Número de portugueses que adquiriu a nacionalidade espanhola subiu 58,1% em 2019, diz relatório

27-12-2020
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O número de portugueses que adquiriu a nacionalidade espanhola subiu 58,1% em 2019, o que poderá ser explicado pelos descendentes de emigrantes na Venezuela que escolheram este destino devido a afinidades, como a língua, segundo o Observatório da Emigração.

Rui Pena Pires, coordenador científico do Observatório da Emigração, um centro de investigação do ISCTE -Instituto Universitário de Lisboa, falava durante a apresentação do Relatório da Emigração, segundo o qual em 2019 terão saído de Portugal cerca de 80.000 portugueses.

O documento indica que, nesse período, foram 596 os portugueses que adquiriram a nacionalidade espanhola, mais 58,1% do que no ano anterior (377). Em 2017 esse valor foi de 135.

O número de portugueses que adquiriram nacionalidade espanhola “tem variado anualmente entre os cerca de 400 e os 600 por ano, até 2010. A partir deste ano, aumentou para 1.265, em 2013, e baixou para 135 em 2017, voltando a aumentar em 2018 e 2019. Espanha é o sétimo país do mundo onde mais portugueses adquiriram a nacionalidade do país de destino em 2019”, lê-se no documento.

Para Rui Pena Pires, há cerca de dois anos que as estatísticas passaram a incluir portugueses descendentes de emigrantes na Venezuela que estavam a optar por viver em Espanha.

O facto de a língua castelhana ser comum nos dois países e a relação entre estes emigrantes portugueses e espanhóis terão contribuído para esta escolha, com o respetivo pedido de nacionalidade espanhola, conforme explicou Rui Pena Pires.

Ainda segundo o relatório, o número de portugueses emigrados em Espanha totalizou 94.319 em 2019, tendo diminuído 0,2% relativamente a 2018.

O número de portugueses emigrados em Espanha diminuiu ligeiramente nos últimos anos, passando de 149.000, em 2010, para cerca de 94.000, em 2019. Apesar de continuar com uma base alta, a população portuguesa em Espanha tem diminuído, o que significa que as novas entradas têm sido insuficientes para compensar eventuais retornos e remigrações”, lê-se no documento.

Os autores referem que “os portugueses são uma minoria entre os nascidos no estrangeiro a residir em Espanha em 2019, representando apenas 1,4% do total, valor mais baixo da série em análise”.

Espanha é atualmente o oitavo país do mundo onde residem mais portugueses emigrados. Em 2019, o número de entradas de portugueses em Espanha totalizou 10.155 (menos 4.5%).

O relatório cita estimativas das Nações Unidas, segundo as quais em 2017 existiriam mais de 257 milhões de migrantes internacionais espalhados pelo mundo, número que correspondia a 3.4% da população mundial, dos quais 2,3 milhões seriam portugueses.

Nesse ano os emigrantes portugueses representavam 0,9% do número total de emigrantes, percentagem sete vezes superior ao peso da população de Portugal na população mundial total (0,14%).

Não sendo um dos grandes países de emigração, como o México ou a Índia, com mais de 12 milhões de emigrantes cada, Portugal era, em 2017, o 27.º país do mundo com mais emigrantes”, lê-se no documento, que acrescenta: “Na Europa, apenas sete países tinham populações emigradas mais numerosas (Federação Russa, Ucrânia, Reino Unido, Polónia, Alemanha, Roménia e Itália, por ordem decrescente)”

Quando ponderado o número de emigrantes pela população do país de origem, Portugal, com uma taxa de emigração de 21,9%, era o 13.º país do mundo com mais emigrantes.

No quadro europeu, “Portugal era, em 2017, o primeiro país da União Europeia (UE) com mais emigrantes em percentagem da população (21,9%). Em contraste, no que respeita à percentagem de imigrantes na população residente, era um dos países que se situava abaixo da média da UE (8,5%)”.

“A conjugação de alta emigração e baixa imigração, em termos acumulados, situa Portugal no conjunto dos países europeus de repulsão, onde se encontram também a Lituânia, Roménia, Bulgária e Polónia”, referem os autores do documento.

Segundo Rui Pena Pires, Portugal tem “uma margem de crescimento seguro” para um aumento da imigração, o qual seria “o caminho mais seguro para equilibrar o fluxo” migratório.

O coordenador científico do Observatório da Emigração considera que a sua dimensão faz com que a imigração nem sequer seja atualmente um fenómeno relevante em Portugal.

Segundo o relatório, Portugal tem 2,2 milhões de emigrantes a residir no estrangeiro e 880.000 imigrantes.

Presente na apresentação do documento, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, sublinhou o aumento da qualificação da emigração portuguesa, que deverá em breve estar espelhada nos próximos relatórios da OCDE.

Os dados mais recentes desta organização referem-se a 2011 e indicam que a emigração qualificada subiu de 6% em 2001 para 11% em 2011. Segundo Berta Nunes, esse aumento foi, entretanto, muito maior.

O número de portugueses que adquiriu a nacionalidade espanhola subiu 58,1% em 2019, o que poderá ser explicado pelos descendentes de emigrantes na Venezuela que escolheram este destino devido a afinidades, como a língua, segundo o Observatório da Emigração.

Rui Pena Pires, coordenador científico do Observatório da Emigração, um centro de investigação do ISCTE -Instituto Universitário de Lisboa, falava durante a apresentação do Relatório da Emigração, segundo o qual em 2019 terão saído de Portugal cerca de 80.000 portugueses.

O documento indica que, nesse período, foram 596 os portugueses que adquiriram a nacionalidade espanhola, mais 58,1% do que no ano anterior (377). Em 2017 esse valor foi de 135.

O número de portugueses que adquiriram nacionalidade espanhola “tem variado anualmente entre os cerca de 400 e os 600 por ano, até 2010. A partir deste ano, aumentou para 1.265, em 2013, e baixou para 135 em 2017, voltando a aumentar em 2018 e 2019. Espanha é o sétimo país do mundo onde mais portugueses adquiriram a nacionalidade do país de destino em 2019”, lê-se no documento.

Para Rui Pena Pires, há cerca de dois anos que as estatísticas passaram a incluir portugueses descendentes de emigrantes na Venezuela que estavam a optar por viver em Espanha.

O facto de a língua castelhana ser comum nos dois países e a relação entre estes emigrantes portugueses e espanhóis terão contribuído para esta escolha, com o respetivo pedido de nacionalidade espanhola, conforme explicou Rui Pena Pires.

Ainda segundo o relatório, o número de portugueses emigrados em Espanha totalizou 94.319 em 2019, tendo diminuído 0,2% relativamente a 2018.

O número de portugueses emigrados em Espanha diminuiu ligeiramente nos últimos anos, passando de 149.000, em 2010, para cerca de 94.000, em 2019. Apesar de continuar com uma base alta, a população portuguesa em Espanha tem diminuído, o que significa que as novas entradas têm sido insuficientes para compensar eventuais retornos e remigrações”, lê-se no documento.

Os autores referem que “os portugueses são uma minoria entre os nascidos no estrangeiro a residir em Espanha em 2019, representando apenas 1,4% do total, valor mais baixo da série em análise”.

Espanha é atualmente o oitavo país do mundo onde residem mais portugueses emigrados. Em 2019, o número de entradas de portugueses em Espanha totalizou 10.155 (menos 4.5%).

O relatório cita estimativas das Nações Unidas, segundo as quais em 2017 existiriam mais de 257 milhões de migrantes internacionais espalhados pelo mundo, número que correspondia a 3.4% da população mundial, dos quais 2,3 milhões seriam portugueses.

Nesse ano os emigrantes portugueses representavam 0,9% do número total de emigrantes, percentagem sete vezes superior ao peso da população de Portugal na população mundial total (0,14%).

Não sendo um dos grandes países de emigração, como o México ou a Índia, com mais de 12 milhões de emigrantes cada, Portugal era, em 2017, o 27.º país do mundo com mais emigrantes”, lê-se no documento, que acrescenta: “Na Europa, apenas sete países tinham populações emigradas mais numerosas (Federação Russa, Ucrânia, Reino Unido, Polónia, Alemanha, Roménia e Itália, por ordem decrescente)”

Quando ponderado o número de emigrantes pela população do país de origem, Portugal, com uma taxa de emigração de 21,9%, era o 13.º país do mundo com mais emigrantes.

No quadro europeu, “Portugal era, em 2017, o primeiro país da União Europeia (UE) com mais emigrantes em percentagem da população (21,9%). Em contraste, no que respeita à percentagem de imigrantes na população residente, era um dos países que se situava abaixo da média da UE (8,5%)”.

“A conjugação de alta emigração e baixa imigração, em termos acumulados, situa Portugal no conjunto dos países europeus de repulsão, onde se encontram também a Lituânia, Roménia, Bulgária e Polónia”, referem os autores do documento.

Segundo Rui Pena Pires, Portugal tem “uma margem de crescimento seguro” para um aumento da imigração, o qual seria “o caminho mais seguro para equilibrar o fluxo” migratório.

O coordenador científico do Observatório da Emigração considera que a sua dimensão faz com que a imigração nem sequer seja atualmente um fenómeno relevante em Portugal.

Segundo o relatório, Portugal tem 2,2 milhões de emigrantes a residir no estrangeiro e 880.000 imigrantes.

Presente na apresentação do documento, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, sublinhou o aumento da qualificação da emigração portuguesa, que deverá em breve estar espelhada nos próximos relatórios da OCDE.

Os dados mais recentes desta organização referem-se a 2011 e indicam que a emigração qualificada subiu de 6% em 2001 para 11% em 2011. Segundo Berta Nunes, esse aumento foi, entretanto, muito maior.

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