alfredo Pequito, a Brigada de Investigação Criminal (BIC) da PSP reuniu provas materiais e testemunhas para indiciar Pequito como autor das próprias ameaças que denunciou e alegou ter sido vítima.A BIC chegou à conclusão que a maioria das chamadas era feita em cabines públicas situadas no Olivais Shopping e C.C. Vasco da Gama, em Lisboa, nas proximidades do bairro onde Pequito reside - Olivais.O relatório do BIC descreve outras situações protagonizadas pelo ex-delegado. Uma delas diz respeito à intrusão de dois indivíduos no quintal da casa de sua mãe, que o teriam ameaçado com uma arma e vandalizado o seu automóvel. O SIS, que possuía uma delegação junto ao local com uma viatura equipada com videovigilância, não registou absolutamente nada de anormal.Pequito chegava ao ponto de dispensar os seus guarda-costas para, minutos depois, fazer os telefonemas.Na sequência da audição de mais de 2000 sessões relativas aos números de telefone usados, os investigadores garantem que se trata da voz de Alfredo Pequito a imitar, de forma grosseira, a pronúncia africana.Em 2005, Pequito perde esta luta em tribunal e é despedido por justa causa pela multinacional Bayer.Agora eu questiono...Realidade ou fantasia!?Todos nós sabemos que existem práticas muito duvidosas entre os delegados de informação médica e médicos. Quantas viagens são oferecidas pelos laboratórios farmacêuticos como ofertas de cortesia? Tantos congressos médicos em Varadero ou Natal? Muito suspeito sem sombra de dúvidas...A bem da verdade, diga-se que até então nenhum profissional da indústria farmacêutica tinha denunciado estas práticas em Portugal. Também será óbvio, que estas enormes corporações multinacionais iriam tentar encobrir a todo o custo estas situações.A indústria farmacêutica gera biliões por ano e tem um poder imenso no universo dos negócios. Timídamente em todo o mundo, vão sendo denunciadas algumas práticas nocivas destes senhores. Casos de experiências químicas em cobaias humanas no Terceiro Mundo, venda de medicamentos fora da validade e com preços exorbitantes nessas regiões e efeitos colaterais de alguns medicamentos, que são escamoteados em publicações médicas por clínicos manipulados.Um pequeno exemplo...Vocês sabiam que os medicamentos para tratamento da malária têm 30 anos? Porque nunca foram aperfeiçoadas novas fórmulas? Talvez porque nos países desenvolvidos onde residem os accionistas destas empresas, os focos de malária sejam inexistentes.Que raio de indústria é esta? Estarão preocupados com a saúde planetária ou com o poderoso Deus lucro?Alfredo Pequito poderá ter cometido vários erros ao longo destes anos, mas tratou-se de uma luta desigual. A caminhada solitária de um homem contra um dos mais poderosos lobbies mundiais claramente integrado, no que se designa por sistema. Creio que Pequito, já teria a sua sanidade mental claramente afectada nos últimos anos do processo, facto que o prejudicou gravemente em termos de crediblidade pública. Muitas verdades, algumas mentiras...Parece que em tempos, uns norte-americanos de Hollywood o procuraram porque estavam interessados na sua história para escrever um guião para cinema. E olhem que dava um grande filme!Para quem se interessa por estes mistérios da indústia farmacêutica aconselho a visita destes dois sites:

21 julho, 2006

Crónica de uma morte anunciada

Soube-se esta semana pelos media que faleceu Rosa Casaco, o ex-PIDE que esteve envolvido no assassinato de Humberto Delgado. O Expresso divulgou estes três textos sobre tão curiosa figura. Penso ser especialmente interessante o terceiro, onde se detalha todo o processo da “condenação à morte” e posterior execução do antigo candidato à Presidência da República.

- a notícia

http://expresso.clix.pt/Actualidade/Interior.aspx?content_id=366523

- a biografia

http://expresso.clix.pt/Actualidade/Interior.aspx?content_id=366525

- o assassinato de Humberto Delgado

Soube-se esta semana pelos media que faleceu Rosa Casaco, o ex-PIDE que esteve envolvido no assassinato de Humberto Delgado. O Expresso divulgou estes três textos sobre tão curiosa figura. Penso ser especialmente interessante o terceiro, onde se detalha todo o processo da “condenação à morte” e posterior execução do antigo candidato à Presidência da República.- a notícia- a biografia- o assassinato de Humberto Delgado http://expresso.clix.pt/Actualidade/Interior.aspx?content_id=366524

A malta do SIS

Humor made in Portugal. Uma sátira aos 007´s cá do burgo...

Humor made in Portugal. Uma sátira aos 007´s cá do burgo...

A malta do SIS II

A malta do SIS III

O final das aventuras do agente L123!

O final das aventuras do agente L123!

19 julho, 2006

O D.N. publicou há dias uma notícia assaz interessante, especialmente agora, que a C.P.L.P. parece ter ganho uma nova dinâmica. Seria importante falar abertamente dos nossos parceiros em tão arrojado projecto.

Nessa notícia dá-se conta da apresentação do novo livro do polémico jornalista angolano Rafael Marques. Nesta obra relatam-se as violações sistemáticas aos direitos humanos na região do Cuango, zona de extracção de diamantes. O Estado angolano participa directamente nesta actividade através da Endiama (sim, os meios de produção, em Angola, ainda estão maioritariamente nas mãos do Estado, e isto em ciência política tem um nome!). Para assegurar o “regular funcionamento” da Endiama são necessárias as correlatas empresas de segurança que, curiosamente, pertencem maioritariamente a ex-generais das FAA, como França N´Dalu e João de Matos. Assim, Luanda tem “privatizado” o monopólio da violência em prol destas empresas privadas que se dedicam à segurança das empresas de extracção de diamantes, mas também, e como não poderia deixar de ser, de petróleo. Conta-nos o DN que desta forma “as populações são impedidas de se dedicar às suas actividades tradicionais (agricultura, pesca ou comércio), criando-se uma realidade que as impede de sobreviver”.

É bom lembrar que, José Eduardo dos Santos faz parte do governo de Angola desde a independência do país, sendo presidente desde 1979. Nas últimas duas décadas e meia construiu uma fortuna pessoal estimada em cerca 2 mil milhões de dólares, enquanto 80% da população de Angola vive com menos de 1 dolar por dia. Diz-se que a sua riqueza, que transcende óbvia e escandalosamente os seus honorários enquanto chefe de Estado, provém do tráfico de armas a nível internacional, bem como dos monopólios estatais da indústria petrolífera e de extracção de diamantes.

Será que os nossos governantes não se sentem, um pouco que seja, desconfortáveis quando se reunem com esta gentalha?

publicou há dias uma notícia assaz interessante, especialmente agora, que a C.P.L.P. parece ter ganho uma nova dinâmica. Seria importante falar abertamente dos nossos parceiros em tão arrojado projecto.Nessa notícia dá-se conta da apresentação do novo livro do polémico jornalista angolano Rafael Marques. Nesta obra relatam-se as violações sistemáticas aos direitos humanos na região do Cuango, zona de extracção de diamantes. O Estado angolano participa directamente nesta actividade através da Endiama (sim, os meios de produção, em Angola, ainda estão maioritariamente nas mãos do Estado, e isto em ciência política tem um nome!). Para assegurar o “regular funcionamento” da Endiama são necessárias as correlatas empresas de segurança que, curiosamente, pertencem maioritariamente a ex-generais das FAA, como França N´Dalu e João de Matos. Assim, Luanda tem “privatizado” o monopólio da violência em prol destas empresas privadas que se dedicam à segurança das empresas de extracção de diamantes, mas também, e como não poderia deixar de ser, de petróleo. Conta-nos o DN que desta forma “as populações são impedidas de se dedicar às suas actividades tradicionais (agricultura, pesca ou comércio), criando-se uma realidade que as impede de sobreviver”.É bom lembrar que, José Eduardo dos Santos faz parte do governo de Angola desde a independência do país, sendo presidente desde 1979. Nas últimas duas décadas e meia construiu uma fortuna pessoal estimada em cerca 2 mil milhões de dólares, enquanto 80% da população de Angola vive com menos de 1 dolar por dia. Diz-se que a sua riqueza, que transcende óbvia e escandalosamente os seus honorários enquanto chefe de Estado, provém do tráfico de armas a nível internacional, bem como dos monopólios estatais da indústria petrolífera e de extracção de diamantes.Será que os nossos governantes não se sentem, um pouco que seja, desconfortáveis quando se reunem com esta gentalha?

Mundo de Aventuras

Adelino Serras Pires nasceu em Portugal em 1928. Pouco depois de chegar a Moçambique, vindo da metrópole, o pai levou-o a uma caçada aos leões que aterrorizavam a região onde residiam. Esse momento decidiu o destino de Adelino: iria passar grande parte da sua vida nas matas africanas, caçando para viver e vivendo para a aventura. Depois de uma juventude atribulada, transformou-se num grande organizador de safaris com uma lista de clientes bastante ilustres.

O seu livro, Ventos de Destruição é um olhar dramático sobre a violência e o terror das guerras assolaram o continente africano e puseram em causa muito do seu futuro. Serras Pires, chegou a ser raptado na Tanzânia e entregue à polícia secreta de Moçambique controlada pela Frelimo. O autor relata-nos com pormenores assustadores os meses de interrogatórios e torturas numa prisão de Moçambique.

Ventos de Destruição é a história das constantes desilusões de um homem à medida que a agitação política e a corrupção se sobrepoem à beleza de África. Mais do que isso, este livro é um comovente retrato de uma vida em África, repleta de aventuras que não passam de mitos para a nossa actual geração. Um estilo de vida invejável apesar de todos os dissabores inerentes...

Adelino Serras Pires foi também um dos partidários do projecto de declaração unilateral de independência de Moçambique, que chegou a ser forjado no início doa anos 70. Era uma imitação do que sucedeu na ex-Rodésia e o seu principal mentor era Jorge Jardim, pai das conhecidas personagens do jet-set português. Pretendiam instaurar um governo de minoria branca, fora dos domínios coloniais portugueses.

Actualmente, Adelino reside na África do Sul, juntamente com a sua esposa com quem escreveu esta obra. Foi um dos que nunca mais se adaptou ao ritmo de vida europeu...

Ventos de Destruição - Adelino Serras Pires e Fiona Claire Capstick; Bertrand Editora

http://www.geocities.com/Vila_luisa/Album12.htm

Adelino Serras Pires nasceu em Portugal em 1928. Pouco depois de chegar a Moçambique, vindo da metrópole, o pai levou-o a uma caçada aos leões que aterrorizavam a região onde residiam. Esse momento decidiu o destino de Adelino: iria passar grande parte da sua vida nas matas africanas, caçando para viver e vivendo para a aventura. Depois de uma juventude atribulada, transformou-se num grande organizador de safaris com uma lista de clientes bastante ilustres.O seu livro,é um olhar dramático sobre a violência e o terror das guerrasassolaram o continente africano e puseram em causa muito do seu futuro. Serras Pires, chegou a ser raptado na Tanzânia e entregue à polícia secreta de Moçambique controlada pela Frelimo. O autor relata-nos com pormenores assustadores os meses de interrogatórios e torturas numa prisão de Moçambique.é a história das constantes desilusões de um homem à medida que a agitação política e a corrupção se sobrepoem à beleza de África. Mais do que isso, este livro é um comovente retrato de uma vida em África, repleta de aventuras que não passam de mitos para a nossa actual geração. Um estilo de vida invejável apesar de todos os dissabores inerentes...Adelino Serras Pires foi também um dos partidários do projecto de declaração unilateral de independência de Moçambique, que chegou a ser forjado no início doa anos 70. Era uma imitação do que sucedeu na ex-Rodésia e o seu principal mentor era Jorge Jardim, pai das conhecidas personagens do jet-set português. Pretendiam instaurar um governo de minoria branca, fora dos domínios coloniais portugueses.Actualmente, Adelino reside na África do Sul, juntamente com a sua esposa com quem escreveu esta obra. Foi um dos que nunca mais se adaptou ao ritmo de vida europeu...Ventos de Destruição - Adelino Serras Pires e Fiona Claire Capstick; Bertrand Editora

18 julho, 2006

O nosso homem em Malabo

A VI Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP trouxe essencialmente uma grande novidade: com a mudança nos estatutos desta organização, passou-se a admitir no seu seio outros Estados não lusófonos e várias organizações internacionais. Ora bem, o resultado mais visível desta modificação foi a presença como membros observadores da Guiné Equatorial e ilha Maurícia.

A estratégia aparentemente é benéfica, tendo em conta o alargamento do espaço de influência do mundo lusófono. Acontece que a Guiné Equatorial (outrora, território pertencente a Portugal, que foi depois "doado" a Espanha em troca da ilha de Sacramento) desde Agosto de 1979 é uma ditadura sangrenta liderada pelo tenente coronel Obiang Nguema. (De facto, isto não é bem assim: antes de Nguema, Malabo já tinha sido palco duma outra sangrenta ditadura, a do tio do actual presidente, de seu nome Macías Nguema, que aquele afastou através de um familiar "coup d´état").

Será este o futuro do mundo lusófono? O de um crescente e progressivo círculo de ditadores e proto-ditadores (já não bastavam José Eduardo dos Santos e Nino Vieira, p. ex.), misturados com incompetentes ex-sindicalistas, estados em progressiva e acelerada desagregação e governos democráticos que, criticando os interesses mercantis e capitalistas de outras potências, se prestam, à primeira oportunidade, em reunir-se amistosamente e com isso dar cobertura e legitimidade internacional a déspotas sanguinários e corruptos?

PS: Ao que parece foram também designados os primeiros embaixadores da boa vontade da CPLP. Entre os nomes mais conhecidos destacam-se os antigos Chefes de Estado José Sarney (Brasil), Joaquim Chissano (Moçambique) e o "nosso" Jorge Sampaio. A função destes embaixadores será "contribuir para promover e reforçar a visibilidade da organização". Nada melhor para isso do que um ex-ditador e um inerte...

A VI Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP trouxe essencialmente uma grande novidade: com a mudança nos estatutos desta organização, passou-se a admitir no seu seio outros Estados não lusófonos e várias organizações internacionais. Ora bem, o resultado mais visível desta modificação foi a presença como membros observadores da Guiné Equatorial e ilha Maurícia.A estratégia aparentemente é benéfica, tendo em conta o alargamento do espaço de influência do mundo lusófono. Acontece que a Guiné Equatorial (outrora, território pertencente a Portugal, que foi depois "doado" a Espanha em troca da ilha de Sacramento) desde Agosto de 1979 é uma ditadura sangrenta liderada pelo tenente coronel Obiang Nguema. (De facto, isto não é bem assim: antes de Nguema, Malabo já tinha sido palco duma outra sangrenta ditadura, a do tio do actual presidente, de seu nome Macías Nguema, que aquele afastou através de um familiar "coup d´état").Será este o futuro do mundo lusófono? O de um crescente e progressivo círculo de ditadores e proto-ditadores (já não bastavam José Eduardo dos Santos e Nino Vieira, p. ex.), misturados com incompetentes ex-sindicalistas, estados em progressiva e acelerada desagregação e governos democráticos que, criticando os interesses mercantis e capitalistas de outras potências, se prestam, à primeira oportunidade, em reunir-se amistosamente e com isso dar cobertura e legitimidade internacional a déspotas sanguinários e corruptos?PS: Ao que parece foram também designados os primeiros embaixadores da boa vontade da CPLP. Entre os nomes mais conhecidos destacam-se os antigos Chefes de Estado José Sarney (Brasil), Joaquim Chissano (Moçambique) e o "nosso" Jorge Sampaio. A função destes embaixadores será "contribuir para promover e reforçar a visibilidade da organização". Nada melhor para isso do que um ex-ditador e um inerte...

17 julho, 2006

O Barril de Pólvora

Estes últimos dias foram marcados por uma escalada de violência e combates no Médio Oriente! È caso para dizer - A Oriente nada de novo!

Venha o diabo e escolha...De um lado temos as ofensivas dos israelistas que se excedem claramente no uso da legítima defesa, sempre apoiados pelos EUA que se encontram reféns da comunidade judaica que dinamiza grande parte da economia do seu próprio país.

Do outro lado da barricada, encontramos os árabes do Hamas, Hezzbolahs e derivados na sua vertiginosa cruzada fanática e intolerante.

Já não há pachorra para estes gajos!!!

Estes últimos dias foram marcados por uma escalada de violência e combates no Médio Oriente! È caso para dizer - A Oriente nada de novo!Venha o diabo e escolha...De um lado temos as ofensivas dos israelistas que se excedem claramente no uso da legítima defesa, sempre apoiados pelos EUA que se encontram reféns da comunidade judaica que dinamiza grande parte da economia do seu próprio país.Do outro lado da barricada, encontramos os árabes do Hamas, Hezzbolahs e derivados na sua vertiginosa cruzada fanática e intolerante.Já não há pachorra para estes gajos!!!

Guerrilha Urbana

O PCC - Primeiro Comando da Capital - levou a cabo, nestes últimos dias mais uma série de ataques violentos na grande São Paulo. Mais uma vez, o sistema de transportes públicos, recolha de lixo e autoridades policiais foram os seus alvos preferenciais.

Novamente, fica evidente a falência do sistema penitenciário brasileiro e a incapacidade das forças da autoridade, em lidar com os poderosos grupos do crime organizado.

Alguns analistas acreditam que o PCC leve em conta uma variável política ao promover estes actos de terror urbano. Aproxima-se o período eleitoral e os políticos estão vulneráveis ao pânico da população, o que poderia dar uma maior margem de manobra aos bandidos no que diz respeito às regalias, que exigem para os seus líderes detidos nas prisões.

Não se prevê a curto prazo, um término para a violência urbana que assola as grandes metrópoles do Brasil. Este clima acaba por prejudicar gravemente a economia das cidades visadas e uma clara falta de qualidade de vida dessas populações.

O país sofre de enormes desigualdades sociais e muitos já nascem em comunidades marginais, que vislumbram no mundo do crime o único modo de sobrevivência e ascensão social. O problema é profundo e creio que nunca existirá uma solução para o mesmo. Estes são os exemplos de um país que afinal não deu certo. A falência do Estado brasileiro está à vista de todos...

O PCC - Primeiro Comando da Capital - levou a cabo, nestes últimos dias mais uma série de ataques violentos na grande São Paulo. Mais uma vez, o sistema de transportes públicos, recolha de lixo e autoridades policiais foram os seus alvos preferenciais.Novamente, fica evidente a falência do sistema penitenciário brasileiro e a incapacidade das forças da autoridade, em lidar com os poderosos grupos do crime organizado.Alguns analistas acreditam que o PCC leve em conta uma variável política ao promover estes actos de terror urbano. Aproxima-se o período eleitoral e os políticos estão vulneráveis ao pânico da população, o que poderia dar uma maior margem de manobra aos bandidos no que diz respeito às regalias, que exigem para os seus líderes detidos nas prisões.Não se prevê a curto prazo, um término para a violência urbana que assola as grandes metrópoles do Brasil. Este clima acaba por prejudicar gravemente a economia das cidades visadas e uma clara falta de qualidade de vida dessas populações.O país sofre de enormes desigualdades sociais e muitos já nascem em comunidades marginais, que vislumbram no mundo do crime o único modo de sobrevivência e ascensão social. O problema é profundo e creio que nunca existirá uma solução para o mesmo. Estes são os exemplos de um país que afinal não deu certo. A falência do Estado brasileiro está à vista de todos...

16 julho, 2006

Leituras

Alexandra Fuller tinha seis anos de idade e morava com os pais numa fazenda de tabaco no sul da África quando aprendeu a desmontar, limpar e disparar uma espingarda. Saber atirar podia significar a diferença entre a vida e a morte na antiga Rodésia, actual Zimbabwé, país de adopção da sua família. Ali, a minoria branca no poder viu-se acossada pelos guerrilheiros que lutavam por um governo de maioria negra, e enfrentavam mudanças traumáticas para as quais a mentalidade colonial não estava preparada.

Assim vivia uma família de agricultores brancos, pobres, alcoolicos e inevitavelmente racistas numa África miserável em estado de rebelião.

Os personagens do livro são europeus desgarrados que não encontram mais lugar em seus países de origem e sofrem as consequências por vezes trágicas de tentar impor a sua cultura num ambiente nada acolhedor.

Com Alexandra Fuller, conhecemos a embaraçosa história do outro histórico da África: o colonizador europeu. Ao final destas páginas turbulentas, algum leitor poderá até sentir alívio por não ter convivido com a família Fuller. Poderá mesmo desprezá-los por suas fraquezas, carencias e patologias, como o alcoolismo e o racismo. Mas nunca deixará de considerá-los profundamente humanos. Um retrato do heróico povo rodesiano...

Aqui ficam os dados da obra original e da sua tradução em português que adquiri no Brasil.

Don´t let´s go the dogs tonight: An african childhood - Alexandra Fuller, Random House, New York

Feras no Jardim - Alexandra Fuller, Companhia das Letras, São Paulo

Alexandra Fuller tinha seis anos de idade e morava com os pais numa fazenda de tabaco no sul da África quando aprendeu a desmontar, limpar e disparar uma espingarda. Saber atirar podia significar a diferença entre a vida e a morte na antiga Rodésia, actual Zimbabwé, país de adopção da sua família. Ali, a minoria branca no poder viu-se acossada pelos guerrilheiros que lutavam por um governo de maioria negra, e enfrentavam mudanças traumáticas para as quais a mentalidade colonial não estava preparada.Assim vivia uma família de agricultores brancos, pobres, alcoolicos e inevitavelmente racistas numa África miserável em estado de rebelião.Os personagens do livro são europeus desgarrados que não encontram mais lugar em seus países de origem e sofrem as consequências por vezes trágicas de tentar impor a sua cultura num ambiente nada acolhedor.Com Alexandra Fuller, conhecemos a embaraçosa história do outro histórico da África: o colonizador europeu. Ao final destas páginas turbulentas, algum leitor poderá até sentir alívio por não ter convivido com a família Fuller. Poderá mesmo desprezá-los por suas fraquezas, carencias e patologias, como o alcoolismo e o racismo. Mas nunca deixará de considerá-los profundamente humanos. Um retrato do heróico povo rodesiano...Aqui ficam os dados da obra original e da sua tradução em português que adquiri no Brasil.Don´t let´s go the dogs tonight: An african childhood - Alexandra Fuller, Random House, New YorkFeras no Jardim - Alexandra Fuller, Companhia das Letras, São Paulo

15 julho, 2006

Os espiões que vieram dos States

A comissão temporária do Parlamento Europeu sobre a CIA pretende ouvir altos responsáveis das autoridades portuguesas, incluindo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.

A proposta partiu da eurodeputada socialista Ana Gomes e foi aceite pelo presidente da comissão temporária, o social-democrata Carlos Coelho.

Além do novo chefe da diplomacia portuguesa também o director do Instituto Nacional de Aviação Civil, Luís Almeida, o director do SEF, Manuel Jarmela Pardos, e o director-geral do SIS, Antero Luís, constam da lista de personalidades que a comissão quer ouvir.

Em causa ainda está, a alegada utilização pela CIA de países europeus para o transporte e detenção ilegal de prisioneiros. Além das autoridades portuguesas, a comissão pretende inquirir autoridades de outros nove estados europeus.

Mas será que esta gente não entende o real funcionamento de um serviço de inteligência?

Ou será que se inventam estas comissões apenas para justificação dos altos salários de Estrasburgo e Bruxelas?

Na minha opinião está-se mais uma vez a empolar uma questão insolucionável.

O mundo ocidental não decretou quase por unanimidade o terrorismo e o fundamentalismo islâmico como ameaças transnacionais?

Todos sabemos que o mundo da espionagem é recheado de operações secretas e acções clandestinas nos limites da legalidade.

A Europa quando está em apuros não apela sempre à divina protecção do Tio Sam?

Qual o motivo de toda esta confusão? Expliquem-me, porque ainda não entendi...

A comissão temporária do Parlamento Europeu sobre a CIA pretende ouvir altos responsáveis das autoridades portuguesas, incluindo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.A proposta partiu da eurodeputada socialista Ana Gomes e foi aceite pelo presidente da comissão temporária, o social-democrata Carlos Coelho.Além do novo chefe da diplomacia portuguesa também o director do Instituto Nacional de Aviação Civil, Luís Almeida, o director do SEF, Manuel Jarmela Pardos, e o director-geral do SIS, Antero Luís, constam da lista de personalidades que a comissão quer ouvir.Em causa ainda está, a alegada utilização pela CIA de países europeus para o transporte e detenção ilegal de prisioneiros. Além das autoridades portuguesas, a comissão pretende inquirir autoridades de outros nove estados europeus.Mas será que esta gente não entende o real funcionamento de um serviço de inteligência?Ou será que se inventam estas comissões apenas para justificação dos altos salários de Estrasburgo e Bruxelas?Na minha opinião está-se mais uma vez a empolar uma questão insolucionável.O mundo ocidental não decretou quase por unanimidade o terrorismo e o fundamentalismo islâmico como ameaças transnacionais?Todos sabemos que o mundo da espionagem é recheado de operações secretas e acções clandestinas nos limites da legalidade.A Europa quando está em apuros não apela sempre à divina protecção do Tio Sam?Qual o motivo de toda esta confusão? Expliquem-me, porque ainda não entendi...

Paz no Uganda?

O governo do Uganda e os rebeldes do Exército de Resistência do Senhor (LRA) iniciaram ontem, em Juba, no Sudão as negociações de paz destinadas a pôr fim a uma guerra de vinte anos no norte do país.

Joseph Kony é um obscuro líder messiânico que diz querer fundar no Uganda um regime teocrático, regulado pelos Dez Mandamentos. Mas a história do LRA, criado à imagem do seu líder, está repleta de atrocidades. O grupo é conhecido pelo sequestro de crianças que usa nas suas fileiras, como soldados, carregadores ou escravas sexuais.

Será o fim de mais um senhor da guerra africano? Esperemos que sim...

O governo do Uganda e os rebeldes do Exército de Resistência do Senhor (LRA) iniciaram ontem, em Juba, no Sudão as negociações de paz destinadas a pôr fim a uma guerra de vinte anos no norte do país.Joseph Kony é um obscuro líder messiânico que diz querer fundar no Uganda um regime teocrático, regulado pelos Dez Mandamentos. Mas a história do LRA, criado à imagem do seu líder, está repleta de atrocidades. O grupo é conhecido pelo sequestro de crianças que usa nas suas fileiras, como soldados, carregadores ou escravas sexuais.Será o fim de mais um senhor da guerra africano? Esperemos que sim...

14 julho, 2006

Soubemos esta semana que o número de cursos do ensino superior vai descer no próximo ano lectivo. Aparentemente é a primeira vez que isto acontece em Portugal desde o 25 de Abril. Desde essa data que os vários governos democráticos (e os do “Camarada Vasco”, que não cabem na primeira definição) foram desmantelando o ensino superior que o Estado Novo preconizara, por ser essencialmente elitista e exclusivista. A oferta cresceu, em grande parte graças às necessidades óbvias de um País que deixara para trás 16 anos de uma República anárquica, conflictiva e virulenta; 6 anos de uma incompetente Ditadura Militar; 36 anos de obscurantismo salazarista e mais 6 de uma primavera esmorecida e decadente. Parecia óbvio que se a história recente havia sido esta, o ensino superior desse País não poderia ser brilhante. Não o era.

Mas a oferta cresceu também porque a democracia portuguesa, inicialmente (???) tutelada pelos estigmas comunó-socialistó-rousseaueanó-politicamente-correctos, chegou à brilhante conclusão que o grande mal da Nação era que nem todos podiam ser “doutores”, ou “bacharéis”, como se dizia na literatura de oitocentos. Vai daí, os mais variados cursos floresceram de forma selvagem, qual fungo de geração espontânea. E pior: numa verdadeira inquisição anti-numerus clausus, as vagas para cada um deles (dos fungos cursivos, entenda-se!) foi aumentando exponencialmente. A lógica era clara: cada novo partido que chegava às orlas ministeriais deduzia que cada “pirralho” que garantia a sua vaga numa instituição pública era uma família mais no cômputo geral eleitoral. E mais alunos implicam mais professores nas universidades. E mais professores, mais pessoal auxiliar. And soy on, and soy on...

Enfim, nada de particularmente novo, visto que toda a (dis)Função Pública portuguesa cresceu de forma semelhante...

A coisa parecia ir de feição a todos os maganos que viviam, felizes e contentes, à sombra desta bananeira em concreto. Mas, o Tratado de Bolonha veio abalar a felicidade parasitária do ensino superior português. É estranho, desde logo, que tenha de ser uma entidade forânea, com uma estratégia e uma mentalidade estrangeira a vir resolver a trapalhada que nós mesmo fomos criando ao longo destes 30 anos. Para um nacionalista a coisa incomoda tanto como a um portista deve incomodar ver o Ricardo a defender penalties e o Scolari a ir galgando eliminatórias por aí fora, como se não houvesse amanhã...

Vem agora, o nosso douto ministro, o “mister MIT” Gago proclamar que “pela primeira vez o número de cursos não aumenta”. A explicação é que existem “demasiados cursos que não se articulam entre si e que oferecem uma formação de banda demasiado estreita” diz o Público.

Globalmente “há mais vagas disponíveis nos diferentes cursos superiores do que em 2005 (apenas 47 lugares a mais)”, aumento que se deve ao acréscimo de oferta na área de saúde (mais 324 vagas), nos cursos de Medicina e de Enfermagem. O ministro afirma orgulhoso que pela primeira vez em Portugal se introduz o “princípio de racionalização da oferta” aplicado ao ensino público. O que me parece caricato é que há vários anos a esta parte isto se sabia, e especialmente no campo da saúde, onde é já frequente há algum tempo a importação de pessoal especializado vindo do país “nuestro hermano”. O que me soa completamente patético é que se não fosse a aplicação de Bolonha este problema arrastar-se-ia ad infinitum (ou provavelmente até que um paciente tivesse, para ser atendido, de fazer um curso intensivo no Cervantes).

Até agora as directivas ministeriais dadas às instituições de ensino foram as de congelar o número de vagas e cursos existentes. A típica lógica portuguesa de, quando se faz algo correcto, é melhor dar um passo de cada vez. Mas quando será que o Estado português vai fazer uso da sua função mais permente enquanto estado pós-social, isto é: o planeamento estratégico? Quem terá a coragem de aquilatar as necessidades futuras de Portugal, e depois, tomar as decisões, tão impopulares quanto necessárias de fechar cursos inutéis, diminuir as vagas, em cursos em que estas sejam excedentárias (veja-se o exemplo de Direito: quantas vagas anuais existem em Portugal para aspirantes a juristas? Necessitará Portugal de 4 mil licenciados em Direito por ano?); aumentar exponencialmente vagas em cursos que formem profissionais de que Portugal verdadeiramente necessite; criar uma mentalidade de elite nos formandos universitários; desmantelar os preconceitos quanto ao ensino profissionalizante, dignificando esses profissionais e acabar de uma vez por todas com o estereótipo do canudo? Em suma, dotar Portugal de um sistema de ensino digno, profissional e nacionalista!

Soubemos esta semana que o número de cursos do ensino superior vai descer no próximo ano lectivo. Aparentemente é a primeira vez que isto acontece em Portugal desde o 25 de Abril. Desde essa data que os vários governos democráticos (e os do “Camarada Vasco”, que não cabem na primeira definição) foram desmantelando o ensino superior que o Estado Novo preconizara, por ser essencialmente elitista e exclusivista. A oferta cresceu, em grande parte graças às necessidades óbvias de um País que deixara para trás 16 anos de uma República anárquica, conflictiva e virulenta; 6 anos de uma incompetente Ditadura Militar; 36 anos de obscurantismo salazarista e mais 6 de uma primavera esmorecida e decadente. Parecia óbvio que se a história recente havia sido esta, o ensino superior desse País não poderia ser brilhante. Não o era.Mas a oferta cresceu também porque a democracia portuguesa, inicialmente (???) tutelada pelos estigmas comunó-socialistó-rousseaueanó-politicamente-correctos, chegou à brilhante conclusão que o grande mal da Nação era que nem todos podiam ser “doutores”, ou “bacharéis”, como se dizia na literatura de oitocentos. Vai daí, os mais variados cursos floresceram de forma selvagem, qual fungo de geração espontânea. E pior: numa verdadeira inquisição anti-numerus clausus, as vagas para cada um deles (dos fungos cursivos, entenda-se!) foi aumentando exponencialmente. A lógica era clara: cada novo partido que chegava às orlas ministeriais deduzia que cada “pirralho” que garantia a sua vaga numa instituição pública era uma família mais no cômputo geral eleitoral. E mais alunos implicam mais professores nas universidades. E mais professores, mais pessoal auxiliar. And soy on, and soy on...Enfim, nada de particularmente novo, visto que toda a (dis)Função Pública portuguesa cresceu de forma semelhante...A coisa parecia ir de feição a todos os maganos que viviam, felizes e contentes, à sombra desta bananeira em concreto. Mas, o Tratado de Bolonha veio abalar a felicidade parasitária do ensino superior português. É estranho, desde logo, que tenha de ser uma entidade forânea, com uma estratégia e uma mentalidade estrangeira a vir resolver a trapalhada que nós mesmo fomos criando ao longo destes 30 anos. Para um nacionalista a coisa incomoda tanto como a um portista deve incomodar ver o Ricardo a defender penalties e o Scolari a ir galgando eliminatórias por aí fora, como se não houvesse amanhã...Vem agora, o nosso douto ministro, o “mister MIT” Gago proclamar que “pela primeira vez o número de cursos não aumenta”. A explicação é que existem “demasiados cursos que não se articulam entre si e que oferecem uma formação de banda demasiado estreita” diz oGlobalmente “há mais vagas disponíveis nos diferentes cursos superiores do que em 2005 (apenas 47 lugares a mais)”, aumento que se deve ao acréscimo de oferta na área de saúde (mais 324 vagas), nos cursos de Medicina e de Enfermagem. O ministro afirma orgulhoso que pela primeira vez em Portugal se introduz o “princípio de racionalização da oferta” aplicado ao ensino público. O que me parece caricato é que há vários anos a esta parte isto se sabia, e especialmente no campo da saúde, onde é já frequente há algum tempo a importação de pessoal especializado vindo do país “nuestro hermano”. O que me soa completamente patético é que se não fosse a aplicação de Bolonha este problema arrastar-se-ia ad infinitum (ou provavelmente até que um paciente tivesse, para ser atendido, de fazer um curso intensivo no Cervantes).Até agora as directivas ministeriais dadas às instituições de ensino foram as de congelar o número de vagas e cursos existentes. A típica lógica portuguesa de, quando se faz algo correcto, é melhor dar um passo de cada vez. Mas quando será que o Estado português vai fazer uso da sua função mais permente enquanto estado pós-social, isto é: o planeamento estratégico? Quem terá a coragem de aquilatar as necessidades futuras de Portugal, e depois, tomar as decisões, tão impopulares quanto necessárias de fechar cursos inutéis, diminuir as vagas, em cursos em que estas sejam excedentárias (veja-se o exemplo de Direito: quantas vagas anuais existem em Portugal para aspirantes a juristas? Necessitará Portugal de 4 mil licenciados em Direito por ano?); aumentar exponencialmente vagas em cursos que formem profissionais de que Portugal verdadeiramente necessite; criar uma mentalidade de elite nos formandos universitários; desmantelar os preconceitos quanto ao ensino profissionalizante, dignificando esses profissionais e acabar de uma vez por todas com o estereótipo do canudo? Em suma, dotar Portugal de um sistema de ensino digno, profissional e nacionalista!

O amigo americano

Desde logo o seu nome aparece referido aquando do relatório do padre Hastings que denunciava os massacres dos militares portugueses em solo africano, nomeadamente o tenebroso massacre de Wyryamu. Por esta altura, Soares é convidado a deslocar-se à Grã-Bretanha pela mão dos Labours (e nesta deslocação se teria dado o célebre incidente de Soares a pisar a bandeira portuguesa, posto que, ao que dizem algumas insuspeitas vozes, como a do historiador Costa Pinto, tudo teria sido uma manobra difamatória dos serviços de inteligência nacionais).

Por outro lado, ficámos a saber que Soares, enquanto Ministro dos Negócios Estrangeiros, mas sobretudo, enquanto secretário-geral do PS, garantiu ao então embaixador norte-americano, Stuart Nash Scott, que Portugal não avançaria para uma ditadura comunista (será por isso que o PCP e restante extrema-esquerda não podem com o dr. Soares?).

Mas, parece-me a mim, que o mais interessante de tudo o que agora foi tornado público são as afirmações do mesmo diplomata, quando este afirma que "os seus [de Mário Soares] esforços dirigem-se, neste momento, para as negociações como PAIGC das quais, aparentemente, Portugal quer sair com um acordo para reter Cabo Verde em troca da independência da Guiné-Bissau."

Seria altura de indagar Soares a este respeito. O que teria ele em mente à altura? Aplicar a "descolonização exemplar" à Guiné-Bissau (o único dos três territórios onde a guerra estava definitivamente perdida pelas forças portuguesas) e continuar a administrar Cabo Verde enquanto colónia? Se sim, porque motivo? Seria para ali criar uma estância balnear do novo regime? Mário Soares, cuja longeva e prolífica carreira política parece ter terminado aquando das últimas eleições presidenciais, volta a estar na berlinda. De facto, e se tivermos em conta a sua importância nos últimos trinta anos na vida política portuguesa, muito ainda viremos a ouvir deste "pai da Nação". Desta feita o seu nome foi arrolado por causa dos quase três mil telegramas sobre Portugal que estão desde a semana passada abertos a consulta pública e que foram disponibilizados pelos serviços de informação norte-americanos.Desde logo o seu nome aparece referido aquando do relatório do padre Hastings que denunciava os massacres dos militares portugueses em solo africano, nomeadamente o tenebroso massacre de Wyryamu. Por esta altura, Soares é convidado a deslocar-se à Grã-Bretanha pela mão dos Labours (e nesta deslocação se teria dado o célebre incidente de Soares a pisar a bandeira portuguesa, posto que, ao que dizem algumas insuspeitas vozes, como a do historiador Costa Pinto, tudo teria sido uma manobra difamatória dos serviços de inteligência nacionais).Por outro lado, ficámos a saber que Soares, enquanto Ministro dos Negócios Estrangeiros, mas sobretudo, enquanto secretário-geral do PS, garantiu ao então embaixador norte-americano, Stuart Nash Scott, que Portugal não avançaria para uma ditadura comunista (será por isso que o PCP e restante extrema-esquerda não podem com o dr. Soares?).Mas, parece-me a mim, que o mais interessante de tudo o que agora foi tornado público são as afirmações do mesmo diplomata, quando este afirma que "os seus [de Mário Soares] esforços dirigem-se, neste momento, para as negociações como PAIGC das quais, aparentemente, Portugal quer sair com um acordo para reter Cabo Verde em troca da independência da Guiné-Bissau."Seria altura de indagar Soares a este respeito. O que teria ele em mente à altura? Aplicar a "descolonização exemplar" à Guiné-Bissau (o único dos três territórios onde a guerra estava definitivamente perdida pelas forças portuguesas) e continuar a administrar Cabo Verde enquanto colónia? Se sim, porque motivo? Seria para ali criar uma estância balnear do novo regime?

Portugal de tanga!

Dois anos volvidos, o Salão Internacional Erótico de Lisboa regressa hoje ao pavilhão 1 da FIL, e pode ser visitado até ás 22h de domingo.

Não irão faltar shows eróticos, strip-tease, sessões fotográficas com estrelas do mundo porno,etc. O ponto alto do certame irá ocorrer quando a actriz (?) espanhola Sónia Baby, tentar bater um recorde mundial, ao retirar da vagina uma corrente metálica com 20 metros de comprimento. Momento épico!

Mais um evento de extrema importância para a cultura da nação! Ou será que os nossos governantes e empresários, vislumbram na milionária indústria do sexo, os rumos do sucesso da economia portuguesa?

Dois anos volvidos, o Salão Internacional Erótico de Lisboa regressa hoje ao pavilhão 1 da FIL, e pode ser visitado até ás 22h de domingo.Não irão faltar shows eróticos, strip-tease, sessões fotográficas com estrelas do mundo porno,etc. O ponto alto do certame irá ocorrer quando a actriz (?) espanhola Sónia Baby, tentar bater um recorde mundial, ao retirar da vagina uma corrente metálica com 20 metros de comprimento. Momento épico!Mais um evento de extrema importância para a cultura da nação! Ou será que os nossos governantes e empresários, vislumbram na milionária indústria do sexo, os rumos do sucesso da economia portuguesa?

13 julho, 2006

RD Congo a ferro e fogo!

As eleições presidenciais e legislativas na República Democrática do Congo, as primeiras em mais de quarenta anos, realizam-se a 30 de Julho.

A campanha eleitoral tem sido pautada, nestes últimos dias, por inúmeros confrontos entre populares e forças da ordem nas ruas de Kinshasa. Os manifestantes alegam a falta de tranparência do processo eleitoral, e a comunidade internacional teme o pior para os próximos dias. O leste da RDC também tem sido palco de conflitos com forças rebeldes, que têm desestabilizado a organização das eleições.

Vinte e cinco fuzileiros portugueses, que integram a missão da União Europeia ás eleições na RD Congo vão partir a 14 de Julho e ficar estacionados em Port-Gentil (Gabão). Os militares portugueses irão permanecer na região por um período de quatro meses após as eleições de 30 de Julho.

Uma vez mais, as obrigações para com a UE, irão deslocar tropas portuguesas para um conflito alheio aos interesses nacionais. Que eu saiba, não existe uma comunidade portuguesa significativa naquele país ou qualquer outro tipo de interesses nacionais em terras do Congo.

A missão será comandada pela França. Porque será?

Novamente, os franceses mantêm firme o seu controlo pós-colonial da África Ocidental, socorrendo-se de meios logísticos e militares da UE. E nós dizemos amén!

Não seria bem melhor, a França pedir patrocínios a todas as empresas francófonas com fortes interesses comerciais na região?

As eleições presidenciais e legislativas na República Democrática do Congo, as primeiras em mais de quarenta anos, realizam-se a 30 de Julho.A campanha eleitoral tem sido pautada, nestes últimos dias, por inúmeros confrontos entre populares e forças da ordem nas ruas de Kinshasa. Os manifestantes alegam a falta de tranparência do processo eleitoral, e a comunidade internacional teme o pior para os próximos dias. O leste da RDC também tem sido palco de conflitos com forças rebeldes, que têm desestabilizado a organização das eleições.Vinte e cinco fuzileiros portugueses, que integram a missão da União Europeia ás eleições na RD Congo vão partir a 14 de Julho e ficar estacionados em Port-Gentil (Gabão). Os militares portugueses irão permanecer na região por um período de quatro meses após as eleições de 30 de Julho.Uma vez mais, as obrigações para com a UE, irão deslocar tropas portuguesas para um conflito alheio aos interesses nacionais. Que eu saiba, não existe uma comunidade portuguesa significativa naquele país ou qualquer outro tipo de interesses nacionais em terras do Congo.A missão será comandada pela França. Porque será?Novamente, os franceses mantêm firme o seu controlo pós-colonial da África Ocidental, socorrendo-se de meios logísticos e militares da UE. E nós dizemos amén!Não seria bem melhor, a França pedir patrocínios a todas as empresas francófonas com fortes interesses comerciais na região?

Guerra do Silêncio

Pelo menos 200 pessoas morreram nos atentados de terça-feira que atingiram comboios, estações e metropolitano de Bombaim-India, anunciou ontem o vice-ministro do estado de Maharashtra na assembleia estadual.

As autoridades indianas acreditam que por trás dos atentados está o grupo islâmico paquistanês - LeT, pois o modus operandi, corresponde à forma de actuar deste grupo que luta pela secessão de Caxemira indiana, estado maioritariamente muçulmano.

Mais um triste episódio, no que eu designo por Guerra do Silêncio, que sucede à Guerra Fria dos anos 80. Na actualidade, os conflitos não ocorrem entre nações. As hostilidades ocorrem entre estados soberanos e organizações terroristas transnacionais, com lideranças mais ou menos anónimas.

Creio que dentro de alguns anos, este novo período da história que vivemos irá ocasionar uma nova ordem mundial, que ditará o fim do predomínio dos EUA no cenário mundial. Eles próprios compraram uma Guerra no Iraque, que são incapazes de gerir e que originam gastos astronómicos. Ainda me recordo, que um dos factores do declínio da ex-URSS foi precisamente uma longa guerra no Afeganistão, e parece que mais uma vez a história se repete para os lados do Tio Sam.

Este grave atentado ocorreu na India. Agora comparem o alarido da imprensa internacional, comparativamente com os atentados que ocorreram em Nova Iorque, Madrid e Londres...

Pelo menos 200 pessoas morreram nos atentados de terça-feira que atingiram comboios, estações e metropolitano de Bombaim-India, anunciou ontem o vice-ministro do estado de Maharashtra na assembleia estadual.As autoridades indianas acreditam que por trás dos atentados está o grupo islâmico paquistanês - LeT, pois o modus operandi, corresponde à forma de actuar deste grupo que luta pela secessão de Caxemira indiana, estado maioritariamente muçulmano.Mais um triste episódio, no que eu designo por Guerra do Silêncio, que sucede à Guerra Fria dos anos 80. Na actualidade, os conflitos não ocorrem entre nações. As hostilidades ocorrem entre estados soberanos e organizações terroristas transnacionais, com lideranças mais ou menos anónimas.Creio que dentro de alguns anos, este novo período da história que vivemos irá ocasionar uma nova ordem mundial, que ditará o fim do predomínio dos EUA no cenário mundial. Eles próprios compraram uma Guerra no Iraque, que são incapazes de gerir e que originam gastos astronómicos. Ainda me recordo, que um dos factores do declínio da ex-URSS foi precisamente uma longa guerra no Afeganistão, e parece que mais uma vez a história se repete para os lados do Tio Sam.Este grave atentado ocorreu na India. Agora comparem o alarido da imprensa internacional, comparativamente com os atentados que ocorreram em Nova Iorque, Madrid e Londres...

12 julho, 2006

Ian Smith - A Lenda Branca

Ian Smith foi o Premier da colónia britânica da Rodésia do Sul de 13 de Abril de 1964 a 11 Novembro de 1965, e ministro principal da Rodésia (actualmente Zimbabwé) de Novembro de 1965 a 1 de Junho de 1979, quando a Rodésia foi governada pela sua minoria branca.

Smith talvez seja mais recordado, pela sua assinatura da Declaração de Independência Unilateral do Reino Unido. Ele e outros políticos brancos do sistema argumentavam que não existia nada de fundamentalmente racista sobre o sistema eleitoral da Rodésia. Tal argumentação não é muito credível visto que até 1979, os brancos detinham 95% dos votos em eleições nacionais quando não eram mais de 5% da população total.

Durante os anos 60, foi concedida a independência de todas as colónias britânicas em África. A Rodésia procurou também a sua independência, mas o governo britânico não concordou porque pretendia um governo negro a reger os rumos do país. A alternativa à independência, seria uma continuação do status-quo, onde os brancos constituíam a classe dominante.

Surge então a Declaração de Independência Unilateral a 11 de Novembro de 1975.

A UDI provocou de imediato sanções internacionais, incluindo as primeiras sanções económicas da história das Nações Unidas, conduzidas em grande parte pela Grã-Bretanha, pela OAU, e mesmo o governo da África do Sul do apartheid apoiava clandestinamente mas não reconhecia o novo Estado.

As sanções das Nações Unidas eram bastante severas e envolviam todas as transacções comerciais e financeiras com a Rodésia.

Entretanto, em 1971, a oposição negra foi ficando mais intensa e surgem os primeiros ataques dos guerrilheiros rebeldes, em diversas propriedades rurais de brancos. Estava marcado o início da designada Bush War. Grande parte das movimentações dos guerrilheiros, possuía estruturas de apoio em países vizinhos, com destaque para Moçambique.

O isolamento internacional intensifica-se após a independência de Moçambique em 1975, e também devido a um recuo do apoio sul-africano. As sanções económicas estrangulavam cada vez mais o país, ao mesmo tempo que as forças rebeldes começavam a tomar a dianteira na guerra.

Em 1978, a minoria branca encara pela primeira vez um acordo político com alguns partidos negros, mas garantido 2/3 dos assentos do parlamento para os brancos, o controlo das forças armadas e poder judicial.

Em 1979, são realizadas as primeiras eleições multi-raciais, o país muda de nome - Zimbabwé e a guerra na selva termina. No ano de 1980, ocorrem umas segundas eleições e Robert Mugabe sobe ao poder, onde se mantem até hoje. Ao longo dos anos as condições de vida dos brancos do Zimbabwé, têm-se deteriorado e muitos já fugiram para o Reino Unido. Não esqueçamos que existem ainda vários portugueses residentes neste país, para onde emigraram após a independência das ex-colónias portuguesas.

Ian Smith, encontra-se neste momento a viver no exílio na África do Sul. Deixa duas obras fundamentais para o entendimento desta época: Great Betrayal e Bitter Harvest.

Ian Smith foi o Premier da colónia britânica da Rodésia do Sul de 13 de Abril de 1964 a 11 Novembro de 1965, e ministro principal da Rodésia (actualmente Zimbabwé) de Novembro de 1965 a 1 de Junho de 1979, quando a Rodésia foi governada pela sua minoria branca.Smith talvez seja mais recordado, pela sua assinatura da Declaração de Independência Unilateral do Reino Unido. Ele e outros políticos brancos do sistema argumentavam que não existia nada de fundamentalmente racista sobre o sistema eleitoral da Rodésia. Tal argumentação não é muito credível visto que até 1979, os brancos detinham 95% dos votos em eleições nacionais quando não eram mais de 5% da população total.Durante os anos 60, foi concedida a independência de todas as colónias britânicas em África. A Rodésia procurou também a sua independência, mas o governo britânico não concordou porque pretendia um governo negro a reger os rumos do país. A alternativa à independência, seria uma continuação do status-quo, onde os brancos constituíam a classe dominante.Surge então a Declaração de Independência Unilateral a 11 de Novembro de 1975.A UDI provocou de imediato sanções internacionais, incluindo as primeiras sanções económicas da história das Nações Unidas, conduzidas em grande parte pela Grã-Bretanha, pela OAU, e mesmo o governo da África do Sul do apartheid apoiava clandestinamente mas não reconhecia o novo Estado.As sanções das Nações Unidas eram bastante severas e envolviam todas as transacções comerciais e financeiras com a Rodésia.Entretanto, em 1971, a oposição negra foi ficando mais intensa e surgem os primeiros ataques dos guerrilheiros rebeldes, em diversas propriedades rurais de brancos. Estava marcado o início da designada Bush War. Grande parte das movimentações dos guerrilheiros, possuía estruturas de apoio em países vizinhos, com destaque para Moçambique.O isolamento internacional intensifica-se após a independência de Moçambique em 1975, e também devido a um recuo do apoio sul-africano. As sanções económicas estrangulavam cada vez mais o país, ao mesmo tempo que as forças rebeldes começavam a tomar a dianteira na guerra.Em 1978, a minoria branca encara pela primeira vez um acordo político com alguns partidos negros, mas garantido 2/3 dos assentos do parlamento para os brancos, o controlo das forças armadas e poder judicial.Em 1979, são realizadas as primeiras eleições multi-raciais, o país muda de nome - Zimbabwé e a guerra na selva termina. No ano de 1980, ocorrem umas segundas eleições e Robert Mugabe sobe ao poder, onde se mantem até hoje. Ao longo dos anos as condições de vida dos brancos do Zimbabwé, têm-se deteriorado e muitos já fugiram para o Reino Unido. Não esqueçamos que existem ainda vários portugueses residentes neste país, para onde emigraram após a independência das ex-colónias portuguesas.Ian Smith, encontra-se neste momento a viver no exílio na África do Sul. Deixa duas obras fundamentais para o entendimento desta época: Great Betrayal e Bitter Harvest.

11 julho, 2006

Roteiro para a inclusão

Cavaco Silva inicia amanhã, dia 11, um novo momento no "Roteiro para a inclusão" desta feita a norte de Portugal. Se bem se lembram o primeiro tinha sido na Região do Alentejo e Cavaco Silva tinha alertado para os problemas da interioridade, baixa natalidade, etc. Amanhã Cavaco começará por chamar a atenção para as mulheres e crianças vítimas de maus tratos, mas também, e na minha opinião extremamente importante, abordará o tema da gravidez na adolescência. A gravidez na adolescência é um flagelo social, são mulheres jovens que deixam a escola onde deveriam ganhar os instrumentos suficientes para poderem ter uma contribuição activa para a sociedade portuguesa. No entanto, ao engravidarem aos 16 anos, saiem da escola, dedicam-se a criar os filhos, tomarem conta da casa e na grande maioria dos casos, a serem trabalhadoras sem qualquer tipo de qualificação de fábricas por esse país fora. Ganham miseravelmente, vivem na total dependência do seu marido ou familiares mais próximos e dos subsídios do Estado. Como alterar esta situação? Comecemos pelos motivos que levam à gravidez da adolescência: - Desconhecimento. Seja do corpo e sua função reprodutora, seja de métodos anti-conceptivos; - Descontentamento. Com a família e com a escola; - Meio social desfavorecido em que todos vivem numa promiscuidade absoluta (sim, isto acontece em Portugal). Como alterar: - Conhecimento. Adaptação de manuais escolares próprios a uma sociedade que cada vez cresce mais depressa; Ensino de métodos de anti-concepção na escola preparatória (ou como se chama hoje em dia); - Contentamento. Sobretudo com as opções que a escola oferece. Nem todos podem ser licenciados, muitos não gostam de estuda

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