Presença de André Ventura no Parlamento motiva demissão da presidente dos Conselheiros das Comunidades Portuguesas

14-06-2020
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Presença de André Ventura no Parlamento motiva demissão da presidente dos Conselheiros das Comunidades Portuguesas

Luísa Semedo, presidente do Conselho Regional da Europa (CRE) do Conselho das Comunidades Portuguesas considera ter sido um "grave erro" ter dado autorização a André Ventura para formar um partido.

Observador

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12 fev 2020, 15:52

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▲"As leis do nosso país e a nossa Constituição resultante da Revolução de 25 Abril de 1974 (...) não nos conseguiram, afinal, proteger da entrada na Casa da Democracia de quem a põe em perigo", escreveu Luísa Semedo na carta de demissão.

Carlos Manuel Martins

▲"As leis do nosso país e a nossa Constituição resultante da Revolução de 25 Abril de 1974 (...) não nos conseguiram, afinal, proteger da entrada na Casa da Democracia de quem a põe em perigo", escreveu Luísa Semedo na carta de demissão.

Carlos Manuel Martins

Luísa Semedo, Presidente do Conselho Regional da Europa (CRE) do Conselho das Comunidades Portuguesas, apresentou a sua demissão do cargo por considerar que “não reúne as condições necessárias para continuar a representar a totalidade das Conselheiras e Conselheiros”.
Na carta dirigida também à secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, publicada na íntegra na página pessoal de Facebook, Luísa Semedo considerou ser ter sido “um grave erro” dar “autorização” a “um personagem já conhecido pelas suas tomadas de posição racistas” para fundar um partido e que as leis e a Constituição do país falharam: “não nos conseguiram, afinal, proteger da entrada na Casa da Democracia de quem a põe em perigo”.André Ventura representa um partido que se ataca aos direitos das mulheres, das pessoas ciganas, negras, muçulmanas, das pessoas LGBT, aos direitos dos refugiados, que propaga incitação ao ódio, que se ataca de forma descomplexada no seu programa aos valores de Abril, aos sindicatos, que tem pretensões de elaborar mudanças radicais na nossa Constituição, de implementar uma nova “República” e que abriga no seu seio fascistas e nazis”, escreve na carta Luísa Semedo.O anúncio de candidatura de André Ventura a Presidente da República também não passou ao lado da reflexão de Luísa Semedo, que além do “erro” de permitir a fundação do partido a André Ventura o tenha levado a sentar-se na Assembleia da República e agora a estar “pronto a disputar o lugar de Presidente da República”.

A conselheira eleita em França, abandona o cargo por considerar que a posição que tem “emana de uma ética de convicção e que é, portanto, pessoal” e a decisão surge para que a ética da responsabilidade associada ao cargo que tem ocupado não seja colocada em causa.Pessoalmente, Luísa Semedo diz-se sentir-se “diretamente atacada pela ideologia disseminada” pelo Chega e por André Ventura.“Não lhe reconheço legitimidade, penso que é fruto de uma anomalia, de uma falha do nosso sistema democrático. O racismo, o fascismo, o nazismo, o sexismo, a homofobia não são opiniões, são crimes. Não concebo dialogar, dar legitimidade, banalizar quem defende práticas criminosas que contrariam os valores de Igualdade, Justiça e Liberdade essenciais numa Democracia”, escreve a conselheira que irá manter-se até ao final do mandato na condição de conselheira das comunidades portuguesas em França.A demissão acontece antes da reunião anual do Conselho Regional da Europa que tem como prática convidar todos os deputados na Assembleia da República e partidos com assento parlamentar a estarem presentes.

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▲"As leis do nosso país e a nossa Constituição resultante da Revolução de 25 Abril de 1974 (...) não nos conseguiram, afinal, proteger da entrada na Casa da Democracia de quem a põe em perigo", escreveu Luísa Semedo na carta de demissão.

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Luísa Semedo, Presidente do Conselho Regional da Europa (CRE) do Conselho das Comunidades Portuguesas, apresentou a sua demissão do cargo por considerar que “não reúne as condições necessárias para continuar a representar a totalidade das Conselheiras e Conselheiros”.
Na carta dirigida também à secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, publicada na íntegra na página pessoal de Facebook, Luísa Semedo considerou ser ter sido “um grave erro” dar “autorização” a “um personagem já conhecido pelas suas tomadas de posição racistas” para fundar um partido e que as leis e a Constituição do país falharam: “não nos conseguiram, afinal, proteger da entrada na Casa da Democracia de quem a põe em perigo”.André Ventura representa um partido que se ataca aos direitos das mulheres, das pessoas ciganas, negras, muçulmanas, das pessoas LGBT, aos direitos dos refugiados, que propaga incitação ao ódio, que se ataca de forma descomplexada no seu programa aos valores de Abril, aos sindicatos, que tem pretensões de elaborar mudanças radicais na nossa Constituição, de implementar uma nova “República” e que abriga no seu seio fascistas e nazis”, escreve na carta Luísa Semedo.O anúncio de candidatura de André Ventura a Presidente da República também não passou ao lado da reflexão de Luísa Semedo, que além do “erro” de permitir a fundação do partido a André Ventura o tenha levado a sentar-se na Assembleia da República e agora a estar “pronto a disputar o lugar de Presidente da República”.

A conselheira eleita em França, abandona o cargo por considerar que a posição que tem “emana de uma ética de convicção e que é, portanto, pessoal” e a decisão surge para que a ética da responsabilidade associada ao cargo que tem ocupado não seja colocada em causa.Pessoalmente, Luísa Semedo diz-se sentir-se “diretamente atacada pela ideologia disseminada” pelo Chega e por André Ventura.“Não lhe reconheço legitimidade, penso que é fruto de uma anomalia, de uma falha do nosso sistema democrático. O racismo, o fascismo, o nazismo, o sexismo, a homofobia não são opiniões, são crimes. Não concebo dialogar, dar legitimidade, banalizar quem defende práticas criminosas que contrariam os valores de Igualdade, Justiça e Liberdade essenciais numa Democracia”, escreve a conselheira que irá manter-se até ao final do mandato na condição de conselheira das comunidades portuguesas em França.A demissão acontece antes da reunião anual do Conselho Regional da Europa que tem como prática convidar todos os deputados na Assembleia da República e partidos com assento parlamentar a estarem presentes.

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