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29-06-2020
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On Novembro 27, 2012Novembro 27, 2012 Por LTIn Economia, Insurgentes nos media, Política, Política Fiscal, Portugal

O meu artigo de hoje, no DE.
O que esperar de um aumento de carga fiscal? Crescimento da economia paralela, fuga aos impostos, evitar passar factura e partilhar o valor do IVA entre consumidor e prestador do serviço.
O que esperar quando há ainda menos dinheiro disponível todos os meses? Quebra de consumo e de investimento, dificuldades imediatas para os negócios de bens não transaccionáveis e ameaça ao crescimento económico futuro.
O que esperar quando o desemprego ultrapassa os 15% e 4 em cada 10 jovens não têm emprego? Emigração, uma emigração qualificada cuja reversão será mais difícil de concretizar.
Uma comentário sobre o artigo à esquerda de Marco Capitão Ferreira sobre o mesmo tema.

É referido que
Os ajustamentos pró-ciclicos, palavrão que quer dizer juntar à recessão económica uma contração da despesa pública, nunca funcionaram. Nunca. Em lado algum.
As palavras são fortes, com impacto, mas parece-me que acertam ao lado da principal questão e não correspondem à realidade. A contracção da despesa pública (infelizmente inferior à desejável) surge como resposta a défices orçamentais exagerados e a um nível incomportável de dívida pública. Quanto ao impacto de uma política de consolidação orçamental baseada na redução da despesa, sugiro a consulta destes três estudos:
– Consolidação Orçamental numa Pequena Economia da Área do Euro (Vanda Almeida, Gabriela Castro, Ricardo Mourinho Félix e José R. Maria; BdP; 2011)
Conclui-se também que as estratégias de consolidação orçamental baseadas em redução das transferências para as famílias e da despesa do Estado são as menos penalizadoras para o PIB real, consumo privado, investimento e para o bem-estar no curto prazo.
– Restoring Debt Sustainability After Crises: Implications for the Fiscal Mix (Emanuele Baldacci, Sanjeev Gupta e Carlos Mulas-Granados; IMF; 2010)
Successful debt consolidations are in general more likely when they are based on cuts in current expenditures.
– The Benefits of Fiscal Consolidation in Uncharted Waters (Philipp Rother, Ludger Schuknecht e Jürgen Stark; ECB; 2010)
The above discussion and the literature have shown that consolidation should generally be based on expenditure reduction.

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On Novembro 27, 2012Novembro 27, 2012 Por LTIn Economia, Insurgentes nos media, Política, Política Fiscal, Portugal

O meu artigo de hoje, no DE.
O que esperar de um aumento de carga fiscal? Crescimento da economia paralela, fuga aos impostos, evitar passar factura e partilhar o valor do IVA entre consumidor e prestador do serviço.
O que esperar quando há ainda menos dinheiro disponível todos os meses? Quebra de consumo e de investimento, dificuldades imediatas para os negócios de bens não transaccionáveis e ameaça ao crescimento económico futuro.
O que esperar quando o desemprego ultrapassa os 15% e 4 em cada 10 jovens não têm emprego? Emigração, uma emigração qualificada cuja reversão será mais difícil de concretizar.
Uma comentário sobre o artigo à esquerda de Marco Capitão Ferreira sobre o mesmo tema.

É referido que
Os ajustamentos pró-ciclicos, palavrão que quer dizer juntar à recessão económica uma contração da despesa pública, nunca funcionaram. Nunca. Em lado algum.
As palavras são fortes, com impacto, mas parece-me que acertam ao lado da principal questão e não correspondem à realidade. A contracção da despesa pública (infelizmente inferior à desejável) surge como resposta a défices orçamentais exagerados e a um nível incomportável de dívida pública. Quanto ao impacto de uma política de consolidação orçamental baseada na redução da despesa, sugiro a consulta destes três estudos:
– Consolidação Orçamental numa Pequena Economia da Área do Euro (Vanda Almeida, Gabriela Castro, Ricardo Mourinho Félix e José R. Maria; BdP; 2011)
Conclui-se também que as estratégias de consolidação orçamental baseadas em redução das transferências para as famílias e da despesa do Estado são as menos penalizadoras para o PIB real, consumo privado, investimento e para o bem-estar no curto prazo.
– Restoring Debt Sustainability After Crises: Implications for the Fiscal Mix (Emanuele Baldacci, Sanjeev Gupta e Carlos Mulas-Granados; IMF; 2010)
Successful debt consolidations are in general more likely when they are based on cuts in current expenditures.
– The Benefits of Fiscal Consolidation in Uncharted Waters (Philipp Rother, Ludger Schuknecht e Jürgen Stark; ECB; 2010)
The above discussion and the literature have shown that consolidation should generally be based on expenditure reduction.

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