Carlos Costa é um governador acossado. Os dez anos que liderou o Banco de Portugal foram tudo menos um passeio no parque. Poucas semanas depois de tomar posse, em 2010, a Grécia ficou sem financiamento. Foi o início da crise das dívidas soberanas. Enfrentou um resgate para evitar a bancarrota de Portugal. A crise alastrou-se à banca, houve injeções de capital com dinheiros públicos, testes, dúvidas, falências e reestruturações. O Banco Espírito Santo desmoronou-se como um castelo de cartas e foi objeto de uma resolução tão inédita quanto polémica. Neste período, o governador foi alvo da fúria de banqueiros, dos que foram e dos que ficaram. Teve vários choques com governos e alguns políticos. Principalmente desde que António Costa assumiu o poder, um primeiro-ministro que nunca o teria nomeado e que colocou nas Finanças Mário Centeno e Ricardo Mourinho Félix, dois homens do Banco de Portugal com relações no mínimo tensas com Carlos Costa. A poucos meses de deixar a liderança enfrenta agora a pior crise de sempre.
Tem a sensação de que a sua imagem vai estar sempre colada a estes aspetos mais negativos?
A minha imagem vai estar associada à resposta aos desafios, que foram enormes. A resposta à grande crise financeira, à crise da dívida soberana, à perda de acesso aos mercados por parte da República. Depois foram os factos relacionados com a resolução de dois bancos — o BES e o Banif — e de seguida a venda do Novo Banco, que resultou dessa resolução. E agora, no final do mandato, a crise resultante da pandemia covid-19 e que tem grandes implicações para a economia. E como o sistema bancário é o reflexo da economia, vai ter também grandes implicações para os bancos, se não soubermos tomar as medidas que são necessárias.
Este é um artigo exclusivo. Se é assinante clique AQUI para continuar a ler. Para aceder a todos os conteúdos exclusivos do site do Expresso também pode usar o código que está na capa da revista E do Expresso.
Categorias
Entidades
Carlos Costa é um governador acossado. Os dez anos que liderou o Banco de Portugal foram tudo menos um passeio no parque. Poucas semanas depois de tomar posse, em 2010, a Grécia ficou sem financiamento. Foi o início da crise das dívidas soberanas. Enfrentou um resgate para evitar a bancarrota de Portugal. A crise alastrou-se à banca, houve injeções de capital com dinheiros públicos, testes, dúvidas, falências e reestruturações. O Banco Espírito Santo desmoronou-se como um castelo de cartas e foi objeto de uma resolução tão inédita quanto polémica. Neste período, o governador foi alvo da fúria de banqueiros, dos que foram e dos que ficaram. Teve vários choques com governos e alguns políticos. Principalmente desde que António Costa assumiu o poder, um primeiro-ministro que nunca o teria nomeado e que colocou nas Finanças Mário Centeno e Ricardo Mourinho Félix, dois homens do Banco de Portugal com relações no mínimo tensas com Carlos Costa. A poucos meses de deixar a liderança enfrenta agora a pior crise de sempre.
Tem a sensação de que a sua imagem vai estar sempre colada a estes aspetos mais negativos?
A minha imagem vai estar associada à resposta aos desafios, que foram enormes. A resposta à grande crise financeira, à crise da dívida soberana, à perda de acesso aos mercados por parte da República. Depois foram os factos relacionados com a resolução de dois bancos — o BES e o Banif — e de seguida a venda do Novo Banco, que resultou dessa resolução. E agora, no final do mandato, a crise resultante da pandemia covid-19 e que tem grandes implicações para a economia. E como o sistema bancário é o reflexo da economia, vai ter também grandes implicações para os bancos, se não soubermos tomar as medidas que são necessárias.
Este é um artigo exclusivo. Se é assinante clique AQUI para continuar a ler. Para aceder a todos os conteúdos exclusivos do site do Expresso também pode usar o código que está na capa da revista E do Expresso.