André Moz Caldas revela ser primeiro membro do Governo casado com uma pessoa do mesmo sexo – O Jornal Económico

12-12-2020
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O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas, revelou ser o primeiro membro do Governo casado com uma pessoa do mesmo sexo numa entrevista à edição de outono da “Revista da Universidade de Lisboa”. “Não faço disso especial alarde público, mas também não sinto que seja apenas um aspeto da minha vida pessoal. E espero que isso possa significar, para os jovens portugueses, que não estão condenados a um ostracismo. Se houver um jovem que, pelo meu exemplo, se possa sentir mais livre para viver a sua orientação sexual abertamente, eu ficaria muito feliz”, disse o governante, que está na dependência direta do primeiro-ministro António Costa e coordena toda a produção legislativa do Executivo.

Respondendo a uma pergunta sobre a existência de homofobia em Portugal, André Moz Caldas partilhou a sua experiência com a publicação da Universidade de Lisboa, onde dá aulas e concluiu licenciaturas e mestrados em Medicina Dentária e em Direito. “Nunca me senti vitimizado em razão da minha orientação sexual, mas tenho consciência de que, sendo de Lisboa e de um contexto social e familiar progressista, a minha experiência não se compara com a de outras pessoas homossexuais. Não nos podemos permitir vitimizar-nos, e devemos desarmar os nossos adversários vivendo abertamente a sexualidade. Ninguém me pode aviltar em função da minha orientação sexual, porque não o admito. Se alguém me aviltar, não me posso sentir diminuído – sinto, pelo contrário, que o outro é diminuído.”

O antigo chefe de gabinete de Mário Centeno no Ministério das Finanças, cargo que chegou a acumular com a presidência da Junta de Freguesia de Alvalade, em Lisboa, sublinhou na entrevista que, “enquanto sociedade, temos de perceber que existe diversidade e que as pessoas não são diminuídas por integrarem uma minoria, de índole sexual ou outra”, acrescentando que “quem pertence a uma minoria tem de ter uma grande energia para se dar permanentemente ao respeito”.

André Moz Caldas referiu-se ainda ao crescimento da extrema-direita em Portugal, alegando que esta “apela ao que de mais básico existe nas pessoas”, pois “um argumento sofisticado e racional obriga a um esforço e a um dispêndio de energia muito maiores”. Algo que, em seu entender, pode ser travado através da promoção do pensamento crítico entre os mais jovens e do estímulo da participação na sociedade e na política.

“Temos de construir uma sociedade civil participativa, democrática e livre, capaz de fazer, com elevação e serenidade, os debates que importam ao país e ao mundo. Não podemos continuar a ter mais espaço de debate televisivo sobre futebol do que sobre o que verdadeiramente afeta a vida das pessoas”, disse na entrevista à “Revista da Universidade de Lisboa”.

Em 2017, quando ainda era secretária de Estado da Modernização Administrativa, a atual ministra da Cultura, Graça Fonseca, tinha revelado ser homossexual numa entrevista ao “Diário de Notícias”.

O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas, revelou ser o primeiro membro do Governo casado com uma pessoa do mesmo sexo numa entrevista à edição de outono da “Revista da Universidade de Lisboa”. “Não faço disso especial alarde público, mas também não sinto que seja apenas um aspeto da minha vida pessoal. E espero que isso possa significar, para os jovens portugueses, que não estão condenados a um ostracismo. Se houver um jovem que, pelo meu exemplo, se possa sentir mais livre para viver a sua orientação sexual abertamente, eu ficaria muito feliz”, disse o governante, que está na dependência direta do primeiro-ministro António Costa e coordena toda a produção legislativa do Executivo.

Respondendo a uma pergunta sobre a existência de homofobia em Portugal, André Moz Caldas partilhou a sua experiência com a publicação da Universidade de Lisboa, onde dá aulas e concluiu licenciaturas e mestrados em Medicina Dentária e em Direito. “Nunca me senti vitimizado em razão da minha orientação sexual, mas tenho consciência de que, sendo de Lisboa e de um contexto social e familiar progressista, a minha experiência não se compara com a de outras pessoas homossexuais. Não nos podemos permitir vitimizar-nos, e devemos desarmar os nossos adversários vivendo abertamente a sexualidade. Ninguém me pode aviltar em função da minha orientação sexual, porque não o admito. Se alguém me aviltar, não me posso sentir diminuído – sinto, pelo contrário, que o outro é diminuído.”

O antigo chefe de gabinete de Mário Centeno no Ministério das Finanças, cargo que chegou a acumular com a presidência da Junta de Freguesia de Alvalade, em Lisboa, sublinhou na entrevista que, “enquanto sociedade, temos de perceber que existe diversidade e que as pessoas não são diminuídas por integrarem uma minoria, de índole sexual ou outra”, acrescentando que “quem pertence a uma minoria tem de ter uma grande energia para se dar permanentemente ao respeito”.

André Moz Caldas referiu-se ainda ao crescimento da extrema-direita em Portugal, alegando que esta “apela ao que de mais básico existe nas pessoas”, pois “um argumento sofisticado e racional obriga a um esforço e a um dispêndio de energia muito maiores”. Algo que, em seu entender, pode ser travado através da promoção do pensamento crítico entre os mais jovens e do estímulo da participação na sociedade e na política.

“Temos de construir uma sociedade civil participativa, democrática e livre, capaz de fazer, com elevação e serenidade, os debates que importam ao país e ao mundo. Não podemos continuar a ter mais espaço de debate televisivo sobre futebol do que sobre o que verdadeiramente afeta a vida das pessoas”, disse na entrevista à “Revista da Universidade de Lisboa”.

Em 2017, quando ainda era secretária de Estado da Modernização Administrativa, a atual ministra da Cultura, Graça Fonseca, tinha revelado ser homossexual numa entrevista ao “Diário de Notícias”.

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