Bastonário dos médicos denuncia falta de capacidade do SNS: “As pessoas já não têm medo de ir às unidades de saúde” – O Jornal Económico

12-12-2020
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O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, afirmou que “as pessoas já não têm medo de ir às unidades de saúde” mas que atualmente “não está a existir a capacidade” por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em dar acompanhamento aos doentes que não estão infetados com o novo coronavírus.

Na audição da Comissão da Saúde, Miguel Guimarães sustentou que os doentes estão prontos e “querem ir às suas consultas e querem ser operados”, mas que o SNS não está a conseguir “fazer tudo ao mesmo tempo”. “Temos uma manta que não dá para cobrir dos pés até à cabeça, porque se estamos agora a concentrar recursos nos doentes Covid internados e em cuidados intensivos, não nos conseguimos concentrar nos restantes”, disse o bastonário em resposta aos deputados da Assembleia da República.

Enquanto estão a ser distribuídas tarefas no âmbito da Covid-19 a médicos de famílias, Miguel Guimarães defende que as mesmas tarefas devem ser atribuídas a equipas específicas contratadas pelo Ministério da Saúde. “A Ordem dos Médicos insiste há vários meses para libertarmos os nossos médicos de família para aquilo que é a função essencial do SNS”, defendeu na audição.

O bastonário da Ordem dos Médicos foi mais além e sustentou que apesar da pandemia ter um impacto direto no doentes infetados e que se encontram internados e nos cuidados intensivos, “o impacto lateral desta pandemia é muito maior nos doentes não Covid do que nos doentes Covid”, uma vez que veem cirurgias adiadas e sem data marcada. “A deputada Ana Rita Bessa acabou de colocar o dedo na ferida: o SNS respondeu mas não respondeu a tudo. Deixou para trás milhares de doentes”, apontou o bastonário.

Relativamente à existência de hospitais Covid e não Covid, Miguel Guimarães recordou que “a Ordem dos Médicos, através do gabinete de crise criado em janeiro antes de haver casos em Portugal, propusemos a existência de hospitais Covid e não Covid. Se nós tivéssemos tido essa estratégia desde o início, provavelmente o número de doentes a ficar para trás teria sido muito menor”.

Durante a audição, o bastonário mostrou que a Ordem dos Médicos está orgulhosa dos profissionais de saúde e do SNS. “É importante que as pessoas tenham noção que o SNS são as pessoas que o constituem. Se nós não tivéssemos os profissionais e se os profissionais saírem do SNS, ou porventura não tiverem qualidade naquilo que fazem, o SNS cai como um baralho de cartas”, acrescentando que “é preciso que as pessoas tenham noção disso”.

“Por isso é que é importante valorizar as pessoas que fazem o SNS, porque ouço muitas vezes falarem da valorização do SNS no abstrato mas não das pessoas que fazem todos os dias o SNS”, afirmou também.

Na mesma audição, Miguel Guimarães voltou a criticar a liderança central, após no dia de ontem ter acusado a ministra da Saúde de se ter demitido de liderar a saúde em Portugal e também de falta de transparência. “Devíamos ter uma liderança central, e essa liderança central falhou, mas a liderança ao nível das unidades de saúde funcionou bem”, acrescentando que foi a liderança dos profissionais de saúde que prevaleceu.

Outro tema abordado pelo bastonário foi a telemedicina que tomou algumas proporções durante a pandemia, ajudando a que as consultas mais urgentes fossem realizadas. “A telemedicina é algo que está claramente regulamentada nos outros países. Existe alguma, ainda que parca, regulamentação no nosso país, e é esse o caminho que queremos seguir”, apontou Miguel Guimarães.

O bastonário acrescentou, no entanto, que apesar dos telefonemas terem sido úteis durante o estado de emergência, estes “não podem ser a matriz que nos leva a contactar o doente à distância, porque o doente não sabe se está a falar com o seu médico, nem o médico está certo de que está a falar com o seu doente”.

Atualmente, “nem os hospitais nem os centros de saúde têm condições para fazer a telemedicina. E era importante que tivéssemos, porque é uma arma útil, é uma ferramenta indispensável, é acompanhar aquilo que é a transformação digital para dar resposta mais rápida e com mais qualidade aos nossos doentes”, terminou Miguel Guimarães na audição.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, afirmou que “as pessoas já não têm medo de ir às unidades de saúde” mas que atualmente “não está a existir a capacidade” por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em dar acompanhamento aos doentes que não estão infetados com o novo coronavírus.

Na audição da Comissão da Saúde, Miguel Guimarães sustentou que os doentes estão prontos e “querem ir às suas consultas e querem ser operados”, mas que o SNS não está a conseguir “fazer tudo ao mesmo tempo”. “Temos uma manta que não dá para cobrir dos pés até à cabeça, porque se estamos agora a concentrar recursos nos doentes Covid internados e em cuidados intensivos, não nos conseguimos concentrar nos restantes”, disse o bastonário em resposta aos deputados da Assembleia da República.

Enquanto estão a ser distribuídas tarefas no âmbito da Covid-19 a médicos de famílias, Miguel Guimarães defende que as mesmas tarefas devem ser atribuídas a equipas específicas contratadas pelo Ministério da Saúde. “A Ordem dos Médicos insiste há vários meses para libertarmos os nossos médicos de família para aquilo que é a função essencial do SNS”, defendeu na audição.

O bastonário da Ordem dos Médicos foi mais além e sustentou que apesar da pandemia ter um impacto direto no doentes infetados e que se encontram internados e nos cuidados intensivos, “o impacto lateral desta pandemia é muito maior nos doentes não Covid do que nos doentes Covid”, uma vez que veem cirurgias adiadas e sem data marcada. “A deputada Ana Rita Bessa acabou de colocar o dedo na ferida: o SNS respondeu mas não respondeu a tudo. Deixou para trás milhares de doentes”, apontou o bastonário.

Relativamente à existência de hospitais Covid e não Covid, Miguel Guimarães recordou que “a Ordem dos Médicos, através do gabinete de crise criado em janeiro antes de haver casos em Portugal, propusemos a existência de hospitais Covid e não Covid. Se nós tivéssemos tido essa estratégia desde o início, provavelmente o número de doentes a ficar para trás teria sido muito menor”.

Durante a audição, o bastonário mostrou que a Ordem dos Médicos está orgulhosa dos profissionais de saúde e do SNS. “É importante que as pessoas tenham noção que o SNS são as pessoas que o constituem. Se nós não tivéssemos os profissionais e se os profissionais saírem do SNS, ou porventura não tiverem qualidade naquilo que fazem, o SNS cai como um baralho de cartas”, acrescentando que “é preciso que as pessoas tenham noção disso”.

“Por isso é que é importante valorizar as pessoas que fazem o SNS, porque ouço muitas vezes falarem da valorização do SNS no abstrato mas não das pessoas que fazem todos os dias o SNS”, afirmou também.

Na mesma audição, Miguel Guimarães voltou a criticar a liderança central, após no dia de ontem ter acusado a ministra da Saúde de se ter demitido de liderar a saúde em Portugal e também de falta de transparência. “Devíamos ter uma liderança central, e essa liderança central falhou, mas a liderança ao nível das unidades de saúde funcionou bem”, acrescentando que foi a liderança dos profissionais de saúde que prevaleceu.

Outro tema abordado pelo bastonário foi a telemedicina que tomou algumas proporções durante a pandemia, ajudando a que as consultas mais urgentes fossem realizadas. “A telemedicina é algo que está claramente regulamentada nos outros países. Existe alguma, ainda que parca, regulamentação no nosso país, e é esse o caminho que queremos seguir”, apontou Miguel Guimarães.

O bastonário acrescentou, no entanto, que apesar dos telefonemas terem sido úteis durante o estado de emergência, estes “não podem ser a matriz que nos leva a contactar o doente à distância, porque o doente não sabe se está a falar com o seu médico, nem o médico está certo de que está a falar com o seu doente”.

Atualmente, “nem os hospitais nem os centros de saúde têm condições para fazer a telemedicina. E era importante que tivéssemos, porque é uma arma útil, é uma ferramenta indispensável, é acompanhar aquilo que é a transformação digital para dar resposta mais rápida e com mais qualidade aos nossos doentes”, terminou Miguel Guimarães na audição.

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