“Consciência para a sustentabilidade veio para ficar”

16-12-2020
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João Torres, Secretário de Estado da Defesa do Consumidor, não tem dúvidas: “Vemos padrões de consumo com alterações significativas por efeito da pandemia”. No entanto, o governante, que falava no final da conferência ‘Hábitos de Consumo’, organizada pelo Expresso em parceria com a Imperial Brands, que decorreu esta manhã em direto através do Facebook do semanário, reforça que algumas das mudanças mais visíveis acontecem em áreas que eram já tendência nos últimos anos. “Uma crescente sensibilização para o tema da digitalização, com um crescimento no comércio eletrónico, uma maior preocupação com a sustentabilidade e a economia circular, e uma enorme valorização da produção nacional e dos produtos endógenos são as principais tendências reforçadas pela pandemia”, exemplifica.

A opinião de João Torres vai ao encontro das ideias partilhadas pelos restantes participantes nesta conferência, inserida no ciclo ‘Discutir o País’. João Vargas, Secretário-Geral da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE); João Rodrigues, Chef; e Miguel Simões, Diretor Geral Portugal & Andorra da Imperial Tobacco, foram os convidados para o primeiro painel deste debate, subordinado ao tema “O que mudou nos hábitos de consumo com esta pandemia”. Já no segundo painel, com o tema “Olhar o futuro: tendências para a próxima década”, participaram Ana Margarida Barreto, professora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e João Pedro Lopes, Legal Counsel da Imperial Brands. A moderação da conferência esteve a cargo de João Moleira, jornalista da SIC Notícias.

Depois do medo é preciso recuperar a confiança

Os padrões de consumo verificados durante a pandemia apontam algumas diferenças em relação ao período pré-pandemia. A convicção é de Ana Margarida Barreto que aponta uma maior preocupação com o conforto do lar durante o confinamento que, acredita, irá manter-se enquanto não forem recuperados os níveis de confiança dos consumidores. “O lar vai continuar a ser um ponto de trabalho, de consumo e de entretenimento”, afirma. A especialista em comunicação estratégica e comportamento do consumidor salienta ainda o aumento no consumo de frutas e legumes durante a primeira a fase da pandemia, essencialmente devido à preocupação crescente com a saúde e o bem-estar. “O consumo consciente será uma tendência de longo prazo, apesar de poder não ser uma prioridade para aqueles que viram o seu rendimento mais afetado pela pandemia”, acrescenta.

A questão da confiança é, para João Rodrigues, essencial para a recuperação dos setores da restauração e do alojamento, que estão entre os mais afetados. “As pessoas vão voltar, mas, para já, ainda têm algum receio”, garante. No entanto, o chef está otimista de que 2021 será melhor, essencialmente depois da disponibilização da vacina. Ainda assim, “os próximos dois meses serão muito difíceis e, infelizmente, muitas empresas ficarão pelo caminho”.

O impacto no turismo e na restauração afeta também no setor das bebidas espirituosas que se debate com fortes quebras nas vendas desde março. João Vargas explica que o setor assenta grande parte das suas vendas nestes canais, assim como nas discotecas e bares, que não foram compensadas pelo crescimento do consumo destas bebidas através das grandes superfícies comerciais. Para 2021, aponta, “esperamos que os apoios às empresas do canal Horeca e produtores de bebidas seja uma realidade que permita regressar à normalidade”.

A indústria do tabaco, com impactos menos visíveis, mas, ainda assim, a refletir quebras no consumo e alteração de comportamentos por parte do consumidor, também terá novos desafios no período pós-pandemia. Para já, diz Miguel Simões, “o grande desafio é para as empresas que não conseguem fazer previsões para o futuro, o que dificulta a gestão do negócio”.

Conclusões:

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João Torres, Secretário de Estado da Defesa do Consumidor, não tem dúvidas: “Vemos padrões de consumo com alterações significativas por efeito da pandemia”. No entanto, o governante, que falava no final da conferência ‘Hábitos de Consumo’, organizada pelo Expresso em parceria com a Imperial Brands, que decorreu esta manhã em direto através do Facebook do semanário, reforça que algumas das mudanças mais visíveis acontecem em áreas que eram já tendência nos últimos anos. “Uma crescente sensibilização para o tema da digitalização, com um crescimento no comércio eletrónico, uma maior preocupação com a sustentabilidade e a economia circular, e uma enorme valorização da produção nacional e dos produtos endógenos são as principais tendências reforçadas pela pandemia”, exemplifica.

A opinião de João Torres vai ao encontro das ideias partilhadas pelos restantes participantes nesta conferência, inserida no ciclo ‘Discutir o País’. João Vargas, Secretário-Geral da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE); João Rodrigues, Chef; e Miguel Simões, Diretor Geral Portugal & Andorra da Imperial Tobacco, foram os convidados para o primeiro painel deste debate, subordinado ao tema “O que mudou nos hábitos de consumo com esta pandemia”. Já no segundo painel, com o tema “Olhar o futuro: tendências para a próxima década”, participaram Ana Margarida Barreto, professora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e João Pedro Lopes, Legal Counsel da Imperial Brands. A moderação da conferência esteve a cargo de João Moleira, jornalista da SIC Notícias.

Depois do medo é preciso recuperar a confiança

Os padrões de consumo verificados durante a pandemia apontam algumas diferenças em relação ao período pré-pandemia. A convicção é de Ana Margarida Barreto que aponta uma maior preocupação com o conforto do lar durante o confinamento que, acredita, irá manter-se enquanto não forem recuperados os níveis de confiança dos consumidores. “O lar vai continuar a ser um ponto de trabalho, de consumo e de entretenimento”, afirma. A especialista em comunicação estratégica e comportamento do consumidor salienta ainda o aumento no consumo de frutas e legumes durante a primeira a fase da pandemia, essencialmente devido à preocupação crescente com a saúde e o bem-estar. “O consumo consciente será uma tendência de longo prazo, apesar de poder não ser uma prioridade para aqueles que viram o seu rendimento mais afetado pela pandemia”, acrescenta.

A questão da confiança é, para João Rodrigues, essencial para a recuperação dos setores da restauração e do alojamento, que estão entre os mais afetados. “As pessoas vão voltar, mas, para já, ainda têm algum receio”, garante. No entanto, o chef está otimista de que 2021 será melhor, essencialmente depois da disponibilização da vacina. Ainda assim, “os próximos dois meses serão muito difíceis e, infelizmente, muitas empresas ficarão pelo caminho”.

O impacto no turismo e na restauração afeta também no setor das bebidas espirituosas que se debate com fortes quebras nas vendas desde março. João Vargas explica que o setor assenta grande parte das suas vendas nestes canais, assim como nas discotecas e bares, que não foram compensadas pelo crescimento do consumo destas bebidas através das grandes superfícies comerciais. Para 2021, aponta, “esperamos que os apoios às empresas do canal Horeca e produtores de bebidas seja uma realidade que permita regressar à normalidade”.

A indústria do tabaco, com impactos menos visíveis, mas, ainda assim, a refletir quebras no consumo e alteração de comportamentos por parte do consumidor, também terá novos desafios no período pós-pandemia. Para já, diz Miguel Simões, “o grande desafio é para as empresas que não conseguem fazer previsões para o futuro, o que dificulta a gestão do negócio”.

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