Punir funcionários do Fisco pela Operação Stop? “Quem tinha de assumir responsabilidades já o fez”, diz Mendonça Mendes – ECO

04-12-2019
marcar artigo

Impostos

Punir funcionários do Fisco pela Operação Stop? “Quem tinha de assumir responsabilidades já o fez”, diz Mendonça Mendes

Nuno André Martins11:07

8

1

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais disse que o Governo nunca hesitou em considerar que as ações nunca deveriam ter acontecido, e defendeu a não punição dos trabalhadores do Fisco envolvidos.


O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, reafirmou esta quarta-feira que “o Governo nunca teve nenhuma hesitação” em considerar que as operações stop que a Autoridade Tributária realizou no norte do país “não deveriam ter acontecido”. No entanto, o responsável defendeu a decisão de não punir os trabalhadores da Autoridade Tributária, dizendo que quem tinha de assumir responsabilidades já o fez.
“O Governo nunca teve nenhuma hesitação nesta matéria e em considerar que este tipo de ações não deveria ter acontecido”, disse António Mendonça Mendes no Parlamento, numa audição da comissão parlamentar de Orçamento e Finanças sobre o relatório de combate à fraude e evasão fiscal.

Grandes inspeções da AT vão ter de ser aprovadas pela sede

Ler Mais

O secretário de Estado reafirmou que a responsabilidade deste tipo de operações, de acordo com a lei, é da competência dos órgãos regionais da Autoridade Tributária, e não da liderança da Autoridade Tributária, nem do Governo. Ainda assim, diz que já retirou consequências do que aconteceu.
“Aquilo que foi aquele episódio lamentável em Valongo permitiu-nos a todos retirar consequências e espero que nos tenha dado a possibilidade de termos processos mais bem conseguidos”, disse.
Quanto à ação disciplinar que acabou por não ser tomada na sequência do inquérito realizado pela Autoridade Tributária à responsabilidade pela realização destas operações, António Mendonça Mendes defendeu a posição tomada de não punir os trabalhadores, dizendo que quem teria responsabilidades — neste caso o diretor da AT no Porto — já tinha assumido as mesmas. Este diretor apresentou a sua demissão na sequência do caso.
“Parece-me mesmo correto que estes trabalhadores que foram expostos com este tipo de ação, não sejam alvo de ação disciplinar”, disse.

Operação Stop não dá processos disciplinares no Fisco

Ler Mais

“Não fomos nenhum bloqueio” à diretiva para taxar multinacionais
Os deputados mais à esquerda aproveitaram a presença secretário de Estado dos Assuntos Fiscais para o confrontar com as notícias publicadas pelo Diário de Notícias, parte de uma investigação internacional, que dava conta de que o Governo português estaria a bloquear a aprovação de uma diretiva que permitia tornar conhecida a situação fiscal das grandes empresas multinacionais com operações na Europa.
Nessa notícia, o Diário de Notícias dizia que o Governo português estaria há dois anos sem tomar uma posição sobre a diretiva, defendendo que esta devia ser aprovada por unanimidade, juntamente com Malta, Chipre, Irlanda e Luxemburgo, todos eles países em que estas empresas têm sedes devido aos regimes fiscais mais vantajosos que existem nestes territórios.
António Mendonça Mendes disse aos deputados que o Governo português nunca bloqueou a diretiva, argumentando que os atrasos se deveram à falta de consenso em termos jurídicos dentro da própria Comissão em relação à proposta, e defendeu mesmo que Portugal foi decisivo para que este processo fosse desbloqueado.

Portugal vota a favor da lei para tributar multinacionais

Ler Mais

“A base jurídica que a comissão apresentava não era sequer unânime para os serviços jurídicos. (….) Não fomos nenhum bloqueio a qualquer avanço nesta matéria. Pelo contrário, foi o nosso voto decisivo que permitiu que fosse ao Conselho da competitividade”, onde a proposta acabou por ser votada e aprovada, disse o responsável.

1

8

https://eco.sapo.pt/2019/12/04/punir-funcionarios-do-fisco-pela-operacao-stop-quem-tinha-de-assumir-responsabilidades-ja-o-fez-diz-mendonca-mendes/
Copiar

Continuar a ler...

Impostos

Punir funcionários do Fisco pela Operação Stop? “Quem tinha de assumir responsabilidades já o fez”, diz Mendonça Mendes

Nuno André Martins11:07

8

1

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais disse que o Governo nunca hesitou em considerar que as ações nunca deveriam ter acontecido, e defendeu a não punição dos trabalhadores do Fisco envolvidos.


O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, reafirmou esta quarta-feira que “o Governo nunca teve nenhuma hesitação” em considerar que as operações stop que a Autoridade Tributária realizou no norte do país “não deveriam ter acontecido”. No entanto, o responsável defendeu a decisão de não punir os trabalhadores da Autoridade Tributária, dizendo que quem tinha de assumir responsabilidades já o fez.
“O Governo nunca teve nenhuma hesitação nesta matéria e em considerar que este tipo de ações não deveria ter acontecido”, disse António Mendonça Mendes no Parlamento, numa audição da comissão parlamentar de Orçamento e Finanças sobre o relatório de combate à fraude e evasão fiscal.

Grandes inspeções da AT vão ter de ser aprovadas pela sede

Ler Mais

O secretário de Estado reafirmou que a responsabilidade deste tipo de operações, de acordo com a lei, é da competência dos órgãos regionais da Autoridade Tributária, e não da liderança da Autoridade Tributária, nem do Governo. Ainda assim, diz que já retirou consequências do que aconteceu.
“Aquilo que foi aquele episódio lamentável em Valongo permitiu-nos a todos retirar consequências e espero que nos tenha dado a possibilidade de termos processos mais bem conseguidos”, disse.
Quanto à ação disciplinar que acabou por não ser tomada na sequência do inquérito realizado pela Autoridade Tributária à responsabilidade pela realização destas operações, António Mendonça Mendes defendeu a posição tomada de não punir os trabalhadores, dizendo que quem teria responsabilidades — neste caso o diretor da AT no Porto — já tinha assumido as mesmas. Este diretor apresentou a sua demissão na sequência do caso.
“Parece-me mesmo correto que estes trabalhadores que foram expostos com este tipo de ação, não sejam alvo de ação disciplinar”, disse.

Operação Stop não dá processos disciplinares no Fisco

Ler Mais

“Não fomos nenhum bloqueio” à diretiva para taxar multinacionais
Os deputados mais à esquerda aproveitaram a presença secretário de Estado dos Assuntos Fiscais para o confrontar com as notícias publicadas pelo Diário de Notícias, parte de uma investigação internacional, que dava conta de que o Governo português estaria a bloquear a aprovação de uma diretiva que permitia tornar conhecida a situação fiscal das grandes empresas multinacionais com operações na Europa.
Nessa notícia, o Diário de Notícias dizia que o Governo português estaria há dois anos sem tomar uma posição sobre a diretiva, defendendo que esta devia ser aprovada por unanimidade, juntamente com Malta, Chipre, Irlanda e Luxemburgo, todos eles países em que estas empresas têm sedes devido aos regimes fiscais mais vantajosos que existem nestes territórios.
António Mendonça Mendes disse aos deputados que o Governo português nunca bloqueou a diretiva, argumentando que os atrasos se deveram à falta de consenso em termos jurídicos dentro da própria Comissão em relação à proposta, e defendeu mesmo que Portugal foi decisivo para que este processo fosse desbloqueado.

Portugal vota a favor da lei para tributar multinacionais

Ler Mais

“A base jurídica que a comissão apresentava não era sequer unânime para os serviços jurídicos. (….) Não fomos nenhum bloqueio a qualquer avanço nesta matéria. Pelo contrário, foi o nosso voto decisivo que permitiu que fosse ao Conselho da competitividade”, onde a proposta acabou por ser votada e aprovada, disse o responsável.

1

8

https://eco.sapo.pt/2019/12/04/punir-funcionarios-do-fisco-pela-operacao-stop-quem-tinha-de-assumir-responsabilidades-ja-o-fez-diz-mendonca-mendes/
Copiar

Continuar a ler...

marcar artigo