Conselho de Ministros terminou com aplausos a Mário Centeno. Costa só anunciou saída após aprovação do OE

12-06-2020
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Orçamento Suplementar

Conselho de Ministros terminou com aplausos a Mário Centeno. Costa só anunciou saída após aprovação do OE

Pedro Sousa Carvalho9 Junho 2020

77

António Costa só anunciou aos restantes ministros que Mário Centeno iria abandonar as Finanças depois de aprovado o Orçamento Suplementar. No final, todos os ministros bateram palmas a Mário Centeno.


João Leão (à esquerda) vai substituir Mário Centeno no ministério das Finanças.Hugo Amaral/ECO
Foi um dia insólito que começou com um Conselho de Ministros a aprovar o Orçamento do Estado Suplementar e que terminou com esse mesmo Orçamento a ser apresentado ao final do dia por dois ministros das Finanças lado a lado: o indigitado (João Leão) e o demissionário (Mário Centeno).
O ECO soube de fonte próxima do Governo que António Costa esperou pelo final do Conselho de Ministros desta manhã, e pela aprovação do Orçamento do Estado Suplementar, para anunciar a saída de Mário Centeno. Após o anúncio, os ministros, todos sem exceção, aplaudiram o ainda ministro as Finanças. Foi um momento de alguma emoção no Palácio da Ajuda, conta quem lá esteve.
Foi um sinal de reconhecimento daquele que foi o primeiro Ministro das Finanças em democracia a conseguir equilibrar as contas públicas. Centeno contribuiu ainda para baixar os juros da dívida pública para mínimos históricos e, segundo o balanço feito pelo próprio esta manhã, “os números certos sempre fizeram parte deste trajeto e sempre estiveram certos”.
Tweet from @antoniocostapm
Mas nem em todos os 1.664 dias que passou no Governo — contabilização de dias feita pelo próprio esta manhã no final do Conselho de Ministros — foram de sintonia com os restantes membros do Governo. Em vários momentos, a política de cativações e o controlo da despesa provocaram mal estar entre os colegas de Governo e de partido.
No final de 2019, quando se preparava o Orçamento do Estado para este ano, Ana Catarina Mendes e Carlos César — dois nomes de peso no partido e próximos de António Costa — apontaram falhas à estratégia de financiamento para a Saúde e defenderam que deveria ser prioridade no Orçamentos seguinte. Mas esta terça-feira, a líder da bancada parlamentar do PS não poupou elogios a Mário Centeno: “foi o melhor ministro das Finanças de Portugal de sempre”.
Mário Centeno vai ser substituído no cargo pelo atual secretário de Estado do Orçamento, e a tomada de posse será na próxima segunda-feira. Será já João Leão a discutir na Assembleia da República o Orçamento Suplementar que foi aprovado esta terça-feira em Conselho de Ministros. Mário Centeno também abandona a 13 de julho a presidência do Eurogrupo.

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https://eco.sapo.pt/2020/06/09/conselho-de-ministro-terminou-com-aplausos-a-mario-centeno/
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O ECO decidiu rejeitar o apoio público do Estado aos media, porque discorda do modelo de subsidiação seguido, mesmo tendo em conta que servirá para pagar antecipadamente publicidade do Estado. Pelo modelo, e não pelo valor em causa, cerca de 19 mil euros. O ECO propôs outros caminhos, nunca aceitou o modelo proposto e rejeitou-o formalmente no dia seguinte à publicação do diploma que formalizou o apoio em Diário da República. Quando um Governo financia um jornal, é a independência jornalística que fica ameaçada.
Admitimos o apoio do Estado aos media em situações excecionais como a que vivemos, mas com modelos de incentivo que transfiram para o mercado, para os leitores e para os investidores comerciais ou de capital a decisão sobre que meios devem ser apoiados. A escolha seria deles, em função das suas preferências.
A nossa decisão é de princípio. Estamos apenas a ser coerentes com o nosso Manifesto Editorial, e com os nossos leitores. Somos jornalistas e continuaremos a fazer o nosso trabalho, de forma independente, a escrutinar o governo, este ou outro qualquer, e os poderes políticos e económicos. A questionar todos os dias, e nestes dias mais do que nunca, a ação governativa e a ação da oposição, as decisões de empresas e de sindicatos, o plano de recuperação da economia ou os atrasos nos pagamentos do lay-off ou das linhas de crédito, porque as perguntas nunca foram tão importantes como são agora. Porque vamos viver uma recessão sem precedentes, com consequências económicas e sociais profundas, porque os períodos de emergência são terreno fértil para abusos de quem tem o poder.
Queremos, por isso, depender apenas de si, caro leitor. E é por isso que o desafio a contribuir. Já sabe que o ECO não aceita subsídios públicos, mas não estamos imunes a uma situação de crise que se reflete na nossa receita. Por isso, o seu contributo é mais relevante neste momento.
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António Costa
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João Leão (à esquerda) vai substituir Mário Centeno no ministério das Finanças.Hugo Amaral/ECO
Foi um dia insólito que começou com um Conselho de Ministros a aprovar o Orçamento do Estado Suplementar e que terminou com esse mesmo Orçamento a ser apresentado ao final do dia por dois ministros das Finanças lado a lado: o indigitado (João Leão) e o demissionário (Mário Centeno).
O ECO soube de fonte próxima do Governo que António Costa esperou pelo final do Conselho de Ministros desta manhã, e pela aprovação do Orçamento do Estado Suplementar, para anunciar a saída de Mário Centeno. Após o anúncio, os ministros, todos sem exceção, aplaudiram o ainda ministro as Finanças. Foi um momento de alguma emoção no Palácio da Ajuda, conta quem lá esteve.
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No final de 2019, quando se preparava o Orçamento do Estado para este ano, Ana Catarina Mendes e Carlos César — dois nomes de peso no partido e próximos de António Costa — apontaram falhas à estratégia de financiamento para a Saúde e defenderam que deveria ser prioridade no Orçamentos seguinte. Mas esta terça-feira, a líder da bancada parlamentar do PS não poupou elogios a Mário Centeno: “foi o melhor ministro das Finanças de Portugal de sempre”.
Mário Centeno vai ser substituído no cargo pelo atual secretário de Estado do Orçamento, e a tomada de posse será na próxima segunda-feira. Será já João Leão a discutir na Assembleia da República o Orçamento Suplementar que foi aprovado esta terça-feira em Conselho de Ministros. Mário Centeno também abandona a 13 de julho a presidência do Eurogrupo.

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