Taxa de incumprimento das empresas que aderiram a planos para pagar impostos de forma faseada é de 3%

05-11-2020
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Este dado foi avançado por António Mendonça Mendes na 16.ª Conferência Anual da Ordem dos Economistas sobre o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) que decorreu hoje em Lisboa, tendo o responsável acrescentado que este regime de flexibilização permitiu que “mais de 1.200 milhões de euros de impostos” fossem pagos em “pequenas tranches”.

As empresas, precisou, “conseguiram usar bem este mecanismo” e a prova disso está no facto de “a taxa de incumprimento destes planos prestacionais” ser de apenas 3%.

“De 1.200 milhões de euros temos 40 milhões de euros que não foram cumpridos. É disto que estamos a falar”, disse.

Em causa está uma das medidas excecionais e temporárias criadas em abril pelo Governo para responder à crise económica causada pela pandemia de covid-19 que consiste na possibilidade de as empresas fasearem em três ou seis vezes o pagamento do IVA e das retenções na fonte do IRS.

Outra das medidas que visou aliviar a tesouraria das empresas e ajudar à manutenção do emprego foi a limitação do pagamento por conta do IRC em virtude da quebra de atividade.

Também aqui o secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais referiu que as empresas usaram “com parcimónia” uma medida que permitiu “devolver” à economia, em termos de liquidez, 800 milhões de euros.

“Foi absolutamente determinante para as empresas terem esse oxigénio que lhes permite manter o emprego e o rendimento das famílias”, referiu.

Mendonça Mendes referiu-se ainda à medida que suspende em 2020 e 2021 a contagem do prazo de reporte dos prejuízos fiscais pelas empresas e alarga o prazo do reporte de cinco para 10 anos.

Neste âmbito, apesar de entender que a alteração a este instrumento se justifica perante a quebra de atividade e dos resultados das empresas, o governante salientou que os prejuízos fiscais são “talvez o pior exemplo” do país em temos de instabilidade fiscal.

“Em 10 anos tivemos 10 alterações, o que nos deve fazer refletir sobre o queremos nesta matéria”, disse.

O secretário de Estado referiu-se também ao Crédito Fiscal Extraordinário de Investimento (CFEI II), salientando que o Governo não teve “nenhum problema” em ir buscar uma medida criada em 2013 com o objetivo de estimular o investimento” e de a replicar “exatamente como existia, apenas com uma alteração: exigindo a manutenção dos postos de trabalho”.

O governante acentuou ainda que o OE2021 segue o rumo da estabilidade fiscal, continuando a linha de privilegiar as empresas que investem os seus lucros e em inovação e desenvolvimento e de fazer uma discriminação positiva das micro, pequenas e médias empresas e das que apostam no interior do país.

Orador convidado de um painel de que fizeram parte representantes das consultoras Deloitte, EY e PwC, António Mendonça Mendes foi confrontado com a medida integrada no OE que faz depender o acesso a benefícios fiscais em 2021 por parte das grandes empresas que registem lucros em 2020, da manutenção do emprego.

Entre os apoios públicos e incentivos fiscais que impedem as empresas de despedir estão as linhas de crédito com garantias do Estado e, relativamente ao período de tributação de 2021, o benefício fiscal que permite às empresas deduzir uma parte da remuneração convencional do capital social, bem como o crédito fiscal ao investimento II (CFEI II), o regime fiscal de apoio ao investimento (RFAI) e o sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento empresarial II (SIFIDE II) – este último introduzido pelo Orçamento do Estado Suplementar.

Para Carlos Loureiro, da Deloitte, o emprego “não se cria por decreto” e “fazer depender o investimento e os incentivos ao investimento da manutenção do emprego é extremamente gravoso”.

Também Rosa Branca Areias, da PwC criticou a medida, pedindo mesmo a “revogação do artigo” que tem como epígrafe o “Regime extraordinário e transitório de incentivo à manutenção de postos de trabalho”.

Carlos Lobo, da EY e antigo SEAF referiu que exercício orçamental deste ano” é o mais difícil de sempre”.

“Existem elementos que estão totalmente fora do nosso controlo”, salientou Carlos Lobo.

Este dado foi avançado por António Mendonça Mendes na 16.ª Conferência Anual da Ordem dos Economistas sobre o Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) que decorreu hoje em Lisboa, tendo o responsável acrescentado que este regime de flexibilização permitiu que “mais de 1.200 milhões de euros de impostos” fossem pagos em “pequenas tranches”.

As empresas, precisou, “conseguiram usar bem este mecanismo” e a prova disso está no facto de “a taxa de incumprimento destes planos prestacionais” ser de apenas 3%.

“De 1.200 milhões de euros temos 40 milhões de euros que não foram cumpridos. É disto que estamos a falar”, disse.

Em causa está uma das medidas excecionais e temporárias criadas em abril pelo Governo para responder à crise económica causada pela pandemia de covid-19 que consiste na possibilidade de as empresas fasearem em três ou seis vezes o pagamento do IVA e das retenções na fonte do IRS.

Outra das medidas que visou aliviar a tesouraria das empresas e ajudar à manutenção do emprego foi a limitação do pagamento por conta do IRC em virtude da quebra de atividade.

Também aqui o secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais referiu que as empresas usaram “com parcimónia” uma medida que permitiu “devolver” à economia, em termos de liquidez, 800 milhões de euros.

“Foi absolutamente determinante para as empresas terem esse oxigénio que lhes permite manter o emprego e o rendimento das famílias”, referiu.

Mendonça Mendes referiu-se ainda à medida que suspende em 2020 e 2021 a contagem do prazo de reporte dos prejuízos fiscais pelas empresas e alarga o prazo do reporte de cinco para 10 anos.

Neste âmbito, apesar de entender que a alteração a este instrumento se justifica perante a quebra de atividade e dos resultados das empresas, o governante salientou que os prejuízos fiscais são “talvez o pior exemplo” do país em temos de instabilidade fiscal.

“Em 10 anos tivemos 10 alterações, o que nos deve fazer refletir sobre o queremos nesta matéria”, disse.

O secretário de Estado referiu-se também ao Crédito Fiscal Extraordinário de Investimento (CFEI II), salientando que o Governo não teve “nenhum problema” em ir buscar uma medida criada em 2013 com o objetivo de estimular o investimento” e de a replicar “exatamente como existia, apenas com uma alteração: exigindo a manutenção dos postos de trabalho”.

O governante acentuou ainda que o OE2021 segue o rumo da estabilidade fiscal, continuando a linha de privilegiar as empresas que investem os seus lucros e em inovação e desenvolvimento e de fazer uma discriminação positiva das micro, pequenas e médias empresas e das que apostam no interior do país.

Orador convidado de um painel de que fizeram parte representantes das consultoras Deloitte, EY e PwC, António Mendonça Mendes foi confrontado com a medida integrada no OE que faz depender o acesso a benefícios fiscais em 2021 por parte das grandes empresas que registem lucros em 2020, da manutenção do emprego.

Entre os apoios públicos e incentivos fiscais que impedem as empresas de despedir estão as linhas de crédito com garantias do Estado e, relativamente ao período de tributação de 2021, o benefício fiscal que permite às empresas deduzir uma parte da remuneração convencional do capital social, bem como o crédito fiscal ao investimento II (CFEI II), o regime fiscal de apoio ao investimento (RFAI) e o sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento empresarial II (SIFIDE II) – este último introduzido pelo Orçamento do Estado Suplementar.

Para Carlos Loureiro, da Deloitte, o emprego “não se cria por decreto” e “fazer depender o investimento e os incentivos ao investimento da manutenção do emprego é extremamente gravoso”.

Também Rosa Branca Areias, da PwC criticou a medida, pedindo mesmo a “revogação do artigo” que tem como epígrafe o “Regime extraordinário e transitório de incentivo à manutenção de postos de trabalho”.

Carlos Lobo, da EY e antigo SEAF referiu que exercício orçamental deste ano” é o mais difícil de sempre”.

“Existem elementos que estão totalmente fora do nosso controlo”, salientou Carlos Lobo.

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