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01-07-2020
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“Não queremos ser só o país da Web Summit.” As palavras são do secretário de Estado para a Transição Digital, André de Aragão Azevedo, que esta terça-feira afirmou que o objetivo de Portugal para a presidência do Conselho da União Europeia, em 2021, vai passar por “dar o destaque merecido ao ecossistema de startups [portuguesas]”.

As declarações foram feitas durante a apresentação do estudo da Startup Portugal, da EY e da SAP, sobre o ecossistema de empreendedorismo português, que mostra um “otimismo moderado” das startups em relação ao futuro, disse o político. Além disso, o estudo conclui que 3,8% das startups tiveram de encerrar, 4,6% estão “prestes a suspender a atividade temporariamente” e 19,8% estão com a “atividade temporariamente suspensa” devido à pandemia de Covid-19.

No âmbito da presidência do Conselho da União, Aragão Azevedo disse ainda que quer “trazer para Portugal um dos eventos mais relevantes nesta área. Não queremos ser só o país da Web Summit. Queremos, ao longo do ano, ir pontuando com outro tipo de eventos que tragam foco e visibilidade àquilo que de bom se tem feito no ecossistema de empreendedorismo.”

De acordo com o secretário de Estado, o estudo mostra a importância do ecossistema de empreendedorismo português para a economia.

“Temos um ecossistema de cerca de 2500 [startups] e temos o objetivo de duplicar este número”, disse sobre um setor que deixa Portugal “bem na fotografia”. Porém, e apesar dos resultados mais otimistas revelados neste estudo, o secretário de Estado assumiu que é preciso melhorar o acesso à informação a todos os intervenientes do ecossistema, sejam empreendedores ou investidores.

Sobre este ponto, Aragão Azevedo voltou a reiterar uma vontade já revelada pela Startup Portugal: criar uma plataforma online onde seja mais fácil “melhorar a capacidade de informação” para as startups. Além disso, o responsável governamental não deixou de referir que “a vitalidade deste setor necessita da capacidade de captar o ecossistema [de investimento] internacional”.

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Esta promessa do político surge devido ao estudo da Startup Portugal, que revela que dados como “as medidas de apoio mais úteis neste momento” seriam incentivos e isenções fiscais, com 47,7% a escolher esta necessidade, seguida da oferta de novos apoios financeiros (28,9%). Além disso, os participantes não deixaram de referir que seria importante haver “maior informação sobre os principais apoios públicos” (24,5% dos inquiridos) e informação sobre perspetivas de investidores (20,4%).

A maioria das empresas inquiridas (86,9%) afirmou que teve conhecimento dos apoios do Estado. Não obstante, apenas 33,1% afirmou ter recorrido ter recorrido a pelo menos uma destas medidas de apoio, dado que Aragão de Azevedo destacou como positivo.

Mesmo com pandemia, a maioria das startups está “a laborar normalmente”

A Startup Portugal revelou a meio de maio ao Observador que estava a preparar um estudo sobre o impacto da pandemia nas startups. Este braço do governo de incentivo às startups juntou-se à EY e à SAP e, após inquirirem “mais de 200 fundadores e presidentes executivos de startups, tendo sido recebidas respostas de 14 distritos de Portugal e das 2 regiões autónomas”, há resultados. As conclusões são várias, mas há duas que se destacam: “71,8% continua a laborar normalmente e para 42,3% a presente situação gerou novas oportunidades de negócio”.

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Apesar de praticamente todas as startups afirmarem que foram impactadas pela pandemia , de alguma forma, são estas conclusões que levam o secretário de Estado a falar de um “otimismo moderado” no ecossistema. De acordo com o estudo, há setores que foram fortemente afetados, como o “turismo ou a saúde”. Porém, sendo a maioria das empresas deste setor de software empresarial, o trabalho não foi afetado negativamente.

Quanto ao futuro, a expectativa dos empreendedores não parece ser tão nefasta quanto de poderia esperar. Ao todo, apenas 28% dos inquiridos vê negativamente o que pode vir aí. O cenário positivo é destacado devido a muitas startups singrarem nos em momentos de crises, referiram na apresentação os responsáveis por esta análise.

Mesmo assim, Pedro Oliveira, cofundador da Landing.Jobs e um dos inquiridos, referiu o seguinte quanto ao atual cenário que os empreendedores vivem: “Deparámos com um mercado que é tudo menos growth [de crescimento], é sobrevivência. (…) Já passámos por muitas crises, mas nunca nada assim”.

Para cerca de 42,3% das startups inquiridas, a pandemia gerou novas oportunidades de negócio, demonstrando que é muitas vezes em momentos de crise que surgem as melhores ideias de negócio. Recorde-se que mais de metade das empresas da Fortune 500 iniciaram a sua atividade durante a contração e mais de cinquenta unicórnios foram criados durante a Grande Recessão (2007-2009)”, diz o estudo da Startup Portugal/EY/SAP.

Por fim, o estudo concluiu que a maioria das startups inquiridas (81%) está numa fase inicial, com “cerca de 1 a 10 trabalhadores”. Por isso, a passagem para o trabalho remoto pode causou menos impacto na laboração. Além disso, quanto a investimento, o estudo destaca que a maioria do capital de risco vem do estrangeiro, “nomeadamente de países como os EUA, a Inglaterra e França” e que “esse financiamento pode estar em suspenso face à atual situação”.

*Artigo alterado às 20h47 minutos. No terceiro parágrafo adicionou-se “no âmbito da presidência do Conselho da União Europeia” antes das declarações do secretário de Estado.

“Não queremos ser só o país da Web Summit.” As palavras são do secretário de Estado para a Transição Digital, André de Aragão Azevedo, que esta terça-feira afirmou que o objetivo de Portugal para a presidência do Conselho da União Europeia, em 2021, vai passar por “dar o destaque merecido ao ecossistema de startups [portuguesas]”.

As declarações foram feitas durante a apresentação do estudo da Startup Portugal, da EY e da SAP, sobre o ecossistema de empreendedorismo português, que mostra um “otimismo moderado” das startups em relação ao futuro, disse o político. Além disso, o estudo conclui que 3,8% das startups tiveram de encerrar, 4,6% estão “prestes a suspender a atividade temporariamente” e 19,8% estão com a “atividade temporariamente suspensa” devido à pandemia de Covid-19.

No âmbito da presidência do Conselho da União, Aragão Azevedo disse ainda que quer “trazer para Portugal um dos eventos mais relevantes nesta área. Não queremos ser só o país da Web Summit. Queremos, ao longo do ano, ir pontuando com outro tipo de eventos que tragam foco e visibilidade àquilo que de bom se tem feito no ecossistema de empreendedorismo.”

De acordo com o secretário de Estado, o estudo mostra a importância do ecossistema de empreendedorismo português para a economia.

“Temos um ecossistema de cerca de 2500 [startups] e temos o objetivo de duplicar este número”, disse sobre um setor que deixa Portugal “bem na fotografia”. Porém, e apesar dos resultados mais otimistas revelados neste estudo, o secretário de Estado assumiu que é preciso melhorar o acesso à informação a todos os intervenientes do ecossistema, sejam empreendedores ou investidores.

Sobre este ponto, Aragão Azevedo voltou a reiterar uma vontade já revelada pela Startup Portugal: criar uma plataforma online onde seja mais fácil “melhorar a capacidade de informação” para as startups. Além disso, o responsável governamental não deixou de referir que “a vitalidade deste setor necessita da capacidade de captar o ecossistema [de investimento] internacional”.

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Esta promessa do político surge devido ao estudo da Startup Portugal, que revela que dados como “as medidas de apoio mais úteis neste momento” seriam incentivos e isenções fiscais, com 47,7% a escolher esta necessidade, seguida da oferta de novos apoios financeiros (28,9%). Além disso, os participantes não deixaram de referir que seria importante haver “maior informação sobre os principais apoios públicos” (24,5% dos inquiridos) e informação sobre perspetivas de investidores (20,4%).

A maioria das empresas inquiridas (86,9%) afirmou que teve conhecimento dos apoios do Estado. Não obstante, apenas 33,1% afirmou ter recorrido ter recorrido a pelo menos uma destas medidas de apoio, dado que Aragão de Azevedo destacou como positivo.

Mesmo com pandemia, a maioria das startups está “a laborar normalmente”

A Startup Portugal revelou a meio de maio ao Observador que estava a preparar um estudo sobre o impacto da pandemia nas startups. Este braço do governo de incentivo às startups juntou-se à EY e à SAP e, após inquirirem “mais de 200 fundadores e presidentes executivos de startups, tendo sido recebidas respostas de 14 distritos de Portugal e das 2 regiões autónomas”, há resultados. As conclusões são várias, mas há duas que se destacam: “71,8% continua a laborar normalmente e para 42,3% a presente situação gerou novas oportunidades de negócio”.

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Apesar de praticamente todas as startups afirmarem que foram impactadas pela pandemia , de alguma forma, são estas conclusões que levam o secretário de Estado a falar de um “otimismo moderado” no ecossistema. De acordo com o estudo, há setores que foram fortemente afetados, como o “turismo ou a saúde”. Porém, sendo a maioria das empresas deste setor de software empresarial, o trabalho não foi afetado negativamente.

Quanto ao futuro, a expectativa dos empreendedores não parece ser tão nefasta quanto de poderia esperar. Ao todo, apenas 28% dos inquiridos vê negativamente o que pode vir aí. O cenário positivo é destacado devido a muitas startups singrarem nos em momentos de crises, referiram na apresentação os responsáveis por esta análise.

Mesmo assim, Pedro Oliveira, cofundador da Landing.Jobs e um dos inquiridos, referiu o seguinte quanto ao atual cenário que os empreendedores vivem: “Deparámos com um mercado que é tudo menos growth [de crescimento], é sobrevivência. (…) Já passámos por muitas crises, mas nunca nada assim”.

Para cerca de 42,3% das startups inquiridas, a pandemia gerou novas oportunidades de negócio, demonstrando que é muitas vezes em momentos de crise que surgem as melhores ideias de negócio. Recorde-se que mais de metade das empresas da Fortune 500 iniciaram a sua atividade durante a contração e mais de cinquenta unicórnios foram criados durante a Grande Recessão (2007-2009)”, diz o estudo da Startup Portugal/EY/SAP.

Por fim, o estudo concluiu que a maioria das startups inquiridas (81%) está numa fase inicial, com “cerca de 1 a 10 trabalhadores”. Por isso, a passagem para o trabalho remoto pode causou menos impacto na laboração. Além disso, quanto a investimento, o estudo destaca que a maioria do capital de risco vem do estrangeiro, “nomeadamente de países como os EUA, a Inglaterra e França” e que “esse financiamento pode estar em suspenso face à atual situação”.

*Artigo alterado às 20h47 minutos. No terceiro parágrafo adicionou-se “no âmbito da presidência do Conselho da União Europeia” antes das declarações do secretário de Estado.

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