Pratinho de Couratos

24-06-2020
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O senhor
ministro está à procura de notoriedade através das palavras, pois não se sente
capaz de realizar atos (tl;dr)

Há um gigante aos ombros de gigantes. Da província aos
trambolhões aterrou, de malas apetrechadas em barda de truces e camurcinas, na
estação de comboios. E, de táxi para o Parlamento, perdurando o nobre uso e
costume da pachecada [1] num país que muito progrediu
com estradas, postes de alta tensão, albergarias e pavilhões multiusos. Chamaram-lhe…
Carlos Abreu Amorim: “A questão política é que ninguém, nem mesmo o otimismo
que é conhecido do senhor deputado Eurico Brilhante Dias, e do senhor
primeiro-ministro também, e de grande parte do Partido Socialista, poderia
alguma vez antecipar que esta coligação material duraria tanto tempo. Isso sim.
Isso surpreendeu-nos. Agora em relação aos resultados económicos e financeiros,
eu acho que ficaram aquém daquilo que seria de esperar. Eu julgo que o ano
passado foi um ano perdido, 2016 foi um ano perdido, não temos dúvidas sobre
isso. Acho que o plano que o PSD, e o CDS, tinham para a governação depois das
eleições, que aliás venceram, era um plano que nos faria crescer de uma forma
muito mais sustentável e antecipar o futuro com mais confiança. Agora em
relação aquilo que foi feito, obviamente que isso é resultado e produto,
digamos assim, que, usando uma expressão literária, se me permite, são, o atual
governo, são um pouco, faz a figura dos anões aos ombros dos gigantes, gigantes
foram aqueles que levaram o défice de 11 para 3 %.” (12/07/2017). [2]

Continuam a
chamar-lhe… Carlos Abreu Amorim: “Há mais de um mês, na AR, o PS apresentou um
«Voto de Saudação» intitulado «De Apoio à Candidatura de Portugal à sede da Agência
Europeia de Medicamentos». Foi aprovado por unanimidade. Não é segredo para
ninguém que neste tipo de Votos se dá muito mais atenção à tomada de posição
política do que às eventuais interpretações verbais - ao contrário do que
sucede com os textos normativos onde cada palavra é pesada e avaliada cuidadosa
e sistematicamente em Comissões e Grupos de Trabalho. Ainda assim, e por mim
falo, deveria ter lido o Voto de Saudação com maior atenção e percebido que o PS
estava a entronizar Lisboa [3] como sede da
EMA à boleia da candidatura de Portugal. Por não ter tido esse dever de cuidado
peço desculpa aos meus eleitores e a todos aqueles que também consideram o
centralismo como a pior doença crónica do nosso País”. (16/06/2017).

Deputado
independente, - jus à independência lhe brindem -, não manqueja a quem lhe
assina a folha de pagamentos. Em diálogo parlamentar: Miguel Tiago: “A
cangalhada PSD, e CDS, vieram aqui hoje dizer que acima de tudo é preciso
defender a independência do Banco de Portugal. Ó senhores deputados, é isso
mesmo que o PCP propõe.” Carlos Abreu Amorim: “Gostaria apenas de chamar a
atenção da mesa sobre a condução dos trabalhos, para para a expressão que foi
agora utilizada.” (07/04/2017).

Feroz
dialético, a palavra acoita debaixo da língua, esse Carlos Abreu Amorim: “Seria
bom que, com muita serenidade, neste Parlamento, não se agitassem fantasmas. Os
fantasmas que não existem. Não são como aquele ditado espanhol que diz que das
bruxas las hay las hay. Não existem. Não
existe nenhuma extrema-direita organizada, nem milícias, nem toda essa panac…
pa… pa…, esse esse conjunto de disparates que foram aí agitados, que foram aí
agitados, pela sua bancada (do Bloco de Esquerda).” (10/03/2017).

Paladínico
dos mais fracos, escuda-os Carlos Abreu Amorim: “Não é possível salvaguardar a
independência destas entidades quando os principais responsáveis políticos
abalroam! a dignidade dos reguladores, apoucam! os seus protagonistas e, como
alguém já disse, fazem bullying fulanizado e em tom prepotente.” (10/03/2017).

Mesmo calado,
o deputado, torna-se um credo nacional. Marco António Costa: “Quando está a
responder a outras bancadas, estar a fazer gracinhas com a nossa bancada, é é
muito mau gosto (do seu lado esquerdo, Carlos Abreu Amorim acena a cabeça que
sim).” (23/12/2016).

Sexta-feira,
31 de agosto de 1984, “decididamente, estamos em tempo novo: churrasco para
Carlos Lopes e parceiros olímpicos, todos os bons e acreditados colegas do
«rei» de Los Angeles a receberem muitas donas marias, a inscreverem nomes em
ruas, a darem a figura para homenagens por esse Portugal fora. Virada a página
do servilismo, a prática desportiva de alta competição conquistando carta de
alforria, o campeão entra nos salões, bebe do tinto em São Bento, abraça
governantes, trata de igual os melhores deste reino. Hoje, em Vila Nova de
Cerveira, o general Ramalho Eanes, presidente da República Portuguesa, foi até
aos ciclistas, cumprimentou toda a caravana, felicitou Venceslau Fernandes, deu
os parabéns pelos vinte e dois anos de Manuel Cunha, ajudou a vestir a camisola
laranja a Manuel Neves, trocou muitos dedos de conversa com a insólita plateia
e deu (até) o tiro de partida para a etapa voltista que (sem qualquer abalo)
foi a ligação para a Póvoa de Varzim: sempre no meio de uma pequena multidão
que jamais tinha imaginado um presidente da República a conviver com a festa
mais popular do desporto, Ramalho Eanes declarou, expressamente para o Diário
de Lisboa: «A Volta é uma grande festa popular, um estímulo para modalidade
desportiva a que presto o meu maior respeito. É um impulso à juventude que, não
tendo possibilidades para competir em outras disciplinas, pega no seu
instrumento que serve para se transportar para o trabalho e faz o desporto que
lhe é permitido, o desporto com muitas tradições em Portugal e acessível à
população que não recebeu no berço as benesses divinas ou o impulso dos seus
antepassados». Ramalho Eanes acrescentaria: «É um período de tempo em que os
nossos melhores ciclistas confraternizam, abraçam-se e competem muito honestamente
e com todo o brilho. Para um presidente que gosta muito do desporto este é um
motivo, muito do meu agrado pessoal, de poder afirmar que respeito e dou o meu
aplauso a todo o desportista que engrandecendo o país apenas pela dignidade do
seu clube, tudo faz o mais honestamente possível para não ficar anónimo.
Endereço o meu obrigado a quantos não querem submergir-se na vulgaridade, e o
atleta ciclista, pelo muito que luta, tem absoluta necessidade de se sentir
pelo menos compensado por quem está a seu lado no reconhecimento do esforço que
despende no trabalho quotidiano».”             

1984.
Setembro. Segunda-feira, 3, “a Portucel está a cometer um autêntico crime
nacional; as demolições das casas clandestinas da Ria Formosa prosseguirão em
outubro; as praias da costa do sul deveriam ser interditas aos banhistas – eis
três das afirmações que ressoaram durante o fim de semana, pela voz de
Francisco Sousa Tavares. O ministro da Qualidade de Vida falava ao programa
«Vamos a isto», um magazine regional da RDP/Sul. (…). O ataque à Portucel seria
justificado pelo ministro pelo facto de a empresa estar a substituir floras
primitivas e zonas florestais serranas muito importantes. «A Portucel está a
fazer autênticos crimes nacionais para plantar a flora que lhe interessa. Os
interesses das populações estão a ser desviados para os interesses da Portucel,
porque o eucalipto não dá trabalho, nem subsistência às populações serranas».
(…). O Estado tem que dominar a Portucel, integrá-la dentro da política nacional».
Todas as praias da costa sul deveriam estar interditas a banhistas, dado o alto
grau de poluição da água no mar daquela zona. (…). Contudo acrescentou, «é
muito difícil convencer as pessoas de que é perigoso tomar banho em águas
poluídas». Referindo-se ao Algarve, fez notar também que já existem na água do
mar sinais perigosos de poluição «e já este ano houve problemas intestinais
derivados da poluição em praias do Algarve». O ministro atribuiu o facto aos
esgotos que são lançados para o mar e sublinhou: «Não podemos continuar assim,
isto não é saneamento básico». Interrogado sobre se o seu ministério poderia
tomar medidas para moralizar o problema, Sousa Tavares disse: «Nada posso fazer
senão alertar para o facto ou causar escândalo público». «Não tenho meios e
estes assuntos são da responsabilidade da Comissão de Saneamento Básico,
dependente da Presidência do Conselho de Ministros. O titular do ministério da
Qualidade de Vida revelou que está em negociações com o primeiro-ministro,
Mário Soares, para que seja delegada no seu departamento a competência do
saneamento. (…). Interpelado sobre um projeto de construção na ponta de Sagres
de um conjunto de apartamentos com uma frente de 170 metros, projeto que foi
embargado pela Câmara de Vila do Bispo, o ministro aprovou a atitude da
autarquia e afirmou que seria «gravíssimo» se qualquer governo concedesse
autorização de construção na ponta de Sagres. «É como assassinar uma parte de
Portugal e seria um atentado de selvajaria passado ao povo português». «Compreendo
que esses senhores queiram ganhar dinheiro e façam fortunas monumentais, mas
não à custa de toda a estética de uma nação e à custa do bem-estar, da beleza,
da vida». O ministro lamentou que o seu gabinete estivesse tão esvaziado de
decisão e que apenas tivesse de agir como «mosca incómoda, nas conceções de
negócios loucos que vão por aí».”            

Quarta-feira,
5 de setembro, “a questão da poluição das praias da linha de Cascais conheceu
hoje um inesperado desenvolvimento, convertendo-se já numa acesa polémica
envolvendo o ministro da Qualidade de Vida, a presidente da Câmara de Cascais,
o presidente da Comissão de Turismo da Costa do Estoril e Margarida Borges de
Carvalho, ex-secretária de Estado do Ambiente da AD (Aliança Democrática). É
que, segundo Sousa Tavares, estes são os porta-vozes de uma campanha contra si,
com o apoio dos hoteleiros daquela zona turística. Em conversa com jornalistas,
após um almoço no Estoril, a arq.ª Helena Roseta declarou que «Sousa Tavares
não deve andar a pregar sustos a terceiros para o Ministério da Qualidade de
Vida ter dinheiro». A presidente da Câmara de Cascais, aproveitando a presença
do secretário de Estado dos Desportos, que organicamente depende do Ministério
da Qualidade de Vida, mandou ainda um recado a Sousa Tavares: «Que o ministro
não prejudique as atividades económicas desta zona e a própria população já tão
afetada pelas cheias de novembro». Idênticas considerações fez César Torres.
Para o presidente da Comissão de Turismo aquela organização pretende que «o
Estoril tenha cada vez mais e melhores turistas, independentemente de todas as
campanhas que lhe seja movidas». Em resposta às afirmações da presidente da
Câmara de Cascais, Sousa Tavares adiantou à ANOP que «a arquiteta Helena Roseta
tem conhecimento preciso dos mesmos documentos que eu e, se está à espera que
morram pessoas para confirmar as minhas palavras, é triste que seja esse o seu
pensamento político». Para o ministro, que manteve durante a tarde uma demorada
conversa telefónica com Helena Roseta, a presidente da Câmara de Cascais está a
mover-lhe «uma campanha indecente», «integrada na campanha de Margarida Borges
de Carvalho, de César Torres e do jornal A Tarde, que está ao serviço dos
hoteleiros do Estoril». (…). Em contacto com Margarida Borges de Carvalho, uma
das visadas nas palavras de Sousa Tavares, a ex-secretária de Estado do
Ambiente considerou que «este tipo de políticos tem necessidade de encontrar um
bode expiatório». Adiantando que «estas afirmações só classificam quem as faz»,
Margarida Borges de Carvalho acrescentaria que «o sr. ministro está à procura
de notoriedade através das palavras, pois não se sente capaz de realizar atos».
Sobre a campanha movida pelo jornal que dirige, uma das acusações formuladas
pelo ministro da Qualidade de Vida, a diretora da Tarde negou que se estivesse
perante uma perseguição.”

Quarta-feira,
5 de setembro, “os quatro portugueses que estavam detidos no Maputo e fazem parte
de dez agraciados com medidas de clemência por parte das autoridades
moçambicanas já e encontram nas suas residências (…). São eles, Eugénio Fonseca
Bento, Carlos Nunes de Almeida, José Augusto Marmeleiro e Rodrigo José Vasco.
Destes quatro, apenas o primeiro pretende regressar, já, a Lisboa, havendo a
possibilidade de o fazer no avião da carreira de hoje. Os outros seis detidos
na cidade da Beira, devem ser libertados brevemente (…). A decisão da
Assembleia Popular de Moçambique, que ordenou a libertação, tem data de
segunda-feira e foi ontem publicada no Maputo com a imediata libertação dos
quatro que estavam à ordem do SNASP na capital. Iniciou-se também o processo
burocrático para a libertação dos seis portugueses que estão na Beira, detidos
pelo SNASP (Serviço Nacional de Segurança Popular), havendo esperança de que a
burocracia não se prolongue para além de hoje ou amanhã a prisão sem culpa
formada em que se encontram desde há cerca de um ano. Julga-se que todos eles
tenham sido detidos por suspeita de ligações à Renamo e, no caso dos da Beira,
por participação ou cumplicidade na sabotagem dos depósitos de combustível
daquela cidade. (…). Estas libertações, por ocasião da visita de Mário Soares a
Moçambique, já estavam a ser tratadas anteriormente tendo as diligências neste
sentido pertencido, quer ao presidente da República, quer ao anterior governo
logo que os primeiros foram presos. Disso fala a resolução da Assembleia
Popular e que reza o seguinte, segundo comunicado publicado ontem no Maputo:
«Alguns cidadãos portugueses encontram-se detidos à ordem do Serviço Nacional
de Segurança Popular (SNASP) para processos de investigação sobre matéria de
segurança do povo e do Estado popular. Órgãos de soberania da República
Portuguesa, nomeadamente o chefe do Estado e o primeiro-ministro portugueses,
fizeram representações junto do governo da República Popular de Moçambique,
solicitando que se tomasse em consideração a situação prisional dos referidos
cidadãos portugueses. A Comissão Permanente da Assembleia Popular apreciou a
petição das altas instâncias da República Portuguesa. Tendo em conta a vontade
do governo moçambicano em desenvolver as relações de amizade e cooperação com
Portugal e no contexto da atual visita de Sua Excelência o primeiro-ministro de
Portugal dr. Mário Soares, a Comissão Permanente da Assembleia Popular decidiu
determinar a libertação imediata de 10 cidadãos portugueses que se encontram
detidos à ordem do Serviço Nacional de Segurança Popular (SNASP),
independentemente dos factos já apurados e constantes dos processos que foram
examinados pela Comissão Permanente da Assembleia Popular. Maputo, 3 de
setembro de 1984.”

Sexta-feira,
7 de setembro, “já estão em liberdade todos os 11 portugueses que se
encontravam detidos em Moçambique sem culpa formada. Os sete libertados na
cidade da Beira são Leonel Silva, Carlos Guerra, Vítor Reis, Rui D’Espiney, José
Oliveira Martins, José Alberto Damião e António Marques Moita. (…). Assim, os
libertados nas duas principais cidades de Moçambique totalizam mais um dos que
os dez anunciados na noite de três de setembro, durante o banquete de despedida
que o primeiro-ministro Mário Soares ofereceu, em Maputo, ao presidente Samora
Machel.”

Quinta-feira,
20 de setembro, “os três portugueses que esta manhã chegaram a Lisboa são os
aviadores Leonel Nunes da Silva e Carlos Guerra e o contabilista José Oliveira
Martins (…). Dos três, apenas Leonel Nunes da Silva se dispôs a falar aos
jornalistas, sublinhando, sobretudo, que pensa voltar em breve à Beira, cidade
onde residia, depois de descansar e fazer alguns exames médicos. Leonel da
Silva vivia na Beira desde 1936 e afirmou aos jornalistas ter regressado
voluntariamente, neste momento, a Portugal, pois as autoridades moçambicanas já
tinham renovado a sua carta de residência. Piloto aviador da companhia Seta, de
que era proprietário, revelou ter sido detido em 8 de abril de 1983,
aparentemente por ter ido visitar um britânico que foi condenado por sabotagem,
mas que sempre disse estar inocente (através da esposa) do crime de que era
acusado. (…). Disse nunca ter sido maltratado na prisão, nem formalmente
acusado do que quer que fosse. (…). Leonel Nunes da Silva disse ainda nada ter
a ver com a autoproclamada Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), assim
como os seus companheiros (que não fizeram declarações aos jornalistas),
acusação que levou à prisão e condenação do cidadão britânico Finlay Hamilton,
de quem era amigo e pelo qual intercedeu, a pedido da esposa do inglês – que
continua ainda hoje a invocar a inocência do marido.”     

Quarta-feira,
5 de setembro, “foi hoje publicada no Diário da República a lei-quadro do
sistema de Informações da República Portuguesa. Segundo os termos da mesma,
«incumbe aos serviços de informações assegurar, no respeito pela Constituição e
da lei, a produção de informações necessárias à salvaguarda da independência
nacional e à garantia da segurança interna». A lei-quadro hoje publicada na
folha oficial estabelece que não podem ser «desenvolvidas atividades de
pesquisa, processamento ou difusão de informações que envolvam ameaça ou ofensa
aos direitos, liberdades e garantias consignados na Constituição e na lei».
Nela se prevê igualmente «não poderem fazer parte direta ou indiretamente dos
órgãos e serviços previstos na lei quaisquer antigos agentes da PIDE/DGS ou
antigos membros da Legião Portuguesa ou informadores destas extintas
organizações». (…). De acordo com a lei, os serviços de informações da
República – Serviços de Informações Estratégicas de Defesa; de Informações
Militares; e de Informações de Segurança – ficará sob o controlo de um Conselho
de Fiscalização «eleito pela Assembleia da República, sem prejuízo dos poderes
de fiscalização deste órgão de soberania nos termos constitucionais». O
referido Conselho será composto por três cidadãos de «reconhecida idoneidade e
no pleno gozo dos seus diretos civis e políticos, eleitos pela Assembleia da
República por voto secreto e maioria de dois terços dos deputados presentes, não
inferior à maioria dos deputados em efetividade de funções». (…). A lei-quadro
do sistema de informações prevê a utilização da informática nos serviços para o
processamento e conservação em arquivo magnético dos dados e informações
recolhidos. Nela se refere que «o acesso de funcionários aos dados e
informações conservados em arquivo só é consentido mediante autorização
superior». A lei-quadro do sistema de informações prevê também que «sem
prejuízo das competências próprias da Comissão Nacional de Proteção de Dados, a
atividade dos Centros de Dados é fiscalizada por uma comissão constituída por
três magistrados, membros do ministério público e designados pela
Procuradoria-Geral da República, que elegerão de entre si o presidente».”

Sexta-feira,
7 de setembro, “o pintor catalão Salvador Dalí concordou submeter-se a uma
operação que poderá salvar-lhe a vida, depois de ter sofrido queimaduras num
incêndio registado a semana passada na sua residência. Os médicos recomendaram
que a operação de enxerto de pele seja feita dentro de 48 hora para evitar uma
infeção que seria provavelmente fatal. O artista, de 80 anos, concordou em
submeter-se à operação depois de consultar os seus três colaboradores mais
próximos – o seu secretário e amigo Robert Descharnes, o advogado Miguel
Domenech e o pintor Antoni Pitxot. Os médicos
disseram que a operação é vital para remover o tecido morto resultante das
queimaduras de segundo grau que o artista sofreu em quase 20 % do corpo no
incêndio que se registou na passada quinta-feira no seu quarto, aparentemente
em consequência de um curto-circuito na campainha que Dalí usava para chamar a
enfermeira. Os médicos acrescentaram que Dalí está a responder bem ao
tratamento intravenoso que lhe está a ser administrado para combater uma
desnutrição crónica. (…). Dalí concordou em ser internado na clinica do Pilar,
em Barcelona, na passada sexta-feira, sendo esta a segunda vez que abandonou a
sua residência, o castelo de Rubol, desde a morte da mulher, Gala, no verão de
1982.” [4]   
     

Terça-feira,
11 de setembro, “o pintor surrealista Salvador Dalí continua em estado grave
mas estacionário, numa clinica de Barcelona, 72 horas depois de ter sido
submetido a uma intervenção cirúrgica devido a queimaduras sofridas em 30 de
agosto. O doutor José Visa Miracle, um dos sete elementos da equipa médica que
na sexta-feira operou o pintor, afirmou que o seu estado de saúde é grave mas
estável, tendo em consideração a sua idade (80 anos) a gravidade das
queimaduras. (…). O médico disse ontem que o pintor, a quem tinham sido
apontadas também perturbações mentais, se encontra completamente lúcido e que
declarou, inclusivamente, que sentia dores devido às queimaduras.”

Sexta-feira,
7 de setembro, “o ministro da Administração Interna inaugurou em Pedrogão
Grande, um posto da GNR e presidiu, nesta vila, a uma reunião dos 15 concelhos
do distrito. O presidente da autarquia, Manuel Henriques Coelho e o governador
civil, Rui Garcia, descreveram Pedrogão Grande como «amostra do nordeste
transmontano incrustada no centro do país». «Conhecemos bem as carências deste
conselho mas a capacidade de intervenção do governo é bastante limitada», disse
Eduardo Pereira. O ministro percorreu as zonas mais devastadas pelos incêndios
de 1983 e comentou que «os fogos são fundamentalmente um problema cultural do
país». Observou também, que além dos incêndios causados por simples pirómanos,
os há de «origem revolucionária» e que as ações de prevenção «têm de ser
apoiadas nas populações locais».

Sábado, 8 de
setembro, “trinta e cinco crianças de ambos os sexos e quatro monitoras de uma
colónia de férias a funcionar no Centro Social Santa Isabel em Albarraque, no
concelho de Sintra, tiveram de ser internadas esta madrugada de urgência, com
intoxicação alimentar, nos hospitais D Estefânia e Curry Cabral. Ao fim da
manhã, vinte delas ainda estavam em observação no serviço de infetocontagiosas
do hospital D. Estefânia, tendo as restantes regressado, entretanto, a
Albarraque. Segundo afirmou ao Diário de Lisboa uma das responsáveis do centro,
dra. Maria Helena Ramito, as 35 crianças que mostravam sintomas de intoxicação
faziam parte de um grupo de 60 que, na tarde da passada quinta-feira, tinham
participado num piquenique realizado numa mata nas proximidades de Albarraque.
Durante o lanche foram consumidas sandes de fiambre e bolas de Berlim (os
«berlindes») compradas no estabelecimento que normalmente fornece o centro.”     

____________________

[1] “O imenso
talento de Pacheco pouco a pouco se tornava um credo nacional. Vendo que
inabalável apoio esse imenso talento dava às instituições que servia, todas o
apeteceram. Pacheco começou a ser um Diretor universal de Companhias e de
Bancos. Cobiçado pela Coroa, penetrou no Conselho de Estado. O seu partido
reclamou avidamente que Pacheco fosse seu Chefe. Mas os outros partidos cada
dia se socorriam, com submissa reverência, do seu imenso talento. Em Pacheco
pouco a pouco se concentrava a Nação. À maneira que ele assim envelhecia, e
crescia em influência e dignidades, a admiração pelo seu imenso talento chegou
a tomar no País certas formas de expressão só próprias da religião e do amor.
Quando ele foi Presidente do Conselho, havia devotos que espalmavam a mão no
peito com unção, reviravam o branco do olho ao Céu, para murmurar piamente: – «Que
talento!» E havia amorosos que, cerrando os olhos e repenicando um beijo
nas pontas apinhadas dos dedos, balbuciavam com langor: – «Ai! que talento!» E,
para que o esconder? Outros havia, a quem aquele imenso talento amargamente
irritava, como um excessivo e desproporcional privilégio. A esses ouvi eu
bradar com furor, atirando patadas ao chão: – «Irra, que é ter talento de
mais!» Pacheco no entanto já não falava. Sorria apenas. A testa cada vez se lhe
tornava mais vasta.” Eça de Queirós, em “A Correspondência de Fradique Mendes”.

[2] Carlos
Abreu Amorim desempenha na alta política o papel da taróloga Maya. Também esta adivinhadeira
acertava em 1998. “Eu analisei os três potenciais, dois potenciais líderes e um
líder atual. Que é o prof. Marcelo Rebelo de Sousa, o dr. Durão Barroso e o dr.
Santana Lopes. Dos três, a personalidade do dr. Marcelo Rebelo de Sousa
inquietou-me um pouco, porque acho que ele tem alguma tendência a distúrbios do
foro nervoso, que podem ser instabilizadores para a governação politica. O dr.
Durão Barroso pareceu-me ser uma pessoa que é capaz de ter soluções, mas
não é capaz de as pôr em prática. E, com franqueza, penso que o dr. Santana
Lopes ‘tá nestes próximos três anos a ganhar maturidade e será, é talvez de
todos os políticos que analisei, o que tem mais potencialidades para ser um bom
executivo.” (no programa “Herman 98”).

A vidinha
deste último português suave. “Foi em 1978, quando Santana Lopes tinha pouco
mais de 20 anos e dois de filiação no PPD/PSD, que o então chefe de governo,
Francisco Sá Carneiro, o convidou pela primeira vez para um cargo político: adjunto
do ministro-adjunto do primeiro-ministro. Dois anos mais tarde, vai para a
Assembleia da República como deputado e, em 1982, recém-licenciado em Direito,
chega à presidência da Comissão Política Distrital de Lisboa do partido. Pela
mão de Cavaco Silva, a sua carreira política ganha novo impulso, e torna-se
secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros em 1985. Em 1987,
candidata-se às eleições europeias, como cabeça de lista do PSD, e acaba por
trocar Lisboa por Bruxelas durante dois anos. De regresso a Portugal, Santana
Lopes opta pela comunicação social, fundando, juntamente com Rui Gomes da
Silva, [seu ex-camarada da Associação Académica da Faculdade de Direito da
Universidade de Lisboa], que será um dos ministros mais polémicos do seu
governo [em 2004-2005], o grupo «Projetos, Estudos, Informação», que compra o
jornal Record e o Diário Popular e ajuda ainda à constituição do jornal Liberal
e da Rádio Geste. Contudo, os maus resultados do projeto levam de novo Santana
Lopes à política e, mais uma vez pela mão de Cavaco Silva, de quem se torna,
entre 1989 e 1995, secretário de Estado da Cultura.”

Sexta-feira,
9 de junho de 1989, “Pedro Santana Lopes, licenciado em direito, de 32 anos,
ex-secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, atualmente eurodeputado,
é hoje sujeito de «investigações» de dois semanários: O Jornal e O Independente. O motivo
deste interesse é a sua liderança daquele que já é o maior grupo de comunicação
social portuguesa, a PEI, (Projetos, Estudos, Informação), de que aliás Santana
Lopes agora anuncia o afastamento para se dedicar à advocacia e ao ensino. O
grupo tem sido alvo de atenções generalizadas desde há algum tempo, pelo seu
peso crescente e até pelo êxito aparente das suas iniciativas: Radio Geste,
Sábado*, um Liberal anunciado, o Diário Popular** e o Record comprados ao Estado, a televisão privada
em perspetiva para logo que seja possível [chamar-se-ia TV Geste, e o projeto
foi encomendado, por Santana Lopes, a Júlio Isidro, faltou o dinheiro e nunca
saiu do papel]. Santana Lopes, o «patrão» Lopes como já é conhecido no meio,
naturalmente mereceu as atenções porque não faltou quem lembrasse as suas
parcas posses económicas de origem para justificar o milhão de contos de
investimento que já terá feito. Mas, honra lhe seja feita, Santana Lopes não
evita respostas. Confirma que não é rico, nega participações financeiras no
grupo, anuncia a sua saída no fim do mês. Nomes do «império» também lá estão.
Resta saber quem será o sucessor do «patrão Lopes».”

__

* “Ainda em
1989, Miguel Sousa Tavares foi diretor da revista Sábado, publicação
generalista que havia sido lançada no ano anterior por Pedro Santana Lopes. No
entanto, manteve-se pouco tempo no cargo devido à instabilidade interna da
revista, que algum tempo depois viria a fechar.”

** “No final
dos anos 80, o governo liderado por Aníbal Cavaco Silva inicia a privatização
dos jornais detidos direta ou indiretamente pelo Estado, e assim, o título e o
parque gráfico do Diário Popular são alienados pelo Estado, em separado. A EPDP
ficou assim impedida de prosseguir o seu objeto estatutário e foi extinta, com
o Decreto-Lei 1/90. O jornal foi vendido ao grupo PEI (Projetos, Estudos,
Informação), fundado por Pedro Santana Lopes e Rui Gomes da Silva, que detinha
à época a revista Sábado, o jornal O Liberal, o jornal Record (também adquirido
ao Estado) e a Rádio Geste. A 28 de setembro de 1991, o Diário Popular cessa a
sua publicação. Uma das razões que se apontam para o fecho do jornal foi o
prejuízo mensal de 3 mil contos (cerca de 15 mil euros). Em contrapartida, o
parque industrial do jornal assegurava vários trabalhos de impressão para
outras publicações periódicas, e, portanto, o conjunto «jornal» (entendido como
o título, a publicação em si, e todos os trabalhadores incluindo os
jornalistas) e «tipografia» associada era, na verdade, lucrativo. Mas com a
separação do parque industrial e do título Diário Popular, o jornal entrou numa
situação deficitária. Outra razão terá sido o facto de jornais vespertinos
estarem em contínua queda de vendas, com a alteração dos hábitos de vida dos
leitores e a ascensão de outros meios de comunicação como a rádio e a televisão.”

[3] Carlos A A:
“Magrebinos: curvem-se perante a Glória do Grande Dragão!” “Agora vou
para a Baixa e para o Dragão com a canalha (já habituada) celebrar mais um
campeonato! Thank You, Jesus!!!”. (19/05/2013). “O que
recuso é essa ideia de me estarem a colar a uma máscara de oposição ao
presidente Pinto da Costa. Julgo, como sempre referi, que deveria ter feito uma
renovação na equipa diretiva. Mas isso é a minha opinião. Como portista tenho o
direito à crítica sempre que considere que é oportuno. Mas não sou contra a
recandidatura. Não existe melhor pessoa para assumir o cargo.” (28/03/2016).

[4] “Uma
estranha atitude face à sexualidade: isto é o mínimo que se pode dizer sobre o
genial e provocador artista espanhol Salvador Dalí. Um dia, quando
era jovem, terá atirado com um saco de esperma ao pai, num gesto
de revolta. O progenitor desaprovava vigorosamente o seu envolvimento com
Gala, que considerava uma toxicodependente e uma péssima influência. Dalí e
Gala, que gostavam de se sentar nus à mesa para escandalizar a criada que lhes
servia as refeições, acabariam mesmo por se casar e na sequência da união o pai
decidiu deserdá-lo. Curiosamente, suspeita-se que o artista e a sua musa, uma
mulher dez anos mais velha, nunca tenham consumado a relação. O surrealismo,
movimento de que o artista natural de Figueres, Catalunha, foi um dos máximos
expoentes, explorava os recessos do inconsciente e o poder das pulsões sexuais.
Dalí chegou a visitar Freud em Londres, onde este passou o fim da vida exilado,
e deixou mesmo um retrato a tinta-da-china do pioneiro austríaco. O artista
possuía, portanto, uma noção muito nítida dos impulsos eróticos que palpitam no
ser humano. Mas exorcizava-os através de telas perturbadoras como «Donzela
Sodomizada pelos Chifres da sua Castidade» ou «O Grande Masturbador». E ainda
de outras formas muito pouco convencionais: por exemplo, organizando orgias na
sua mansão de Port-Lligat, às quais assistia escondido num recanto.
Aparentemente, o ato sexual, fosse com homens ou mulheres, não o seduzia, bem
pelo contrário. Estes comportamentos invulgares podem ter resultado de traumas
de infância. Na sua delirante autobiografia, «A Vida Secreta de Salvador Dalí»
(1942), revelava: «Durante muito tempo, experimentei a angústia de acreditar que
era impotente». Ali dizia também que desenvolvera um certo gosto pela
necrofilia (sexo com cadáveres), que conseguiu ultrapassar. Já o seu biógrafo e
amigo Ian Gibson notou que Dalí detestava que lhe tocassem e sentia uma
aversão violenta pelos órgãos genitais femininos, comparando o coito a
uma «selva sangrenta». Mas e se afinal o perfil sexual de Dalí não fosse
assim tão peculiar? Essa é a convicção de Maria Pilar Abel Martinez, uma
cartomante de Girona que defende que o artista teve um caso extraconjugal com a
sua mãe em meados da década de 1950. Maria Pilar, que nasceu em 1956 e vive em
Girona, acredita ser fruto dessa relação e diz ser fisicamente muito parecida
com Dalí: «Só me falta o bigode», declarou ao El Mundo. Esta semana, a natural
de Girona viu uma juíza de Madrid dar-lhe razão. «Estou muito contente. Agora
vai saber-se a verdade sobre o meu ADN e porventura calarei muitas bocas, pela
minha família e pela minha mãe». À falta de
outros objetos que pudessem servir de amostragem para os testes comparativos, a
juíza Maria de Mar Crespo deu ordem para exumar os restos mortais do excêntrico
artista. Dalí encontra-se sepultado na cripta do museu-teatro que mandou
construir em Figueres, onde viveu recluso, após a morte de Gala. Não chegou a
ser congelado para poder ser «ressuscitado» mais tarde – uma hipótese que se
chegou a colocar – mas, de acordo com instruções dadas aos seus colaboradores,
o seu corpo foi embalsamado, exatamente como fora o de Gala sete anos antes.” no
jornal I n.º 2470.

na sala de cinema

“L’Amour en herbe” (1977)
real. Roger Andrieux, mús. Maxime
Le Forestier, c/ Pascal
Meynier, Guilhaine Dubos, Bruno Raffaëlli, Françoise
Prévost, Michel Galabru … sob o título local “O despertar do amor” estreado
quinta-feira, 28 de agosto de 1980 no cinema Estúdio, Av. Afonso Henriques, 35,
tel. 55 51 34. “Entre a casa dos pais e o liceu suburbano que frequenta, Marc
Morel (Pascal Meynier), 16 anos, leva a vida rotineira e calma de um aluno
estudioso. O seu mundo certinho é perturbado quando conhece Martine Perez (Guilhaine Dubos), 17 anos, empregada de
supermercado. Este primeiro amor torna-se mais importante que tudo. Ele
negligencia os estudos, e o pai dele, (Michel Galabru), tenta pôr fim nesta
relação intervindo de maneira desajeitada e autoritária. Martine, pelo seu
lado, encontra mais compreensão junto da mãe dela, (Françoise Prévost), também
sua confidente. Apesar do apoio do irmão, Christian (Bruno Raffaëlli), jovem
fotógrafo pobre, Marc é obrigado a capitular. Mas isso dura pouco. Ao rever
Martine, decide abandonar a sufocante mansão familiar para viver a sua vida com
aquela que ama. É então que o seu irmão, enriquecido graças a uma fotografia
escandalosa, volta-se contra ele e tenta subornar Martine. Desesperado, Marc
percebe que foi enganado pelo mundo dos adultos e declara-lhe guerra.” “Il giocattolo” (1979), real. Giuliano Montaldo,
c/ Nino Manfredi, Marlène Jobert, Arnoldo Foà … sob o título “O brinquedo”
estreado quarta-feira, 29 de outubro de 1980 no Cine 222, Av. Praia da Vitória,
37, (ao Saldanha), tel. 57 94 60. “Vittorio Barletta é um contabilista romano
estabelecido no norte da Itália, que trabalha numa rica e poderosa empresa
propriedade de um amigo e ex-colega de escola, Nicola Griffo, uma pessoa
egoísta e sem escrúpulos que não hesita em explorar o nome dele em operações
financeiras arriscadas, muitas vezes no limite da legalidade. Vittorio vive uma
existência desgraçada e insatisfatória com a esposa, Ada, uma mulher de saúde
precária e que sofre há vários anos de fortes enxaquecas. Um dia, às compras num
supermercado com a mulher, fica gravemente ferido na perna num tiroteio que
eclodiu durante um assalto.” “Chapter Two” (1979), real. Robert Moore, c/
James Caan, Marsha Mason, Joseph Bologna … sob o título “Capítulo segundo”
estreado sexta-feira, 7 de novembro de 1980 nos cinemas Castil e Vox. “George
Schneider é um escritor habitando em Nova Iorque cujo tempo é ocupado pelo
trabalho, jogos de softball no parque e visitas do seu irmão casado, Leo, um
assessor de imprensa, que tem tentado apresentar o viúvo George a mulheres
disponíveis. Os sentimentos de George ainda estão frescos da morte da esposa, e
continua a lembrar-se dela. George recebe o número de Jennie MacLaine, uma
atriz que Leo conheceu recentemente através da sua amiga Faye Medwick, e,
acidentalmente, liga-o, quando pretendia telefonar para outra pessoa. Depois de
um diálogo inconfortável, ele telefona repetidamente a Jennie para explicar por
que ligou, embora ela deixasse claro que ela, também, não tem interesse num
encontro arranjado. A persistência de George resulta nela aceitar a proposta de
um encontro de cinco minutos, cara a cara. Se não correr bem, ele promete
deixá-la em paz. Encontram-se no apartamento de Jennie e de imediato dão-se
bem. Jennie é recém-divorciada de um jogador de futebol. George pede-lhe um
encontro tradicional e ela aceita. No jantar, ele explica como Leo lhe arranjou
uma série de encontros desastrosos, assim ele encontra-se agradavelmente
surpreendido de estar com alguém como ela.” Factos: “A peça em que este filme
se baseia é um trabalho semiautobiográfico de Neil Simon, inspirado na sua
vida. Marsha Mason, no essencial, interpreta-se a si própria, porque Simon
baseou a história no casamento deles.” “Marsha Mason recusou o papel principal
de Jennie Malone na produção da Broadway, porque não conseguia interpretar
cenas tão difíceis da sua própria vida, uma e outra vez, todas as noites, no
palco.” “Um dos cinco filmes escritos por Neil Simon interpretados pela então sua
esposa, Marsha Mason. Os outros são: «The Goodbye Girl» (1977), «The Cheap
Detective» (1978), «Only When I Laugh» (1981), sob o título local «Sempre
te amei» estreado quinta-feira, 20 de maio de 1982 no Terminal, estação do
Rossio, tel. 37 15 73 e «Max Dugan Returns» (1983), sob título local «O
regresso do aventureiro» estreado sexta-feira, 1 de junho de 1984 no Hollywood
sala 2, Centro Comercial de Avalade, tel. 80 28 59.” “O nome da personagem
Jennie Malone na peça de Neil Simon, «Chapter Two», foi alterado para Jennie
MacLaine na versão cinematográfica. Da mesma forma, a profissão de George
Schneider foi mudada de dramaturgo, na peça, para romancista no filme.” “A Small Circle of Friends” (1980), real. Rob Cohen, c/ Brad
Davis, Karen Allen, Jameson Parker … sob o título “Um pequeno círculo de
amigos” estreado quinta-feira, 4 de dezembro de 1980 no São Jorge. “Leonardo
(Brad Davis), Jessica (Karen Allen) e Nick (Jameson Parker) são alunos de
Harvard no final dos anos 60. À medida que se envolvem nos acontecimentos
daquela época turbulenta, também criam um forte laço que dura durante os seus
anos académicos até à idade adulta. Leonardo tem uma relação com Jessica no
início, mas não resulta, então Nick rouba-lha. A princípio, Leonardo fica
irritado, mas no final adapta-se e os três formam, mais tarde, um ménage à trois.” “Em Boston, Massachusetts, Nick
Baxter vê uma velha amiga, Jessica Bloom, entrar num táxi. Ele embica por um
beco na sua bicicleta para alcançá-la. Quando choca com o táxi, Jessica
reconhece-o. Nick lembra-se de chegar à Universidade de Harvard no outono de
1967 como caloiro de medicina: a sua mãe entrega-lhe um estetoscópio que
pertenceu ao pai. Uma noite, Leo DaVinci
Rizzo, um estudante de jornalismo, tenta esgueirar uma namorada do dormitório,
escondendo-a no chuveiro com Nick, enquanto ele disfarça no urinol. Mais tarde,
no bar do campus, Nick e Leo falam, quando Jimmy, o cozinheiro da cantina,
levanta o copo para cantar o hino nacional em homenagem do seu filho, Billy,
que recentemente embarcou para o Vietname. Na biblioteca do campus, Jessica,
uma estudante de arte do Radcliffe College, vê Leo roubando livros dos arquivos,
mas não diz nada. Mais tarde, Leo agradece-lhe o silêncio e paga-lhe um café.
Ele descreve o artigo que quer escrever sobre Jimmy para o jornal da escola, o
Crimson. Na redação do Crimson, o editor recusa publicar a história de Leo,
alegando que ninguém estaria interessado no Jimmy e no filho. Leo recruta Nick
para entrarem na redação nessa noite. Lá, insere o artigo na próxima edição. No
dia seguinte, Nick conta ao Leo que os estudantes por todo o campus estão a ler
o exemplar do seu jornal e os amigos felicitam-se um ao outro. Mais tarde, o
presidente Johnson anuncia que não se recandidata. Os estudantes comemoram pendurando
uma efigie de Johnson na escada. Nick segue o barulho até uma festa e conhece
Jessica. Leo chega e os amigos dançam e celebram. Depois, Leo surpreende
Jessica com uma garrafa de champanhe no telhado do edifício do campus, e
beijam-se. Em 1968, Leo e Nick tornam-se companheiros de quarto no segundo ano.
A relação de Leo e Jessica sofre porque ela sente-se o brinquedo dele. Nick
avisa Leo que a sua relação está condenada, a menos que ele aceite o talento de
Jessica e aprenda a comunicar os seus sentimentos. Um dia, visita o atelier de pintura
de Jessica, e Leo convida-o para passar o fim de semana com ele e Jessica em
Cabo Cod. Quando Nick e uma fotógrafa do Crimson, chamada Alice, juntam-se-lhes
no hotel, Leo e Jessica começam a fazer amor no chão da casa de banho até que
ela interrompe a paixão para procurar o diafragma, Leo irritado diz-lhe para
mudar para a pilula ou um dispositivo intrauterino (DIU). Contudo, ele pede
desculpa e abraçam-se.” “Underground” (1970), real. Arthur H. Nadel, c/ Robert Goulet,
Danièle Gaubert, Lawrence Dobkin … sob o título “O exército secreto” estreado
quinta-feira, 26 de fevereiro de 1981 no São Jorge. “O escritor Howard Hughes
concentrou-se nos filmes produzidos pela Oakmont Productions, a companhia
britânica que financiou e lançou pérolas de baixo orçamento tais como «Attack on the Iron Coast», «The Thousand Plane Raid», «Hell
Boats», «Submarine X-1» e «Mosquito Squadron». Estes filmes não tinham grandes
pretensões de serem potenciais vencedores do Oscar. Em vez disso, foram feitos
simplesmente para gerar um lucro modesto. No entanto, tendiam a ser
inteligentemente escritos, bem realizados e interpretados, com papéis de relevo
concedidos a vedetas que normalmente não rendiam muito dinheiro (Lloyd Bridges,
Christopher George, David McCallum). O filme «Underground» não é uma produção
da Oakmont, mas é indistinguível da lista de filmes da empresa. É interpretado
por Robert Goulet, como Dawson, um amargurado agente americano dos serviços
secretos militares, destacado na Inglaterra. Dawson é consumido pela culpa,
porque a sua missão, atrás das linhas alemães na França ocupada, terminou num
desastre. Tanto ele como o outro colega (a sua mulher) foram capturados.
Dawson, sob tortura extrema, revela a verdadeira identidade da mulher e ela
sofre uma horrenda morte às mãos da Gestapo. Dawson conseguiu escapar e volta
para Inglaterra, porém, como ele logrou esta excecional proeza, é ignorado no
guião. O filme começa com Dawson ludibriando a sua entrada num avião que
transporta um agente para um nova missão na França ocupada. Dawson está
determinado a reparar o seu anterior fracasso, assumindo a missão ele mesmo,
imobiliza o agente e salta de paraquedas no seu lugar para se encontrar com os
seus contactos na resistência francesa.”

no aparelho de televisão

“The Andros Targets” (1977), c/
James Sutorius, Pamela Reed, Danny Aiello … série americana, sob o título local
“Os alvos de Andros” transmitida na RTP 1, pelas 22h20, nas terças-feiras, 13 e
20 de maio. Quartas-feiras, 4 e 11 de junho. Terça-feira, 24 de junho. Quarta-feira,
9 de julho. Quinta-feira, 17 de julho. Quarta-feira, 23 de julho. Quintas-feiras,
31 de julho, 7, 21 e 28 de agosto e 4 de setembro de 1980. “Mike Andros é um
jornalista de investigação de um importante jornal nova-iorquino, o fictício
New York Forum. Ele concentra o seu trabalho em desvendar a corrupção. Sandi
Farrell é a sua jovem assistente. Chet Reynolds é o editor chefe do New York
Forum, Norman Kale é o editor e Ted Bergman é o editor local. Wayne Hillman é
outro jornalista da redação do Forum e amigo de Andros.” Atirou-lhe,
na época, Mário Castrim: “Começaram ontem uma série intitulada «Os alvos de Andros».
De origem americana. Conta-nos como é livre, dinâmico, criador, independente, o
jornalismo ianque. Vimos ontem como a imprensa americana não respeita nem os
congressistas que subornam, prevaricam, ou são mesmo beras por qualquer razão.
Isto dentro da famosa legenda «Uma imprensa livre, num país livre». Pura
aldrabice. Isto é uma imagem mítica, sem qualquer correspondência no mundo real
da Grande Imprensa. Ficará para outra, com mais vagar, a completa
exemplificação das subordinações da Grande Imprensa aos Grandes Interesses. Mas
se o leitor quer saber alguma coisa, para principiar, do perigo que representa
desejar ser-se jornalista independente nos Estados Unidos, pode ler «O pão
da mentira», de Horace McCoy, traduzido para português, editado
pela Europa-América – passe a publicidade mas é serviço público. Nota curiosa:
este jornalista formidável é de origem grega; eram de origem italiana os
polícias Baretta, o do papagaio, e o Colombo, o do olho de vidro. Polícias
bestialmente humanos e sinceramente incorruptiveis. Com mil diabos, parece que
os próprios americanos estão desiludidos quanto ao caráter dos seus
compatriotas de boa cepa. E já agora que falamos de polícias, se os leitores
quiserem fazer uma ideia do polícia real e não do polícia barettal ou
colombial, leia o livro «Na jogada» da coleção «A regra do jogo». (…). Estamos,
pois, embarcados em mais uma terrível operação de lavagem ao cérebro «made in
USA». Aliás, a televisão portuguesa é hoje uma poderosa fábrica de detergentes
com certificado de origem bem determinado. E é ver a simpleza e a ingenuidade
com que certas pessoas caem na teia da aranha.” [1]
“Danger UXB” (1979), c/
Anthony Andrews, Maurice Roëves, George Innes … série inglesa, sob o título
local “Perigo, bomba não detonada” transmitida na RTP 1, pelas 22h15, às
terças-feiras, de 1 de julho / 7 de outubro de 1980. “É uma série britânica da
ITV, passada durante a Segunda Guerra Mundial, desenvolvida por John
Hawkesworth e interpretada por Anthony Andrews como o tenente Brian Ash, um
oficial dos Royal Engineers. A série relatava as façanhas da fictícia 97.ª
Tunnelling Company, que organizou uma unidade de eliminação de bombas,
especificamente a Secção 347 da companhia, para lidar com milhares de bombas
não explodidas (UXBs) em Londres durante a Blitz. Tal como acontece com todos
os seus colegas, Ash deve, a maioria das vezes, aprender através da experiência
as técnicas e procedimentos de desarmamento e destruição das UXB,
constantemente confrontado com avanços tecnológicos mais ardilosos e mortais na
detonação de bombas aéreas. A série apresentava principalmente enredos
militares, com uma linha romântica protagonizada pela filha de um inventor, casada,
Susan Mount (Judy Geeson), por quem Ash se apaixona e outras vinhetas de
interesse humano.” “A série
foi intitulada e parcialmente baseada nas memórias do major A. B. Hartley,
M.B.E, RE, «Unexploded Bomb - The Story of Bomb Disposal», com episódios
escritos por Hawkesworth e quatro argumentistas. Foi filmada em 1978 em e nos
arredores de Clapham, Streatham e Tooting, no sul de Londres.” “Wonder Woman”
(1975-1979), c/ Lynda Carter, Lyle
Waggoner, Tom Kratochvil … série americana, sob o título local “As aventuras da
Super-Mulher” transmitida aos sábados na RTP 1, pelas 16h15, de 12 de julho /
27 de setembro de 1980. “No início de 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, o
major Steve Trevor (Waggoner), piloto americano, ejeta-se durante uma batalha
aérea sobre o Triângulo das Bermudas, local onde se situa a Ilha do Paraíso (cenas filmadas no
Arboreto e Jardim Botânico do Condado de Los Angeles). A ilha é o lar das
Amazonas: mulheres bonitas e que não envelhecem, com grande força, agilidade e
inteligência. A princesa Diana (Carter) resgata o bem-parecido Trevor e
acompanha a sua convalescença. A sua mãe, a rainha amazona, (Cloris Leachman,
sucedida por Carolyn Jones e Beatrice Straight nos últimos episódios), decreta
que os jogos, parecidos com os Olímpicos, serão realizados para selecionar uma
amazona para acompanhar Trevor de volta à América. Mas proíbe a sua própria
filha Diana, a princesa, de participar. Diana declara que, uma vez que não tem
permissão para participar, não quer estar presente para assistir aos jogos, e que
irá fazer um retiro no lado norte da ilha. Os jogos são executados com as
participantes usando máscaras e números, em numeração romana, inscritos em
triângulos, pendurados nos decotes das suas curtas túnicas sem mangas. Entre as
concorrentes está uma amazona loira. Durante as provas, a amazona loira revela
excecional destreza e empata no primeiro lugar com outra guerreira. Para
desfazer o impasse, a prova «balas e braceletes» é escolhida para desempatar,
em que cada mulher reveza-se disparando uma na outra. Aquela que está sendo
baleada tem que desviar as balas com as suas braceletes à prova de bala. A
loira vence a prova, ferindo superficialmente o braço da sua oponente. Quando é
declarada vencedora, retira a máscara e a peruca revelando que é Diana. A sua
mãe, embora inicialmente chocada, cede e permite que ela vá para a América. O
uniforme de Diana como Supermulher, desenhado pela rainha Hippolyta, tem emblemas
da América, terra à qual ela devolve Steve Trevor. Um cinto dourado será a
fonte da sua força e poder enquanto estiver longe da Ilha do Paraíso. Ela tem
braceletes que desviam as balas e também recebe um laço dourado que é
inquebrável e força as pessoas a obedecer e dizer a verdade quando estão
amarradas nele.” Factos: “Embora
Debra Winger tenha ganhado uma quantidade considerável de dinheiro com o seu
papel de irmã mais nova da Supermulher, de facto, gastou a maior parte dele
tentado sair do seu contrato com a Warner Bros., pois tinha dúvidas em
continuar a personagem da Wonder Girl.” “Lynda
Carter tinha 25 dólares na sua conta bancaria quando recebeu a chamada
informando-a de que ganhara o papel de Supermulher. Vencera 2000 outras atrizes.” [2] “The New Adventures of
Wonder Woman” (1975-1979), c/ Lynda Carter, Lyle
Waggoner, J. A. Preston … segunda temporada da série “Wonder Woman”, sob o
título local “As novas aventuras da Supermulher” transmitida aos sábados na RTP
1, pelas 15h05, de 23 de maio / 27 de junho de 1981. “Apesar das boas
audiências, a ABC empatou a escolha da série para uma segunda temporada. Isto
ocorreu porque «Wonder Woman» era uma história de época, decorrida na década de
1940, que tornava cenários, roupas, automóveis, etc. mais caros de produzir.
Enquanto a ABC não estava ainda comprometida, a produtora da série, a Warner
Bros., ouviu a proposta da estação rival, a CBS. Enquanto a ABC continuava a
decidir, a CBS concordou retomar a série na condição de que a ação mudasse da
Segunda Guerra Mundial (anos 40) para os tempos modernos (1970). Alterando o
título para «The New Adventures of Wonder Woman», a série afastou-se da intriga
internacional para um programa mais convencional, do tipo ação
policial / detetive, que era mais comum na década de 70. A princesa Diana,
envelhecendo lentamente por causa da sua natureza amazona, regressa da Ilha do
Paraíso após 35 anos de ausência (parecendo paticamente igual), para se tornar
numa agente da Inter-Agency Defense Command (IADC), uma organização estilo CIA
/ FBI, combatendo o crime, as organizações criminosas e a ocasional invasão
extraterrestre.” [3] “Beggarman, Thief” (1979),
com Jean Simmons, Glenn Ford, Lynn Redgrave … minissérie americana sob o título
local “Restos do passado” transmitida às sextas-feiras na RTP 1, pelas 21h15,
de 6 a 27 de março de 1981. “Beggarman, Thief é uma sequela de 4
horas da minissérie de grande audiência «Homem rico, homem pobre» [transmitida
aos domingos na RTP 1, pelas 21h05, de 8 de janeiro / 5 de março de 1978; a
segunda temporada será exibida também na RTP 1 aos domingos, pelas 21h10, de 18
de junho / 5 de novembro de 1978]. Ambas as produções foram baseadas nos
trabalhos do romancista Irwin Shaw. Para efeitos de continuidade, um novo
membro do clã Jordache é apresentado: a cineasta Gretchen Jordache Burke,
interpretado por Jean Simmons. É tarefa de Gretchen manter a família unida após
a morte de seu irmão, Tom (interpretado por Nick Nolte em «Homem rico, homem
pobre») e o recente desaparecimento do seu outro irmão, Rudy (Peter Strauss
continua o seu papel em HRHP).” [4] “The Life and Times of Lord Mountbatten” (1969),
minissérie-documentário inglês sob o título local “A vida de lorde Mountbatten”
transmitida às quartas-feiras na RTP 2, pelas 21h0, de 8 de julho / 23 de
setembro de 1981. “Almirante da frota Louis Francis Albert Victor
Nicholas Mountbatten, 1.º conde Mountbatten de Birmânia, KG GCB OM GCSI GCIE
GCVO DSO PC FRS, (nascido príncipe Louis de Battenberg; 25 de junho de 1900 -
27 de agosto de 1979), foi um oficial naval e estadista britânico, tio do
príncipe Philip, duque de Edimburgo, e primo em segundo grau de Isabel II.
Durante a Segunda Guerra Mundial, foi supremo comandante aliado, Comando do
Sudeste Asiático (1943-46). Foi vice-rei da Índia (1947) e primeiro
governador-geral da Índia independente (1947-48). De 1954 a 1959 foi First Sea
Lord, um cargo exercido pelo seu pai, príncipe Louis de Battenberg, cerca de
quarenta anos antes. Posteriormente, serviu como chefe do Estado-Maior da
Defesa até 1965, tornando-o o chefe que serviu mais tempo nas Forças Armadas
britânicas até à data. Durante este período, Mountbatten também serviu, por um
ano, como chairman do comité militar
da NATO. Em 1979, Mountbatten, o seu neto
Nicholas, a viúva Lady Brabourne e Paul Maxwell, um rapaz criado de bordo,
foram mortos pelo Exército Republicano Irlandês Provisório (IRA), que colocou
uma bomba no seu barco de pesca, o Shadow V, em Mullaghmore, condado de Sligo,
Irlanda.” [5]

___________________

[1] De água
suja do capitalismo, veículo ideológico dos Estados Unidos, a Coca-Cola, hoje, acarinhado
património líquido mundial, veicula os mais sofisticados modelos
civilizacionais, como visto em “Pool Boy”, na campanha
promocional internacional, “Taste the Feeling”.

[2] “Os
doze episódios mais ridículos da série”. “A
história estranha da Supermulher”. Supermulher na moda.

[3] As ameaças
extraterrestres do espaço profundo ampliaram a sua perigosidade para o ser
humano. Para evitarem rendas excessivas, contas da luz abusivas, velhotes worn out
nos Conselhos Gerais e de Supervisão, os alienígenas partiram nas suas naves na
exploração de formas de energia baratas e inesgotáveis, até que se depararam
com 3 732 571 224 canais cinéticos aptos a descarregarem alta tensão,
ecologicamente. “Anal
Intruder IX: They Came From Planet Butt” (1995),
real. Teri Diver, c/ Teri Diver, Kimberly Chambers, Tom Chapman … «Zorak, quero
que te lembres de uma coisa, estamos aqui por uma e única razão, que é drenar
energia dos seres humanos. Só temos uma forma de fazer isso, que é tendo sexo
anal com eles.”

[4] A mulher arca,
além da lida da casa, o cuidado dos filhos, as refeições do marido a horas na
mesa, com o indissociável traço concupiscente de Jezabel. “Porque os lábios da
mulher estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é mais suave do que o
azeite. Mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois
gumes. Os seus pés descem para a morte; os seus passos estão impregnados do
inferno.” (Provérbios
5:3-5). A obscenidade congénita do corpo feminil dissuade a
sua exibição sem mais, inclusive elas próprias, nas suas abluções, no banho, no
chapinhar, é aconselhável uma camisa comprida que tape o contacto visual com as
carnes acautelando o narcisismo e o sincrónico autoerotismo. À vista disto, o naturismo feminino é um crime
contra o bom padrão e uma imoralidade social. No verão, os corpos femininos nas praias laceram a pureza das areias enterrando
a cabeça da civilização no absurdo ser o nada.

A anatomia própria
da mulher goza apenas de três órgãos genitais, mas de dezenas, centenas de
órgãos sexuais: o sovaco, o póplite, a falanginha, o pai-de-todos… toda a superfície
causa invencível enlevo sexual. Nesta dialética do real, a mulher, o thereshold do perigo, é, em si,
pornográfica, tanto que, não há filmes pornográficos, todos os filmes são
pornográficos, exceto alguns americanos sobre heróis duros na Segunda Guerra
Mundial, com Errol Flynn ou Lee Marvin. Desta assemblage primordial resulta,
diante do sexo feminino, não há representações não sexuais: cortar as unhas ou
comer uma banana - mesmo na horizontal - encerra uma carga erótica que
enlouquece o observador. Perceção que prejudica as mais famosas nudistas ucranianas,
concorrentes a “Miss Teen Crimea Naturist 2008”, Irina,
Maria, Alina, Tatiana, Sonia, Ludmila, Aleta, Sabina, Nadia e Maria (dançam,
divertidas, a ritmada canção “Moscow Never Sleeps”, p/ DJ
Smash). Amaldiçoadas pela genética, as raparigas não têm alternativa, da Sra.
Thatcher, da Sra. Merkel, do Sr. João Miguel Tavares, senão, serem ímanes
sexuais nos contextos mais banais. Na praia. No turismo. Na
ginástica - “Teen
Nudist Workout 2 / Тренировка молодых нудисток 2”, {vídeo1} ▪ {vídeo2} ▪ {vídeo4} ▪ {vídeo6} ▪  {vídeo7} ▪{vídeo9} ▪ {vídeo11} ▪ {vídeo13} ▪ {vídeo14} ▪ {vídeo15} ▪ {vídeo19}.

O poder
político, missing in action,
obriga as pessoas e as famílias a passarem por esse calvário da essência da indecência,
porque não proíbe a exibição do corpo feminino. “Russian Nudist Camp”, {vídeo1} ▪ {vídeo2} ▪ {vídeo3} ▪ {vídeo4} ▪ {vídeo5} ▪ {vídeo6} ▪ {vídeo7} ▪ {vídeo8} ▪ {vídeo9} ▪ {vídeo10} ▪ {vídeo11}. O corpo
da mulher, uma tela falhada, pelo imperativo libidinoso, “Nudist Party”. “Os
exames acabaram, a escola está a fechar, temos o diploma no bolso e podemos
divertir-nos”, “Girlfriends Together”, outro ano
letivo que provoca inquietação, angústia e dúvidas, não trajando as jovens de condutas
socialmente adequadas e conformes aos usos e costumes, “Playing at Home Backyard”. A
obscenidade, como qualidade feminina, de facto, ruma a navegação de
cabotagem para cabotinagem, “Nude Summer”.

[5] Também nobili genere natus, tão
paramentada, titulada e medalhada como o lorde inglês, Katie, a única coisa
que lhe aconteceu, quando se portou mal, foi o pai reconfigurar-lhe os valores,
avermelhando-lhe o tutuzinho com o cinto.

na aparelhagem stereo

A Guerra das
Civilizações combatida na Europa nos anos 2000 sobe rio acima para a zona do
coronel Walter E. Kurtz, no filme “Apocalypse Now”: “O horror e o terror moral
são seus amigos. Se não são, então são inimigos a temer”. Os limites esvanecem,
as regras dobram-se, os valores, em saudável concorrência, só os importantes
sobrevivem, providencialmente, sumariza uma senhora inglesa na terceira idade, de
nome Theresa May: “E se as nossas leis de direitos humanos nos impedirem de
fazer isso, mudaremos as leis. Se for eleita primeira-ministra na quinta-feira,
esse trabalho começará na sexta-feira” [1]. O
povo, em redor da guilhotina, disputa os salpicos das gotas de sangue. «Suspeitávamos
que havia uma aceitação cada vez maior da tortura no contexto do auge do
terrorismo, mas não nos dávamos conta de que a evolução era tão dramática»,
comentou à AFP Jean-Etienne de Linares, delegado-geral da Ação dos Cristãos
para a Abolição da Tortura (Acat). Segundo o relatório anual da Acat, 54%
dos franceses inquiridos consideram justo que um polícia aplique
descargas elétricas num suspeito de colocar uma bomba de forma
a fazê-lo falar. Em 2000, somente 34% concordava com isso, segundo
inquérito da CSA para a Amnistia Internacional. Uma percentagem
de 36% das pessoas interrogadas, aceita «em alguns casos» a utilização da
tortura, o que evidencia um aumento de 11 pontos em comparação com a
pesquisa da Amnistia Internacional em 2000.”

Nas fileiras
árabes, problemas juvenis para além da acne e das meças. “Cinquenta jovens
foram presos em junho [2016], em Meca, a cidade santa na Arábia Saudita, por
usar cortes de cabelo e roupas consideradas contrárias ao islamismo. Segundo o site de informação Sabq, estas prisões
foram feitas durante uma campanha realizada na cidade sagrada do islamismo, ao
leste da Arábia Saudita, durante o Ramadão, o mês de jejum muçulmano que
começou no dia 6 de junho. Os jovens foram presos por cometerem «um certo
número de infrações como: usar cortes de cabelo estranhos, correntes no peito
ou no punho e vestimentas curtas e sem pudor, tanto homens como mulheres»,
acrescentou o Sabq, site próximo às
autoridades do país. Os agentes encarregados de aplicar a lei advertiram os
cidadãos sobre os «costumes e tradições contrárias à doutrina» do islamismo. A
Arábia Saudita, berço do wahabismo, uma versão rígida do islamismo, é um país
ultraconservador que impõe uma série de restrições, principalmente às mulheres.
Os jovens menores de 25 anos representam mais da metade da população do país.” [2]

Na paz dos
anos 80:

█ “Y’a pas que les grands qui rêvent”
(1989) ♫ “l’école est finie” (1990), p/
Melody. “Nascida em Ronse, Bélgica, a 20 de
janeiro de 1977, Nathalie Lefebvre, nome artístico Melody, cresceu em Saint-Sauveur,
entre Tournai e Ath [3]. Dotada de um belo
timbre de voz, esta fã de Roch Voisine participa desde
muito jovem em concursos de canto, sob a mão condutora dos pais. Um dia em que
atuava numa festa local, (o baile dos bombeiros de Villiers-le-Bel, diz a
lenda), cruza-se com Jean-Pierre Millers, o compositor de Corinne Hermès (uma
cantora do início dos anos 80 que chegou mesmo a participar na Eurovisão). E tal
como «mon R’né» com a Céline Dion, este velho maquinista das variedades não
resistiu ao talento da miúda de 12 anos e apresenta-a ao seu amigo produtor:
Orlando, irmão de Dalida. Que ninguém se engane: um contrato é assinado e
Melody, lançada. (…). Na sequência, Melody conhece um sucesso de estima com «Chariot d’étoiles», em 1990,
mas parece que os jardins da Babilónia tinham já amarelecido um pouco. As
outras duas cantoras adolescentes da época, Vanessa Paradis e Elsa, não
lhe deixam mais espaço para existir. E, apesar de dois álbuns, a pequena belga
da voz potente desapareceu tão rapidamente como tinha aparecido. (…). Melody já
não canta, ela mantém, ou manteve, uma loja de roupa na Bélgica, onde vive,
casou-se em 2004 e foi mãe.” █ “T’en vas pas” (1986), p/
Elsa. “É o primeiro single de Elsa Lunghini, então chamada apenas pelo nome próprio,
Elsa. Faz parte da banda sonora do filme «La Femme de ma vie», de Regis
Wargnier, com Christophe Malavoy, Jane Birkin e Jean-Louis Trintignant, estreado
em 1986. A canção foi primeiro proposta a Jane Birkin, que recusou. Elsa, então
com 13 anos, interpreta o tema principal do filme, primeiro numa cena deste, onde está
ao piano com Jane
Birkin, depois em estúdio. Elsa Lunghini é uma cantora e atriz francesa nascida
a 20 de maio de 1973 em Paris. É filha de Georges Lunghini (ator, fotografo,
compositor) e de Christiane Jobert (pintora e escultora). Ela é sobrinha de Marlène
Jobert e prima de Eva Green e de Joséphine Jobert. Aos sete anos, Elsa
interpreta em 1981 o seu primeiro papel no filme de Claude Miller, «Garde à vue», ao lado
de Romy Schneider, Lino Ventura e Michel Serrault… sob o
título local “Sem culpa formada” estreado terça-feira, 22 de dezembro de 1981 no cinema Nimas.” █ “Un roman d’amitié” (1988), p/
Elsa & Glenn Medeiros. “Em 23 de março de
1988, Elsa é convidada do principal programa de variedades da TF1, «Sacrée
Soirée». O conceito do programa era oferecer uma surpresa ao convidado em
questão. Elsa recebe a visita inesperada de Glenn Medeiros, adolescente
americano cujo êxito «Nothing Gonna Change My Love For You», liderava o top 50. Os
produtores, então, consideram a ideia um pouco maluca de reunir num dueto as
duas crianças-estrela da época. «Un roman d’amitié» vê assim a luz do dia. Ao
mestre dos êxitos dos anos 80, Didier Barbelivien, é confiada a adaptação da
letra.”

█ “Maybe Tomorrow” (1980), p/
The Chords. “Os Jam deram origem a um
revivalismo mod britânico entre
1979-81, quando os Secret Affair, Purple Hearts, Merton Parkas, The Gas, Lambrettas, The Mods e The Jolt, se
acotovelaram para alcançar as tabelas de vendas. Embora cada um deles legasse singles credíveis, apenas os Chords,
(sem relação com a banda americana homónima de doo-wop dos anos 50), tiveram os bailes punk, que fizeram dos Jam, mais do que saudosistas de 1967. Os
Chords têm sido mais lembrados que a maioria dos seus contemporâneos, citados nada
menos que pelos Stone Roses como uma influência inicial. Os esmagadores singles de power pop do álbum «So
Far Away», («Maybe Tomorrow» e «Something’s Missing»), abordam
os mesmos picos melodiosos tais como as melodias contemporâneas dos Jam, como «Going
Underground» e «Funeral Pyre». Por outro lado, o álbum junta originais
inspirados («It’s No Use», «I’m Not Sure», «Happy Families»), com duas
devidamente respeitosas velharias, («She Said She Said» e «Hold on, I'm Coming»), atualizadas
por um ataque de dupla guitarra liderado por Chris Pope.” “A
história dos Chords começa com os primos Billy Hassett e Martin Mason ensaiando canções dos
Beatles e The Who, etc. na escola. Através de um anúncio no New Musical Express,
Chris Pope junta-se em janeiro de 1978. Passaram um ano escrevendo, ensaiando e
tocando alguns concertos. Também falharam ser a banda no filme «Quadrophenia»,
aparentemente, demasiado barulhentos.” █ “Chained to the Wheel” (1989), p/ The Black Sorrows. “Qualquer análise dos Black Sorrows
resume-se inevitavelmente a uma pessoa. Joe Camilleri,
(cantor, compositor, saxofonista, produtor e o cérebro por trás dos Black
Sorrows), é uma das mais genuinamente talentosas figuras da música australiana.
Escritor de marcos importantes tais como «So Young», «Hit And Run», «Shape I’m
In», «Hold On To Me», «Harley & Rose», «Chained To The Wheel», «Never Let
Me Go» e «Chosen Ones», Camilleri dedicou a sua vida a fazer música. Líder de
duas das mais bem-sucedidas bandas australianas, Jo Jo Zep and The Falcons e The Black
Sorrows, a música de Joe tornou-se parte da cultura musical australiana. (…). Camilleri
lançou os Black Sorrows, uma banda despreocupada de pessoas com os mesmos
gostos, em 1984, na sequência do desaparecimento da sua banda Jo Jo Zep and The
Falcons, no ano anterior. De humilde começo, tocando em cafés em redor de
Melbourne e vendendo álbuns da bagageira do carro, Camilleri transformou o
grupo num dos mais sofisticados conjuntos do país. O álbum «Dear Children»,
edição de autor, representa um ponto de viragem, uma vez que a CBS/Sony
chegou-se à frente com um contrato mundial. Quando a rádio pegou no clássico «Mystified», os Black
Sorrows levantaram voo publicando sucessos multiplatina, como «Hold On To Me», «Harley
& Rose» e «The Chosen Ones».”

█ “Change
in Mood” (1983), p/ Kids in the
Kitchen. “Formaram-se no início de 1983 em Melbourne com Scott Carne,
voz, Bruce Curnow, bateria, Greg Dorman, guitarra, Craig Harnath, baixo e Greg
Woodhead, teclados. O grupo tocou ao vivo durante oito meses antes de assinar
pela White Label, da Mushroom Records. Um musicólogo australiano descreveu como
eles tinham «atraído bastante atenção. Tinham o som certo (synth pop contemporâneo
com um traço de funk inspirado pelos
congéneres Duran Duran, Spandau Ballet e Chic), o aspeto certo e abundante
atratividade juvenil para agarrar as tabelas. (…). Após a separação dos Kids in
the Kitchen, Carne juntou-se a uma banda de rockabilly,
Priscilla’s Nightmare, que lançou
um álbum homónimo, e depois embarcou numa carreira a solo. O seu single «All I Wanna Do» foi um
êxito menor em 1990. Curnow abriu uma loja de música Billy Hyde, em Shepparton,
em 2002. Harnath foi produtor, inclusive trabalhando para os Chocolate Starfish. Ele também
trabalhou para os programas «Frontline» (1994-1997) e «Funky Squad» (1995), da Australian
Broadcasting Corporation. Mais tarde, era dono dos Hothouse Studios em St Kilda.” █ “Stimulation” (1986) p/ Wa Wa Nee. “Foi uma banda australiana de funk / pop ativa entre 1982 e 1989. O cantor / compositor Paul Gray e o
guitarrista Steve Williams formaram a banda em 1982. Juntaram-se-lhes Geoff
Lundren (baixo), Elizabeth Lord (teclados, coros) e Chris Sweeney (bateria), e
assinaram com a CBS em 1985. Mark Gray e Phil Witchett entraram no grupo pouco
depois e o seu single de estreia
«Stimulation» foi editado em abril de 1986. A canção alcançou o número 2 na
Austrália. «I
Could Make You Love Me» foi lançada em agosto de 1986 e atingiu o número 5.
Em novembro de 1986, os Wa Wa Nee publicaram o álbum homónimo que chegou ao
número 29 na Austrália. Mais dois singles
foram retirados do álbum, «Sugar Free» em
dezembro de 1986 e «One and One (Ain't I Good Enough)» em abril
de 1987 e ambos entraram no top 20
australiano. «Sugar Free» foi editado nos EUA em julho de 1987 e alcançou o
número 35 na Billboard Hot 100. A canção «Stimulation» fazia parte da banda
sonora do filme «Cassandra», e foi
lançada como o single subsequente e
atingiu o número 86. Também aparece na banda sonora do filme «Satisfation» [4]. (…). Durante a gravação do segundo álbum em 1988,
o teclista Phil Witchett morreu. Em novembro de 1988, «Can’t Control Myself» foi
editado como single principal do
segundo álbum da banda. (…). Depois da dissolução dos Wa Wa Nee, o baixista
Mark Gray trabalhou com Tania Bowra, James Reyne e os Indecent Obsession. Steve
Williams trabalhou com James Freud, Mama's
Darlings e Richard
Clapton. Mudou-se para a Europa antes de regressar para viver
a Austrália. Em 2006, esteve envolvido numa banda de versões dos Led Zeppelin
chamada The Zep Boys. Paul Gray
trabalhou com Deni
Hines, CDB, Kate Ceberano, Tina Arena e Bardot como
teclista, diretor musical, compositor e produtor. Gray participou na série de
concertos Countdown
Spectacular 2 na Austrália, entre finais de agosto início de
setembro de 2007, como artista e diretor musical. Ele cantou duas canções
«Stimulation» e «Sugar Free». Ele também apareceu com os 80s Enuff e Idols of the 80s. Gray tocou êxitos dos Wa Wa Nee
em 28 de março de 2010 numa recolha de fundos para Jenin, uma área devastada da
Cisjordânia, no território palestiniano ocupado. Todo o dinheiro foi
diretamente para a construção de uma escola pré-primária na área. Gray tocou em
salas de concertos em Melbourne, em 2010, com colegas de sucesso dos anos 80, Scott
Carne (Kids in the Kitchen) e Brian Mannix (Uncanny X-Men). Fez a primeira
parte nalgumas datas da tournée australiana de Belinda Carlisle. Os Wa Wa Nee
fizeram a primeira parte de Rick Astley nas tournées australianas de 2012 e 2014.”     
____________________

[1] Vários estudos provam, leda expressão cunhada por Arménio
Carlos, que o melhor do mundo são as mulheres de terceira idade, as novas,
essas bisonhas, exasperam pelas cãs sapientes. Olesia, 1,72 m, 59 kg, 87-63-90, sapatos 37, nascida a 11 de
abril de 1984 em Verkhni Oufaleï, Rússia. Sites:
{The Nude}. “O sul da
Rússia é um lugar estranho. Tribos e nações, línguas e culturas misturam-se
aqui. Não há nem paz nem guerra. Olesia nasceu no sul da Rússia, ela conhece o
valor do silêncio e o poder da ação. Ela está cheia de paixão interior que
constrói a sua entidade. Não há regras, apenas intuição. A Olesia é a
quintessência do que acontece à personalidade quando tudo em volta está em
mudança. A cara é a coisa mais erótica em Olesia. Olhar cheio de calma, onde a
experiência de séculos se concentra, a sabedoria de uma miúda frágil no mundo
mutável, conquista corações de homens fortes: ela é a mulher de um guerreiro.
Recolhemos a nossa força do olhar dela. Ela é algo misterioso que sustenta o
mundo dos homens, por causa disso permanece constante e inviolável, harmoniosa
e confortável. Carnudos lábios vermelhos cereja parecem suculentos e doces como
framboesas maduras e há um desejo inconquistável de prová-los, sentir a sua
frescura. O seu corpo jovem parece-se como uma videira. Ela é graciosa como a
cabra montesa, o seu dúctil peito arde de desejo íntimo, e o seu rabo perfeito
é um aveludado fruto proibido, do qual apenas um verdadeiro guerreiro é digno. Ela
estuda na faculdade de Medicina e vai ser médica. Quer ser uma boa médica que
tratará dos corpos e das almas, libertará da dor e aliviará o sofrimento com o
seu toque abençoado. Olesia encontrou-se com o Grig enquanto lhe administrava
os primeiros socorros depois de um acidente no dique do rio Volga. Quando ele
lhe propôs fotografá-la numa série erótica, ela não disse nada mas, semanas
mais tarde, viu alguns trabalhos de Galitsin e tomou uma decisão que mudou o
seu presente e futuro.” Entrevista: P: “Quais
pensas que são os teus melhores atributos?”, Olesia: “Os olhos, a rata
pequenina (por favor, prestem atenção).” P: “Cor favorita?”; Olesia: “Cor de
laranja.” P: “Programas de TV favoritos, lista de nomes”, Olesia: “Guess the
Melody” P: “Livros favoritos, lista de títulos”, Olesia: “O mestre e Margarida,
Bulgakov, Guerra e paz, Tolstoy.” P: “Filmes favoritos, lista de títulos”,
Olesia: “Inimigo
às portas (2001), Simone (2002), Brigada (2002).” P:
“Revistas favoritas, lista de nomes”, Olesia: “Playboy, I Choose.” P: “Música
favorita, lista de títulos”, Olesia: “Música rock, Aria, Nazareth, Kiss.” P: “Altura favorita do dia, porquê?”,
Olesia: “Desde as 5 às 7 da tarde, a minha telenovela favorita passa na TV a
essa hora.” P: “Qual é a tua formação? Curso?”, Olesia: “Trabalho como modelo
na agência Grace.” P: “Falas outras línguas? Se assim for, diz-me algo nessa
língua”, Olesia: “Italiano.”, P: “Lugar favorito para viajar, relaxar ou
visitar”, Olesia: “Adoro andar de mota com o meu namorado.” P: “Quais foram os
locais que visitaste?”, Olesia: “Moscovo, São Petersburgo, Tver, Ucrânia.” P:
“Qual é o teu feriado preferido? (Natal, dia dos namorados, dia de ação de
graças, etc.)”, Olesia: “O aniversário, o dia dos namorados.” P: “Comida
favorita, lanches, doces”, Olesia: “Bananas, kiwis, iogurtes.” P: “Qual é o teu
carro de sonho?”, Olesia: “Repsol Honda (mota).” P: “Qual é o teu emprego de
sonho?”, Olesia: “Modelo.” P: “Descreve o teu lugar favorito para fazer
compras”, Olesia: “Lojas de roupa como Mexx, Mango e Benetton.” P: “Assistes a
desporto, se sim, quais são as tuas equipas favoritas?”, Olesia: “Não.” P:
“Quais são os teus passatempos?”, Olesia: “Gosto de fazer compras com as minhas
amigas, escolher prendas.” P: “Preferência de bebidas, alcoólicas e não
alcoólicas”, Olesia: “Leite, iogurtes e cocktails vários como B-52.” P:
“Ocupação?”, Olesia: “Mulher de negócios.” P: “Tens algum animal de estimação?”,
Olesia: “Um hamster, Mikky.” P: “Estado civil?”, Olesia: “Solteira.” P: “O meu
pior hábito é…”, Olesia: “Sou muto previsível.” P: “A única coisa que não
suporto é…”, Olesia: “Beber muito álcool.” P: “Que animal melhor descreve a tua
personalidade e porquê?”, Olesia: “A serpente. Sou astuta e sensata.” P: “As
pessoas que me conheceram no liceu pensavam que eu era…”, Olesia: “Inteligente
e interessante para conversar.” P: “Como é que descontrais ou passas o teu
tempo livre?”, Olesia: “P: “Gasto todo o meu tempo livre com os meus amigos.”
P: “Qual foi o momento mais feliz da tua vida?”, Olesia: “O meu namorado
comprou-me uma motocicleta.” P: “Quais são as tuas esperanças e sonhos”,
Olesia: “Mantenho todos os meus segredos em segredo.” P: “O melhor conselho que
já me deram foi…”, Olesia: “Não esqueças os teus melhores amigos.” P: “O pior
conselho que me deram…”, Olesia: “Não te preocupes com o teu amor. Ele virá.
Sei que o meu amor está nas minhas mãos.” P: “Que tipo de cuecas usas, se
algumas”, Olesia: “Bikini.” P: “Homem ou mulher ideal”, Olesia: “Amável,
atencioso e educativo.” P: “O tamanho importa? Qual é a tua medida ideal?”,
Olesia: “Quanto a mim, o tamanho importa. O maior é o tamanho ideal.” P:
“Descreve a tua primeira vez (pormenores, local, pensamentos, satisfação,
etc.)”, Olesia: “Foi no campo, chegámos lá de mota.” P: “O que te excita?”,
Olesia: “Autoestradas e motas.” P: “O que te desliga?”, Olesia: “O silêncio.”
P: “O que te faz sentir mais desejada?”, Olesia: “O belo corpo que me seduz.”
P: “Melhor maneira de te dar um orgasmo”, Olesia: “Tocar a minha rata com a
língua, enquanto como bananas.” P: “Qual foi o teu melhor ou mais prazeroso
orgasmo?”, Olesia: “Foi com a minha amiga, Katerina. Ela é uma miúda muito
bruta, mas às vezes pode ser muito simpática.” P: “Masturbas-te? Com que
frequência? (dedo, brinquedos ou ambos)”, Olesia: “. Claro, geralmente com o
dedo” P: “Qual foi o teu primeiro fetiche, se algum?”, Olesia: “Com as minhas
luas de cabedal.” P: “Qual é o lugar mais exótico ou invulgar em que fizeste
sexo? Ou onde gostarias que fosse?”, Olesia: “À noite, à beira-mar, na praia.”
P: “Posição sexual favorita, porquê?”, Olesia: “À canzana.” P: “Descreve um dia
típico da tua vida”, Olesia: “Levanto-me às 07h00. Tomo um duche, tomo o pequeno-almoço
e vou à vida. À noite, encontro-me com o meu namorado.” P: “Tens alguma
curiosidade sexual que gostasses de explorar ou tivesses explorado? Por favor,
descreve com pormenores (rapariga / rapariga, voyeurismo, etc.)”, Olesia: “Como
disse, às vezes faço amor com raparigas. Mas não tem qualquer importância.
Tenho um namorado e de facto amo-o.” P: “Descreve em detalhe a tua fantasia
sexual favorita”, Olesia: “Quero fazer amor com duas raparigas ao mesmo tempo.”
P: “Conta-nos a tua ideia de um encontro de sonho”, Olesia: “Ir para os
trópicos quentes com o meu namorado no avião dele.” P: “Se pudesses ser
fotografada de qualquer forma, em qualquer cenário, qual escolhias? O que te
faria sentir mais desejada, mais sensual?), Olesia: “Gostava ser fotografada
conduzindo uma mota, Alice Aprilia Racing.” Obra fotográfica: {fotos1} {fotos2} {fotos3} {fotos4}. Obra
cinematográfica: {“Tender Waves” +
Valentina + Katerina} ѽ {“The
Sadist” +
Katerina} ѽ {“Oil
And Love” +
Katerina} ѽ {“Forest Nymphs” +
Katerina} ѽ {“Depilation
On The Rock”} ѽ {“Dinner Time” + Valentina +
Katerina} ѽ {“Oiled
Girls On The Coast” + Valentina +
Katerina}.

[2] No Ocidente Livre, a juventude acavala direitos,
liberdades, garantias, mão protetora. “Sid’s Bath” - modelo: Sidney,
com 19 anos, bela belga de Liège, vivendo em Milão, doce, industriosa,
desempoeirada, artística, lhana, cintilante estrela cruzando as ruas milanesas
de bicicleta. Parte favorita do corpo: os lábios. Não gosta da forma dos seus
seios. Trabalhou como modelo na Playboy francesa. Parca obra: Casting
em Milão para a Vice ▪ “Headache”
▪ “Bycicle”
▪ “Smokers”,
fotografada por Richard Kern.

“O
caminho de Kern começou na década de oitenta, quando se envolveu no mundo do
cinema fazendo alguns filmes experimentais no âmbito erótico, mostrando o seu
interesse pelo sexo extremo, violência e perversão. Isto converteu-o numa
figura importante no movimento «Cinema da transgressão»,
originado por Nick Zedd.
Depois de terminar esta fase no cinema da transgressão, dedicou-se a tempo
inteiro à fotografia e realização de alguns vídeos.” “Antes de se tornar
conhecido como fotógrafo, Richard Kern foi realizador de curtas-metragens death-punk, pioneiro numa estética porno
B pós-warholiana que fazia em casa com capas de álbuns dos Sonic Youth, e em
caves de projeção na East Village, numa altura em que ainda era possível chamar
essa cultura underground. Enquanto
isso, as fotos de Kern têm sido publicadas em revistas tão variadas como Purple
e Barely Legal. Kern faz porno, arte e também fotografia de moda, às vezes tudo
no mesmo dia de trabalho, mas não é neste potencial de cruzamento que reside a
singularidade do seu trabalho, é na forma como ele estripa esta multitarefa até
ao tutano, e em como ele elabora a sua peculiar distância do trabalho que
executa sempre que pega na câmara e a aponta para o modelo posando.”
{Vimeo}. Livros: {“Kern Noir”} ○ {“Soft”}.
Fotografia: {Toni
Garrn}
○ {Lydia
Hearst} ○ {Trish
Goff} ○ {Sasha
Grey}
○ {Nicole
Trunfio} ○
{Abby
Stedman & Samantha
York, “Samantha York não é estranha ao estilo de vida multi-ocupacional e,
de facto, é mestre na arte. Com artista, modelo e cenógrafa no papo, temos a
certeza que Sam continuará a expandir o seu curriculum
vitæ antes de completar 25 anos.”} ○ {Dana
Wright} ○ {“Masculin
Féminin”,
Ali Michael, Heaven Baize Garcia, L.H. Guillaud, Hannah Mensch e Jordan Robin} ○ {Ali
Michael} ○ {Charlotte
Kemp
Muhl,
a boneca sexual de Sean Lennon} ○
{Lucy
(Lucy
McKenzie)} ○ {“Shot
by Kern, Paris, France”} ○ {“Medicated”}
○ {fotos1} ○ {fotos2}
○ {fotos3}
○ {fotos4}
○ {fotos5}. Videoclips:
{“Death Valley '69” (1985),
p/ Sonic Youth com Lydia Lunch} ♫ {“Earwig” (2011), p/
Dentata} ♫ {“Lover’s
Cave” (2013), p/ Is Tropical}} ♫ {“Private Play”, (2013), p/ Wash 'n' Set} ♫ {“Boys (I Dated In Highschool)”
(2015), p/ The Prettiots}. Filmes: {“Manhattan Love Suicide:
Stray Dogs” (1985)} ○ {“Submit To Me”
(1986), música The Butthole Surfers, c/ Lydia Lunch, Lung Leg, Jim Thirlwell e
muitos outros} ○ {“Fingered” (1986), c/ Lydia Lunch,
Emilio Cubeiro, Marty Nation} ○  {Hedy La Fleurt} ○ {“Face to Panty
Ratio” (2011)} ○ {“FFP” (Foot
Fetish Party)} / {Kern Girls} ○ {Vice Gallery México}.

Kern:
“Lydia vestia-se sempre como se quisesse provocar as pessoas. Muitas vezes
passava pela East Village, ou ia de metro com ela, quando os homens começavam a
chateá-la pela forma como se vestia. Todas as vezes, ela parava, virava-se para
o gajo ou gajos, enfrentava-os, dizendo coisas como: «Vá, la, vamos fazê-lo já
aqui» - fazer sexo. Os tipos cortavam-se sempre. Sempre pensei que ela tirou
dicas em estilo e atitude da Tura Satana no filme de Russ Meyer, «Faster
Pussycat, Kill Kill».”
{“Breaking Open The Head”
(2014), c/ Richard Kern, Lydia Lunch, Thurston Moore, Weasel Walter, James
Johnson}.

[3] O nome Melody tem uma brilhante continuadora tropical. “Gabriella
Abreu Severino, (nascida em São Paulo, 2 de abril de 2007), mais conhecida como
Melody, é uma cantora e compositora de pop
e funk paulista. Segundo relatos do
pai, Thiago Abreu, mais conhecido com Belinho, Gabriella sonha em ser cantora
desde os primeiros anos de idade, por conta de sua influência, que é cantor de funk também. Não se tem informação sobre
a mãe de Melody, Belinho afirma que cria suas duas filhas como pai solteiro.
Melody tem uma irmã dois anos mais velha conhecida como Bella
Angel. MC Melody ganhou notoriedade nacional no início de 2015, após
divulgar um vídeo na sua página do Facebook cantando a música «Fale de Mim», canção
escrita pelo pai, MC Belinho. Num vídeo seguinte, tentava reproduzir um falsete
de Christina Aguilera que se tornou vital. Logo depois, fez outro vídeo fazendo
falsete dessa vez com uma amiga do seu pai, Deborah Moreira. Melody sempre declarou
que Anitta
é a artista que mais lhe inspira, grande fã da cantora, sempre quis conhecê-la.
A menina chegou até a menosprezar Laura Pausini durante um encontro com a
mesma, dizendo que preferiria ver Anitta. Na mesma entrevista, Laura ficou
impressionada com os falsetes da menina e com os números de suas redes sociais.
Após um encontro constrangedor onde Anitta não lhe deu muita atenção, Melody
chorou, mas depois com ajuda do programa «Pânico na Band», ela conseguiu conhecer
e conversar com Anitta.
Anitta teve outro momento constrangedor com a cantora-criança, quando Melody
anunciou no seu Facebook que estaria preste a lançar uma música com ela. Anitta
comentou a publicação com dois pontos de interrogação, dando a entender que não
sabia sobre essa música.
Atualmente, de vez em quando Anitta mostra em seu Snapchat que acompanha as
redes sociais de Melody e seus novos vídeos.
Melody é considerada uma das crianças brasileiras mais influentes da Internet.”

“Melody
não tem regalias quando se trata da escola. Seu pai, Thiago Abreu, conhecido
como MC Belinho, faz questão de que a filha não falte às aulas para nenhuma
gravação. E a cantora nem ousa desobedecer os ensinamentos do pai. «Se você não
estuda, fica burra. Se você estudar, vai ficar esperta, já é legal. Tem que
ficar esperta. Adoro estudar. Minhas notas vão bem, 9, 10», afirmou ela, que
adora as aulas de Matemática. Na escola, os alunos estão proibidos de tratar
Melody como artista e de correr atrás dela na hora do intervalo, como já
aconteceu. «Pra eles, eu sou diferente e meio normal. Porque se falarem que sou
diferente, a diretora briga. Teve um dia que eles correram atrás de mim, um
monte de menina, criança igual a mim. Fiquei pra lá, pra cá, pra lá, pra cá.
Agora quem ficar atrás de mim, toma suspensão», contou ela, confessando que se
sentia incomodada com tal assédio na escola: «Então… ficar atrás me incomoda.
Porque você tem que ficar ali toda hora sem comer nada, correndo pra lá e pra
cá. Sufocava. Era horrível quando ficava assim. Mas é legal a fama».”

“O
Ministério Público de São Paulo abriu nesta quinta-feira [24/04/2015] um inquérito
para investigação sobre «forte conteúdo erótico e de apelos sexuais» em músicas
e coreografias de crianças e adolescentes músicos. A cantora de funk conhecida como MC Melody, de oito
anos, é um dos alvos da investigação, que suspeita de «violação ao direito ao
respeito e à dignidade de crianças / adolescentes». O caso está sendo
investigado pela Promotoria de Justiça de Defesa dos Interesses Difusos e
Coletivos da Infância e da Juventude da Capital. Segundo uma das representações
publicadas no inquérito, Mc Melody «canta músicas obscenas, com alto teor
sexual e faz poses extremamente sensuais, bem como trabalha como vocalista
musical em carreira solo, dirigida por seu genitor». Além dela, músicas e
videoclipes de outros funkeiros-crianças como MCs
Princesa e Plebéia, MC 2K, Mc Bin Laden,
Mc
Brinquedo e Mc Pikachu
também são alvo da investigação do Ministério Público paulista. (…). O
inquérito, aberto pelo promotor Eduardo Dias de Souza Ferreira, é resultado de
denúncias e representações encaminhadas pela Ouvidoria do Ministério Público e
por cidadãos que pedem avaliação legal sobre a exposição dos funkeiros-crianças.”
Músicas: “Agora chora”
(2015) p/ Melody e Bella Angel ♫ “Já
cansei de ser pobre” (2016), “Eu já cansei de ser pobre (pobre) / Ano
passado eu ganhei uma Barbie / Vai dar par de meia para o escambau / Eu quero é
dinheiro de natal.” ♫ “M de Melody” (2016), p/
Mc Melody ♫ “Melhor assim” (2016), p/
Melody e Rafinha Dragão ♫ “Só curtição” (2017), p/
Melody, Aryel e Bella Angel ♫ “Loka” (2017), p/ Melody,
Bella Angel e Mc Belinho ♫ “Sorte que cê beija bem”
(2017), p/ Melody e Bella Angel.

[4] Filme de aventuras
de um grupo de rock feminino. Este tipo de atividade, tocar rock ‘n’ roll, que afasta as mulheres do
seu dever de satisfazer o esposo e lida da casa, com as tournées, as tentações
carnais, o estilo de vida louco, é cada vez mais fazível, consequência da
inovação tecnológica, que as converte, civilizacionalmente, em excrescências
rococó. Desde Rosey, o robot
dos Jetsons, muito
evoluíram as máquinas na realização das tarefas femininas até aos anos 2000 à
função primeira: fazer sexo, proporcionar prazer sexual, repousar o guerreiro.
Elenca a questão o intelectual americano Milo
Yiannopoulos. “Com quem, ou o quê, os homens têm sexo é a base da
civilização. É a força motriz por trás das nossas maiores realizações. Os homens
não competem por prazer abstrato: competem para arrecadar o melhor parceiro. A
Internet, as pirâmides e as alunagens não existiriam se não fosse o desejo do
homem de fazer sexo com a mulher. É por isso que a Natureza experimenta mais
amplamente com o homem: a faixa do QI masculina é mais larga, e há mais
variação no comportamento e biologia masculinos do que nas mulheres. Os homens
estão onde a experimentação acontece, porque uma maior variedade de aptidões e
preferências masculinas manterá as mulheres mais felizes e resulta numa
sociedade mais desenvolvida e saudável. Mas os apetites sexuais masculinos são
facilmente satisfeitos, apesar do que dirão as mulheres. Broches não são
difíceis de conseguir e, em todo o caso, a maioria dos gajos contenta-se com
uma piza e uma punheta. Para muitos homens, o sexo é um agradável bónus, mas
não é essencial. Quando se introduz uma alternativa de baixo custo às mulheres,
que vem sem todo aquele resmungar, inseguranças e despesas, francamente, os
homens alinham logo. Outra razão pela qual os homens podem entusiasmar-se pelo
sexo sem mulheres é óbvio: o feminismo sociopata que odeia os homens, que hoje
vemos aos quilos na televisão e nos jornais, está a afastar os homens de
lidarem em absoluto com mulheres. As constantes lamúrias sobre «masculinidade
tóxica», «sentar-se de pernas abertas», «condescendência nas conversas com
mulheres», o falso fosso salarial e o absurdo mito da cultura da violação nos
campus universitários estão a separar os sexos, alimentando a desconfiança e o
medo. (…). Em resposta, os homens estão simplesmente a pular fora, desistindo
de mulheres e retirando-se para o porno e videojogos. Chamo-lhe «sexodus», e as
suas vítimas imediatas não são os homens, mas as mulheres, que estão sendo
consignadas ao celibato, visto os homens perderem interesse nelas ou estão
simplesmente demasiado exaustos ou amedrontados das consequências sociais de se
aproximar romanticamente de raparigas. A verdade é que os homens passam bem sem
mulheres, ao contrário das mulheres, que se tornam apanhadinhas neuróticas
esganiçadas, se ainda estão solteiras aos 30 anos. (…). As feministas disseram
às mulheres que podiam ter tudo: a carreira, o marido, os filhos e o clube de
leitura. Mas era uma mentira. O que lhes calhou em vez disso é um apartamento
minúsculo numa cidade dormitório, amigos que odeiam, um histórico de relações
desastrosas e emocionalmente insatisfatórias, e um gato. Se atualmente as
relações entre os sexos tivessem sido mais saudáveis, não haveria lugar para as
ginoides. Sexualmente, as mulheres já tinham a vantagem. Elas tinham o que os
homens queriam. Há uma razão para que a fuga do Ashley Madison mostrasse que o site era 90 % masculino. As feministas
detestam quando por acaso conseguem o que querem. Há décadas que promovem uma
guerra contra o sexo nos campus universitários e alhures. Agora, de repente,
elas ganharão os frutos do seu trabalho: os «criançolas choramingas», que têm
acossado por tantos anos vão ejacular em robots moldados em silício, em vez de
rastejarem aos seus pés pela hipótese de lhes snifarem as cuecas. «Senhoras, se
pensam que agora os gajos são imbecis interesseiros e egoístas, apenas esperem
até eles começarem a aparecer nos encontros envoltos no resplendor pós-sexo com
os seus robots de Jessica Alba», escreve o muito lido blogue Château Heartiste.
«Vai ser preciso dar o litro para conquistar um tipo que está tão sexualmente
satisfeito». (…). Dito isto, o meu palpite é que o matrimónio beneficiará da
redução do foco no sexo. Com o desejo retirado do quadro conjugal, é
concebível, que crescerá o número de «casamentos de parceria» entre pessoas que
se dão bem e respeitam uma à outra o suficiente para partilharem o fardo de
criar filhos. Sem o desequilíbrio de poder incorporado no casamento heterossexual
tradicional – isto é, as mulheres com os trunfos todos – o casamento poderia
tornar-se mais forte que nunca.”          

Na América há
uma esperança de que o sexo com robots não prevaleça, uma mulher que os homens
beijam os pés, (“Lucy In The Sky With Diamonds”), uma
católica com 1,65 m, 52 kg, 86-61-84, sapatos 38, olhos
azuis, cabelo castanho-escuro, de seu nome, artístico, Miley
Cyrus. – “Bang Me Box” ♫ “BB Talk”.

Em Portugal,
a proverbial passividade feminina, abre perspetivas de lucros opulentos no
mercado das ginoides, serão recebidas de carteiras e camas abertas. Epiloga
essa consensual letargia, uma volva do sul, Manuela Ferreira Leite: “Esse
setor, tão sensível, com uma empresa que é uma empresa tão importante, eu acho
que nós temos uma tendência, masoquista, para aniquilarmos aquilo que é bom no
país. (…). Lembrámo-nos agora de repente de nos irmos de nos irmos meter com a
EDP? E de dizermos que ehh eles têm manhas, que fazem isto e fazem aquilo? Uma
empresa cotada, que não é nossa, que está na mão basicamente dos chineses, ‘tamos
a meter com os chineses? Ah, mas eles não têm nenhum prurido, com certeza,
em dar qualquer outro destino à empresa, caso a gente os mace muito.”

A melhor
definição de ato sexual nacional publicou-o um jornal de referência, que, num
golpe de génio, destacou quatro mulheres jornalistas, para uma visão objetiva, sintética,
do ponto de vista feminino, do ato: “a jovem está apática”, “não tem reação”, “a
estudante universitária não sabe o que lhe está a acontecer”. Apatia, inação,
apedeutismo, abrevia o papel de uma portuguesa e, nisto, o melhor jornal de
referência deu uma lição de jornalismo, escolhendo expertas, porque só uma
mulher, - quatro ainda melhor -, extrairiam a notícia da imagem, pois têm inside information. “O vídeo gravado na
Queima das Fitas do Porto, ao que tudo indica no interior de um autocarro da
STCP, tem menos de dois minutos. São visíveis contactos sexuais não
consentidos, a jovem está apática, não tem reação e percebe-se claramente nas
imagens que circulam nas redes sociais que a estudante universitária não sabe o
que lhe está a acontecer. A Polícia Judiciária do Porto já está a investigar,
mas para já ainda não foi formalmente aberto um inquérito. Nem pode ser, porque
estão em causa crimes particulares e semipúblicos. E se os intervenientes não
se queixarem, os atos divulgados poderão ficar sem castigo. A verdade é que,
nas redes sociais, a imagem de todos os intervenientes – o grupo que nada faz,
mas assiste – foi tornada pública. Havia mesmo milhares de partilhas com as
imagens dos envolvidos e quem apelasse à justiça popular contra os rapazes e
pelo menos uma rapariga que assistiu aos atos, tal como havia quem culpasse a
jovem pela situação em que se encontrava. Estão em causa, neste caso, pelo
menos três crimes: abuso sexual de pessoa incapaz de resistência, devassa da
vida privada e gravação ilícita. Mas a jovem não pode ser forçada a apresentar
queixa, tanto mais quer as imagens dão conta de que será maior de idade.” no
Correio da Manhã, 18/05/2017.

O senhor
ministro está à procura de notoriedade através das palavras, pois não se sente
capaz de realizar atos (tl;dr)

Há um gigante aos ombros de gigantes. Da província aos
trambolhões aterrou, de malas apetrechadas em barda de truces e camurcinas, na
estação de comboios. E, de táxi para o Parlamento, perdurando o nobre uso e
costume da pachecada [1] num país que muito progrediu
com estradas, postes de alta tensão, albergarias e pavilhões multiusos. Chamaram-lhe…
Carlos Abreu Amorim: “A questão política é que ninguém, nem mesmo o otimismo
que é conhecido do senhor deputado Eurico Brilhante Dias, e do senhor
primeiro-ministro também, e de grande parte do Partido Socialista, poderia
alguma vez antecipar que esta coligação material duraria tanto tempo. Isso sim.
Isso surpreendeu-nos. Agora em relação aos resultados económicos e financeiros,
eu acho que ficaram aquém daquilo que seria de esperar. Eu julgo que o ano
passado foi um ano perdido, 2016 foi um ano perdido, não temos dúvidas sobre
isso. Acho que o plano que o PSD, e o CDS, tinham para a governação depois das
eleições, que aliás venceram, era um plano que nos faria crescer de uma forma
muito mais sustentável e antecipar o futuro com mais confiança. Agora em
relação aquilo que foi feito, obviamente que isso é resultado e produto,
digamos assim, que, usando uma expressão literária, se me permite, são, o atual
governo, são um pouco, faz a figura dos anões aos ombros dos gigantes, gigantes
foram aqueles que levaram o défice de 11 para 3 %.” (12/07/2017). [2]

Continuam a
chamar-lhe… Carlos Abreu Amorim: “Há mais de um mês, na AR, o PS apresentou um
«Voto de Saudação» intitulado «De Apoio à Candidatura de Portugal à sede da Agência
Europeia de Medicamentos». Foi aprovado por unanimidade. Não é segredo para
ninguém que neste tipo de Votos se dá muito mais atenção à tomada de posição
política do que às eventuais interpretações verbais - ao contrário do que
sucede com os textos normativos onde cada palavra é pesada e avaliada cuidadosa
e sistematicamente em Comissões e Grupos de Trabalho. Ainda assim, e por mim
falo, deveria ter lido o Voto de Saudação com maior atenção e percebido que o PS
estava a entronizar Lisboa [3] como sede da
EMA à boleia da candidatura de Portugal. Por não ter tido esse dever de cuidado
peço desculpa aos meus eleitores e a todos aqueles que também consideram o
centralismo como a pior doença crónica do nosso País”. (16/06/2017).

Deputado
independente, - jus à independência lhe brindem -, não manqueja a quem lhe
assina a folha de pagamentos. Em diálogo parlamentar: Miguel Tiago: “A
cangalhada PSD, e CDS, vieram aqui hoje dizer que acima de tudo é preciso
defender a independência do Banco de Portugal. Ó senhores deputados, é isso
mesmo que o PCP propõe.” Carlos Abreu Amorim: “Gostaria apenas de chamar a
atenção da mesa sobre a condução dos trabalhos, para para a expressão que foi
agora utilizada.” (07/04/2017).

Feroz
dialético, a palavra acoita debaixo da língua, esse Carlos Abreu Amorim: “Seria
bom que, com muita serenidade, neste Parlamento, não se agitassem fantasmas. Os
fantasmas que não existem. Não são como aquele ditado espanhol que diz que das
bruxas las hay las hay. Não existem. Não
existe nenhuma extrema-direita organizada, nem milícias, nem toda essa panac…
pa… pa…, esse esse conjunto de disparates que foram aí agitados, que foram aí
agitados, pela sua bancada (do Bloco de Esquerda).” (10/03/2017).

Paladínico
dos mais fracos, escuda-os Carlos Abreu Amorim: “Não é possível salvaguardar a
independência destas entidades quando os principais responsáveis políticos
abalroam! a dignidade dos reguladores, apoucam! os seus protagonistas e, como
alguém já disse, fazem bullying fulanizado e em tom prepotente.” (10/03/2017).

Mesmo calado,
o deputado, torna-se um credo nacional. Marco António Costa: “Quando está a
responder a outras bancadas, estar a fazer gracinhas com a nossa bancada, é é
muito mau gosto (do seu lado esquerdo, Carlos Abreu Amorim acena a cabeça que
sim).” (23/12/2016).

Sexta-feira,
31 de agosto de 1984, “decididamente, estamos em tempo novo: churrasco para
Carlos Lopes e parceiros olímpicos, todos os bons e acreditados colegas do
«rei» de Los Angeles a receberem muitas donas marias, a inscreverem nomes em
ruas, a darem a figura para homenagens por esse Portugal fora. Virada a página
do servilismo, a prática desportiva de alta competição conquistando carta de
alforria, o campeão entra nos salões, bebe do tinto em São Bento, abraça
governantes, trata de igual os melhores deste reino. Hoje, em Vila Nova de
Cerveira, o general Ramalho Eanes, presidente da República Portuguesa, foi até
aos ciclistas, cumprimentou toda a caravana, felicitou Venceslau Fernandes, deu
os parabéns pelos vinte e dois anos de Manuel Cunha, ajudou a vestir a camisola
laranja a Manuel Neves, trocou muitos dedos de conversa com a insólita plateia
e deu (até) o tiro de partida para a etapa voltista que (sem qualquer abalo)
foi a ligação para a Póvoa de Varzim: sempre no meio de uma pequena multidão
que jamais tinha imaginado um presidente da República a conviver com a festa
mais popular do desporto, Ramalho Eanes declarou, expressamente para o Diário
de Lisboa: «A Volta é uma grande festa popular, um estímulo para modalidade
desportiva a que presto o meu maior respeito. É um impulso à juventude que, não
tendo possibilidades para competir em outras disciplinas, pega no seu
instrumento que serve para se transportar para o trabalho e faz o desporto que
lhe é permitido, o desporto com muitas tradições em Portugal e acessível à
população que não recebeu no berço as benesses divinas ou o impulso dos seus
antepassados». Ramalho Eanes acrescentaria: «É um período de tempo em que os
nossos melhores ciclistas confraternizam, abraçam-se e competem muito honestamente
e com todo o brilho. Para um presidente que gosta muito do desporto este é um
motivo, muito do meu agrado pessoal, de poder afirmar que respeito e dou o meu
aplauso a todo o desportista que engrandecendo o país apenas pela dignidade do
seu clube, tudo faz o mais honestamente possível para não ficar anónimo.
Endereço o meu obrigado a quantos não querem submergir-se na vulgaridade, e o
atleta ciclista, pelo muito que luta, tem absoluta necessidade de se sentir
pelo menos compensado por quem está a seu lado no reconhecimento do esforço que
despende no trabalho quotidiano».”             

1984.
Setembro. Segunda-feira, 3, “a Portucel está a cometer um autêntico crime
nacional; as demolições das casas clandestinas da Ria Formosa prosseguirão em
outubro; as praias da costa do sul deveriam ser interditas aos banhistas – eis
três das afirmações que ressoaram durante o fim de semana, pela voz de
Francisco Sousa Tavares. O ministro da Qualidade de Vida falava ao programa
«Vamos a isto», um magazine regional da RDP/Sul. (…). O ataque à Portucel seria
justificado pelo ministro pelo facto de a empresa estar a substituir floras
primitivas e zonas florestais serranas muito importantes. «A Portucel está a
fazer autênticos crimes nacionais para plantar a flora que lhe interessa. Os
interesses das populações estão a ser desviados para os interesses da Portucel,
porque o eucalipto não dá trabalho, nem subsistência às populações serranas».
(…). O Estado tem que dominar a Portucel, integrá-la dentro da política nacional».
Todas as praias da costa sul deveriam estar interditas a banhistas, dado o alto
grau de poluição da água no mar daquela zona. (…). Contudo acrescentou, «é
muito difícil convencer as pessoas de que é perigoso tomar banho em águas
poluídas». Referindo-se ao Algarve, fez notar também que já existem na água do
mar sinais perigosos de poluição «e já este ano houve problemas intestinais
derivados da poluição em praias do Algarve». O ministro atribuiu o facto aos
esgotos que são lançados para o mar e sublinhou: «Não podemos continuar assim,
isto não é saneamento básico». Interrogado sobre se o seu ministério poderia
tomar medidas para moralizar o problema, Sousa Tavares disse: «Nada posso fazer
senão alertar para o facto ou causar escândalo público». «Não tenho meios e
estes assuntos são da responsabilidade da Comissão de Saneamento Básico,
dependente da Presidência do Conselho de Ministros. O titular do ministério da
Qualidade de Vida revelou que está em negociações com o primeiro-ministro,
Mário Soares, para que seja delegada no seu departamento a competência do
saneamento. (…). Interpelado sobre um projeto de construção na ponta de Sagres
de um conjunto de apartamentos com uma frente de 170 metros, projeto que foi
embargado pela Câmara de Vila do Bispo, o ministro aprovou a atitude da
autarquia e afirmou que seria «gravíssimo» se qualquer governo concedesse
autorização de construção na ponta de Sagres. «É como assassinar uma parte de
Portugal e seria um atentado de selvajaria passado ao povo português». «Compreendo
que esses senhores queiram ganhar dinheiro e façam fortunas monumentais, mas
não à custa de toda a estética de uma nação e à custa do bem-estar, da beleza,
da vida». O ministro lamentou que o seu gabinete estivesse tão esvaziado de
decisão e que apenas tivesse de agir como «mosca incómoda, nas conceções de
negócios loucos que vão por aí».”            

Quarta-feira,
5 de setembro, “a questão da poluição das praias da linha de Cascais conheceu
hoje um inesperado desenvolvimento, convertendo-se já numa acesa polémica
envolvendo o ministro da Qualidade de Vida, a presidente da Câmara de Cascais,
o presidente da Comissão de Turismo da Costa do Estoril e Margarida Borges de
Carvalho, ex-secretária de Estado do Ambiente da AD (Aliança Democrática). É
que, segundo Sousa Tavares, estes são os porta-vozes de uma campanha contra si,
com o apoio dos hoteleiros daquela zona turística. Em conversa com jornalistas,
após um almoço no Estoril, a arq.ª Helena Roseta declarou que «Sousa Tavares
não deve andar a pregar sustos a terceiros para o Ministério da Qualidade de
Vida ter dinheiro». A presidente da Câmara de Cascais, aproveitando a presença
do secretário de Estado dos Desportos, que organicamente depende do Ministério
da Qualidade de Vida, mandou ainda um recado a Sousa Tavares: «Que o ministro
não prejudique as atividades económicas desta zona e a própria população já tão
afetada pelas cheias de novembro». Idênticas considerações fez César Torres.
Para o presidente da Comissão de Turismo aquela organização pretende que «o
Estoril tenha cada vez mais e melhores turistas, independentemente de todas as
campanhas que lhe seja movidas». Em resposta às afirmações da presidente da
Câmara de Cascais, Sousa Tavares adiantou à ANOP que «a arquiteta Helena Roseta
tem conhecimento preciso dos mesmos documentos que eu e, se está à espera que
morram pessoas para confirmar as minhas palavras, é triste que seja esse o seu
pensamento político». Para o ministro, que manteve durante a tarde uma demorada
conversa telefónica com Helena Roseta, a presidente da Câmara de Cascais está a
mover-lhe «uma campanha indecente», «integrada na campanha de Margarida Borges
de Carvalho, de César Torres e do jornal A Tarde, que está ao serviço dos
hoteleiros do Estoril». (…). Em contacto com Margarida Borges de Carvalho, uma
das visadas nas palavras de Sousa Tavares, a ex-secretária de Estado do
Ambiente considerou que «este tipo de políticos tem necessidade de encontrar um
bode expiatório». Adiantando que «estas afirmações só classificam quem as faz»,
Margarida Borges de Carvalho acrescentaria que «o sr. ministro está à procura
de notoriedade através das palavras, pois não se sente capaz de realizar atos».
Sobre a campanha movida pelo jornal que dirige, uma das acusações formuladas
pelo ministro da Qualidade de Vida, a diretora da Tarde negou que se estivesse
perante uma perseguição.”

Quarta-feira,
5 de setembro, “os quatro portugueses que estavam detidos no Maputo e fazem parte
de dez agraciados com medidas de clemência por parte das autoridades
moçambicanas já e encontram nas suas residências (…). São eles, Eugénio Fonseca
Bento, Carlos Nunes de Almeida, José Augusto Marmeleiro e Rodrigo José Vasco.
Destes quatro, apenas o primeiro pretende regressar, já, a Lisboa, havendo a
possibilidade de o fazer no avião da carreira de hoje. Os outros seis detidos
na cidade da Beira, devem ser libertados brevemente (…). A decisão da
Assembleia Popular de Moçambique, que ordenou a libertação, tem data de
segunda-feira e foi ontem publicada no Maputo com a imediata libertação dos
quatro que estavam à ordem do SNASP na capital. Iniciou-se também o processo
burocrático para a libertação dos seis portugueses que estão na Beira, detidos
pelo SNASP (Serviço Nacional de Segurança Popular), havendo esperança de que a
burocracia não se prolongue para além de hoje ou amanhã a prisão sem culpa
formada em que se encontram desde há cerca de um ano. Julga-se que todos eles
tenham sido detidos por suspeita de ligações à Renamo e, no caso dos da Beira,
por participação ou cumplicidade na sabotagem dos depósitos de combustível
daquela cidade. (…). Estas libertações, por ocasião da visita de Mário Soares a
Moçambique, já estavam a ser tratadas anteriormente tendo as diligências neste
sentido pertencido, quer ao presidente da República, quer ao anterior governo
logo que os primeiros foram presos. Disso fala a resolução da Assembleia
Popular e que reza o seguinte, segundo comunicado publicado ontem no Maputo:
«Alguns cidadãos portugueses encontram-se detidos à ordem do Serviço Nacional
de Segurança Popular (SNASP) para processos de investigação sobre matéria de
segurança do povo e do Estado popular. Órgãos de soberania da República
Portuguesa, nomeadamente o chefe do Estado e o primeiro-ministro portugueses,
fizeram representações junto do governo da República Popular de Moçambique,
solicitando que se tomasse em consideração a situação prisional dos referidos
cidadãos portugueses. A Comissão Permanente da Assembleia Popular apreciou a
petição das altas instâncias da República Portuguesa. Tendo em conta a vontade
do governo moçambicano em desenvolver as relações de amizade e cooperação com
Portugal e no contexto da atual visita de Sua Excelência o primeiro-ministro de
Portugal dr. Mário Soares, a Comissão Permanente da Assembleia Popular decidiu
determinar a libertação imediata de 10 cidadãos portugueses que se encontram
detidos à ordem do Serviço Nacional de Segurança Popular (SNASP),
independentemente dos factos já apurados e constantes dos processos que foram
examinados pela Comissão Permanente da Assembleia Popular. Maputo, 3 de
setembro de 1984.”

Sexta-feira,
7 de setembro, “já estão em liberdade todos os 11 portugueses que se
encontravam detidos em Moçambique sem culpa formada. Os sete libertados na
cidade da Beira são Leonel Silva, Carlos Guerra, Vítor Reis, Rui D’Espiney, José
Oliveira Martins, José Alberto Damião e António Marques Moita. (…). Assim, os
libertados nas duas principais cidades de Moçambique totalizam mais um dos que
os dez anunciados na noite de três de setembro, durante o banquete de despedida
que o primeiro-ministro Mário Soares ofereceu, em Maputo, ao presidente Samora
Machel.”

Quinta-feira,
20 de setembro, “os três portugueses que esta manhã chegaram a Lisboa são os
aviadores Leonel Nunes da Silva e Carlos Guerra e o contabilista José Oliveira
Martins (…). Dos três, apenas Leonel Nunes da Silva se dispôs a falar aos
jornalistas, sublinhando, sobretudo, que pensa voltar em breve à Beira, cidade
onde residia, depois de descansar e fazer alguns exames médicos. Leonel da
Silva vivia na Beira desde 1936 e afirmou aos jornalistas ter regressado
voluntariamente, neste momento, a Portugal, pois as autoridades moçambicanas já
tinham renovado a sua carta de residência. Piloto aviador da companhia Seta, de
que era proprietário, revelou ter sido detido em 8 de abril de 1983,
aparentemente por ter ido visitar um britânico que foi condenado por sabotagem,
mas que sempre disse estar inocente (através da esposa) do crime de que era
acusado. (…). Disse nunca ter sido maltratado na prisão, nem formalmente
acusado do que quer que fosse. (…). Leonel Nunes da Silva disse ainda nada ter
a ver com a autoproclamada Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), assim
como os seus companheiros (que não fizeram declarações aos jornalistas),
acusação que levou à prisão e condenação do cidadão britânico Finlay Hamilton,
de quem era amigo e pelo qual intercedeu, a pedido da esposa do inglês – que
continua ainda hoje a invocar a inocência do marido.”     

Quarta-feira,
5 de setembro, “foi hoje publicada no Diário da República a lei-quadro do
sistema de Informações da República Portuguesa. Segundo os termos da mesma,
«incumbe aos serviços de informações assegurar, no respeito pela Constituição e
da lei, a produção de informações necessárias à salvaguarda da independência
nacional e à garantia da segurança interna». A lei-quadro hoje publicada na
folha oficial estabelece que não podem ser «desenvolvidas atividades de
pesquisa, processamento ou difusão de informações que envolvam ameaça ou ofensa
aos direitos, liberdades e garantias consignados na Constituição e na lei».
Nela se prevê igualmente «não poderem fazer parte direta ou indiretamente dos
órgãos e serviços previstos na lei quaisquer antigos agentes da PIDE/DGS ou
antigos membros da Legião Portuguesa ou informadores destas extintas
organizações». (…). De acordo com a lei, os serviços de informações da
República – Serviços de Informações Estratégicas de Defesa; de Informações
Militares; e de Informações de Segurança – ficará sob o controlo de um Conselho
de Fiscalização «eleito pela Assembleia da República, sem prejuízo dos poderes
de fiscalização deste órgão de soberania nos termos constitucionais». O
referido Conselho será composto por três cidadãos de «reconhecida idoneidade e
no pleno gozo dos seus diretos civis e políticos, eleitos pela Assembleia da
República por voto secreto e maioria de dois terços dos deputados presentes, não
inferior à maioria dos deputados em efetividade de funções». (…). A lei-quadro
do sistema de informações prevê a utilização da informática nos serviços para o
processamento e conservação em arquivo magnético dos dados e informações
recolhidos. Nela se refere que «o acesso de funcionários aos dados e
informações conservados em arquivo só é consentido mediante autorização
superior». A lei-quadro do sistema de informações prevê também que «sem
prejuízo das competências próprias da Comissão Nacional de Proteção de Dados, a
atividade dos Centros de Dados é fiscalizada por uma comissão constituída por
três magistrados, membros do ministério público e designados pela
Procuradoria-Geral da República, que elegerão de entre si o presidente».”

Sexta-feira,
7 de setembro, “o pintor catalão Salvador Dalí concordou submeter-se a uma
operação que poderá salvar-lhe a vida, depois de ter sofrido queimaduras num
incêndio registado a semana passada na sua residência. Os médicos recomendaram
que a operação de enxerto de pele seja feita dentro de 48 hora para evitar uma
infeção que seria provavelmente fatal. O artista, de 80 anos, concordou em
submeter-se à operação depois de consultar os seus três colaboradores mais
próximos – o seu secretário e amigo Robert Descharnes, o advogado Miguel
Domenech e o pintor Antoni Pitxot. Os médicos
disseram que a operação é vital para remover o tecido morto resultante das
queimaduras de segundo grau que o artista sofreu em quase 20 % do corpo no
incêndio que se registou na passada quinta-feira no seu quarto, aparentemente
em consequência de um curto-circuito na campainha que Dalí usava para chamar a
enfermeira. Os médicos acrescentaram que Dalí está a responder bem ao
tratamento intravenoso que lhe está a ser administrado para combater uma
desnutrição crónica. (…). Dalí concordou em ser internado na clinica do Pilar,
em Barcelona, na passada sexta-feira, sendo esta a segunda vez que abandonou a
sua residência, o castelo de Rubol, desde a morte da mulher, Gala, no verão de
1982.” [4]   
     

Terça-feira,
11 de setembro, “o pintor surrealista Salvador Dalí continua em estado grave
mas estacionário, numa clinica de Barcelona, 72 horas depois de ter sido
submetido a uma intervenção cirúrgica devido a queimaduras sofridas em 30 de
agosto. O doutor José Visa Miracle, um dos sete elementos da equipa médica que
na sexta-feira operou o pintor, afirmou que o seu estado de saúde é grave mas
estável, tendo em consideração a sua idade (80 anos) a gravidade das
queimaduras. (…). O médico disse ontem que o pintor, a quem tinham sido
apontadas também perturbações mentais, se encontra completamente lúcido e que
declarou, inclusivamente, que sentia dores devido às queimaduras.”

Sexta-feira,
7 de setembro, “o ministro da Administração Interna inaugurou em Pedrogão
Grande, um posto da GNR e presidiu, nesta vila, a uma reunião dos 15 concelhos
do distrito. O presidente da autarquia, Manuel Henriques Coelho e o governador
civil, Rui Garcia, descreveram Pedrogão Grande como «amostra do nordeste
transmontano incrustada no centro do país». «Conhecemos bem as carências deste
conselho mas a capacidade de intervenção do governo é bastante limitada», disse
Eduardo Pereira. O ministro percorreu as zonas mais devastadas pelos incêndios
de 1983 e comentou que «os fogos são fundamentalmente um problema cultural do
país». Observou também, que além dos incêndios causados por simples pirómanos,
os há de «origem revolucionária» e que as ações de prevenção «têm de ser
apoiadas nas populações locais».

Sábado, 8 de
setembro, “trinta e cinco crianças de ambos os sexos e quatro monitoras de uma
colónia de férias a funcionar no Centro Social Santa Isabel em Albarraque, no
concelho de Sintra, tiveram de ser internadas esta madrugada de urgência, com
intoxicação alimentar, nos hospitais D Estefânia e Curry Cabral. Ao fim da
manhã, vinte delas ainda estavam em observação no serviço de infetocontagiosas
do hospital D. Estefânia, tendo as restantes regressado, entretanto, a
Albarraque. Segundo afirmou ao Diário de Lisboa uma das responsáveis do centro,
dra. Maria Helena Ramito, as 35 crianças que mostravam sintomas de intoxicação
faziam parte de um grupo de 60 que, na tarde da passada quinta-feira, tinham
participado num piquenique realizado numa mata nas proximidades de Albarraque.
Durante o lanche foram consumidas sandes de fiambre e bolas de Berlim (os
«berlindes») compradas no estabelecimento que normalmente fornece o centro.”     

____________________

[1] “O imenso
talento de Pacheco pouco a pouco se tornava um credo nacional. Vendo que
inabalável apoio esse imenso talento dava às instituições que servia, todas o
apeteceram. Pacheco começou a ser um Diretor universal de Companhias e de
Bancos. Cobiçado pela Coroa, penetrou no Conselho de Estado. O seu partido
reclamou avidamente que Pacheco fosse seu Chefe. Mas os outros partidos cada
dia se socorriam, com submissa reverência, do seu imenso talento. Em Pacheco
pouco a pouco se concentrava a Nação. À maneira que ele assim envelhecia, e
crescia em influência e dignidades, a admiração pelo seu imenso talento chegou
a tomar no País certas formas de expressão só próprias da religião e do amor.
Quando ele foi Presidente do Conselho, havia devotos que espalmavam a mão no
peito com unção, reviravam o branco do olho ao Céu, para murmurar piamente: – «Que
talento!» E havia amorosos que, cerrando os olhos e repenicando um beijo
nas pontas apinhadas dos dedos, balbuciavam com langor: – «Ai! que talento!» E,
para que o esconder? Outros havia, a quem aquele imenso talento amargamente
irritava, como um excessivo e desproporcional privilégio. A esses ouvi eu
bradar com furor, atirando patadas ao chão: – «Irra, que é ter talento de
mais!» Pacheco no entanto já não falava. Sorria apenas. A testa cada vez se lhe
tornava mais vasta.” Eça de Queirós, em “A Correspondência de Fradique Mendes”.

[2] Carlos
Abreu Amorim desempenha na alta política o papel da taróloga Maya. Também esta adivinhadeira
acertava em 1998. “Eu analisei os três potenciais, dois potenciais líderes e um
líder atual. Que é o prof. Marcelo Rebelo de Sousa, o dr. Durão Barroso e o dr.
Santana Lopes. Dos três, a personalidade do dr. Marcelo Rebelo de Sousa
inquietou-me um pouco, porque acho que ele tem alguma tendência a distúrbios do
foro nervoso, que podem ser instabilizadores para a governação politica. O dr.
Durão Barroso pareceu-me ser uma pessoa que é capaz de ter soluções, mas
não é capaz de as pôr em prática. E, com franqueza, penso que o dr. Santana
Lopes ‘tá nestes próximos três anos a ganhar maturidade e será, é talvez de
todos os políticos que analisei, o que tem mais potencialidades para ser um bom
executivo.” (no programa “Herman 98”).

A vidinha
deste último português suave. “Foi em 1978, quando Santana Lopes tinha pouco
mais de 20 anos e dois de filiação no PPD/PSD, que o então chefe de governo,
Francisco Sá Carneiro, o convidou pela primeira vez para um cargo político: adjunto
do ministro-adjunto do primeiro-ministro. Dois anos mais tarde, vai para a
Assembleia da República como deputado e, em 1982, recém-licenciado em Direito,
chega à presidência da Comissão Política Distrital de Lisboa do partido. Pela
mão de Cavaco Silva, a sua carreira política ganha novo impulso, e torna-se
secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros em 1985. Em 1987,
candidata-se às eleições europeias, como cabeça de lista do PSD, e acaba por
trocar Lisboa por Bruxelas durante dois anos. De regresso a Portugal, Santana
Lopes opta pela comunicação social, fundando, juntamente com Rui Gomes da
Silva, [seu ex-camarada da Associação Académica da Faculdade de Direito da
Universidade de Lisboa], que será um dos ministros mais polémicos do seu
governo [em 2004-2005], o grupo «Projetos, Estudos, Informação», que compra o
jornal Record e o Diário Popular e ajuda ainda à constituição do jornal Liberal
e da Rádio Geste. Contudo, os maus resultados do projeto levam de novo Santana
Lopes à política e, mais uma vez pela mão de Cavaco Silva, de quem se torna,
entre 1989 e 1995, secretário de Estado da Cultura.”

Sexta-feira,
9 de junho de 1989, “Pedro Santana Lopes, licenciado em direito, de 32 anos,
ex-secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, atualmente eurodeputado,
é hoje sujeito de «investigações» de dois semanários: O Jornal e O Independente. O motivo
deste interesse é a sua liderança daquele que já é o maior grupo de comunicação
social portuguesa, a PEI, (Projetos, Estudos, Informação), de que aliás Santana
Lopes agora anuncia o afastamento para se dedicar à advocacia e ao ensino. O
grupo tem sido alvo de atenções generalizadas desde há algum tempo, pelo seu
peso crescente e até pelo êxito aparente das suas iniciativas: Radio Geste,
Sábado*, um Liberal anunciado, o Diário Popular** e o Record comprados ao Estado, a televisão privada
em perspetiva para logo que seja possível [chamar-se-ia TV Geste, e o projeto
foi encomendado, por Santana Lopes, a Júlio Isidro, faltou o dinheiro e nunca
saiu do papel]. Santana Lopes, o «patrão» Lopes como já é conhecido no meio,
naturalmente mereceu as atenções porque não faltou quem lembrasse as suas
parcas posses económicas de origem para justificar o milhão de contos de
investimento que já terá feito. Mas, honra lhe seja feita, Santana Lopes não
evita respostas. Confirma que não é rico, nega participações financeiras no
grupo, anuncia a sua saída no fim do mês. Nomes do «império» também lá estão.
Resta saber quem será o sucessor do «patrão Lopes».”

__

* “Ainda em
1989, Miguel Sousa Tavares foi diretor da revista Sábado, publicação
generalista que havia sido lançada no ano anterior por Pedro Santana Lopes. No
entanto, manteve-se pouco tempo no cargo devido à instabilidade interna da
revista, que algum tempo depois viria a fechar.”

** “No final
dos anos 80, o governo liderado por Aníbal Cavaco Silva inicia a privatização
dos jornais detidos direta ou indiretamente pelo Estado, e assim, o título e o
parque gráfico do Diário Popular são alienados pelo Estado, em separado. A EPDP
ficou assim impedida de prosseguir o seu objeto estatutário e foi extinta, com
o Decreto-Lei 1/90. O jornal foi vendido ao grupo PEI (Projetos, Estudos,
Informação), fundado por Pedro Santana Lopes e Rui Gomes da Silva, que detinha
à época a revista Sábado, o jornal O Liberal, o jornal Record (também adquirido
ao Estado) e a Rádio Geste. A 28 de setembro de 1991, o Diário Popular cessa a
sua publicação. Uma das razões que se apontam para o fecho do jornal foi o
prejuízo mensal de 3 mil contos (cerca de 15 mil euros). Em contrapartida, o
parque industrial do jornal assegurava vários trabalhos de impressão para
outras publicações periódicas, e, portanto, o conjunto «jornal» (entendido como
o título, a publicação em si, e todos os trabalhadores incluindo os
jornalistas) e «tipografia» associada era, na verdade, lucrativo. Mas com a
separação do parque industrial e do título Diário Popular, o jornal entrou numa
situação deficitária. Outra razão terá sido o facto de jornais vespertinos
estarem em contínua queda de vendas, com a alteração dos hábitos de vida dos
leitores e a ascensão de outros meios de comunicação como a rádio e a televisão.”

[3] Carlos A A:
“Magrebinos: curvem-se perante a Glória do Grande Dragão!” “Agora vou
para a Baixa e para o Dragão com a canalha (já habituada) celebrar mais um
campeonato! Thank You, Jesus!!!”. (19/05/2013). “O que
recuso é essa ideia de me estarem a colar a uma máscara de oposição ao
presidente Pinto da Costa. Julgo, como sempre referi, que deveria ter feito uma
renovação na equipa diretiva. Mas isso é a minha opinião. Como portista tenho o
direito à crítica sempre que considere que é oportuno. Mas não sou contra a
recandidatura. Não existe melhor pessoa para assumir o cargo.” (28/03/2016).

[4] “Uma
estranha atitude face à sexualidade: isto é o mínimo que se pode dizer sobre o
genial e provocador artista espanhol Salvador Dalí. Um dia, quando
era jovem, terá atirado com um saco de esperma ao pai, num gesto
de revolta. O progenitor desaprovava vigorosamente o seu envolvimento com
Gala, que considerava uma toxicodependente e uma péssima influência. Dalí e
Gala, que gostavam de se sentar nus à mesa para escandalizar a criada que lhes
servia as refeições, acabariam mesmo por se casar e na sequência da união o pai
decidiu deserdá-lo. Curiosamente, suspeita-se que o artista e a sua musa, uma
mulher dez anos mais velha, nunca tenham consumado a relação. O surrealismo,
movimento de que o artista natural de Figueres, Catalunha, foi um dos máximos
expoentes, explorava os recessos do inconsciente e o poder das pulsões sexuais.
Dalí chegou a visitar Freud em Londres, onde este passou o fim da vida exilado,
e deixou mesmo um retrato a tinta-da-china do pioneiro austríaco. O artista
possuía, portanto, uma noção muito nítida dos impulsos eróticos que palpitam no
ser humano. Mas exorcizava-os através de telas perturbadoras como «Donzela
Sodomizada pelos Chifres da sua Castidade» ou «O Grande Masturbador». E ainda
de outras formas muito pouco convencionais: por exemplo, organizando orgias na
sua mansão de Port-Lligat, às quais assistia escondido num recanto.
Aparentemente, o ato sexual, fosse com homens ou mulheres, não o seduzia, bem
pelo contrário. Estes comportamentos invulgares podem ter resultado de traumas
de infância. Na sua delirante autobiografia, «A Vida Secreta de Salvador Dalí»
(1942), revelava: «Durante muito tempo, experimentei a angústia de acreditar que
era impotente». Ali dizia também que desenvolvera um certo gosto pela
necrofilia (sexo com cadáveres), que conseguiu ultrapassar. Já o seu biógrafo e
amigo Ian Gibson notou que Dalí detestava que lhe tocassem e sentia uma
aversão violenta pelos órgãos genitais femininos, comparando o coito a
uma «selva sangrenta». Mas e se afinal o perfil sexual de Dalí não fosse
assim tão peculiar? Essa é a convicção de Maria Pilar Abel Martinez, uma
cartomante de Girona que defende que o artista teve um caso extraconjugal com a
sua mãe em meados da década de 1950. Maria Pilar, que nasceu em 1956 e vive em
Girona, acredita ser fruto dessa relação e diz ser fisicamente muito parecida
com Dalí: «Só me falta o bigode», declarou ao El Mundo. Esta semana, a natural
de Girona viu uma juíza de Madrid dar-lhe razão. «Estou muito contente. Agora
vai saber-se a verdade sobre o meu ADN e porventura calarei muitas bocas, pela
minha família e pela minha mãe». À falta de
outros objetos que pudessem servir de amostragem para os testes comparativos, a
juíza Maria de Mar Crespo deu ordem para exumar os restos mortais do excêntrico
artista. Dalí encontra-se sepultado na cripta do museu-teatro que mandou
construir em Figueres, onde viveu recluso, após a morte de Gala. Não chegou a
ser congelado para poder ser «ressuscitado» mais tarde – uma hipótese que se
chegou a colocar – mas, de acordo com instruções dadas aos seus colaboradores,
o seu corpo foi embalsamado, exatamente como fora o de Gala sete anos antes.” no
jornal I n.º 2470.

na sala de cinema

“L’Amour en herbe” (1977)
real. Roger Andrieux, mús. Maxime
Le Forestier, c/ Pascal
Meynier, Guilhaine Dubos, Bruno Raffaëlli, Françoise
Prévost, Michel Galabru … sob o título local “O despertar do amor” estreado
quinta-feira, 28 de agosto de 1980 no cinema Estúdio, Av. Afonso Henriques, 35,
tel. 55 51 34. “Entre a casa dos pais e o liceu suburbano que frequenta, Marc
Morel (Pascal Meynier), 16 anos, leva a vida rotineira e calma de um aluno
estudioso. O seu mundo certinho é perturbado quando conhece Martine Perez (Guilhaine Dubos), 17 anos, empregada de
supermercado. Este primeiro amor torna-se mais importante que tudo. Ele
negligencia os estudos, e o pai dele, (Michel Galabru), tenta pôr fim nesta
relação intervindo de maneira desajeitada e autoritária. Martine, pelo seu
lado, encontra mais compreensão junto da mãe dela, (Françoise Prévost), também
sua confidente. Apesar do apoio do irmão, Christian (Bruno Raffaëlli), jovem
fotógrafo pobre, Marc é obrigado a capitular. Mas isso dura pouco. Ao rever
Martine, decide abandonar a sufocante mansão familiar para viver a sua vida com
aquela que ama. É então que o seu irmão, enriquecido graças a uma fotografia
escandalosa, volta-se contra ele e tenta subornar Martine. Desesperado, Marc
percebe que foi enganado pelo mundo dos adultos e declara-lhe guerra.” “Il giocattolo” (1979), real. Giuliano Montaldo,
c/ Nino Manfredi, Marlène Jobert, Arnoldo Foà … sob o título “O brinquedo”
estreado quarta-feira, 29 de outubro de 1980 no Cine 222, Av. Praia da Vitória,
37, (ao Saldanha), tel. 57 94 60. “Vittorio Barletta é um contabilista romano
estabelecido no norte da Itália, que trabalha numa rica e poderosa empresa
propriedade de um amigo e ex-colega de escola, Nicola Griffo, uma pessoa
egoísta e sem escrúpulos que não hesita em explorar o nome dele em operações
financeiras arriscadas, muitas vezes no limite da legalidade. Vittorio vive uma
existência desgraçada e insatisfatória com a esposa, Ada, uma mulher de saúde
precária e que sofre há vários anos de fortes enxaquecas. Um dia, às compras num
supermercado com a mulher, fica gravemente ferido na perna num tiroteio que
eclodiu durante um assalto.” “Chapter Two” (1979), real. Robert Moore, c/
James Caan, Marsha Mason, Joseph Bologna … sob o título “Capítulo segundo”
estreado sexta-feira, 7 de novembro de 1980 nos cinemas Castil e Vox. “George
Schneider é um escritor habitando em Nova Iorque cujo tempo é ocupado pelo
trabalho, jogos de softball no parque e visitas do seu irmão casado, Leo, um
assessor de imprensa, que tem tentado apresentar o viúvo George a mulheres
disponíveis. Os sentimentos de George ainda estão frescos da morte da esposa, e
continua a lembrar-se dela. George recebe o número de Jennie MacLaine, uma
atriz que Leo conheceu recentemente através da sua amiga Faye Medwick, e,
acidentalmente, liga-o, quando pretendia telefonar para outra pessoa. Depois de
um diálogo inconfortável, ele telefona repetidamente a Jennie para explicar por
que ligou, embora ela deixasse claro que ela, também, não tem interesse num
encontro arranjado. A persistência de George resulta nela aceitar a proposta de
um encontro de cinco minutos, cara a cara. Se não correr bem, ele promete
deixá-la em paz. Encontram-se no apartamento de Jennie e de imediato dão-se
bem. Jennie é recém-divorciada de um jogador de futebol. George pede-lhe um
encontro tradicional e ela aceita. No jantar, ele explica como Leo lhe arranjou
uma série de encontros desastrosos, assim ele encontra-se agradavelmente
surpreendido de estar com alguém como ela.” Factos: “A peça em que este filme
se baseia é um trabalho semiautobiográfico de Neil Simon, inspirado na sua
vida. Marsha Mason, no essencial, interpreta-se a si própria, porque Simon
baseou a história no casamento deles.” “Marsha Mason recusou o papel principal
de Jennie Malone na produção da Broadway, porque não conseguia interpretar
cenas tão difíceis da sua própria vida, uma e outra vez, todas as noites, no
palco.” “Um dos cinco filmes escritos por Neil Simon interpretados pela então sua
esposa, Marsha Mason. Os outros são: «The Goodbye Girl» (1977), «The Cheap
Detective» (1978), «Only When I Laugh» (1981), sob o título local «Sempre
te amei» estreado quinta-feira, 20 de maio de 1982 no Terminal, estação do
Rossio, tel. 37 15 73 e «Max Dugan Returns» (1983), sob título local «O
regresso do aventureiro» estreado sexta-feira, 1 de junho de 1984 no Hollywood
sala 2, Centro Comercial de Avalade, tel. 80 28 59.” “O nome da personagem
Jennie Malone na peça de Neil Simon, «Chapter Two», foi alterado para Jennie
MacLaine na versão cinematográfica. Da mesma forma, a profissão de George
Schneider foi mudada de dramaturgo, na peça, para romancista no filme.” “A Small Circle of Friends” (1980), real. Rob Cohen, c/ Brad
Davis, Karen Allen, Jameson Parker … sob o título “Um pequeno círculo de
amigos” estreado quinta-feira, 4 de dezembro de 1980 no São Jorge. “Leonardo
(Brad Davis), Jessica (Karen Allen) e Nick (Jameson Parker) são alunos de
Harvard no final dos anos 60. À medida que se envolvem nos acontecimentos
daquela época turbulenta, também criam um forte laço que dura durante os seus
anos académicos até à idade adulta. Leonardo tem uma relação com Jessica no
início, mas não resulta, então Nick rouba-lha. A princípio, Leonardo fica
irritado, mas no final adapta-se e os três formam, mais tarde, um ménage à trois.” “Em Boston, Massachusetts, Nick
Baxter vê uma velha amiga, Jessica Bloom, entrar num táxi. Ele embica por um
beco na sua bicicleta para alcançá-la. Quando choca com o táxi, Jessica
reconhece-o. Nick lembra-se de chegar à Universidade de Harvard no outono de
1967 como caloiro de medicina: a sua mãe entrega-lhe um estetoscópio que
pertenceu ao pai. Uma noite, Leo DaVinci
Rizzo, um estudante de jornalismo, tenta esgueirar uma namorada do dormitório,
escondendo-a no chuveiro com Nick, enquanto ele disfarça no urinol. Mais tarde,
no bar do campus, Nick e Leo falam, quando Jimmy, o cozinheiro da cantina,
levanta o copo para cantar o hino nacional em homenagem do seu filho, Billy,
que recentemente embarcou para o Vietname. Na biblioteca do campus, Jessica,
uma estudante de arte do Radcliffe College, vê Leo roubando livros dos arquivos,
mas não diz nada. Mais tarde, Leo agradece-lhe o silêncio e paga-lhe um café.
Ele descreve o artigo que quer escrever sobre Jimmy para o jornal da escola, o
Crimson. Na redação do Crimson, o editor recusa publicar a história de Leo,
alegando que ninguém estaria interessado no Jimmy e no filho. Leo recruta Nick
para entrarem na redação nessa noite. Lá, insere o artigo na próxima edição. No
dia seguinte, Nick conta ao Leo que os estudantes por todo o campus estão a ler
o exemplar do seu jornal e os amigos felicitam-se um ao outro. Mais tarde, o
presidente Johnson anuncia que não se recandidata. Os estudantes comemoram pendurando
uma efigie de Johnson na escada. Nick segue o barulho até uma festa e conhece
Jessica. Leo chega e os amigos dançam e celebram. Depois, Leo surpreende
Jessica com uma garrafa de champanhe no telhado do edifício do campus, e
beijam-se. Em 1968, Leo e Nick tornam-se companheiros de quarto no segundo ano.
A relação de Leo e Jessica sofre porque ela sente-se o brinquedo dele. Nick
avisa Leo que a sua relação está condenada, a menos que ele aceite o talento de
Jessica e aprenda a comunicar os seus sentimentos. Um dia, visita o atelier de pintura
de Jessica, e Leo convida-o para passar o fim de semana com ele e Jessica em
Cabo Cod. Quando Nick e uma fotógrafa do Crimson, chamada Alice, juntam-se-lhes
no hotel, Leo e Jessica começam a fazer amor no chão da casa de banho até que
ela interrompe a paixão para procurar o diafragma, Leo irritado diz-lhe para
mudar para a pilula ou um dispositivo intrauterino (DIU). Contudo, ele pede
desculpa e abraçam-se.” “Underground” (1970), real. Arthur H. Nadel, c/ Robert Goulet,
Danièle Gaubert, Lawrence Dobkin … sob o título “O exército secreto” estreado
quinta-feira, 26 de fevereiro de 1981 no São Jorge. “O escritor Howard Hughes
concentrou-se nos filmes produzidos pela Oakmont Productions, a companhia
britânica que financiou e lançou pérolas de baixo orçamento tais como «Attack on the Iron Coast», «The Thousand Plane Raid», «Hell
Boats», «Submarine X-1» e «Mosquito Squadron». Estes filmes não tinham grandes
pretensões de serem potenciais vencedores do Oscar. Em vez disso, foram feitos
simplesmente para gerar um lucro modesto. No entanto, tendiam a ser
inteligentemente escritos, bem realizados e interpretados, com papéis de relevo
concedidos a vedetas que normalmente não rendiam muito dinheiro (Lloyd Bridges,
Christopher George, David McCallum). O filme «Underground» não é uma produção
da Oakmont, mas é indistinguível da lista de filmes da empresa. É interpretado
por Robert Goulet, como Dawson, um amargurado agente americano dos serviços
secretos militares, destacado na Inglaterra. Dawson é consumido pela culpa,
porque a sua missão, atrás das linhas alemães na França ocupada, terminou num
desastre. Tanto ele como o outro colega (a sua mulher) foram capturados.
Dawson, sob tortura extrema, revela a verdadeira identidade da mulher e ela
sofre uma horrenda morte às mãos da Gestapo. Dawson conseguiu escapar e volta
para Inglaterra, porém, como ele logrou esta excecional proeza, é ignorado no
guião. O filme começa com Dawson ludibriando a sua entrada num avião que
transporta um agente para um nova missão na França ocupada. Dawson está
determinado a reparar o seu anterior fracasso, assumindo a missão ele mesmo,
imobiliza o agente e salta de paraquedas no seu lugar para se encontrar com os
seus contactos na resistência francesa.”

no aparelho de televisão

“The Andros Targets” (1977), c/
James Sutorius, Pamela Reed, Danny Aiello … série americana, sob o título local
“Os alvos de Andros” transmitida na RTP 1, pelas 22h20, nas terças-feiras, 13 e
20 de maio. Quartas-feiras, 4 e 11 de junho. Terça-feira, 24 de junho. Quarta-feira,
9 de julho. Quinta-feira, 17 de julho. Quarta-feira, 23 de julho. Quintas-feiras,
31 de julho, 7, 21 e 28 de agosto e 4 de setembro de 1980. “Mike Andros é um
jornalista de investigação de um importante jornal nova-iorquino, o fictício
New York Forum. Ele concentra o seu trabalho em desvendar a corrupção. Sandi
Farrell é a sua jovem assistente. Chet Reynolds é o editor chefe do New York
Forum, Norman Kale é o editor e Ted Bergman é o editor local. Wayne Hillman é
outro jornalista da redação do Forum e amigo de Andros.” Atirou-lhe,
na época, Mário Castrim: “Começaram ontem uma série intitulada «Os alvos de Andros».
De origem americana. Conta-nos como é livre, dinâmico, criador, independente, o
jornalismo ianque. Vimos ontem como a imprensa americana não respeita nem os
congressistas que subornam, prevaricam, ou são mesmo beras por qualquer razão.
Isto dentro da famosa legenda «Uma imprensa livre, num país livre». Pura
aldrabice. Isto é uma imagem mítica, sem qualquer correspondência no mundo real
da Grande Imprensa. Ficará para outra, com mais vagar, a completa
exemplificação das subordinações da Grande Imprensa aos Grandes Interesses. Mas
se o leitor quer saber alguma coisa, para principiar, do perigo que representa
desejar ser-se jornalista independente nos Estados Unidos, pode ler «O pão
da mentira», de Horace McCoy, traduzido para português, editado
pela Europa-América – passe a publicidade mas é serviço público. Nota curiosa:
este jornalista formidável é de origem grega; eram de origem italiana os
polícias Baretta, o do papagaio, e o Colombo, o do olho de vidro. Polícias
bestialmente humanos e sinceramente incorruptiveis. Com mil diabos, parece que
os próprios americanos estão desiludidos quanto ao caráter dos seus
compatriotas de boa cepa. E já agora que falamos de polícias, se os leitores
quiserem fazer uma ideia do polícia real e não do polícia barettal ou
colombial, leia o livro «Na jogada» da coleção «A regra do jogo». (…). Estamos,
pois, embarcados em mais uma terrível operação de lavagem ao cérebro «made in
USA». Aliás, a televisão portuguesa é hoje uma poderosa fábrica de detergentes
com certificado de origem bem determinado. E é ver a simpleza e a ingenuidade
com que certas pessoas caem na teia da aranha.” [1]
“Danger UXB” (1979), c/
Anthony Andrews, Maurice Roëves, George Innes … série inglesa, sob o título
local “Perigo, bomba não detonada” transmitida na RTP 1, pelas 22h15, às
terças-feiras, de 1 de julho / 7 de outubro de 1980. “É uma série britânica da
ITV, passada durante a Segunda Guerra Mundial, desenvolvida por John
Hawkesworth e interpretada por Anthony Andrews como o tenente Brian Ash, um
oficial dos Royal Engineers. A série relatava as façanhas da fictícia 97.ª
Tunnelling Company, que organizou uma unidade de eliminação de bombas,
especificamente a Secção 347 da companhia, para lidar com milhares de bombas
não explodidas (UXBs) em Londres durante a Blitz. Tal como acontece com todos
os seus colegas, Ash deve, a maioria das vezes, aprender através da experiência
as técnicas e procedimentos de desarmamento e destruição das UXB,
constantemente confrontado com avanços tecnológicos mais ardilosos e mortais na
detonação de bombas aéreas. A série apresentava principalmente enredos
militares, com uma linha romântica protagonizada pela filha de um inventor, casada,
Susan Mount (Judy Geeson), por quem Ash se apaixona e outras vinhetas de
interesse humano.” “A série
foi intitulada e parcialmente baseada nas memórias do major A. B. Hartley,
M.B.E, RE, «Unexploded Bomb - The Story of Bomb Disposal», com episódios
escritos por Hawkesworth e quatro argumentistas. Foi filmada em 1978 em e nos
arredores de Clapham, Streatham e Tooting, no sul de Londres.” “Wonder Woman”
(1975-1979), c/ Lynda Carter, Lyle
Waggoner, Tom Kratochvil … série americana, sob o título local “As aventuras da
Super-Mulher” transmitida aos sábados na RTP 1, pelas 16h15, de 12 de julho /
27 de setembro de 1980. “No início de 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, o
major Steve Trevor (Waggoner), piloto americano, ejeta-se durante uma batalha
aérea sobre o Triângulo das Bermudas, local onde se situa a Ilha do Paraíso (cenas filmadas no
Arboreto e Jardim Botânico do Condado de Los Angeles). A ilha é o lar das
Amazonas: mulheres bonitas e que não envelhecem, com grande força, agilidade e
inteligência. A princesa Diana (Carter) resgata o bem-parecido Trevor e
acompanha a sua convalescença. A sua mãe, a rainha amazona, (Cloris Leachman,
sucedida por Carolyn Jones e Beatrice Straight nos últimos episódios), decreta
que os jogos, parecidos com os Olímpicos, serão realizados para selecionar uma
amazona para acompanhar Trevor de volta à América. Mas proíbe a sua própria
filha Diana, a princesa, de participar. Diana declara que, uma vez que não tem
permissão para participar, não quer estar presente para assistir aos jogos, e que
irá fazer um retiro no lado norte da ilha. Os jogos são executados com as
participantes usando máscaras e números, em numeração romana, inscritos em
triângulos, pendurados nos decotes das suas curtas túnicas sem mangas. Entre as
concorrentes está uma amazona loira. Durante as provas, a amazona loira revela
excecional destreza e empata no primeiro lugar com outra guerreira. Para
desfazer o impasse, a prova «balas e braceletes» é escolhida para desempatar,
em que cada mulher reveza-se disparando uma na outra. Aquela que está sendo
baleada tem que desviar as balas com as suas braceletes à prova de bala. A
loira vence a prova, ferindo superficialmente o braço da sua oponente. Quando é
declarada vencedora, retira a máscara e a peruca revelando que é Diana. A sua
mãe, embora inicialmente chocada, cede e permite que ela vá para a América. O
uniforme de Diana como Supermulher, desenhado pela rainha Hippolyta, tem emblemas
da América, terra à qual ela devolve Steve Trevor. Um cinto dourado será a
fonte da sua força e poder enquanto estiver longe da Ilha do Paraíso. Ela tem
braceletes que desviam as balas e também recebe um laço dourado que é
inquebrável e força as pessoas a obedecer e dizer a verdade quando estão
amarradas nele.” Factos: “Embora
Debra Winger tenha ganhado uma quantidade considerável de dinheiro com o seu
papel de irmã mais nova da Supermulher, de facto, gastou a maior parte dele
tentado sair do seu contrato com a Warner Bros., pois tinha dúvidas em
continuar a personagem da Wonder Girl.” “Lynda
Carter tinha 25 dólares na sua conta bancaria quando recebeu a chamada
informando-a de que ganhara o papel de Supermulher. Vencera 2000 outras atrizes.” [2] “The New Adventures of
Wonder Woman” (1975-1979), c/ Lynda Carter, Lyle
Waggoner, J. A. Preston … segunda temporada da série “Wonder Woman”, sob o
título local “As novas aventuras da Supermulher” transmitida aos sábados na RTP
1, pelas 15h05, de 23 de maio / 27 de junho de 1981. “Apesar das boas
audiências, a ABC empatou a escolha da série para uma segunda temporada. Isto
ocorreu porque «Wonder Woman» era uma história de época, decorrida na década de
1940, que tornava cenários, roupas, automóveis, etc. mais caros de produzir.
Enquanto a ABC não estava ainda comprometida, a produtora da série, a Warner
Bros., ouviu a proposta da estação rival, a CBS. Enquanto a ABC continuava a
decidir, a CBS concordou retomar a série na condição de que a ação mudasse da
Segunda Guerra Mundial (anos 40) para os tempos modernos (1970). Alterando o
título para «The New Adventures of Wonder Woman», a série afastou-se da intriga
internacional para um programa mais convencional, do tipo ação
policial / detetive, que era mais comum na década de 70. A princesa Diana,
envelhecendo lentamente por causa da sua natureza amazona, regressa da Ilha do
Paraíso após 35 anos de ausência (parecendo paticamente igual), para se tornar
numa agente da Inter-Agency Defense Command (IADC), uma organização estilo CIA
/ FBI, combatendo o crime, as organizações criminosas e a ocasional invasão
extraterrestre.” [3] “Beggarman, Thief” (1979),
com Jean Simmons, Glenn Ford, Lynn Redgrave … minissérie americana sob o título
local “Restos do passado” transmitida às sextas-feiras na RTP 1, pelas 21h15,
de 6 a 27 de março de 1981. “Beggarman, Thief é uma sequela de 4
horas da minissérie de grande audiência «Homem rico, homem pobre» [transmitida
aos domingos na RTP 1, pelas 21h05, de 8 de janeiro / 5 de março de 1978; a
segunda temporada será exibida também na RTP 1 aos domingos, pelas 21h10, de 18
de junho / 5 de novembro de 1978]. Ambas as produções foram baseadas nos
trabalhos do romancista Irwin Shaw. Para efeitos de continuidade, um novo
membro do clã Jordache é apresentado: a cineasta Gretchen Jordache Burke,
interpretado por Jean Simmons. É tarefa de Gretchen manter a família unida após
a morte de seu irmão, Tom (interpretado por Nick Nolte em «Homem rico, homem
pobre») e o recente desaparecimento do seu outro irmão, Rudy (Peter Strauss
continua o seu papel em HRHP).” [4] “The Life and Times of Lord Mountbatten” (1969),
minissérie-documentário inglês sob o título local “A vida de lorde Mountbatten”
transmitida às quartas-feiras na RTP 2, pelas 21h0, de 8 de julho / 23 de
setembro de 1981. “Almirante da frota Louis Francis Albert Victor
Nicholas Mountbatten, 1.º conde Mountbatten de Birmânia, KG GCB OM GCSI GCIE
GCVO DSO PC FRS, (nascido príncipe Louis de Battenberg; 25 de junho de 1900 -
27 de agosto de 1979), foi um oficial naval e estadista britânico, tio do
príncipe Philip, duque de Edimburgo, e primo em segundo grau de Isabel II.
Durante a Segunda Guerra Mundial, foi supremo comandante aliado, Comando do
Sudeste Asiático (1943-46). Foi vice-rei da Índia (1947) e primeiro
governador-geral da Índia independente (1947-48). De 1954 a 1959 foi First Sea
Lord, um cargo exercido pelo seu pai, príncipe Louis de Battenberg, cerca de
quarenta anos antes. Posteriormente, serviu como chefe do Estado-Maior da
Defesa até 1965, tornando-o o chefe que serviu mais tempo nas Forças Armadas
britânicas até à data. Durante este período, Mountbatten também serviu, por um
ano, como chairman do comité militar
da NATO. Em 1979, Mountbatten, o seu neto
Nicholas, a viúva Lady Brabourne e Paul Maxwell, um rapaz criado de bordo,
foram mortos pelo Exército Republicano Irlandês Provisório (IRA), que colocou
uma bomba no seu barco de pesca, o Shadow V, em Mullaghmore, condado de Sligo,
Irlanda.” [5]

___________________

[1] De água
suja do capitalismo, veículo ideológico dos Estados Unidos, a Coca-Cola, hoje, acarinhado
património líquido mundial, veicula os mais sofisticados modelos
civilizacionais, como visto em “Pool Boy”, na campanha
promocional internacional, “Taste the Feeling”.

[2] “Os
doze episódios mais ridículos da série”. “A
história estranha da Supermulher”. Supermulher na moda.

[3] As ameaças
extraterrestres do espaço profundo ampliaram a sua perigosidade para o ser
humano. Para evitarem rendas excessivas, contas da luz abusivas, velhotes worn out
nos Conselhos Gerais e de Supervisão, os alienígenas partiram nas suas naves na
exploração de formas de energia baratas e inesgotáveis, até que se depararam
com 3 732 571 224 canais cinéticos aptos a descarregarem alta tensão,
ecologicamente. “Anal
Intruder IX: They Came From Planet Butt” (1995),
real. Teri Diver, c/ Teri Diver, Kimberly Chambers, Tom Chapman … «Zorak, quero
que te lembres de uma coisa, estamos aqui por uma e única razão, que é drenar
energia dos seres humanos. Só temos uma forma de fazer isso, que é tendo sexo
anal com eles.”

[4] A mulher arca,
além da lida da casa, o cuidado dos filhos, as refeições do marido a horas na
mesa, com o indissociável traço concupiscente de Jezabel. “Porque os lábios da
mulher estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é mais suave do que o
azeite. Mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois
gumes. Os seus pés descem para a morte; os seus passos estão impregnados do
inferno.” (Provérbios
5:3-5). A obscenidade congénita do corpo feminil dissuade a
sua exibição sem mais, inclusive elas próprias, nas suas abluções, no banho, no
chapinhar, é aconselhável uma camisa comprida que tape o contacto visual com as
carnes acautelando o narcisismo e o sincrónico autoerotismo. À vista disto, o naturismo feminino é um crime
contra o bom padrão e uma imoralidade social. No verão, os corpos femininos nas praias laceram a pureza das areias enterrando
a cabeça da civilização no absurdo ser o nada.

A anatomia própria
da mulher goza apenas de três órgãos genitais, mas de dezenas, centenas de
órgãos sexuais: o sovaco, o póplite, a falanginha, o pai-de-todos… toda a superfície
causa invencível enlevo sexual. Nesta dialética do real, a mulher, o thereshold do perigo, é, em si,
pornográfica, tanto que, não há filmes pornográficos, todos os filmes são
pornográficos, exceto alguns americanos sobre heróis duros na Segunda Guerra
Mundial, com Errol Flynn ou Lee Marvin. Desta assemblage primordial resulta,
diante do sexo feminino, não há representações não sexuais: cortar as unhas ou
comer uma banana - mesmo na horizontal - encerra uma carga erótica que
enlouquece o observador. Perceção que prejudica as mais famosas nudistas ucranianas,
concorrentes a “Miss Teen Crimea Naturist 2008”, Irina,
Maria, Alina, Tatiana, Sonia, Ludmila, Aleta, Sabina, Nadia e Maria (dançam,
divertidas, a ritmada canção “Moscow Never Sleeps”, p/ DJ
Smash). Amaldiçoadas pela genética, as raparigas não têm alternativa, da Sra.
Thatcher, da Sra. Merkel, do Sr. João Miguel Tavares, senão, serem ímanes
sexuais nos contextos mais banais. Na praia. No turismo. Na
ginástica - “Teen
Nudist Workout 2 / Тренировка молодых нудисток 2”, {vídeo1} ▪ {vídeo2} ▪ {vídeo4} ▪ {vídeo6} ▪  {vídeo7} ▪{vídeo9} ▪ {vídeo11} ▪ {vídeo13} ▪ {vídeo14} ▪ {vídeo15} ▪ {vídeo19}.

O poder
político, missing in action,
obriga as pessoas e as famílias a passarem por esse calvário da essência da indecência,
porque não proíbe a exibição do corpo feminino. “Russian Nudist Camp”, {vídeo1} ▪ {vídeo2} ▪ {vídeo3} ▪ {vídeo4} ▪ {vídeo5} ▪ {vídeo6} ▪ {vídeo7} ▪ {vídeo8} ▪ {vídeo9} ▪ {vídeo10} ▪ {vídeo11}. O corpo
da mulher, uma tela falhada, pelo imperativo libidinoso, “Nudist Party”. “Os
exames acabaram, a escola está a fechar, temos o diploma no bolso e podemos
divertir-nos”, “Girlfriends Together”, outro ano
letivo que provoca inquietação, angústia e dúvidas, não trajando as jovens de condutas
socialmente adequadas e conformes aos usos e costumes, “Playing at Home Backyard”. A
obscenidade, como qualidade feminina, de facto, ruma a navegação de
cabotagem para cabotinagem, “Nude Summer”.

[5] Também nobili genere natus, tão
paramentada, titulada e medalhada como o lorde inglês, Katie, a única coisa
que lhe aconteceu, quando se portou mal, foi o pai reconfigurar-lhe os valores,
avermelhando-lhe o tutuzinho com o cinto.

na aparelhagem stereo

A Guerra das
Civilizações combatida na Europa nos anos 2000 sobe rio acima para a zona do
coronel Walter E. Kurtz, no filme “Apocalypse Now”: “O horror e o terror moral
são seus amigos. Se não são, então são inimigos a temer”. Os limites esvanecem,
as regras dobram-se, os valores, em saudável concorrência, só os importantes
sobrevivem, providencialmente, sumariza uma senhora inglesa na terceira idade, de
nome Theresa May: “E se as nossas leis de direitos humanos nos impedirem de
fazer isso, mudaremos as leis. Se for eleita primeira-ministra na quinta-feira,
esse trabalho começará na sexta-feira” [1]. O
povo, em redor da guilhotina, disputa os salpicos das gotas de sangue. «Suspeitávamos
que havia uma aceitação cada vez maior da tortura no contexto do auge do
terrorismo, mas não nos dávamos conta de que a evolução era tão dramática»,
comentou à AFP Jean-Etienne de Linares, delegado-geral da Ação dos Cristãos
para a Abolição da Tortura (Acat). Segundo o relatório anual da Acat, 54%
dos franceses inquiridos consideram justo que um polícia aplique
descargas elétricas num suspeito de colocar uma bomba de forma
a fazê-lo falar. Em 2000, somente 34% concordava com isso, segundo
inquérito da CSA para a Amnistia Internacional. Uma percentagem
de 36% das pessoas interrogadas, aceita «em alguns casos» a utilização da
tortura, o que evidencia um aumento de 11 pontos em comparação com a
pesquisa da Amnistia Internacional em 2000.”

Nas fileiras
árabes, problemas juvenis para além da acne e das meças. “Cinquenta jovens
foram presos em junho [2016], em Meca, a cidade santa na Arábia Saudita, por
usar cortes de cabelo e roupas consideradas contrárias ao islamismo. Segundo o site de informação Sabq, estas prisões
foram feitas durante uma campanha realizada na cidade sagrada do islamismo, ao
leste da Arábia Saudita, durante o Ramadão, o mês de jejum muçulmano que
começou no dia 6 de junho. Os jovens foram presos por cometerem «um certo
número de infrações como: usar cortes de cabelo estranhos, correntes no peito
ou no punho e vestimentas curtas e sem pudor, tanto homens como mulheres»,
acrescentou o Sabq, site próximo às
autoridades do país. Os agentes encarregados de aplicar a lei advertiram os
cidadãos sobre os «costumes e tradições contrárias à doutrina» do islamismo. A
Arábia Saudita, berço do wahabismo, uma versão rígida do islamismo, é um país
ultraconservador que impõe uma série de restrições, principalmente às mulheres.
Os jovens menores de 25 anos representam mais da metade da população do país.” [2]

Na paz dos
anos 80:

█ “Y’a pas que les grands qui rêvent”
(1989) ♫ “l’école est finie” (1990), p/
Melody. “Nascida em Ronse, Bélgica, a 20 de
janeiro de 1977, Nathalie Lefebvre, nome artístico Melody, cresceu em Saint-Sauveur,
entre Tournai e Ath [3]. Dotada de um belo
timbre de voz, esta fã de Roch Voisine participa desde
muito jovem em concursos de canto, sob a mão condutora dos pais. Um dia em que
atuava numa festa local, (o baile dos bombeiros de Villiers-le-Bel, diz a
lenda), cruza-se com Jean-Pierre Millers, o compositor de Corinne Hermès (uma
cantora do início dos anos 80 que chegou mesmo a participar na Eurovisão). E tal
como «mon R’né» com a Céline Dion, este velho maquinista das variedades não
resistiu ao talento da miúda de 12 anos e apresenta-a ao seu amigo produtor:
Orlando, irmão de Dalida. Que ninguém se engane: um contrato é assinado e
Melody, lançada. (…). Na sequência, Melody conhece um sucesso de estima com «Chariot d’étoiles», em 1990,
mas parece que os jardins da Babilónia tinham já amarelecido um pouco. As
outras duas cantoras adolescentes da época, Vanessa Paradis e Elsa, não
lhe deixam mais espaço para existir. E, apesar de dois álbuns, a pequena belga
da voz potente desapareceu tão rapidamente como tinha aparecido. (…). Melody já
não canta, ela mantém, ou manteve, uma loja de roupa na Bélgica, onde vive,
casou-se em 2004 e foi mãe.” █ “T’en vas pas” (1986), p/
Elsa. “É o primeiro single de Elsa Lunghini, então chamada apenas pelo nome próprio,
Elsa. Faz parte da banda sonora do filme «La Femme de ma vie», de Regis
Wargnier, com Christophe Malavoy, Jane Birkin e Jean-Louis Trintignant, estreado
em 1986. A canção foi primeiro proposta a Jane Birkin, que recusou. Elsa, então
com 13 anos, interpreta o tema principal do filme, primeiro numa cena deste, onde está
ao piano com Jane
Birkin, depois em estúdio. Elsa Lunghini é uma cantora e atriz francesa nascida
a 20 de maio de 1973 em Paris. É filha de Georges Lunghini (ator, fotografo,
compositor) e de Christiane Jobert (pintora e escultora). Ela é sobrinha de Marlène
Jobert e prima de Eva Green e de Joséphine Jobert. Aos sete anos, Elsa
interpreta em 1981 o seu primeiro papel no filme de Claude Miller, «Garde à vue», ao lado
de Romy Schneider, Lino Ventura e Michel Serrault… sob o
título local “Sem culpa formada” estreado terça-feira, 22 de dezembro de 1981 no cinema Nimas.” █ “Un roman d’amitié” (1988), p/
Elsa & Glenn Medeiros. “Em 23 de março de
1988, Elsa é convidada do principal programa de variedades da TF1, «Sacrée
Soirée». O conceito do programa era oferecer uma surpresa ao convidado em
questão. Elsa recebe a visita inesperada de Glenn Medeiros, adolescente
americano cujo êxito «Nothing Gonna Change My Love For You», liderava o top 50. Os
produtores, então, consideram a ideia um pouco maluca de reunir num dueto as
duas crianças-estrela da época. «Un roman d’amitié» vê assim a luz do dia. Ao
mestre dos êxitos dos anos 80, Didier Barbelivien, é confiada a adaptação da
letra.”

█ “Maybe Tomorrow” (1980), p/
The Chords. “Os Jam deram origem a um
revivalismo mod britânico entre
1979-81, quando os Secret Affair, Purple Hearts, Merton Parkas, The Gas, Lambrettas, The Mods e The Jolt, se
acotovelaram para alcançar as tabelas de vendas. Embora cada um deles legasse singles credíveis, apenas os Chords,
(sem relação com a banda americana homónima de doo-wop dos anos 50), tiveram os bailes punk, que fizeram dos Jam, mais do que saudosistas de 1967. Os
Chords têm sido mais lembrados que a maioria dos seus contemporâneos, citados nada
menos que pelos Stone Roses como uma influência inicial. Os esmagadores singles de power pop do álbum «So
Far Away», («Maybe Tomorrow» e «Something’s Missing»), abordam
os mesmos picos melodiosos tais como as melodias contemporâneas dos Jam, como «Going
Underground» e «Funeral Pyre». Por outro lado, o álbum junta originais
inspirados («It’s No Use», «I’m Not Sure», «Happy Families»), com duas
devidamente respeitosas velharias, («She Said She Said» e «Hold on, I'm Coming»), atualizadas
por um ataque de dupla guitarra liderado por Chris Pope.” “A
história dos Chords começa com os primos Billy Hassett e Martin Mason ensaiando canções dos
Beatles e The Who, etc. na escola. Através de um anúncio no New Musical Express,
Chris Pope junta-se em janeiro de 1978. Passaram um ano escrevendo, ensaiando e
tocando alguns concertos. Também falharam ser a banda no filme «Quadrophenia»,
aparentemente, demasiado barulhentos.” █ “Chained to the Wheel” (1989), p/ The Black Sorrows. “Qualquer análise dos Black Sorrows
resume-se inevitavelmente a uma pessoa. Joe Camilleri,
(cantor, compositor, saxofonista, produtor e o cérebro por trás dos Black
Sorrows), é uma das mais genuinamente talentosas figuras da música australiana.
Escritor de marcos importantes tais como «So Young», «Hit And Run», «Shape I’m
In», «Hold On To Me», «Harley & Rose», «Chained To The Wheel», «Never Let
Me Go» e «Chosen Ones», Camilleri dedicou a sua vida a fazer música. Líder de
duas das mais bem-sucedidas bandas australianas, Jo Jo Zep and The Falcons e The Black
Sorrows, a música de Joe tornou-se parte da cultura musical australiana. (…). Camilleri
lançou os Black Sorrows, uma banda despreocupada de pessoas com os mesmos
gostos, em 1984, na sequência do desaparecimento da sua banda Jo Jo Zep and The
Falcons, no ano anterior. De humilde começo, tocando em cafés em redor de
Melbourne e vendendo álbuns da bagageira do carro, Camilleri transformou o
grupo num dos mais sofisticados conjuntos do país. O álbum «Dear Children»,
edição de autor, representa um ponto de viragem, uma vez que a CBS/Sony
chegou-se à frente com um contrato mundial. Quando a rádio pegou no clássico «Mystified», os Black
Sorrows levantaram voo publicando sucessos multiplatina, como «Hold On To Me», «Harley
& Rose» e «The Chosen Ones».”

█ “Change
in Mood” (1983), p/ Kids in the
Kitchen. “Formaram-se no início de 1983 em Melbourne com Scott Carne,
voz, Bruce Curnow, bateria, Greg Dorman, guitarra, Craig Harnath, baixo e Greg
Woodhead, teclados. O grupo tocou ao vivo durante oito meses antes de assinar
pela White Label, da Mushroom Records. Um musicólogo australiano descreveu como
eles tinham «atraído bastante atenção. Tinham o som certo (synth pop contemporâneo
com um traço de funk inspirado pelos
congéneres Duran Duran, Spandau Ballet e Chic), o aspeto certo e abundante
atratividade juvenil para agarrar as tabelas. (…). Após a separação dos Kids in
the Kitchen, Carne juntou-se a uma banda de rockabilly,
Priscilla’s Nightmare, que lançou
um álbum homónimo, e depois embarcou numa carreira a solo. O seu single «All I Wanna Do» foi um
êxito menor em 1990. Curnow abriu uma loja de música Billy Hyde, em Shepparton,
em 2002. Harnath foi produtor, inclusive trabalhando para os Chocolate Starfish. Ele também
trabalhou para os programas «Frontline» (1994-1997) e «Funky Squad» (1995), da Australian
Broadcasting Corporation. Mais tarde, era dono dos Hothouse Studios em St Kilda.” █ “Stimulation” (1986) p/ Wa Wa Nee. “Foi uma banda australiana de funk / pop ativa entre 1982 e 1989. O cantor / compositor Paul Gray e o
guitarrista Steve Williams formaram a banda em 1982. Juntaram-se-lhes Geoff
Lundren (baixo), Elizabeth Lord (teclados, coros) e Chris Sweeney (bateria), e
assinaram com a CBS em 1985. Mark Gray e Phil Witchett entraram no grupo pouco
depois e o seu single de estreia
«Stimulation» foi editado em abril de 1986. A canção alcançou o número 2 na
Austrália. «I
Could Make You Love Me» foi lançada em agosto de 1986 e atingiu o número 5.
Em novembro de 1986, os Wa Wa Nee publicaram o álbum homónimo que chegou ao
número 29 na Austrália. Mais dois singles
foram retirados do álbum, «Sugar Free» em
dezembro de 1986 e «One and One (Ain't I Good Enough)» em abril
de 1987 e ambos entraram no top 20
australiano. «Sugar Free» foi editado nos EUA em julho de 1987 e alcançou o
número 35 na Billboard Hot 100. A canção «Stimulation» fazia parte da banda
sonora do filme «Cassandra», e foi
lançada como o single subsequente e
atingiu o número 86. Também aparece na banda sonora do filme «Satisfation» [4]. (…). Durante a gravação do segundo álbum em 1988,
o teclista Phil Witchett morreu. Em novembro de 1988, «Can’t Control Myself» foi
editado como single principal do
segundo álbum da banda. (…). Depois da dissolução dos Wa Wa Nee, o baixista
Mark Gray trabalhou com Tania Bowra, James Reyne e os Indecent Obsession. Steve
Williams trabalhou com James Freud, Mama's
Darlings e Richard
Clapton. Mudou-se para a Europa antes de regressar para viver
a Austrália. Em 2006, esteve envolvido numa banda de versões dos Led Zeppelin
chamada The Zep Boys. Paul Gray
trabalhou com Deni
Hines, CDB, Kate Ceberano, Tina Arena e Bardot como
teclista, diretor musical, compositor e produtor. Gray participou na série de
concertos Countdown
Spectacular 2 na Austrália, entre finais de agosto início de
setembro de 2007, como artista e diretor musical. Ele cantou duas canções
«Stimulation» e «Sugar Free». Ele também apareceu com os 80s Enuff e Idols of the 80s. Gray tocou êxitos dos Wa Wa Nee
em 28 de março de 2010 numa recolha de fundos para Jenin, uma área devastada da
Cisjordânia, no território palestiniano ocupado. Todo o dinheiro foi
diretamente para a construção de uma escola pré-primária na área. Gray tocou em
salas de concertos em Melbourne, em 2010, com colegas de sucesso dos anos 80, Scott
Carne (Kids in the Kitchen) e Brian Mannix (Uncanny X-Men). Fez a primeira
parte nalgumas datas da tournée australiana de Belinda Carlisle. Os Wa Wa Nee
fizeram a primeira parte de Rick Astley nas tournées australianas de 2012 e 2014.”     
____________________

[1] Vários estudos provam, leda expressão cunhada por Arménio
Carlos, que o melhor do mundo são as mulheres de terceira idade, as novas,
essas bisonhas, exasperam pelas cãs sapientes. Olesia, 1,72 m, 59 kg, 87-63-90, sapatos 37, nascida a 11 de
abril de 1984 em Verkhni Oufaleï, Rússia. Sites:
{The Nude}. “O sul da
Rússia é um lugar estranho. Tribos e nações, línguas e culturas misturam-se
aqui. Não há nem paz nem guerra. Olesia nasceu no sul da Rússia, ela conhece o
valor do silêncio e o poder da ação. Ela está cheia de paixão interior que
constrói a sua entidade. Não há regras, apenas intuição. A Olesia é a
quintessência do que acontece à personalidade quando tudo em volta está em
mudança. A cara é a coisa mais erótica em Olesia. Olhar cheio de calma, onde a
experiência de séculos se concentra, a sabedoria de uma miúda frágil no mundo
mutável, conquista corações de homens fortes: ela é a mulher de um guerreiro.
Recolhemos a nossa força do olhar dela. Ela é algo misterioso que sustenta o
mundo dos homens, por causa disso permanece constante e inviolável, harmoniosa
e confortável. Carnudos lábios vermelhos cereja parecem suculentos e doces como
framboesas maduras e há um desejo inconquistável de prová-los, sentir a sua
frescura. O seu corpo jovem parece-se como uma videira. Ela é graciosa como a
cabra montesa, o seu dúctil peito arde de desejo íntimo, e o seu rabo perfeito
é um aveludado fruto proibido, do qual apenas um verdadeiro guerreiro é digno. Ela
estuda na faculdade de Medicina e vai ser médica. Quer ser uma boa médica que
tratará dos corpos e das almas, libertará da dor e aliviará o sofrimento com o
seu toque abençoado. Olesia encontrou-se com o Grig enquanto lhe administrava
os primeiros socorros depois de um acidente no dique do rio Volga. Quando ele
lhe propôs fotografá-la numa série erótica, ela não disse nada mas, semanas
mais tarde, viu alguns trabalhos de Galitsin e tomou uma decisão que mudou o
seu presente e futuro.” Entrevista: P: “Quais
pensas que são os teus melhores atributos?”, Olesia: “Os olhos, a rata
pequenina (por favor, prestem atenção).” P: “Cor favorita?”; Olesia: “Cor de
laranja.” P: “Programas de TV favoritos, lista de nomes”, Olesia: “Guess the
Melody” P: “Livros favoritos, lista de títulos”, Olesia: “O mestre e Margarida,
Bulgakov, Guerra e paz, Tolstoy.” P: “Filmes favoritos, lista de títulos”,
Olesia: “Inimigo
às portas (2001), Simone (2002), Brigada (2002).” P:
“Revistas favoritas, lista de nomes”, Olesia: “Playboy, I Choose.” P: “Música
favorita, lista de títulos”, Olesia: “Música rock, Aria, Nazareth, Kiss.” P: “Altura favorita do dia, porquê?”,
Olesia: “Desde as 5 às 7 da tarde, a minha telenovela favorita passa na TV a
essa hora.” P: “Qual é a tua formação? Curso?”, Olesia: “Trabalho como modelo
na agência Grace.” P: “Falas outras línguas? Se assim for, diz-me algo nessa
língua”, Olesia: “Italiano.”, P: “Lugar favorito para viajar, relaxar ou
visitar”, Olesia: “Adoro andar de mota com o meu namorado.” P: “Quais foram os
locais que visitaste?”, Olesia: “Moscovo, São Petersburgo, Tver, Ucrânia.” P:
“Qual é o teu feriado preferido? (Natal, dia dos namorados, dia de ação de
graças, etc.)”, Olesia: “O aniversário, o dia dos namorados.” P: “Comida
favorita, lanches, doces”, Olesia: “Bananas, kiwis, iogurtes.” P: “Qual é o teu
carro de sonho?”, Olesia: “Repsol Honda (mota).” P: “Qual é o teu emprego de
sonho?”, Olesia: “Modelo.” P: “Descreve o teu lugar favorito para fazer
compras”, Olesia: “Lojas de roupa como Mexx, Mango e Benetton.” P: “Assistes a
desporto, se sim, quais são as tuas equipas favoritas?”, Olesia: “Não.” P:
“Quais são os teus passatempos?”, Olesia: “Gosto de fazer compras com as minhas
amigas, escolher prendas.” P: “Preferência de bebidas, alcoólicas e não
alcoólicas”, Olesia: “Leite, iogurtes e cocktails vários como B-52.” P:
“Ocupação?”, Olesia: “Mulher de negócios.” P: “Tens algum animal de estimação?”,
Olesia: “Um hamster, Mikky.” P: “Estado civil?”, Olesia: “Solteira.” P: “O meu
pior hábito é…”, Olesia: “Sou muto previsível.” P: “A única coisa que não
suporto é…”, Olesia: “Beber muito álcool.” P: “Que animal melhor descreve a tua
personalidade e porquê?”, Olesia: “A serpente. Sou astuta e sensata.” P: “As
pessoas que me conheceram no liceu pensavam que eu era…”, Olesia: “Inteligente
e interessante para conversar.” P: “Como é que descontrais ou passas o teu
tempo livre?”, Olesia: “P: “Gasto todo o meu tempo livre com os meus amigos.”
P: “Qual foi o momento mais feliz da tua vida?”, Olesia: “O meu namorado
comprou-me uma motocicleta.” P: “Quais são as tuas esperanças e sonhos”,
Olesia: “Mantenho todos os meus segredos em segredo.” P: “O melhor conselho que
já me deram foi…”, Olesia: “Não esqueças os teus melhores amigos.” P: “O pior
conselho que me deram…”, Olesia: “Não te preocupes com o teu amor. Ele virá.
Sei que o meu amor está nas minhas mãos.” P: “Que tipo de cuecas usas, se
algumas”, Olesia: “Bikini.” P: “Homem ou mulher ideal”, Olesia: “Amável,
atencioso e educativo.” P: “O tamanho importa? Qual é a tua medida ideal?”,
Olesia: “Quanto a mim, o tamanho importa. O maior é o tamanho ideal.” P:
“Descreve a tua primeira vez (pormenores, local, pensamentos, satisfação,
etc.)”, Olesia: “Foi no campo, chegámos lá de mota.” P: “O que te excita?”,
Olesia: “Autoestradas e motas.” P: “O que te desliga?”, Olesia: “O silêncio.”
P: “O que te faz sentir mais desejada?”, Olesia: “O belo corpo que me seduz.”
P: “Melhor maneira de te dar um orgasmo”, Olesia: “Tocar a minha rata com a
língua, enquanto como bananas.” P: “Qual foi o teu melhor ou mais prazeroso
orgasmo?”, Olesia: “Foi com a minha amiga, Katerina. Ela é uma miúda muito
bruta, mas às vezes pode ser muito simpática.” P: “Masturbas-te? Com que
frequência? (dedo, brinquedos ou ambos)”, Olesia: “. Claro, geralmente com o
dedo” P: “Qual foi o teu primeiro fetiche, se algum?”, Olesia: “Com as minhas
luas de cabedal.” P: “Qual é o lugar mais exótico ou invulgar em que fizeste
sexo? Ou onde gostarias que fosse?”, Olesia: “À noite, à beira-mar, na praia.”
P: “Posição sexual favorita, porquê?”, Olesia: “À canzana.” P: “Descreve um dia
típico da tua vida”, Olesia: “Levanto-me às 07h00. Tomo um duche, tomo o pequeno-almoço
e vou à vida. À noite, encontro-me com o meu namorado.” P: “Tens alguma
curiosidade sexual que gostasses de explorar ou tivesses explorado? Por favor,
descreve com pormenores (rapariga / rapariga, voyeurismo, etc.)”, Olesia: “Como
disse, às vezes faço amor com raparigas. Mas não tem qualquer importância.
Tenho um namorado e de facto amo-o.” P: “Descreve em detalhe a tua fantasia
sexual favorita”, Olesia: “Quero fazer amor com duas raparigas ao mesmo tempo.”
P: “Conta-nos a tua ideia de um encontro de sonho”, Olesia: “Ir para os
trópicos quentes com o meu namorado no avião dele.” P: “Se pudesses ser
fotografada de qualquer forma, em qualquer cenário, qual escolhias? O que te
faria sentir mais desejada, mais sensual?), Olesia: “Gostava ser fotografada
conduzindo uma mota, Alice Aprilia Racing.” Obra fotográfica: {fotos1} {fotos2} {fotos3} {fotos4}. Obra
cinematográfica: {“Tender Waves” +
Valentina + Katerina} ѽ {“The
Sadist” +
Katerina} ѽ {“Oil
And Love” +
Katerina} ѽ {“Forest Nymphs” +
Katerina} ѽ {“Depilation
On The Rock”} ѽ {“Dinner Time” + Valentina +
Katerina} ѽ {“Oiled
Girls On The Coast” + Valentina +
Katerina}.

[2] No Ocidente Livre, a juventude acavala direitos,
liberdades, garantias, mão protetora. “Sid’s Bath” - modelo: Sidney,
com 19 anos, bela belga de Liège, vivendo em Milão, doce, industriosa,
desempoeirada, artística, lhana, cintilante estrela cruzando as ruas milanesas
de bicicleta. Parte favorita do corpo: os lábios. Não gosta da forma dos seus
seios. Trabalhou como modelo na Playboy francesa. Parca obra: Casting
em Milão para a Vice ▪ “Headache”
▪ “Bycicle”
▪ “Smokers”,
fotografada por Richard Kern.

“O
caminho de Kern começou na década de oitenta, quando se envolveu no mundo do
cinema fazendo alguns filmes experimentais no âmbito erótico, mostrando o seu
interesse pelo sexo extremo, violência e perversão. Isto converteu-o numa
figura importante no movimento «Cinema da transgressão»,
originado por Nick Zedd.
Depois de terminar esta fase no cinema da transgressão, dedicou-se a tempo
inteiro à fotografia e realização de alguns vídeos.” “Antes de se tornar
conhecido como fotógrafo, Richard Kern foi realizador de curtas-metragens death-punk, pioneiro numa estética porno
B pós-warholiana que fazia em casa com capas de álbuns dos Sonic Youth, e em
caves de projeção na East Village, numa altura em que ainda era possível chamar
essa cultura underground. Enquanto
isso, as fotos de Kern têm sido publicadas em revistas tão variadas como Purple
e Barely Legal. Kern faz porno, arte e também fotografia de moda, às vezes tudo
no mesmo dia de trabalho, mas não é neste potencial de cruzamento que reside a
singularidade do seu trabalho, é na forma como ele estripa esta multitarefa até
ao tutano, e em como ele elabora a sua peculiar distância do trabalho que
executa sempre que pega na câmara e a aponta para o modelo posando.”
{Vimeo}. Livros: {“Kern Noir”} ○ {“Soft”}.
Fotografia: {Toni
Garrn}
○ {Lydia
Hearst} ○ {Trish
Goff} ○ {Sasha
Grey}
○ {Nicole
Trunfio} ○
{Abby
Stedman & Samantha
York, “Samantha York não é estranha ao estilo de vida multi-ocupacional e,
de facto, é mestre na arte. Com artista, modelo e cenógrafa no papo, temos a
certeza que Sam continuará a expandir o seu curriculum
vitæ antes de completar 25 anos.”} ○ {Dana
Wright} ○ {“Masculin
Féminin”,
Ali Michael, Heaven Baize Garcia, L.H. Guillaud, Hannah Mensch e Jordan Robin} ○ {Ali
Michael} ○ {Charlotte
Kemp
Muhl,
a boneca sexual de Sean Lennon} ○
{Lucy
(Lucy
McKenzie)} ○ {“Shot
by Kern, Paris, France”} ○ {“Medicated”}
○ {fotos1} ○ {fotos2}
○ {fotos3}
○ {fotos4}
○ {fotos5}. Videoclips:
{“Death Valley '69” (1985),
p/ Sonic Youth com Lydia Lunch} ♫ {“Earwig” (2011), p/
Dentata} ♫ {“Lover’s
Cave” (2013), p/ Is Tropical}} ♫ {“Private Play”, (2013), p/ Wash 'n' Set} ♫ {“Boys (I Dated In Highschool)”
(2015), p/ The Prettiots}. Filmes: {“Manhattan Love Suicide:
Stray Dogs” (1985)} ○ {“Submit To Me”
(1986), música The Butthole Surfers, c/ Lydia Lunch, Lung Leg, Jim Thirlwell e
muitos outros} ○ {“Fingered” (1986), c/ Lydia Lunch,
Emilio Cubeiro, Marty Nation} ○  {Hedy La Fleurt} ○ {“Face to Panty
Ratio” (2011)} ○ {“FFP” (Foot
Fetish Party)} / {Kern Girls} ○ {Vice Gallery México}.

Kern:
“Lydia vestia-se sempre como se quisesse provocar as pessoas. Muitas vezes
passava pela East Village, ou ia de metro com ela, quando os homens começavam a
chateá-la pela forma como se vestia. Todas as vezes, ela parava, virava-se para
o gajo ou gajos, enfrentava-os, dizendo coisas como: «Vá, la, vamos fazê-lo já
aqui» - fazer sexo. Os tipos cortavam-se sempre. Sempre pensei que ela tirou
dicas em estilo e atitude da Tura Satana no filme de Russ Meyer, «Faster
Pussycat, Kill Kill».”
{“Breaking Open The Head”
(2014), c/ Richard Kern, Lydia Lunch, Thurston Moore, Weasel Walter, James
Johnson}.

[3] O nome Melody tem uma brilhante continuadora tropical. “Gabriella
Abreu Severino, (nascida em São Paulo, 2 de abril de 2007), mais conhecida como
Melody, é uma cantora e compositora de pop
e funk paulista. Segundo relatos do
pai, Thiago Abreu, mais conhecido com Belinho, Gabriella sonha em ser cantora
desde os primeiros anos de idade, por conta de sua influência, que é cantor de funk também. Não se tem informação sobre
a mãe de Melody, Belinho afirma que cria suas duas filhas como pai solteiro.
Melody tem uma irmã dois anos mais velha conhecida como Bella
Angel. MC Melody ganhou notoriedade nacional no início de 2015, após
divulgar um vídeo na sua página do Facebook cantando a música «Fale de Mim», canção
escrita pelo pai, MC Belinho. Num vídeo seguinte, tentava reproduzir um falsete
de Christina Aguilera que se tornou vital. Logo depois, fez outro vídeo fazendo
falsete dessa vez com uma amiga do seu pai, Deborah Moreira. Melody sempre declarou
que Anitta
é a artista que mais lhe inspira, grande fã da cantora, sempre quis conhecê-la.
A menina chegou até a menosprezar Laura Pausini durante um encontro com a
mesma, dizendo que preferiria ver Anitta. Na mesma entrevista, Laura ficou
impressionada com os falsetes da menina e com os números de suas redes sociais.
Após um encontro constrangedor onde Anitta não lhe deu muita atenção, Melody
chorou, mas depois com ajuda do programa «Pânico na Band», ela conseguiu conhecer
e conversar com Anitta.
Anitta teve outro momento constrangedor com a cantora-criança, quando Melody
anunciou no seu Facebook que estaria preste a lançar uma música com ela. Anitta
comentou a publicação com dois pontos de interrogação, dando a entender que não
sabia sobre essa música.
Atualmente, de vez em quando Anitta mostra em seu Snapchat que acompanha as
redes sociais de Melody e seus novos vídeos.
Melody é considerada uma das crianças brasileiras mais influentes da Internet.”

“Melody
não tem regalias quando se trata da escola. Seu pai, Thiago Abreu, conhecido
como MC Belinho, faz questão de que a filha não falte às aulas para nenhuma
gravação. E a cantora nem ousa desobedecer os ensinamentos do pai. «Se você não
estuda, fica burra. Se você estudar, vai ficar esperta, já é legal. Tem que
ficar esperta. Adoro estudar. Minhas notas vão bem, 9, 10», afirmou ela, que
adora as aulas de Matemática. Na escola, os alunos estão proibidos de tratar
Melody como artista e de correr atrás dela na hora do intervalo, como já
aconteceu. «Pra eles, eu sou diferente e meio normal. Porque se falarem que sou
diferente, a diretora briga. Teve um dia que eles correram atrás de mim, um
monte de menina, criança igual a mim. Fiquei pra lá, pra cá, pra lá, pra cá.
Agora quem ficar atrás de mim, toma suspensão», contou ela, confessando que se
sentia incomodada com tal assédio na escola: «Então… ficar atrás me incomoda.
Porque você tem que ficar ali toda hora sem comer nada, correndo pra lá e pra
cá. Sufocava. Era horrível quando ficava assim. Mas é legal a fama».”

“O
Ministério Público de São Paulo abriu nesta quinta-feira [24/04/2015] um inquérito
para investigação sobre «forte conteúdo erótico e de apelos sexuais» em músicas
e coreografias de crianças e adolescentes músicos. A cantora de funk conhecida como MC Melody, de oito
anos, é um dos alvos da investigação, que suspeita de «violação ao direito ao
respeito e à dignidade de crianças / adolescentes». O caso está sendo
investigado pela Promotoria de Justiça de Defesa dos Interesses Difusos e
Coletivos da Infância e da Juventude da Capital. Segundo uma das representações
publicadas no inquérito, Mc Melody «canta músicas obscenas, com alto teor
sexual e faz poses extremamente sensuais, bem como trabalha como vocalista
musical em carreira solo, dirigida por seu genitor». Além dela, músicas e
videoclipes de outros funkeiros-crianças como MCs
Princesa e Plebéia, MC 2K, Mc Bin Laden,
Mc
Brinquedo e Mc Pikachu
também são alvo da investigação do Ministério Público paulista. (…). O
inquérito, aberto pelo promotor Eduardo Dias de Souza Ferreira, é resultado de
denúncias e representações encaminhadas pela Ouvidoria do Ministério Público e
por cidadãos que pedem avaliação legal sobre a exposição dos funkeiros-crianças.”
Músicas: “Agora chora”
(2015) p/ Melody e Bella Angel ♫ “Já
cansei de ser pobre” (2016), “Eu já cansei de ser pobre (pobre) / Ano
passado eu ganhei uma Barbie / Vai dar par de meia para o escambau / Eu quero é
dinheiro de natal.” ♫ “M de Melody” (2016), p/
Mc Melody ♫ “Melhor assim” (2016), p/
Melody e Rafinha Dragão ♫ “Só curtição” (2017), p/
Melody, Aryel e Bella Angel ♫ “Loka” (2017), p/ Melody,
Bella Angel e Mc Belinho ♫ “Sorte que cê beija bem”
(2017), p/ Melody e Bella Angel.

[4] Filme de aventuras
de um grupo de rock feminino. Este tipo de atividade, tocar rock ‘n’ roll, que afasta as mulheres do
seu dever de satisfazer o esposo e lida da casa, com as tournées, as tentações
carnais, o estilo de vida louco, é cada vez mais fazível, consequência da
inovação tecnológica, que as converte, civilizacionalmente, em excrescências
rococó. Desde Rosey, o robot
dos Jetsons, muito
evoluíram as máquinas na realização das tarefas femininas até aos anos 2000 à
função primeira: fazer sexo, proporcionar prazer sexual, repousar o guerreiro.
Elenca a questão o intelectual americano Milo
Yiannopoulos. “Com quem, ou o quê, os homens têm sexo é a base da
civilização. É a força motriz por trás das nossas maiores realizações. Os homens
não competem por prazer abstrato: competem para arrecadar o melhor parceiro. A
Internet, as pirâmides e as alunagens não existiriam se não fosse o desejo do
homem de fazer sexo com a mulher. É por isso que a Natureza experimenta mais
amplamente com o homem: a faixa do QI masculina é mais larga, e há mais
variação no comportamento e biologia masculinos do que nas mulheres. Os homens
estão onde a experimentação acontece, porque uma maior variedade de aptidões e
preferências masculinas manterá as mulheres mais felizes e resulta numa
sociedade mais desenvolvida e saudável. Mas os apetites sexuais masculinos são
facilmente satisfeitos, apesar do que dirão as mulheres. Broches não são
difíceis de conseguir e, em todo o caso, a maioria dos gajos contenta-se com
uma piza e uma punheta. Para muitos homens, o sexo é um agradável bónus, mas
não é essencial. Quando se introduz uma alternativa de baixo custo às mulheres,
que vem sem todo aquele resmungar, inseguranças e despesas, francamente, os
homens alinham logo. Outra razão pela qual os homens podem entusiasmar-se pelo
sexo sem mulheres é óbvio: o feminismo sociopata que odeia os homens, que hoje
vemos aos quilos na televisão e nos jornais, está a afastar os homens de
lidarem em absoluto com mulheres. As constantes lamúrias sobre «masculinidade
tóxica», «sentar-se de pernas abertas», «condescendência nas conversas com
mulheres», o falso fosso salarial e o absurdo mito da cultura da violação nos
campus universitários estão a separar os sexos, alimentando a desconfiança e o
medo. (…). Em resposta, os homens estão simplesmente a pular fora, desistindo
de mulheres e retirando-se para o porno e videojogos. Chamo-lhe «sexodus», e as
suas vítimas imediatas não são os homens, mas as mulheres, que estão sendo
consignadas ao celibato, visto os homens perderem interesse nelas ou estão
simplesmente demasiado exaustos ou amedrontados das consequências sociais de se
aproximar romanticamente de raparigas. A verdade é que os homens passam bem sem
mulheres, ao contrário das mulheres, que se tornam apanhadinhas neuróticas
esganiçadas, se ainda estão solteiras aos 30 anos. (…). As feministas disseram
às mulheres que podiam ter tudo: a carreira, o marido, os filhos e o clube de
leitura. Mas era uma mentira. O que lhes calhou em vez disso é um apartamento
minúsculo numa cidade dormitório, amigos que odeiam, um histórico de relações
desastrosas e emocionalmente insatisfatórias, e um gato. Se atualmente as
relações entre os sexos tivessem sido mais saudáveis, não haveria lugar para as
ginoides. Sexualmente, as mulheres já tinham a vantagem. Elas tinham o que os
homens queriam. Há uma razão para que a fuga do Ashley Madison mostrasse que o site era 90 % masculino. As feministas
detestam quando por acaso conseguem o que querem. Há décadas que promovem uma
guerra contra o sexo nos campus universitários e alhures. Agora, de repente,
elas ganharão os frutos do seu trabalho: os «criançolas choramingas», que têm
acossado por tantos anos vão ejacular em robots moldados em silício, em vez de
rastejarem aos seus pés pela hipótese de lhes snifarem as cuecas. «Senhoras, se
pensam que agora os gajos são imbecis interesseiros e egoístas, apenas esperem
até eles começarem a aparecer nos encontros envoltos no resplendor pós-sexo com
os seus robots de Jessica Alba», escreve o muito lido blogue Château Heartiste.
«Vai ser preciso dar o litro para conquistar um tipo que está tão sexualmente
satisfeito». (…). Dito isto, o meu palpite é que o matrimónio beneficiará da
redução do foco no sexo. Com o desejo retirado do quadro conjugal, é
concebível, que crescerá o número de «casamentos de parceria» entre pessoas que
se dão bem e respeitam uma à outra o suficiente para partilharem o fardo de
criar filhos. Sem o desequilíbrio de poder incorporado no casamento heterossexual
tradicional – isto é, as mulheres com os trunfos todos – o casamento poderia
tornar-se mais forte que nunca.”          

Na América há
uma esperança de que o sexo com robots não prevaleça, uma mulher que os homens
beijam os pés, (“Lucy In The Sky With Diamonds”), uma
católica com 1,65 m, 52 kg, 86-61-84, sapatos 38, olhos
azuis, cabelo castanho-escuro, de seu nome, artístico, Miley
Cyrus. – “Bang Me Box” ♫ “BB Talk”.

Em Portugal,
a proverbial passividade feminina, abre perspetivas de lucros opulentos no
mercado das ginoides, serão recebidas de carteiras e camas abertas. Epiloga
essa consensual letargia, uma volva do sul, Manuela Ferreira Leite: “Esse
setor, tão sensível, com uma empresa que é uma empresa tão importante, eu acho
que nós temos uma tendência, masoquista, para aniquilarmos aquilo que é bom no
país. (…). Lembrámo-nos agora de repente de nos irmos de nos irmos meter com a
EDP? E de dizermos que ehh eles têm manhas, que fazem isto e fazem aquilo? Uma
empresa cotada, que não é nossa, que está na mão basicamente dos chineses, ‘tamos
a meter com os chineses? Ah, mas eles não têm nenhum prurido, com certeza,
em dar qualquer outro destino à empresa, caso a gente os mace muito.”

A melhor
definição de ato sexual nacional publicou-o um jornal de referência, que, num
golpe de génio, destacou quatro mulheres jornalistas, para uma visão objetiva, sintética,
do ponto de vista feminino, do ato: “a jovem está apática”, “não tem reação”, “a
estudante universitária não sabe o que lhe está a acontecer”. Apatia, inação,
apedeutismo, abrevia o papel de uma portuguesa e, nisto, o melhor jornal de
referência deu uma lição de jornalismo, escolhendo expertas, porque só uma
mulher, - quatro ainda melhor -, extrairiam a notícia da imagem, pois têm inside information. “O vídeo gravado na
Queima das Fitas do Porto, ao que tudo indica no interior de um autocarro da
STCP, tem menos de dois minutos. São visíveis contactos sexuais não
consentidos, a jovem está apática, não tem reação e percebe-se claramente nas
imagens que circulam nas redes sociais que a estudante universitária não sabe o
que lhe está a acontecer. A Polícia Judiciária do Porto já está a investigar,
mas para já ainda não foi formalmente aberto um inquérito. Nem pode ser, porque
estão em causa crimes particulares e semipúblicos. E se os intervenientes não
se queixarem, os atos divulgados poderão ficar sem castigo. A verdade é que,
nas redes sociais, a imagem de todos os intervenientes – o grupo que nada faz,
mas assiste – foi tornada pública. Havia mesmo milhares de partilhas com as
imagens dos envolvidos e quem apelasse à justiça popular contra os rapazes e
pelo menos uma rapariga que assistiu aos atos, tal como havia quem culpasse a
jovem pela situação em que se encontrava. Estão em causa, neste caso, pelo
menos três crimes: abuso sexual de pessoa incapaz de resistência, devassa da
vida privada e gravação ilícita. Mas a jovem não pode ser forçada a apresentar
queixa, tanto mais quer as imagens dão conta de que será maior de idade.” no
Correio da Manhã, 18/05/2017.

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