Centeno revela que já falou com Costa sobre Banco de Portugal: "Ser governante não é cadastro"

24-07-2020
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Mário Centeno sai do Governo e quer deixar como última mensagem que sai a bem com António Costa: “Nada mudou do ponto de vista político nem do ponto de vista pessoal”, disse em entrevista à RTP. O ministro das Finanças diz que vai embora do Governo porque “é o fim de um ciclo” e só por isso. E o futuro, passa pelo Banco de Portugal? Centeno sorri e defende que não pode haver "incompatibilidades" de um governante sair para uma instituição: "Ser governante não é propriamente um cadastro", disse.

“Todas as leituras que têm sido feitas da minha relação com o primeiro-ministro” não são verdadeiras, afirmou quando questionado sobre o motivo que o levou a decidir sair do Governo. “Não houve nenhuma deterioração da minha relação com o primeiro-ministro, não podia haver nem seria sério. Ficaria surpreendido ou desgostoso da possibilidade de eu poder exercer o meu cargo sem uma relação transparente com o primeiro-ministro. Isso nunca esteve em causa”, disse. Classificou essas interpretações como "descontextualizadas".

É nesta senda que continua. Centeno defende que tem uma “relação franca e leal” com António Costa e que é normal que entre o ministro das Finanças e o primeiro-ministro há uma “relação tensa, saudavelmente tensa.”

Já sobre a relação com o Presidente da República, Centeno empurra para o “filtro” que é feito pelo primeiro-ministro. Centeno recusa dizer que se sentiu incomodado com as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa: “Eu não tenho que me sentir incomodado com as declarações do Presidente da República”, quando, há cerca de um mês pediu uma "clarificação" ao primeiro-ministro sobre a situação, durante a polémica por causa da transferência de 850 milhões de euros para o Novo Banco.

Sobre o motivo para a sua saída, Centeno revela que entrou na segunda legislatura por ser presidente do Eurogrupo. “Não há nenhum motivo, só o ciclo. Temos de olhar para estas questões com tranquilidade”, referiu. E porque começou a legislatura? “Tínhamos a presidência do Eurogrupo que era fator importantíssimo que queríamos concluir”, reforçou dizendo que “sempre foi entendido de parte a parte” as vontades de cada um.

E o futuro passa pelo Banco de Portugal?

Na entrevista, Mário Centeno afasta ambições políticas "neste momento", mas não faz o mesmo sobre a possibilidade de vir a ser governador do Banco de Portugal. Lembra que é funcionário daquela instituição e admite já ter discutido o assunto com o primeiro ministro: "Falamos sobre essa matéria", mas a competência agora é do governo e do próximo ministro da Finanças, João Leão, a quem chamou de "amigo".

Centeno defende a importância do cargo de governador e que nos próximos anos "não vai perder importância". Mas deseja ir? "Qualquer economista pode gostar de desempenhar" essa função, diz.

Mais afirmativo é quando em causa está a lei que foi aprovada na generalidade esta semana na Assembleia da República, que cria um período de nojo de cinco anos para governantes transitarem para o BdP. "Ser governante não é propriamente um cadastro", defende. O ainda ministro diz ter uma visão diferente do que é a independência dos cargos e lembra que "não há nenhuma país que conheça que tenha essas incompatibilidades" inscritas em lei. E deixa a pergunta: tendo sido ministro da Finanças e presidente do Eurogrupo, "qual é o cargo que me reservam sem incompatibilidades" vistas nesse quadro?

Mário Centeno sai do Governo e quer deixar como última mensagem que sai a bem com António Costa: “Nada mudou do ponto de vista político nem do ponto de vista pessoal”, disse em entrevista à RTP. O ministro das Finanças diz que vai embora do Governo porque “é o fim de um ciclo” e só por isso. E o futuro, passa pelo Banco de Portugal? Centeno sorri e defende que não pode haver "incompatibilidades" de um governante sair para uma instituição: "Ser governante não é propriamente um cadastro", disse.

“Todas as leituras que têm sido feitas da minha relação com o primeiro-ministro” não são verdadeiras, afirmou quando questionado sobre o motivo que o levou a decidir sair do Governo. “Não houve nenhuma deterioração da minha relação com o primeiro-ministro, não podia haver nem seria sério. Ficaria surpreendido ou desgostoso da possibilidade de eu poder exercer o meu cargo sem uma relação transparente com o primeiro-ministro. Isso nunca esteve em causa”, disse. Classificou essas interpretações como "descontextualizadas".

É nesta senda que continua. Centeno defende que tem uma “relação franca e leal” com António Costa e que é normal que entre o ministro das Finanças e o primeiro-ministro há uma “relação tensa, saudavelmente tensa.”

Já sobre a relação com o Presidente da República, Centeno empurra para o “filtro” que é feito pelo primeiro-ministro. Centeno recusa dizer que se sentiu incomodado com as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa: “Eu não tenho que me sentir incomodado com as declarações do Presidente da República”, quando, há cerca de um mês pediu uma "clarificação" ao primeiro-ministro sobre a situação, durante a polémica por causa da transferência de 850 milhões de euros para o Novo Banco.

Sobre o motivo para a sua saída, Centeno revela que entrou na segunda legislatura por ser presidente do Eurogrupo. “Não há nenhum motivo, só o ciclo. Temos de olhar para estas questões com tranquilidade”, referiu. E porque começou a legislatura? “Tínhamos a presidência do Eurogrupo que era fator importantíssimo que queríamos concluir”, reforçou dizendo que “sempre foi entendido de parte a parte” as vontades de cada um.

E o futuro passa pelo Banco de Portugal?

Na entrevista, Mário Centeno afasta ambições políticas "neste momento", mas não faz o mesmo sobre a possibilidade de vir a ser governador do Banco de Portugal. Lembra que é funcionário daquela instituição e admite já ter discutido o assunto com o primeiro ministro: "Falamos sobre essa matéria", mas a competência agora é do governo e do próximo ministro da Finanças, João Leão, a quem chamou de "amigo".

Centeno defende a importância do cargo de governador e que nos próximos anos "não vai perder importância". Mas deseja ir? "Qualquer economista pode gostar de desempenhar" essa função, diz.

Mais afirmativo é quando em causa está a lei que foi aprovada na generalidade esta semana na Assembleia da República, que cria um período de nojo de cinco anos para governantes transitarem para o BdP. "Ser governante não é propriamente um cadastro", defende. O ainda ministro diz ter uma visão diferente do que é a independência dos cargos e lembra que "não há nenhuma país que conheça que tenha essas incompatibilidades" inscritas em lei. E deixa a pergunta: tendo sido ministro da Finanças e presidente do Eurogrupo, "qual é o cargo que me reservam sem incompatibilidades" vistas nesse quadro?

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