O labirinto do Macedo

24-06-2020
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É o maior escândalo de corrupção nas cúpulas do Estado e envolve o pagamento de milhões de euros em luvas e outras vantagens a altos responsáveis com poder de decisão na emissão de vistos dourados a imigrantes extracomunitários, chineses e angolanos – que conseguem autorizações de residência em troca de investimentos superiores a 500 mil euros. Resultou ontem em 11 detidos, entre os quais Manuel Palos, diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, e António Figueiredo, que preside ao Instituto dos Registo e Notariado. Foi ainda detida, e será hoje também presente ao Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, a secretária-geral da Administração da Justiça, Maria Antónia Anes, suspeita de ter informado António Figueiredo de que estavam a ser investigados pela Judiciária.

A investigação da PJ chamusca também o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, alvo de buscas no ministério, bem como uma sua sócia na advocacia, Albertina Gonçalves, que é secretária-geral do Ministério do Ambiente. É ainda atingido o juiz Antero Luís, ex-diretor do SIS que exerceu até maio passado as funções de ‘superpolícia, na coordenação entre as forças e serviços de segurança.

No caso do magistrado, o CM sabe que a investigação teve de ser autonomizada, por se tratar de um juiz desembargador. Por lei, tem de ser o Supremo Tribunal – e não Carlos Alexandre, juiz de instrução – a validar interceções telefónicas e a emitir mandados, caso as suspeitas sejam consideradas consistentes.

Antero Luís foi ‘apanhado’ no negócio da venda de um imóvel em Leiria, propriedade de um amigo do irmão do magistrado, que contactou o juiz para saber se este lhe arranjava compradores. Antero Luís telefonou a António Figueiredo e este encontrou-lhe interessados.

O imóvel foi visitado pelos potenciais clientes, mas o negócio não foi fechado. O preço pedido, para cima de três milhões, seria o dobro ou o triplo do valor de mercado. A PJ escutou tudo e fotografou a visita ao imóvel. 

Miguel Macedo cai nas escutas

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, está a ser chamuscado por este caso. Foi alvo de buscas no ministério, a sua sócia na advocacia e atualmente secretária-geral do Ministério do Ambiente, Albertina Gonçalves, foi também visada pelas buscas, e o principal arguido, António Figueiredo, é seu amigo há mais de 30 anos. Conhecem-se desde os tempos da Faculdade de Direito de Coimbra.

Figueiredo estava sob escuta há mais de seis meses e Macedo caiu em muitas conversas com o velho amigo. Algumas são relevantes para a investigação dos vistos gold e foram transcritas para o processo. Isso significa que foram conversas com valor indiciário para a situação processual de António Figueiredo, que foi nomeado para a presidência do Registo e Notariado há dez anos, quando Macedo fez parte do governo de Durão Barroso como secretário de Estado da Justiça.

Antes do verão, Miguel Macedo terá ido passar um fim de semana à fronteira espanhola com António Figueiredo. PJ desconfia que para falarem do caso longe das escutas, diz o Correio da Manhã.

É o maior escândalo de corrupção nas cúpulas do Estado e envolve o pagamento de milhões de euros em luvas e outras vantagens a altos responsáveis com poder de decisão na emissão de vistos dourados a imigrantes extracomunitários, chineses e angolanos – que conseguem autorizações de residência em troca de investimentos superiores a 500 mil euros. Resultou ontem em 11 detidos, entre os quais Manuel Palos, diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, e António Figueiredo, que preside ao Instituto dos Registo e Notariado. Foi ainda detida, e será hoje também presente ao Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, a secretária-geral da Administração da Justiça, Maria Antónia Anes, suspeita de ter informado António Figueiredo de que estavam a ser investigados pela Judiciária.

A investigação da PJ chamusca também o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, alvo de buscas no ministério, bem como uma sua sócia na advocacia, Albertina Gonçalves, que é secretária-geral do Ministério do Ambiente. É ainda atingido o juiz Antero Luís, ex-diretor do SIS que exerceu até maio passado as funções de ‘superpolícia, na coordenação entre as forças e serviços de segurança.

No caso do magistrado, o CM sabe que a investigação teve de ser autonomizada, por se tratar de um juiz desembargador. Por lei, tem de ser o Supremo Tribunal – e não Carlos Alexandre, juiz de instrução – a validar interceções telefónicas e a emitir mandados, caso as suspeitas sejam consideradas consistentes.

Antero Luís foi ‘apanhado’ no negócio da venda de um imóvel em Leiria, propriedade de um amigo do irmão do magistrado, que contactou o juiz para saber se este lhe arranjava compradores. Antero Luís telefonou a António Figueiredo e este encontrou-lhe interessados.

O imóvel foi visitado pelos potenciais clientes, mas o negócio não foi fechado. O preço pedido, para cima de três milhões, seria o dobro ou o triplo do valor de mercado. A PJ escutou tudo e fotografou a visita ao imóvel. 

Miguel Macedo cai nas escutas

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, está a ser chamuscado por este caso. Foi alvo de buscas no ministério, a sua sócia na advocacia e atualmente secretária-geral do Ministério do Ambiente, Albertina Gonçalves, foi também visada pelas buscas, e o principal arguido, António Figueiredo, é seu amigo há mais de 30 anos. Conhecem-se desde os tempos da Faculdade de Direito de Coimbra.

Figueiredo estava sob escuta há mais de seis meses e Macedo caiu em muitas conversas com o velho amigo. Algumas são relevantes para a investigação dos vistos gold e foram transcritas para o processo. Isso significa que foram conversas com valor indiciário para a situação processual de António Figueiredo, que foi nomeado para a presidência do Registo e Notariado há dez anos, quando Macedo fez parte do governo de Durão Barroso como secretário de Estado da Justiça.

Antes do verão, Miguel Macedo terá ido passar um fim de semana à fronteira espanhola com António Figueiredo. PJ desconfia que para falarem do caso longe das escutas, diz o Correio da Manhã.

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