Governo antecipa uma redução no investimento estrangeiro em ano "particularmente difícil"

06-09-2020
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Governo antecipa uma redução no investimento estrangeiro em ano "particularmente difícil"

23 jul 2020 16:51

Economia

MadreMedia

Pedro Soares Botelho

Apesar da pandemia, o investimento estrangeiro em Portugal no primeiro semestre será responsável por 1.110 novos postos de trabalho, disse hoje o secretário de Estado da Internacionalização. Ainda assim, o ano vai ser “particularmente difícil”, exigindo os setores automóvel e aeronáutico “um cuidado especial” do governo, perante o adiamento de decisões.

O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, durante a conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, 23 de julho de 2020.
MÁRIO CRUZ/LUSA

Os primeiros três meses do ano não fazem os alarmes disparar, mas o Governo admite que com as contas de junho sobre o investimento estrangeiro em Portugal, a situação se agrave.“Neste momento, os valores mais recentes dizem que o ‘stock’ de investimento direto estrangeiro, no fim do primeiro trimestre estava em valores muito próximos do fim do ano 2019.” Porém, quando chegarem os números de junho, “a expectativa é que tenha alguma redução”, explicou o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, no final do Conselho de Ministros.Contudo, “aquilo de que estamos a falar é ‘stock’ de investimento direto estrangeiro, que queremos progressivamente ir aumentando.”Questionado pelo SAPO24 sobre o impacto da pandemia no investimento estrangeiro, o secretário de Estado afirmou que “Portugal não tem tido operações de investimento direto estrangeiro, decisões que tenham sido revertidas — com exceção de um caso que é conhecido, mas que, até penso ter acontecido por razões muito diferentes, que não estão relacionadas com a própria pandemia”.Pelo contrário, Eurico Brilhante Dias contou que o país tem conseguido “angariar novos projetos”. Em concreto, nos primeiros seis meses deste ano, foram doze. Não adiantando montantes, o secretário de Estado avançou apenas que estes investimentos vão ser responsáveis pela criação de 1.110 postos de trabalho.Ainda assim, o secretário de Estado reconheceu que 2020 “será um ano particularmente difícil no que diz respeito ao aumento de investimento”, mas garante que está a ser feito um esforço para que “as decisões de investimento se mantenham e que possam — ainda que mais à frente — concretizar-se, criando os postos de trabalho e o volume de exportações que nos permitirão atingir as metas que temos.”Brilhante Dias sublinha ainda que “Portugal angariou, já este ano, projetos de seis ou sete proveniências diferentes: entre os Estados Unidos da América, o Brasil e os países mais próximos da União Europeia”. Para o governante, isto mostra que “Portugal tem vindo a diversificar as fontes de investimento e tem procurado, acima de tudo, para reduzir o risco, aumentar a diversidade quer das origens, quer dos setores de investimento”.“Um dos setores onde fazemos uma clara aposta continua a ser nos centros de engenharia, nos centros de inovação e nos centros de serviços — para além da área industrial”, aponta. E nestas áreas, o governo não nota qualquer “diminuição da procura”. Todavia, “no setor automóvel e no setor aeronáutico, algumas decisões vão sendo proteladas [adiadas]”, precisando estes setores de “um cuidado especial para continuar a manter esse investimento estrangeiro direto em Portugal.”O Conselho de Ministros aprovou hoje, na generalidade, o Programa Internacionalizar 2030, que define metas e medidas para que as exportações atinjam 53% do PIB em 2030 e pretende reforçar 'stock' de investimento direto estrangeiro em 4% ao ano.Após esta aprovação na generalidade, o Programa Internacionalizar 2030, vai ser debatido no parlamento e no âmbito do Conselho Estratégico para a Internacionalização da Economia — que reúne membros do Governo, das associações e confederações empresariais — para recolher sugestões, propostas e medidas, antes da aprovação da versão final.O Programa Internacionalizar, refere o comunicado do Conselho de Ministros, estabelece as prioridades para a internacionalização da economia portuguesa, através do aumento das exportações de bens e serviços e do incremento do número de exportadores, da diversificação de mercados de exportação, do aumento do volume de investimento direto estrangeiro (IDE), do fortalecimento do investimento direto português no estrangeiro (IDPE) e do acréscimo do valor acrescentado nacional (VAB)”.Segundo precisou o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, no final do Conselho de Ministros, o objetivo é que o IDE possa aumentar de forma progressiva a 4% ao ano. No caso das exportações, e depois do recorde atingido em 2019, a meta definida no Programa é de que possam atingir o equivalente a 53% do Produto Interno Bruto (PIB), o que significa um incremento de nove pontos percentuais do peso das exportações no PIB.Neste Conselho de Ministros, o governo aprovou ainda um programa de apoio aos investimentos em Portugal feitos pelos emigrantes e a criação do Estatuto do Investidor da Diáspora."É um instrumento muito importante para ter mais investimento, em particular nas áreas territoriais de baixa densidade, de investidores da diáspora espalhados pelo mundo, e sabemos bem do peso desta diáspora no investimento nalgumas regiões do país”.O Governo, acrescentou, "criou um programa de apoio que permite diferenciar e apoiar aqueles que queiram investir no território português, mas que sejam identificados pelo estatuto do investidor da diáspora", acrescentou Eurico Brilhante Dias.* Com Lusa


Governo antecipa uma redução no investimento estrangeiro em ano "particularmente difícil"

23 jul 2020 16:51

Economia

MadreMedia

Pedro Soares Botelho

Apesar da pandemia, o investimento estrangeiro em Portugal no primeiro semestre será responsável por 1.110 novos postos de trabalho, disse hoje o secretário de Estado da Internacionalização. Ainda assim, o ano vai ser “particularmente difícil”, exigindo os setores automóvel e aeronáutico “um cuidado especial” do governo, perante o adiamento de decisões.

O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, durante a conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, 23 de julho de 2020.
MÁRIO CRUZ/LUSA

Os primeiros três meses do ano não fazem os alarmes disparar, mas o Governo admite que com as contas de junho sobre o investimento estrangeiro em Portugal, a situação se agrave.“Neste momento, os valores mais recentes dizem que o ‘stock’ de investimento direto estrangeiro, no fim do primeiro trimestre estava em valores muito próximos do fim do ano 2019.” Porém, quando chegarem os números de junho, “a expectativa é que tenha alguma redução”, explicou o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, no final do Conselho de Ministros.Contudo, “aquilo de que estamos a falar é ‘stock’ de investimento direto estrangeiro, que queremos progressivamente ir aumentando.”Questionado pelo SAPO24 sobre o impacto da pandemia no investimento estrangeiro, o secretário de Estado afirmou que “Portugal não tem tido operações de investimento direto estrangeiro, decisões que tenham sido revertidas — com exceção de um caso que é conhecido, mas que, até penso ter acontecido por razões muito diferentes, que não estão relacionadas com a própria pandemia”.Pelo contrário, Eurico Brilhante Dias contou que o país tem conseguido “angariar novos projetos”. Em concreto, nos primeiros seis meses deste ano, foram doze. Não adiantando montantes, o secretário de Estado avançou apenas que estes investimentos vão ser responsáveis pela criação de 1.110 postos de trabalho.Ainda assim, o secretário de Estado reconheceu que 2020 “será um ano particularmente difícil no que diz respeito ao aumento de investimento”, mas garante que está a ser feito um esforço para que “as decisões de investimento se mantenham e que possam — ainda que mais à frente — concretizar-se, criando os postos de trabalho e o volume de exportações que nos permitirão atingir as metas que temos.”Brilhante Dias sublinha ainda que “Portugal angariou, já este ano, projetos de seis ou sete proveniências diferentes: entre os Estados Unidos da América, o Brasil e os países mais próximos da União Europeia”. Para o governante, isto mostra que “Portugal tem vindo a diversificar as fontes de investimento e tem procurado, acima de tudo, para reduzir o risco, aumentar a diversidade quer das origens, quer dos setores de investimento”.“Um dos setores onde fazemos uma clara aposta continua a ser nos centros de engenharia, nos centros de inovação e nos centros de serviços — para além da área industrial”, aponta. E nestas áreas, o governo não nota qualquer “diminuição da procura”. Todavia, “no setor automóvel e no setor aeronáutico, algumas decisões vão sendo proteladas [adiadas]”, precisando estes setores de “um cuidado especial para continuar a manter esse investimento estrangeiro direto em Portugal.”O Conselho de Ministros aprovou hoje, na generalidade, o Programa Internacionalizar 2030, que define metas e medidas para que as exportações atinjam 53% do PIB em 2030 e pretende reforçar 'stock' de investimento direto estrangeiro em 4% ao ano.Após esta aprovação na generalidade, o Programa Internacionalizar 2030, vai ser debatido no parlamento e no âmbito do Conselho Estratégico para a Internacionalização da Economia — que reúne membros do Governo, das associações e confederações empresariais — para recolher sugestões, propostas e medidas, antes da aprovação da versão final.O Programa Internacionalizar, refere o comunicado do Conselho de Ministros, estabelece as prioridades para a internacionalização da economia portuguesa, através do aumento das exportações de bens e serviços e do incremento do número de exportadores, da diversificação de mercados de exportação, do aumento do volume de investimento direto estrangeiro (IDE), do fortalecimento do investimento direto português no estrangeiro (IDPE) e do acréscimo do valor acrescentado nacional (VAB)”.Segundo precisou o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, no final do Conselho de Ministros, o objetivo é que o IDE possa aumentar de forma progressiva a 4% ao ano. No caso das exportações, e depois do recorde atingido em 2019, a meta definida no Programa é de que possam atingir o equivalente a 53% do Produto Interno Bruto (PIB), o que significa um incremento de nove pontos percentuais do peso das exportações no PIB.Neste Conselho de Ministros, o governo aprovou ainda um programa de apoio aos investimentos em Portugal feitos pelos emigrantes e a criação do Estatuto do Investidor da Diáspora."É um instrumento muito importante para ter mais investimento, em particular nas áreas territoriais de baixa densidade, de investidores da diáspora espalhados pelo mundo, e sabemos bem do peso desta diáspora no investimento nalgumas regiões do país”.O Governo, acrescentou, "criou um programa de apoio que permite diferenciar e apoiar aqueles que queiram investir no território português, mas que sejam identificados pelo estatuto do investidor da diáspora", acrescentou Eurico Brilhante Dias.* Com Lusa

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