Novo secretário de Estado da Transição Digital trabalhava na Microsoft e já exercera funções no Ministério da Saúde?

29-10-2019
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"O secretário de Estado dos transitários. André de Aragão Azevedo, que já tinha transitado do Ministério da Saúde para a Microsoft, onde foi vender soluções de Saúde, transita agora da Microsoft, onde vende soluções para empresas, para a secretaria de Estado da Transição Digital, onde vai aplicar políticas digitais para as empresas. O trânsito para a Transição Digital transita pelas portas giratórias do costume, entre política e negócios. Aí, pelo menos, não há grande inovação", escreveu ontem João Paulo Batalha, presidente da Transparência e Integridade, Associação Cívica (TIAC), em publicação na sua página no Facebook.

A mensagem de João Paulo Batalha acompanha a partilha de uma artigo do "Jornal de Negócios" com o seguinte título: "André de Aragão Azevedo: da Microsoft para a transição digital no Governo".

Confirma-se que o novo secretário de Estado da Transição Digital trabalhava na Microsoft e já tinha exercido funções no Ministério da Saúde?

Sim. De acordo com vários currículos públicos (pode consultar aqui e aqui, entre outros exemplos) de André de Aragão Azevedo, antes do cargo de secretário de Estado da Transição Digital no XXII Governo Constitucional (cuja tomada de posse está agendada para o próximo sábado, dia 26 de outubro de 2019), desempenhou as funções de chefe de gabinete do secretário de Estado Adjunto e da Saúde (2008-2011), responsável comercial da área de Governo e Saúde na Microsoft Portugal (2012-2014), diretor da área de Governo e Saúde na Microsoft Portugal (2014-2017) e diretor executivo nacional da área de Tecnologia na Microsoft Portugal (2017-2019).

Segundo o "Jornal de Negócios", "depois de ter ficado responsável, na Microsoft, pelas ofertas na área da Saúde, foi nomeado em janeiro do ano passado diretor executivo de Tecnologia da Microsoft Portugal, 'ficando responsável pela promoção da tecnologia como fator de transformação das empresas e organizações nacionais', conforme comunicado emitido então, explicando-se que, neste âmbito, 'tem a seu cargo a coordenação do plano de capacitação tecnológica do ecossistema de start-ups e de centros de investigação com base em serviços cloud, bem como a capacitação digital dos cidadãos e profissionais ao longo do seu ciclo de vida".

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Atualização: na sequência da publicação deste artigo recebemos do Ministério da Economia informação mais detalhada sobre o currículo do visado que, "após ter desempenhado funções como chefe de gabinete do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, entre 2008 e 2011, trabalhou durante um ano na Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo como assessor do Conselho Diretivo". Mais, André de Aragão Azevedo "entrou para a Microsoft em outubro de 2012, como responsável comercial na área de Governo, mas, por iniciativa própria, com exclusão da área da Saúde. Só assumiu responsabilidades nesta área em 2014, respeitando assim três anos de interregno entre a saída do Ministério da Saúde e o início de responsabilidades na Microsoft na área da Saúde. Não obstante, recordamos que o requisito de três anos imposto pelo Regime de Incompatibilidades aos titulares de cargos políticos não é extensível aos chefes de gabinete de Governo".

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Avaliação do Polígrafo:

"O secretário de Estado dos transitários. André de Aragão Azevedo, que já tinha transitado do Ministério da Saúde para a Microsoft, onde foi vender soluções de Saúde, transita agora da Microsoft, onde vende soluções para empresas, para a secretaria de Estado da Transição Digital, onde vai aplicar políticas digitais para as empresas. O trânsito para a Transição Digital transita pelas portas giratórias do costume, entre política e negócios. Aí, pelo menos, não há grande inovação", escreveu ontem João Paulo Batalha, presidente da Transparência e Integridade, Associação Cívica (TIAC), em publicação na sua página no Facebook.

A mensagem de João Paulo Batalha acompanha a partilha de uma artigo do "Jornal de Negócios" com o seguinte título: "André de Aragão Azevedo: da Microsoft para a transição digital no Governo".

Confirma-se que o novo secretário de Estado da Transição Digital trabalhava na Microsoft e já tinha exercido funções no Ministério da Saúde?

Sim. De acordo com vários currículos públicos (pode consultar aqui e aqui, entre outros exemplos) de André de Aragão Azevedo, antes do cargo de secretário de Estado da Transição Digital no XXII Governo Constitucional (cuja tomada de posse está agendada para o próximo sábado, dia 26 de outubro de 2019), desempenhou as funções de chefe de gabinete do secretário de Estado Adjunto e da Saúde (2008-2011), responsável comercial da área de Governo e Saúde na Microsoft Portugal (2012-2014), diretor da área de Governo e Saúde na Microsoft Portugal (2014-2017) e diretor executivo nacional da área de Tecnologia na Microsoft Portugal (2017-2019).

Segundo o "Jornal de Negócios", "depois de ter ficado responsável, na Microsoft, pelas ofertas na área da Saúde, foi nomeado em janeiro do ano passado diretor executivo de Tecnologia da Microsoft Portugal, 'ficando responsável pela promoção da tecnologia como fator de transformação das empresas e organizações nacionais', conforme comunicado emitido então, explicando-se que, neste âmbito, 'tem a seu cargo a coordenação do plano de capacitação tecnológica do ecossistema de start-ups e de centros de investigação com base em serviços cloud, bem como a capacitação digital dos cidadãos e profissionais ao longo do seu ciclo de vida".

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Atualização: na sequência da publicação deste artigo recebemos do Ministério da Economia informação mais detalhada sobre o currículo do visado que, "após ter desempenhado funções como chefe de gabinete do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, entre 2008 e 2011, trabalhou durante um ano na Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo como assessor do Conselho Diretivo". Mais, André de Aragão Azevedo "entrou para a Microsoft em outubro de 2012, como responsável comercial na área de Governo, mas, por iniciativa própria, com exclusão da área da Saúde. Só assumiu responsabilidades nesta área em 2014, respeitando assim três anos de interregno entre a saída do Ministério da Saúde e o início de responsabilidades na Microsoft na área da Saúde. Não obstante, recordamos que o requisito de três anos imposto pelo Regime de Incompatibilidades aos titulares de cargos políticos não é extensível aos chefes de gabinete de Governo".

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Avaliação do Polígrafo:

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