SENEC diz que é preciso dar alternativas aos jovens para evitar radicalização

05-11-2020
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"Por causa da atividade de insurgência e dos ataques dos rebeldes, esta área precisa rapidamente de encontrar alternativas para as populações locais e sobretudo os jovens para que eles não sejam facilmente recrutáveis por radicais", disse Teresa Ribeiro.

A secretária de Estado falava à agência Lusa no âmbito do lançamento, hoje, de um projeto conjunto de Portugal e da União Europeia para formar e dar emprego a jovens de Cabo Delgado, província norte de Moçambique que vive uma crise humanitária provocada por ataques de rebeldes.

O projeto-piloto +EMPREGO tem a duração de quatro anos e pretende dar formação profissional na área do gás natural a 800 jovens dos 15 aos 25 anos - 25% dos quais mulheres.

O objetivo é que, no final, pelo menos metade dos jovens envolvidos estejam empregados ou tenham criado o seu próprio emprego graças à dinamização de parcerias público-privadas no setor.

"É preciso dar-lhes alguma perspetiva de futuro e este projeto tem todas essas virtualidades e espero que possa ser um sucesso na província de Cabo Delgado", apontou.

A secretária de Estado disse ainda que o projeto "representa um compromisso com aquela região" e manifestou a expectativa que este investimento "na dimensão humana e da integração destes jovens no mercado de trabalho" possa ajudar a "trazer alguma paz" a Cabo Delgado.

Por outro lado, Teresa Ribeiro, considerou "absolutamente essencial" não fazer da exploração do gás naquela província moçambicana "uma bolha, separada e acima daquela que é a realidade socioeconómica circundante".

"É absolutamente indispensável criar condições para que as populações locais possam beneficiar diretamente do desenvolvimento do projeto de exploração do gás", acrescentou.

Sobre o pedido de apoio de Moçambique à União Europeia para responder aos ataques em Cabo Delgado e sobre um eventual envolvimento de Portugal nessa resposta, Teresa Ribeiro adiantou que a questão já foi discutida no Conselho de Negócios Estrangeiros da União Europeia.

"Está a ser preparada uma ação em que Portugal, com certeza, tem uma palavra a dizer, mas haverá outros Estados-membros da União Europeia e tudo isso terá que ser devidamente concertado com as autoridades moçambicanas", disse.

"Digamos que está a ser devidamente ponderada, teve o seu seguimento quer ao nível da diplomacia europeia e veremos como é que depois vai implementar esta resposta ao pedido ao pedido de ajuda dos moçambicanos", acrescentou.

Além do projeto lançado hoje, Portugal está a apoiar Cabo Delgado através de contribuições ao escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários para prestar ajuda humanitária e alimentar as populações num "cenário de crescente violência e insegurança".

Financia ainda projetos de apoio à reconstrução das regiões afetadas, no ano passado, pelos ciclones Idai e Kenneth e de inclusão económica, social e escolar para os deslocados internos em Cabo Delgado, que estão a ser implementados no terreno por organizações não-governamentais para o desenvolvimento (ONGD).

Cabo Delgado tem reservas de gás natural sob o oceano Índico que a partir de 2022 deverão catapultar Moçambique para o grupo dos 10 principais produtores mundiais.

Os recursos fazem com que o maior investimento privado de África esteja a ser construído na região, liderado pela petrolífera francesa Total.

Ao mesmo tempo que os projetos arrancaram, em 2017, começou uma insurgência armada que se intensificou este ano e já provocou entre 1.000 e 2.000 mortos e 435.000 deslocados internos que fogem dos ataques.

O +EMPREGO tem um orçamento global de 4,2 milhões de euros (cerca de 357 milhões de meticais), quatro milhões de euros (340 milhões de meticais) financiados pela UE ao abrigo do 11.º Fundo Europeu de Desenvolvimento e 200 mil euros (17 milhões de meticais) pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, que será responsável pela gestão do projeto.

"Por causa da atividade de insurgência e dos ataques dos rebeldes, esta área precisa rapidamente de encontrar alternativas para as populações locais e sobretudo os jovens para que eles não sejam facilmente recrutáveis por radicais", disse Teresa Ribeiro.

A secretária de Estado falava à agência Lusa no âmbito do lançamento, hoje, de um projeto conjunto de Portugal e da União Europeia para formar e dar emprego a jovens de Cabo Delgado, província norte de Moçambique que vive uma crise humanitária provocada por ataques de rebeldes.

O projeto-piloto +EMPREGO tem a duração de quatro anos e pretende dar formação profissional na área do gás natural a 800 jovens dos 15 aos 25 anos - 25% dos quais mulheres.

O objetivo é que, no final, pelo menos metade dos jovens envolvidos estejam empregados ou tenham criado o seu próprio emprego graças à dinamização de parcerias público-privadas no setor.

"É preciso dar-lhes alguma perspetiva de futuro e este projeto tem todas essas virtualidades e espero que possa ser um sucesso na província de Cabo Delgado", apontou.

A secretária de Estado disse ainda que o projeto "representa um compromisso com aquela região" e manifestou a expectativa que este investimento "na dimensão humana e da integração destes jovens no mercado de trabalho" possa ajudar a "trazer alguma paz" a Cabo Delgado.

Por outro lado, Teresa Ribeiro, considerou "absolutamente essencial" não fazer da exploração do gás naquela província moçambicana "uma bolha, separada e acima daquela que é a realidade socioeconómica circundante".

"É absolutamente indispensável criar condições para que as populações locais possam beneficiar diretamente do desenvolvimento do projeto de exploração do gás", acrescentou.

Sobre o pedido de apoio de Moçambique à União Europeia para responder aos ataques em Cabo Delgado e sobre um eventual envolvimento de Portugal nessa resposta, Teresa Ribeiro adiantou que a questão já foi discutida no Conselho de Negócios Estrangeiros da União Europeia.

"Está a ser preparada uma ação em que Portugal, com certeza, tem uma palavra a dizer, mas haverá outros Estados-membros da União Europeia e tudo isso terá que ser devidamente concertado com as autoridades moçambicanas", disse.

"Digamos que está a ser devidamente ponderada, teve o seu seguimento quer ao nível da diplomacia europeia e veremos como é que depois vai implementar esta resposta ao pedido ao pedido de ajuda dos moçambicanos", acrescentou.

Além do projeto lançado hoje, Portugal está a apoiar Cabo Delgado através de contribuições ao escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários para prestar ajuda humanitária e alimentar as populações num "cenário de crescente violência e insegurança".

Financia ainda projetos de apoio à reconstrução das regiões afetadas, no ano passado, pelos ciclones Idai e Kenneth e de inclusão económica, social e escolar para os deslocados internos em Cabo Delgado, que estão a ser implementados no terreno por organizações não-governamentais para o desenvolvimento (ONGD).

Cabo Delgado tem reservas de gás natural sob o oceano Índico que a partir de 2022 deverão catapultar Moçambique para o grupo dos 10 principais produtores mundiais.

Os recursos fazem com que o maior investimento privado de África esteja a ser construído na região, liderado pela petrolífera francesa Total.

Ao mesmo tempo que os projetos arrancaram, em 2017, começou uma insurgência armada que se intensificou este ano e já provocou entre 1.000 e 2.000 mortos e 435.000 deslocados internos que fogem dos ataques.

O +EMPREGO tem um orçamento global de 4,2 milhões de euros (cerca de 357 milhões de meticais), quatro milhões de euros (340 milhões de meticais) financiados pela UE ao abrigo do 11.º Fundo Europeu de Desenvolvimento e 200 mil euros (17 milhões de meticais) pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, que será responsável pela gestão do projeto.

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