Luanda Leaks. “Queremos é que a Efacec continue”, diz sindicato

12-04-2020
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“Há apreensão, mas achamos que todas estas questões à volta do arresto dos bens de Isabel dos Santos e também do caso Luanda Leaks não tem de ter consequências no futuro da Efacec. A nossa preocupação principal são os postos de trabalho. Queremos é que a empresa continue”, diz ao Expresso Ana Paula Vitorino, da direção do SITE Norte – Sindicato das Indústrias Transformadoras e Energia do Norte.

Logo que a questão do arresto foi levantada, este sindicato que representa trabalhadores da Efacec fez um comunicado a expressar “apreensão” e a garantir atenção à defesa dos direitos de trabalhadores numa empresa que entrou no universo de Isabel dos Santos através da Winterfell Industries, em 2015.

Para a dirigente sindical é, agora, “essencial que a filha do antigo presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, não use nada disto para continuar com a política de retirada dos direitos dos trabalhadores, processos disciplinares e despedimento coletivo”. Aliás, acrescenta, “se Isabel dos Santos está tão preocupada com os trabalhadores e as famílias como diz nas entrevistas, então que dê um sinal e suspenda o despedimento coletivo e os processos disciplinares na Efacec”.

Em causa está o despedimento coletivo de 21 trabalhadores, em 2017, que está a ser contestado em tribunal (Tribunal do Trabalho de Matosinhos), mas também o que o SITE Norte classifica como “uma sucessão de processos disciplinares usados para despedir trabalhadores nos últimos tempos”, também a ser contestados em vários tribunais, em função da zona de residência de cada um.

O primeiro processo em tribunal

Amanhã, em Santa Maria da Feira, começa o julgamento de um destes trabalhadores que foi despedido depois de um processo disciplinar na Efacec Energia, em 2018. E o argumento da empresa, diz o sindicato, “é o de que o trabalhador mentiu, estragou uma máquina e causou prejuízos graves à empresa”.

“Este é o primeiro processo a ser julgado”, sublinha Ana Paula Vitorino, adiantando que há “muitos casos idênticos”, mas sem os quantificar.

O sindicato refere que apesar destes despedimentos, “no chão da fábrica”, uma expressão que remete para os operários fabris, a empresa “parece ter vindo a aumentar o número de trabalhadores, de 2.200, quando foi comprada, para os 2.800 atuais”.

Em termos financeiros, as indicações que o sindicato tem recebido da empresa “é de que há trabalho e encomendas” e a própria Isabel dos Santos fala da Efacec “como um caso de sucesso”, recorda a dirigente.

Em 2018, o relatório e contas da empresa presidida por Mário Leite, gestor ligado a Isabel dos Santos também envolvido na investigação dos Luanda Leaks, aponta para mais de 2.400 trabalhadores e apresenta um aumento ligeiro (1,5 milhões) nas vendas, para os 433 milhões de euros, subidas de 7% nas encomendas (533 milhões) e de 15% no EBITDA (41,2 milhões) e um rácio dívida líquida/EBITDA de 1,5 vezes. Os resultados líquidos deram um salto de 87% entre 2017 e 2018, para os 14,1 milhões de euros, e a dívida líquida (56,6 milhões) aumentou 43% , com subidas de 34% na parcela das instituições de crédito, 49% a fornecedores e 56% a outos credores e acréscimo de gastos.

“Há apreensão, mas achamos que todas estas questões à volta do arresto dos bens de Isabel dos Santos e também do caso Luanda Leaks não tem de ter consequências no futuro da Efacec. A nossa preocupação principal são os postos de trabalho. Queremos é que a empresa continue”, diz ao Expresso Ana Paula Vitorino, da direção do SITE Norte – Sindicato das Indústrias Transformadoras e Energia do Norte.

Logo que a questão do arresto foi levantada, este sindicato que representa trabalhadores da Efacec fez um comunicado a expressar “apreensão” e a garantir atenção à defesa dos direitos de trabalhadores numa empresa que entrou no universo de Isabel dos Santos através da Winterfell Industries, em 2015.

Para a dirigente sindical é, agora, “essencial que a filha do antigo presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, não use nada disto para continuar com a política de retirada dos direitos dos trabalhadores, processos disciplinares e despedimento coletivo”. Aliás, acrescenta, “se Isabel dos Santos está tão preocupada com os trabalhadores e as famílias como diz nas entrevistas, então que dê um sinal e suspenda o despedimento coletivo e os processos disciplinares na Efacec”.

Em causa está o despedimento coletivo de 21 trabalhadores, em 2017, que está a ser contestado em tribunal (Tribunal do Trabalho de Matosinhos), mas também o que o SITE Norte classifica como “uma sucessão de processos disciplinares usados para despedir trabalhadores nos últimos tempos”, também a ser contestados em vários tribunais, em função da zona de residência de cada um.

O primeiro processo em tribunal

Amanhã, em Santa Maria da Feira, começa o julgamento de um destes trabalhadores que foi despedido depois de um processo disciplinar na Efacec Energia, em 2018. E o argumento da empresa, diz o sindicato, “é o de que o trabalhador mentiu, estragou uma máquina e causou prejuízos graves à empresa”.

“Este é o primeiro processo a ser julgado”, sublinha Ana Paula Vitorino, adiantando que há “muitos casos idênticos”, mas sem os quantificar.

O sindicato refere que apesar destes despedimentos, “no chão da fábrica”, uma expressão que remete para os operários fabris, a empresa “parece ter vindo a aumentar o número de trabalhadores, de 2.200, quando foi comprada, para os 2.800 atuais”.

Em termos financeiros, as indicações que o sindicato tem recebido da empresa “é de que há trabalho e encomendas” e a própria Isabel dos Santos fala da Efacec “como um caso de sucesso”, recorda a dirigente.

Em 2018, o relatório e contas da empresa presidida por Mário Leite, gestor ligado a Isabel dos Santos também envolvido na investigação dos Luanda Leaks, aponta para mais de 2.400 trabalhadores e apresenta um aumento ligeiro (1,5 milhões) nas vendas, para os 433 milhões de euros, subidas de 7% nas encomendas (533 milhões) e de 15% no EBITDA (41,2 milhões) e um rácio dívida líquida/EBITDA de 1,5 vezes. Os resultados líquidos deram um salto de 87% entre 2017 e 2018, para os 14,1 milhões de euros, e a dívida líquida (56,6 milhões) aumentou 43% , com subidas de 34% na parcela das instituições de crédito, 49% a fornecedores e 56% a outos credores e acréscimo de gastos.

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