Eurico Brilhante Dias: Portugal "precisa de capital estrangeiro para poder progredir"

20-11-2020
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Eurico Brilhante Dias, António Saraiva e Rosália Amorim na 3ª sessão da conferência Exportações & Investimento. © Leonardo Negrão/GI

Francisco de Almeida Fernandes 20 Novembro, 2020 • 17:33 Partilhar este artigo Facebook

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São 43 as medidas de atuação englobadas no programa Internacionalizar 2030, que o governo aprovou em julho e que será, de acordo com Eurico Brilhante Dias, a "bússola" orientadora da estratégia externa para a captação de investimento estrangeiro ao longo da próxima década. O secretário de Estado da Internacionalização, que participou na terceira sessão da Conferência Anual da AICEP esta sexta-feira, fez questão de sublinhar a importância de continuar a atrair capital externo para reforçar o PIB nacional e aumentar o peso das exportações do produto. Portugal, diz, "precisa de capital estrangeiro mobilizador dos nossos recursos, o talento e o território, para poder progredir".

A escassez de capital português que aumenta a dificuldade de investimento torna "inevitável" que a internacionalização esteja no "centro da política económica e pública". Eurico Brilhante Dias refere que as metas do programa foram divididas, por consequência do impacto da crise pandémica, em objetivos de recuperação e metas para aumentar o peso das exportações no PIB. Partindo dos atuais 44%, o executivo quer atingir 50% em 2027 e 53% em 2030, aumentando o número de empresas exportadoras de 21.500 para 25 mil no final da década. A ambição, refere, passa ainda por "aumentar o stock de investimento estrangeiro e poder aumentar, progressivamente, o grau de abertura da economia portuguesa".

Por outro lado, o responsável pela internacionalização portuguesa lembra que, apesar do "vendaval" provocado pela pandemia, "o setor exportador na área dos bens conseguiu, em setembro, exportar praticamente o mesmo que em 2019". De acordo com os números, as vendas ao exterior em setembro deste ano caíram 0,4% em relação ao período homólogo, embora "se excluirmos a componente combustíveis, existiu um ligeiro incremento de 0,2%".

O secretário de Estado acredita que é importante continuar a apoiar as empresas, nomeadamente através da AICEP, para que a captação de investimento estrangeiro "permita desenvolver o talento" nacional, mas também os diferentes territórios do país que devem continuar a apostar na sua capacitação e competitividade para fixação desse investimento.

Desenvolver e aplicar a estratégia de internacionalização de forma multilateral, em parceria com outros ministérios, será, defende, essencial para aumentar a capacidade do país na geração de novas oportunidades. Dois exemplos desta coordenação intersetorial passam pelo apoio ao investimento da diáspora e pelo reforço da cooperação na CPLP "para que continue a ser um instrumento fundamental nas exportações portuguesas". "Temos de usar, positivamente, a CPLP", afirma.

A capacidade de promoção das empresas e dos produtos nacionais no estrangeiro depende, em grande parte, da perceção que os mercados externos têm não só do país, mas também dos diferentes setores de atividade. "Portugal não é visto da mesma forma no calçado, na metalomecânica, no turismo ou no setor dos vinhos", assinala Eurico Brilhante Dias, justificando a necessidade do "desenvolvimento da marca Portugal". Para isso, o governo e a AICEP estão a promover um estudo de monitorização da perceção externa, cujos resultados deverão estar disponíveis "no princípio do próximo ano". "Temos de ser capazes de verter toda a intelligence que temos num instrumento de gestão para podermos atuar", remata.

Eurico Brilhante Dias, António Saraiva e Rosália Amorim na 3ª sessão da conferência Exportações & Investimento. © Leonardo Negrão/GI

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São 43 as medidas de atuação englobadas no programa Internacionalizar 2030, que o governo aprovou em julho e que será, de acordo com Eurico Brilhante Dias, a "bússola" orientadora da estratégia externa para a captação de investimento estrangeiro ao longo da próxima década. O secretário de Estado da Internacionalização, que participou na terceira sessão da Conferência Anual da AICEP esta sexta-feira, fez questão de sublinhar a importância de continuar a atrair capital externo para reforçar o PIB nacional e aumentar o peso das exportações do produto. Portugal, diz, "precisa de capital estrangeiro mobilizador dos nossos recursos, o talento e o território, para poder progredir".

A escassez de capital português que aumenta a dificuldade de investimento torna "inevitável" que a internacionalização esteja no "centro da política económica e pública". Eurico Brilhante Dias refere que as metas do programa foram divididas, por consequência do impacto da crise pandémica, em objetivos de recuperação e metas para aumentar o peso das exportações no PIB. Partindo dos atuais 44%, o executivo quer atingir 50% em 2027 e 53% em 2030, aumentando o número de empresas exportadoras de 21.500 para 25 mil no final da década. A ambição, refere, passa ainda por "aumentar o stock de investimento estrangeiro e poder aumentar, progressivamente, o grau de abertura da economia portuguesa".

Por outro lado, o responsável pela internacionalização portuguesa lembra que, apesar do "vendaval" provocado pela pandemia, "o setor exportador na área dos bens conseguiu, em setembro, exportar praticamente o mesmo que em 2019". De acordo com os números, as vendas ao exterior em setembro deste ano caíram 0,4% em relação ao período homólogo, embora "se excluirmos a componente combustíveis, existiu um ligeiro incremento de 0,2%".

O secretário de Estado acredita que é importante continuar a apoiar as empresas, nomeadamente através da AICEP, para que a captação de investimento estrangeiro "permita desenvolver o talento" nacional, mas também os diferentes territórios do país que devem continuar a apostar na sua capacitação e competitividade para fixação desse investimento.

Desenvolver e aplicar a estratégia de internacionalização de forma multilateral, em parceria com outros ministérios, será, defende, essencial para aumentar a capacidade do país na geração de novas oportunidades. Dois exemplos desta coordenação intersetorial passam pelo apoio ao investimento da diáspora e pelo reforço da cooperação na CPLP "para que continue a ser um instrumento fundamental nas exportações portuguesas". "Temos de usar, positivamente, a CPLP", afirma.

A capacidade de promoção das empresas e dos produtos nacionais no estrangeiro depende, em grande parte, da perceção que os mercados externos têm não só do país, mas também dos diferentes setores de atividade. "Portugal não é visto da mesma forma no calçado, na metalomecânica, no turismo ou no setor dos vinhos", assinala Eurico Brilhante Dias, justificando a necessidade do "desenvolvimento da marca Portugal". Para isso, o governo e a AICEP estão a promover um estudo de monitorização da perceção externa, cujos resultados deverão estar disponíveis "no princípio do próximo ano". "Temos de ser capazes de verter toda a intelligence que temos num instrumento de gestão para podermos atuar", remata.

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