Mal-estar no PS: Centeno citado em estudo que defende corte de pensões

30-09-2020
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"O texto é meu, ponto final. É da minha exclusiva responsabilidade", diz Paes Antunes ao Expresso. O ex-secretário de Estado da Segurança Social do Governo de Durão Barroso é o coordenador das propostas de "Ideias para Portugal" nas áreas do Emprego e da Proteção Social. Mas não esteve sozinho. Para elaborar o conjunto de medidas para garantir a sustentabilidade dos sistemas de Segurança Social ouviu personalidades de várias áreas políticas. Entre elas está Mário Centeno, o chefe da equipa de economistas chamados pelo PS para elaborar o programa para a década.

A presença de Centeno no projeto, encomendado pela Câmara de Comércio e Indústria de Portugal, criou imediato mal-estar nos socialistas. Depois da sessão de apresentação do estudo, que decorreu esta quinta-feira de manhã, em Lisboa, choveram telefonemas e mensagens pedindo explicações para o facto de Centeno ser alegadamente coautor de um estudo que defendia preto no branco a "redução do valor médio das pensões em pagamento". Rosário Gama, dirigente da APRe! (Associação de Pensionistas, Reformados e Aposentados) e membro da comissão política do PS foi uma das recetoras das mensagens de indignação.

Paes Antunes faz questão de esclarecer o assunto. E, mais do que tudo, de pôr água na fervura que ameaçava transbordar. "O texto é meu e não compromete rigorosamente nenhuma das outras personalidades com quem falei." No caso concreto de Centeno, "até nem falei sobre Segurança Social com ele", garante Paes Antunes, que assume que "este não é o resultado de um trabalho de reflexão de um grupo de pessoas - é só meu".

O coordenador da parte mais social das propostas para Portugal da Câmara de Comércio adianta ainda que "ninguém viu o documento, antes de o acabar", mas também nenhum dos académicos ouvidos "objetou a que fosse citado". No entanto, o texto original continha um esclarecimento que acabou por ser apagado pelos organizadores. E que acabou por dar origem às maiores dúvidas. Nele se dizia que o teor do documento "e o que elas possam ter de errado ou controverso – é da minha exclusiva responsabilidade, sendo injusto atribuí-las àqueles com quem, brevemente, troquei ideias sobre os temas em causa". No entanto, "seria também injusto não mencionar todos aqueles que me deram o prazer de trocar algumas ideias sobre estes temas, em particular Fernando Ribeiro Mendes, Francisco Lima, Jorge Bravo, Jorge Gaspar, Mário Centeno, Miguel Teixeira Coelho, Pedro Portugal e Ricardo Campelo de Magalhães", escreveu Paes Antunes.

O mesmo terá sucedido aos militantes socialistas Eurico Brilhante Dias e Óscar Soares, citados no mesmo documento, mas na parte das medidas dedicadas à Saúde. Coordenada por Guilherme Magalhães, esta parte do trabalho recolheu ainda as opiniões de personalidades diversas. Entre as quais os dois militantes do PS, que figuram como "personalidades ouvidas" mas a quem não pode ser atribuída a responsabilidade pela defesa da manutenção da ADSE como subsistema público de apoio na doença ou a defesa "dedicação preferencial e não a exclusividade" dos profissionais de saúde no sector público.

"O texto é meu, ponto final. É da minha exclusiva responsabilidade", diz Paes Antunes ao Expresso. O ex-secretário de Estado da Segurança Social do Governo de Durão Barroso é o coordenador das propostas de "Ideias para Portugal" nas áreas do Emprego e da Proteção Social. Mas não esteve sozinho. Para elaborar o conjunto de medidas para garantir a sustentabilidade dos sistemas de Segurança Social ouviu personalidades de várias áreas políticas. Entre elas está Mário Centeno, o chefe da equipa de economistas chamados pelo PS para elaborar o programa para a década.

A presença de Centeno no projeto, encomendado pela Câmara de Comércio e Indústria de Portugal, criou imediato mal-estar nos socialistas. Depois da sessão de apresentação do estudo, que decorreu esta quinta-feira de manhã, em Lisboa, choveram telefonemas e mensagens pedindo explicações para o facto de Centeno ser alegadamente coautor de um estudo que defendia preto no branco a "redução do valor médio das pensões em pagamento". Rosário Gama, dirigente da APRe! (Associação de Pensionistas, Reformados e Aposentados) e membro da comissão política do PS foi uma das recetoras das mensagens de indignação.

Paes Antunes faz questão de esclarecer o assunto. E, mais do que tudo, de pôr água na fervura que ameaçava transbordar. "O texto é meu e não compromete rigorosamente nenhuma das outras personalidades com quem falei." No caso concreto de Centeno, "até nem falei sobre Segurança Social com ele", garante Paes Antunes, que assume que "este não é o resultado de um trabalho de reflexão de um grupo de pessoas - é só meu".

O coordenador da parte mais social das propostas para Portugal da Câmara de Comércio adianta ainda que "ninguém viu o documento, antes de o acabar", mas também nenhum dos académicos ouvidos "objetou a que fosse citado". No entanto, o texto original continha um esclarecimento que acabou por ser apagado pelos organizadores. E que acabou por dar origem às maiores dúvidas. Nele se dizia que o teor do documento "e o que elas possam ter de errado ou controverso – é da minha exclusiva responsabilidade, sendo injusto atribuí-las àqueles com quem, brevemente, troquei ideias sobre os temas em causa". No entanto, "seria também injusto não mencionar todos aqueles que me deram o prazer de trocar algumas ideias sobre estes temas, em particular Fernando Ribeiro Mendes, Francisco Lima, Jorge Bravo, Jorge Gaspar, Mário Centeno, Miguel Teixeira Coelho, Pedro Portugal e Ricardo Campelo de Magalhães", escreveu Paes Antunes.

O mesmo terá sucedido aos militantes socialistas Eurico Brilhante Dias e Óscar Soares, citados no mesmo documento, mas na parte das medidas dedicadas à Saúde. Coordenada por Guilherme Magalhães, esta parte do trabalho recolheu ainda as opiniões de personalidades diversas. Entre as quais os dois militantes do PS, que figuram como "personalidades ouvidas" mas a quem não pode ser atribuída a responsabilidade pela defesa da manutenção da ADSE como subsistema público de apoio na doença ou a defesa "dedicação preferencial e não a exclusividade" dos profissionais de saúde no sector público.

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