Costa diz que Centeno “tem todas as condições” para Banco de Portugal e acusa Parlamento de “perseguição”

21-06-2020
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Foi uma cerimónia curta e sem grandes adornos, como manda a pandemia. João Leão tomou na manhã desta segunda-feira posse como ministro de Estado e das Finanças, sucedendo assim oficialmente a Mário Centeno. E foi de Centeno que António Costa falou aos jornalistas, para dizer que o agora ex-ministro não só tem "todas as condições" para ser governador do Banco de Portugal como que é "hipótese" para o cargo... e não deve ser "perseguido" por isso, num ataque direto ao Parlamento. João Leão concordou: Centeno é uma "excelente hipótese" para ficar à frente do regulador da banca.

A cerimónia aconteceu no Palácio de Belém, na presença de António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa e Eduardo Ferro Rodrigues. De máscaras na cara, os elementos da nova equipa das Finanças - João Leão e os seus secretários de Estado, António Mendonça Mendes (o único que transita da equipa anterior), Cláudia Joaquim, Miguel Cruz e João Nuno Mendes - cumprimentaram as figuras de topo do Estado.

Mas foram as declarações do primeiro-ministro, a seguir à posse, que aqueceram o curto evento. Pela primeira vez, Costa assumiu frontalmente que Mário Centeno é uma "hipótese" para ficar à frente do Banco de Portugal e tem inclusivamente "todas as condições" para exercer o cargo. E atacou duramente o Parlamento, que aprovou na semana passada uma lei que impõe um período de nojo de cinco anos para situações como a de Centeno: "Leis com a função de perseguir pessoas são inadmissíveis".

"Ninguém no país percebe essa vontade de perseguir. É absolutamente incompatível com o Estado de Direito; não é aceitável que se altere por razões conjunturais as competências de um órgão de soberania. O doutor Mário Centeno cometeu algum crime?", questionou Costa, lembrando ainda, em defesa de Centeno, que o atual governador, Carlos Costa, defendeu em entrevista ao Expresso que o ex-ministro tem condições para ser um bom sucessor.

Se não fosse ainda clara a vontade do Governo de nomear o ex-ministro para o Banco de Portugal, Costa desfez assim possíveis dúvidas, embora salvaguardando que ainda ouvirá os partidos a propósito do assunto. Sobre o PSD, que já anunciou que não dará o seu aval à nomeação, Costa ironizou: "Não tenho o doutor Rui Rio como uma pessoa mesquinha".

Sucessor, responsável pela nomeação, defende Centeno

Não foi o único membro do Governo a defender o salto direto de Centeno para o regulador da banca - o sucessor de Centeno, que foi também seu secretário de Estado e que será o responsável pela nomeação, foi ainda mais claro. À saída da tomada de posse, João Leão pegou num papel para ler uma breve declaração sobre a “honra” e o “prazer” que tem de ser agora ministro de Estado e das Finanças, mas acabaria por ser abalroado pelas declarações que António Costa tinha acabado de fazer: a possibilidade, agora mais evidente, de que Mário Centeno será a escolha para governador do Banco de Portugal. Questionado pelos jornalistas, João Leão disse por várias vezes que não é o momento oportuno para falar do assunto, mas acabaria por dizer que Centeno “é uma boa hipótese. É uma excelente hipótese”. E disse ainda que não tem obstáculos a levantar: “não vejo qualquer inconveniente” nessa nomeação, garantiu.

Foi uma cerimónia curta e sem grandes adornos, como manda a pandemia. João Leão tomou na manhã desta segunda-feira posse como ministro de Estado e das Finanças, sucedendo assim oficialmente a Mário Centeno. E foi de Centeno que António Costa falou aos jornalistas, para dizer que o agora ex-ministro não só tem "todas as condições" para ser governador do Banco de Portugal como que é "hipótese" para o cargo... e não deve ser "perseguido" por isso, num ataque direto ao Parlamento. João Leão concordou: Centeno é uma "excelente hipótese" para ficar à frente do regulador da banca.

A cerimónia aconteceu no Palácio de Belém, na presença de António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa e Eduardo Ferro Rodrigues. De máscaras na cara, os elementos da nova equipa das Finanças - João Leão e os seus secretários de Estado, António Mendonça Mendes (o único que transita da equipa anterior), Cláudia Joaquim, Miguel Cruz e João Nuno Mendes - cumprimentaram as figuras de topo do Estado.

Mas foram as declarações do primeiro-ministro, a seguir à posse, que aqueceram o curto evento. Pela primeira vez, Costa assumiu frontalmente que Mário Centeno é uma "hipótese" para ficar à frente do Banco de Portugal e tem inclusivamente "todas as condições" para exercer o cargo. E atacou duramente o Parlamento, que aprovou na semana passada uma lei que impõe um período de nojo de cinco anos para situações como a de Centeno: "Leis com a função de perseguir pessoas são inadmissíveis".

"Ninguém no país percebe essa vontade de perseguir. É absolutamente incompatível com o Estado de Direito; não é aceitável que se altere por razões conjunturais as competências de um órgão de soberania. O doutor Mário Centeno cometeu algum crime?", questionou Costa, lembrando ainda, em defesa de Centeno, que o atual governador, Carlos Costa, defendeu em entrevista ao Expresso que o ex-ministro tem condições para ser um bom sucessor.

Se não fosse ainda clara a vontade do Governo de nomear o ex-ministro para o Banco de Portugal, Costa desfez assim possíveis dúvidas, embora salvaguardando que ainda ouvirá os partidos a propósito do assunto. Sobre o PSD, que já anunciou que não dará o seu aval à nomeação, Costa ironizou: "Não tenho o doutor Rui Rio como uma pessoa mesquinha".

Sucessor, responsável pela nomeação, defende Centeno

Não foi o único membro do Governo a defender o salto direto de Centeno para o regulador da banca - o sucessor de Centeno, que foi também seu secretário de Estado e que será o responsável pela nomeação, foi ainda mais claro. À saída da tomada de posse, João Leão pegou num papel para ler uma breve declaração sobre a “honra” e o “prazer” que tem de ser agora ministro de Estado e das Finanças, mas acabaria por ser abalroado pelas declarações que António Costa tinha acabado de fazer: a possibilidade, agora mais evidente, de que Mário Centeno será a escolha para governador do Banco de Portugal. Questionado pelos jornalistas, João Leão disse por várias vezes que não é o momento oportuno para falar do assunto, mas acabaria por dizer que Centeno “é uma boa hipótese. É uma excelente hipótese”. E disse ainda que não tem obstáculos a levantar: “não vejo qualquer inconveniente” nessa nomeação, garantiu.

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