Banco Africano deve ter papel mais político

29-08-2020
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Lisboa, 28 ago 2020 (Lusa) - A representante de Portugal nos Encontros Anuais do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Teresa Ribeiro, defendeu hoje à Lusa que o banco tem de ter um papel mais político nos projetos e garantir a apropriação dos países.

"O banco tem de promover mais o diálogo político a par do desenvolvimento dos projetos, não basta ter projetos que do ponto de vista técnico correspondem a determinados critérios, é preciso haver apropriação por parte dos países, e que sejam sustentáveis no sentido de terem um efeito de transformação das realidades locais", disse a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.

Em entrevista à Lusa no final dos Encontros Anuais do BAD, que decorreram este semana em formato virtual, Teresa Ribeiro defendeu que, num continente que é muitas vezes associado a grandes obras arquitetónicas sem efeito prático de melhoria da vida das populações, é preciso garantir a utilidade do projeto.

"Os projetos, quando são implementados, devem ter em conta que a sua implementação depende de um conjunto de critérios que não são apenas os técnicos, é preciso ter a certeza de terem sido criadas as condições de contexto que permitam que esse projeto tenha uma implementação efetiva, que haja previsibilidade, segurança jurídica, boa governação que, não tendo diretamente a ver com o projeto, são fatores essenciais e condicionantes da sua boa governação", explicou a governante.

Esta ideia, deixada também na intervenção que Portugal fez durante os Encontros Anuais do BAD, de que é acionista, está em linha com a visão do próprio presidente do banco, salientou.

"O banco tem de trabalhar melhor esta componente, e o presidente Adesina é sensível a isso, chamou esta questão para o seu discurso, e como ele tem uma visão muito política, percebe que estes aspetos são absolutamente essenciais", concluiu Teresa Ribeiro.

MBA // JMC

Lusa/Fim

Lisboa, 28 ago 2020 (Lusa) - A representante de Portugal nos Encontros Anuais do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Teresa Ribeiro, defendeu hoje à Lusa que o banco tem de ter um papel mais político nos projetos e garantir a apropriação dos países.

"O banco tem de promover mais o diálogo político a par do desenvolvimento dos projetos, não basta ter projetos que do ponto de vista técnico correspondem a determinados critérios, é preciso haver apropriação por parte dos países, e que sejam sustentáveis no sentido de terem um efeito de transformação das realidades locais", disse a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.

Em entrevista à Lusa no final dos Encontros Anuais do BAD, que decorreram este semana em formato virtual, Teresa Ribeiro defendeu que, num continente que é muitas vezes associado a grandes obras arquitetónicas sem efeito prático de melhoria da vida das populações, é preciso garantir a utilidade do projeto.

"Os projetos, quando são implementados, devem ter em conta que a sua implementação depende de um conjunto de critérios que não são apenas os técnicos, é preciso ter a certeza de terem sido criadas as condições de contexto que permitam que esse projeto tenha uma implementação efetiva, que haja previsibilidade, segurança jurídica, boa governação que, não tendo diretamente a ver com o projeto, são fatores essenciais e condicionantes da sua boa governação", explicou a governante.

Esta ideia, deixada também na intervenção que Portugal fez durante os Encontros Anuais do BAD, de que é acionista, está em linha com a visão do próprio presidente do banco, salientou.

"O banco tem de trabalhar melhor esta componente, e o presidente Adesina é sensível a isso, chamou esta questão para o seu discurso, e como ele tem uma visão muito política, percebe que estes aspetos são absolutamente essenciais", concluiu Teresa Ribeiro.

MBA // JMC

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