A covid-19, e o confinamento a que obrigou, provocou uma crise em todos os sectores da economia. Mas foram muitas as empresas e indústrias que não pararam e que até se adaptaram rapidamente à nova realidade, algumas delas até conseguindo crescer. Contudo, essa rápida adaptação revelou uma série de fragilidades no tecido empresarial e industrial português que têm de ser resolvidas e agora pode ser o melhor momento para isso.
Esta foi uma opinião comum a todos os intervenientes do encontro ‘Fábrica do Futuro’ que decorreu esta manhã no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, em Matosinhos. Estiveram presentes o administrador do grupo Lionesa, Pedro Pinto; o CEO da Dott, Gaspar D’Orey; o presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro; o economista João Duque; a presidente da câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro; o presidente da Ivity Corp Brand, Carlos Coelho; e ainda o secretário de Estado para a Transição Digital, André de Aragão Azevedo. As principais conclusões do encontro:
O impacto do covid-19
“A economia não parou como se diz que parou. Das cinco mil pessoas que trabalham nas empresas instaladas no centro de negócios da Lionesa [em Matosinhos], 1/3 já voltou e a cada semana vão voltar mais. Há mesmo empresas que estão a recrutar. E os novos 3.500 m2 que estamos a preparar para a Vestas, para trazer mais 500 pessoas só se atrasou 15 dias”, conta Pedro Pinto.
“Tivemos muitas empresas que não pararam. Entre fevereiro e abril multiplicámos por cinco as nossas vendas e abrimos as vendas a muitas novas empresas como as Bolachas Vieira, a Renova, a Ambar. E algumas são indústrias que começaram a fazer três turnos para que as pessoas não se cruzassem”, salienta Gaspar D’Orey.
Falta ambição às empresas portuguesas
O confinamento e a consequente crise económica revelaram fragilidades. A dificuldade em lidar com o digital foi uma delas e todos os intervenientes concordam que é preciso apostar na qualificação dos trabalhadores. Luís Miguel Ribeiro entende que uma das formas de ultrapassar esta crise é apostar nas pessoas.
“Portugal nunca deixou de se desenvolver por falta de dinheiro, mas sim por falta de ideias, ambição e imaginação. Oiço dizer muito mal da Farfetch [uma das empresas que está instalada na Lionesa], mas ela conseguiu levantar mil milhões de euros para financiar uma ideia que era utópica, que não sabia se ia funcionar”, diz Carlos Coelho.
De acordo com João Duque, este é o momento de “fazer de novo”. Não se trata de recuperar o que já existia, mas mudar. E defende que se tire mais partido da Europa como uma união, não só em termos financeiros, mas como espaço de consumo. “Em vez de importarmos à China podemos importar à Europa, porque aí temos uma palavra a dizer”.
Aposta no digital
“O digital veio ajudar a acabar com a periferia”, diz André de Aragão Azevedo, que quer que Portugal deixe de ser apenas uma “startup nation” e passa a ser uma “digital nation”.
O plano de Costa e Silva e os fundos europeus
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A covid-19, e o confinamento a que obrigou, provocou uma crise em todos os sectores da economia. Mas foram muitas as empresas e indústrias que não pararam e que até se adaptaram rapidamente à nova realidade, algumas delas até conseguindo crescer. Contudo, essa rápida adaptação revelou uma série de fragilidades no tecido empresarial e industrial português que têm de ser resolvidas e agora pode ser o melhor momento para isso.
Esta foi uma opinião comum a todos os intervenientes do encontro ‘Fábrica do Futuro’ que decorreu esta manhã no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, em Matosinhos. Estiveram presentes o administrador do grupo Lionesa, Pedro Pinto; o CEO da Dott, Gaspar D’Orey; o presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro; o economista João Duque; a presidente da câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro; o presidente da Ivity Corp Brand, Carlos Coelho; e ainda o secretário de Estado para a Transição Digital, André de Aragão Azevedo. As principais conclusões do encontro:
O impacto do covid-19
“A economia não parou como se diz que parou. Das cinco mil pessoas que trabalham nas empresas instaladas no centro de negócios da Lionesa [em Matosinhos], 1/3 já voltou e a cada semana vão voltar mais. Há mesmo empresas que estão a recrutar. E os novos 3.500 m2 que estamos a preparar para a Vestas, para trazer mais 500 pessoas só se atrasou 15 dias”, conta Pedro Pinto.
“Tivemos muitas empresas que não pararam. Entre fevereiro e abril multiplicámos por cinco as nossas vendas e abrimos as vendas a muitas novas empresas como as Bolachas Vieira, a Renova, a Ambar. E algumas são indústrias que começaram a fazer três turnos para que as pessoas não se cruzassem”, salienta Gaspar D’Orey.
Falta ambição às empresas portuguesas
O confinamento e a consequente crise económica revelaram fragilidades. A dificuldade em lidar com o digital foi uma delas e todos os intervenientes concordam que é preciso apostar na qualificação dos trabalhadores. Luís Miguel Ribeiro entende que uma das formas de ultrapassar esta crise é apostar nas pessoas.
“Portugal nunca deixou de se desenvolver por falta de dinheiro, mas sim por falta de ideias, ambição e imaginação. Oiço dizer muito mal da Farfetch [uma das empresas que está instalada na Lionesa], mas ela conseguiu levantar mil milhões de euros para financiar uma ideia que era utópica, que não sabia se ia funcionar”, diz Carlos Coelho.
De acordo com João Duque, este é o momento de “fazer de novo”. Não se trata de recuperar o que já existia, mas mudar. E defende que se tire mais partido da Europa como uma união, não só em termos financeiros, mas como espaço de consumo. “Em vez de importarmos à China podemos importar à Europa, porque aí temos uma palavra a dizer”.
Aposta no digital
“O digital veio ajudar a acabar com a periferia”, diz André de Aragão Azevedo, que quer que Portugal deixe de ser apenas uma “startup nation” e passa a ser uma “digital nation”.
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