Governo português está atento mas sereno, afirma Mourinho Félix

21-09-2020
marcar artigo

"O Governo está, obviamente, atento a algo que é relevante, mas não é algo que caiba ao Governo dar resposta a indícios, quer sejam de natureza contraordenacional, quer sejam de natureza totalmente criminal", declarou Ricardo Mourinho Félix, falando aos jornalistas portugueses, em Bruxelas, no final de uma reunião dos ministros das Finanças.

Questionado sobre o possível impacto dos esquemas financeiros de Isabel dos Santos no Produto Interno Bruto (PIB) português, o secretário de Estado das Finanças assinalou que esta "é uma questão que apareceu e que está a ser acompanhada pelos reguladores", não avançando com mais detalhes.

"Com serenidade, vamos aguardar pela avaliação, pelo trabalho dos supervisores e, eventualmente, das autoridades judiciais competentes para olhar para essa questão", adiantou, insistindo que "os indícios [...] terão de ser acompanhados pelas autoridades".

Fechar Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão. Subscrever

Um consórcio de jornalismo de investigação revelou no domingo mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de "Luanda Leaks", que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que estarão na origem da fortuna da família.

O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ), que integra vários órgãos de comunicação social, entre os quais o Expresso e a SIC, analisou, ao longo de vários meses, 356 gigabytes de dados relativos aos negócios de Isabel dos Santos entre 1980 e 2018, que ajudam a reconstruir o caminho que levou a filha do ex-presidente angolano a tornar-se a mulher mais rica de África.

Durante a investigação, foram identificadas mais de 400 empresas (e respetivas subsidiárias) a que Isabel dos Santos esteve ligada nas últimas três décadas, incluindo 155 sociedades portuguesas e 99 angolanas.

As informações recolhidas detalham, por exemplo, um esquema de ocultação montado por Isabel dos Santos na petrolífera estatal angolana Sonangol, que lhe permitiu desviar mais de 100 milhões de dólares (90 milhões de euros) para o Dubai.

Revelam ainda que, em menos de 24 horas, a conta da Sonangol no Eurobic Lisboa, banco de que Isabel dos Santos é a principal acionista, foi esvaziada e ficou com saldo negativo no dia seguinte à demissão da empresária.

"O Governo está, obviamente, atento a algo que é relevante, mas não é algo que caiba ao Governo dar resposta a indícios, quer sejam de natureza contraordenacional, quer sejam de natureza totalmente criminal", declarou Ricardo Mourinho Félix, falando aos jornalistas portugueses, em Bruxelas, no final de uma reunião dos ministros das Finanças.

Questionado sobre o possível impacto dos esquemas financeiros de Isabel dos Santos no Produto Interno Bruto (PIB) português, o secretário de Estado das Finanças assinalou que esta "é uma questão que apareceu e que está a ser acompanhada pelos reguladores", não avançando com mais detalhes.

"Com serenidade, vamos aguardar pela avaliação, pelo trabalho dos supervisores e, eventualmente, das autoridades judiciais competentes para olhar para essa questão", adiantou, insistindo que "os indícios [...] terão de ser acompanhados pelas autoridades".

Fechar Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão. Subscrever

Um consórcio de jornalismo de investigação revelou no domingo mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de "Luanda Leaks", que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que estarão na origem da fortuna da família.

O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ), que integra vários órgãos de comunicação social, entre os quais o Expresso e a SIC, analisou, ao longo de vários meses, 356 gigabytes de dados relativos aos negócios de Isabel dos Santos entre 1980 e 2018, que ajudam a reconstruir o caminho que levou a filha do ex-presidente angolano a tornar-se a mulher mais rica de África.

Durante a investigação, foram identificadas mais de 400 empresas (e respetivas subsidiárias) a que Isabel dos Santos esteve ligada nas últimas três décadas, incluindo 155 sociedades portuguesas e 99 angolanas.

As informações recolhidas detalham, por exemplo, um esquema de ocultação montado por Isabel dos Santos na petrolífera estatal angolana Sonangol, que lhe permitiu desviar mais de 100 milhões de dólares (90 milhões de euros) para o Dubai.

Revelam ainda que, em menos de 24 horas, a conta da Sonangol no Eurobic Lisboa, banco de que Isabel dos Santos é a principal acionista, foi esvaziada e ficou com saldo negativo no dia seguinte à demissão da empresária.

marcar artigo