Advertio quer tornar publicidade acessível a todas as empresas – O Jornal Económico

07-02-2020
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A publicidade está por todo o lado mas a sua eficácia ao nível da internet ainda está por demonstrar. O Jornal Económico falou com João Aroso, fundador e diretor-executivo da Advertio, uma startup portuguesa cujo objetivo é tornar a publicidade online acessível a todas as empresas, das pequenas às grandes.

Fundada em 2017 e criada em conjunto com Pedro Rodrigues, na sequência de uma ronda de financiamento de 725 mil euros, liderada pela Bright Pixel, o objetivo da startup é disponibilizar uma plataforma simplificada de gestão e criação de campanhas publicitárias para pequenos anunciantes.

Atualmente a operar em Portugal, Espanha, Itália e Reino Unido, a startup criada a quatro mãos quer expandir a equipa ainda este ano e chegar aos mercados alemão, austríaco e suíço.

Que desafios enfrenta a publicidade online?

A publicidade online enfrenta o desafio crónico de conseguir, do ponto de vista de legislação, criatividade e ética, acompanhar os avanços tecnológicos. Temos cada vez mais possibilidades tecnológicas de criar formas melhores e mais agradáveis de fazer publicidade. Contudo, são também mais intrusivas. Se pensarmos, todos preferimos publicidade que seja direcionada a nós, em alternativa a publicidade genérica, mas esta targetização pode interferir com o que entendemos ser a nossa privacidade por direito.

Alguns avanços desmedidos dão má fama à indústria porque, tecnologicamente, foi aberto este conjunto de novas possibilidades e não houve uma reflexão criativa ou moral acerca do problema, pelo que depois assistimos a retrocessos quando se decide legislar esses avanços,numa ótica de limitação quase absoluta. Em suma, julgo que o grande desafio é mesmo fazer com que todas as vertentes acompanhem o ritmo da tecnologia.

Como é o mercado português da publicidade online?

É um mercado pequeno, mas muito interessante, por ser bastante digitalizado: temos uma população muito confortável com o mundo digital e somos ávidos consumidores de conteúdo e de soluções digitais. Assim, apesar de se tratar de um mercado pequeno, pela recetividade à novidade digital e pela correspondente facilidade de adaptação, torna-se ideal para testar soluções, tanto por empresas portuguesas, como internacionais.

Como é que esta startup pode mudar a panorama da publicidade online em Portugal?

Tradicionalmente, a publicidade é cobrada por clique ou por visualização, algo que não dá garantias de resultados. Com o serviço de performance advertising da Advertio, os clientes pagam por resultado gerado. Quisemos, dentro dos habituais meios de publicidade digital – Google, Facebook, Instagram, Bing -, introduzir essa possibilidade e dar aos nossos clientes maior controlo sobre as suas campanhas publicitárias. Deste modo, se um restaurante quiser fazer publicidade, em vez de pagar de cada vez que alguém clica no seu anúncio, paga apenas quando alguém reserva uma mesa, se esse for o objetivo da campanha.

Os media queixam-se que a publicidade online ainda não é rentável. Como podem evoluir os preços da publicidade online?

A digitalização dos media ainda é um processo a decorrer e que pode ser melhorado. A estratégia de publicidade que faziam offline não pode ser replicada no mundo digital. É, por isso, fundamental perceber como é que o paradigma e as dinâmicas mudam.

Por exemplo, para um anunciante, tem menos valor anunciar numa homepage, onde há conteúdos sobre tudo, do que numa página de conteúdo mais direcionado ao seu target. Neste sentido, seria relevante encontrar formas mais criativas de publicidade contextualizada, além dos banners; apostar em modelos mais ligados a CPC (em vez de CPM); e explorar ao máximo maneiras de customizar a experiência de cada leitor, com base naquilo que sabe dele.

Quais as estratégias utilizadas para que a publicidade online seja assimilada pelos clientes?

Para um pequeno anunciante, com poucos recursos ou pouco know-how em publicidade digital, é crucial saber quem quer como cliente e conhecer a audiência a quem se dirige, entre outros a sua idade, localização e características socioeconómicas, uma vez que isso lhe permite focar o seu investimento no que vai efetivamente gerar resultados. Na minha opinião, muito mais importante do que o anúncio em si é saber para quem se quer anunciar, isto porque um ótimo anúncio junto de outro público-alvo que não o pretendido, não gera resultados. Ao invés, um anúncio menos robusto pode dar origem a bons resultados, se apresentado à audiência certa.Ao conseguir automaticamente descobrir qual o perfil de pessoas a atrair para determinado produto ou serviço, a Advertio ajuda os anunciantes a obter melhores resultados de forma consistente.

Como é que as empresas podem contornar aquilo que pode ser designado como a diabolização dos anúncios online?

Considero que existe uma diabolização dos maus anúncios online, como os pop-ups e os anúncios que surgem descontextualizados e atrapalham a experiência do consumidor. Os bons anúncios online, por sua vez, devido aos avanços tecnológicos, são tão contextualizados que nem os percecionamos como anúncios. Um bom anúncio é aquele que mostra ao utilizador aquilo que ele procura e que quer ver.

A publicidade está por todo o lado mas a sua eficácia ao nível da internet ainda está por demonstrar. O Jornal Económico falou com João Aroso, fundador e diretor-executivo da Advertio, uma startup portuguesa cujo objetivo é tornar a publicidade online acessível a todas as empresas, das pequenas às grandes.

Fundada em 2017 e criada em conjunto com Pedro Rodrigues, na sequência de uma ronda de financiamento de 725 mil euros, liderada pela Bright Pixel, o objetivo da startup é disponibilizar uma plataforma simplificada de gestão e criação de campanhas publicitárias para pequenos anunciantes.

Atualmente a operar em Portugal, Espanha, Itália e Reino Unido, a startup criada a quatro mãos quer expandir a equipa ainda este ano e chegar aos mercados alemão, austríaco e suíço.

Que desafios enfrenta a publicidade online?

A publicidade online enfrenta o desafio crónico de conseguir, do ponto de vista de legislação, criatividade e ética, acompanhar os avanços tecnológicos. Temos cada vez mais possibilidades tecnológicas de criar formas melhores e mais agradáveis de fazer publicidade. Contudo, são também mais intrusivas. Se pensarmos, todos preferimos publicidade que seja direcionada a nós, em alternativa a publicidade genérica, mas esta targetização pode interferir com o que entendemos ser a nossa privacidade por direito.

Alguns avanços desmedidos dão má fama à indústria porque, tecnologicamente, foi aberto este conjunto de novas possibilidades e não houve uma reflexão criativa ou moral acerca do problema, pelo que depois assistimos a retrocessos quando se decide legislar esses avanços,numa ótica de limitação quase absoluta. Em suma, julgo que o grande desafio é mesmo fazer com que todas as vertentes acompanhem o ritmo da tecnologia.

Como é o mercado português da publicidade online?

É um mercado pequeno, mas muito interessante, por ser bastante digitalizado: temos uma população muito confortável com o mundo digital e somos ávidos consumidores de conteúdo e de soluções digitais. Assim, apesar de se tratar de um mercado pequeno, pela recetividade à novidade digital e pela correspondente facilidade de adaptação, torna-se ideal para testar soluções, tanto por empresas portuguesas, como internacionais.

Como é que esta startup pode mudar a panorama da publicidade online em Portugal?

Tradicionalmente, a publicidade é cobrada por clique ou por visualização, algo que não dá garantias de resultados. Com o serviço de performance advertising da Advertio, os clientes pagam por resultado gerado. Quisemos, dentro dos habituais meios de publicidade digital – Google, Facebook, Instagram, Bing -, introduzir essa possibilidade e dar aos nossos clientes maior controlo sobre as suas campanhas publicitárias. Deste modo, se um restaurante quiser fazer publicidade, em vez de pagar de cada vez que alguém clica no seu anúncio, paga apenas quando alguém reserva uma mesa, se esse for o objetivo da campanha.

Os media queixam-se que a publicidade online ainda não é rentável. Como podem evoluir os preços da publicidade online?

A digitalização dos media ainda é um processo a decorrer e que pode ser melhorado. A estratégia de publicidade que faziam offline não pode ser replicada no mundo digital. É, por isso, fundamental perceber como é que o paradigma e as dinâmicas mudam.

Por exemplo, para um anunciante, tem menos valor anunciar numa homepage, onde há conteúdos sobre tudo, do que numa página de conteúdo mais direcionado ao seu target. Neste sentido, seria relevante encontrar formas mais criativas de publicidade contextualizada, além dos banners; apostar em modelos mais ligados a CPC (em vez de CPM); e explorar ao máximo maneiras de customizar a experiência de cada leitor, com base naquilo que sabe dele.

Quais as estratégias utilizadas para que a publicidade online seja assimilada pelos clientes?

Para um pequeno anunciante, com poucos recursos ou pouco know-how em publicidade digital, é crucial saber quem quer como cliente e conhecer a audiência a quem se dirige, entre outros a sua idade, localização e características socioeconómicas, uma vez que isso lhe permite focar o seu investimento no que vai efetivamente gerar resultados. Na minha opinião, muito mais importante do que o anúncio em si é saber para quem se quer anunciar, isto porque um ótimo anúncio junto de outro público-alvo que não o pretendido, não gera resultados. Ao invés, um anúncio menos robusto pode dar origem a bons resultados, se apresentado à audiência certa.Ao conseguir automaticamente descobrir qual o perfil de pessoas a atrair para determinado produto ou serviço, a Advertio ajuda os anunciantes a obter melhores resultados de forma consistente.

Como é que as empresas podem contornar aquilo que pode ser designado como a diabolização dos anúncios online?

Considero que existe uma diabolização dos maus anúncios online, como os pop-ups e os anúncios que surgem descontextualizados e atrapalham a experiência do consumidor. Os bons anúncios online, por sua vez, devido aos avanços tecnológicos, são tão contextualizados que nem os percecionamos como anúncios. Um bom anúncio é aquele que mostra ao utilizador aquilo que ele procura e que quer ver.

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