"Sou o primeiro membro do Governo casado com uma pessoa do mesmo sexo"

13-12-2020
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André Moz Caldas revelou, numa entrevista à revista da Universidade de Lisboa, onde é Assistente Convidado da Faculdade de Direito, ser o primeiro membro do Governo casado com uma pessoa do mesmo sexo. O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros falou ainda do seu cargo, que apelidou de "cinzento".

Questionado acerca de qual a razão pela qual a homofobia ainda persiste em Portugal, Moz Caldas respondeu que pensa "que é um jugo do qual a sociedade se libertará, mas ainda há algum caminho para lá chegar. O que é que podemos fazer? As pessoas públicas viverem a sua homossexualidade com naturalidade".

E acrescentou: "Sou o primeiro membro do governo casado com uma pessoa do mesmo sexo e não faço disso especial alarde público, mas também não sinto que seja apenas um aspeto da minha vida pessoal".

Esta revelação, espera o secretário de Estado, que possa "significar, para os jovens portugueses, que não estão condenados a um ostracismo". "Se houver um jovem que, pelo meu exemplo, se possa sentir mais livre para viver a sua orientação sexual abertamente, eu ficaria muito feliz".

O governante explicou ainda que nunca se sentiu "vitimizado" em razão da sua orientação sexual, mas diz também ter "consciência de que, sendo de Lisboa e de um contexto social e familiar progressista, a minha experiência não se compara com a de outras pessoas homossexuais".

"Não nos podemos permitir vitimizar-nos, e devemos desarmar os nossos adversários vivendo abertamente a sexualidade. Ninguém me pode aviltar em função da minha orientação sexual, porque não o admito. Se alguém me aviltar, não me posso sentir diminuído – sinto, pelo contrário, que o outro é diminuído", advogou.

"É um dos cargos mais cinzentos"

Sobre a posição que ocupa no Executivo de António Costa, André Moz Caldas fez questão de salientar que ser secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros "é um dos cargos mais cinzentos", mas "faz muita coisa".

"Coordena todo o processo legislativo do governo – quando um ministro ou uma ministra decide legislar, é à Presidência do Conselho de Ministros que envia a sua proposta, que tem aqui o seu primeiro crivo de validade; a partir daí, é tramitada através da Presidência do Conselho de Ministros, até ser publicada em Diário da República", deu como exemplo, acrescentando que tutela também "o Diário da República Eletrónico, o centro de gestão de rede informática do governo, a secretaria geral da Presidência do Conselho de Ministros, o centro de competências jurídicas do Estado e o JurisAPP", entre outros.

Quanto aos movimentos de extrema-direita, Moz Caldas assumiu que olha para o crescimento destes com "preocupação". "A extrema-direita apela ao que de mais básico existe nas pessoas. Caem no argumento fácil que não é sustentado pelos factos. Um argumento sofisticado e racional obriga a um esforço e a um dispêndio de energia muito maiores", destacou.

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Leia Também: TAP. Governo aprova plano de reestruturação em Conselho de Ministros

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Questionado acerca de qual a razão pela qual a homofobia ainda persiste em Portugal, Moz Caldas respondeu que pensa "que é um jugo do qual a sociedade se libertará, mas ainda há algum caminho para lá chegar. O que é que podemos fazer? As pessoas públicas viverem a sua homossexualidade com naturalidade".

E acrescentou: "Sou o primeiro membro do governo casado com uma pessoa do mesmo sexo e não faço disso especial alarde público, mas também não sinto que seja apenas um aspeto da minha vida pessoal".

Esta revelação, espera o secretário de Estado, que possa "significar, para os jovens portugueses, que não estão condenados a um ostracismo". "Se houver um jovem que, pelo meu exemplo, se possa sentir mais livre para viver a sua orientação sexual abertamente, eu ficaria muito feliz".

O governante explicou ainda que nunca se sentiu "vitimizado" em razão da sua orientação sexual, mas diz também ter "consciência de que, sendo de Lisboa e de um contexto social e familiar progressista, a minha experiência não se compara com a de outras pessoas homossexuais".

"Não nos podemos permitir vitimizar-nos, e devemos desarmar os nossos adversários vivendo abertamente a sexualidade. Ninguém me pode aviltar em função da minha orientação sexual, porque não o admito. Se alguém me aviltar, não me posso sentir diminuído – sinto, pelo contrário, que o outro é diminuído", advogou.

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