THINKER FREE: PRÉMIOS LITERÁRIOS

23-06-2020
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Lídia Jorge ganhou o Prémio da Latinidade “João Neves da Fontoura”.Presidido pelo ensaísta Eduardo Lourenço, o júri da edição do galardão deste ano decidiu atribuí-lo a Lídia Jorge “pela consagração da sua obra como escritora que muito tem contribuído para o enriquecimento do património cultural e literário do Portugal contemporâneo”.Até 2008 designado por Prémio da Latinidade “Troféu Latino”, passou em 2009 a ter o nome de Prémio da Latinidade “João Neves da Fontoura”, ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro a quem se deve a criação da União Latina como organização internacional.Com este Prémio criado em 2002, a União Latina visa homenagear uma personalidade ou instituição que se tenha distinguido, pela sua obra, na difusão da Latinidade, nos domínios artístico, literário ou científico. Nascida em Boliqueime, no Algarve, em 1946, Lídia Jorge licenciou-se em Filologia Românica na Universidade de Lisboa, deu aulas, escreveu quinze livros editados em várias línguas, entre eles romances, antologias de contos e uma peça de teatro.A publicação do seu primeiro romance, em 1980, “O Dia dos Prodígios”, foi considerado marcante num período em que se tinha iniciado uma nova fase da literatura portuguesa.Nas edições anteriores foram galardoados o cineasta Manoel de Oliveira (2002), o ensaísta Eduardo Lourenço (2003), o arquitecto Álvaro Siza Vieira (2004), o ex-Presidente da República Mário Soares (2005), a investigadora de estudos clássicos Maria Helena da Rocha Pereira (2006), o historiador José Mattoso (2007), o ator e encenador Luís Miguel Cintra (2008), o artista plástico Júlio Pomar (2009), e o arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles (2010).Fundada em 1954, a União Latina é composta por 36 Estados de língua oficial ou nacional românica e tem como objectivo promover a reflexão sobre os valores culturais e linguísticos do conjunto da comunidade latina e a consciência da identidade cultural comum destes povos.http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADdia_Jorgehttp://www.lidiajorge.com/autorFado do retorno - Lídia JorgeAmor, é muito cedoE tarde uma palavraA noite uma lembrançaQue não escurece nadaVoltaste, já voltasteJá entras como sempreAbrandas os teus passosE paras no tapeteEntão que uma luz ardaE assim o fogo aqueçaOs dedos bem unidosMovidos pela pressaAmor, é muito cedoE tarde uma palavraA noite uma lembrançaQue não escurece nadaVoltaste, já volteiTambém cheia de pressaDe dar-te, na paredeO beijo que me peçasEntão que a sombra agiteE assim a imagem façaOs rostos de nós doisTocados pela graça.Amor, é muito cedoE tarde uma palavraA noite uma lembrançaQue não escurece nadaAmor, o que seráMais certo que o futuroSe nele é para habitarA escolha do mais puroJá fuma o nosso fumoJá sobra a nossa mantaJá veio o nosso sonoFechar-nos a gargantaEntão que os cílios olhemE assim a casa sejaA árvore do OutonoCoberta de cereja.O escritor Pedro Tamen vence o Grande Prémio da Poesia, atribuído pela Associação de Escritores Portugueses, com "O Livro do Sapateiro”Em Fevereiro deste ano, “O Livro do Sapateiro” já tinha vencido o prémio Correntes d’Escritas. Em edições anteriores, o Grande Prémio da Poesia distinguiu Natália Correia, Eugénio de Andrade António Ramos Rosa, Fernando Echevarria, Gastão Cruz, Fiama Hasse Pais Brandão, entre outros.Pedro Tamen nasceu em Lisboa em 1934, tendo recebido ao longo da sua vida literária vários galardões, entre eles o Prémio D. Dinis em 1981; em 1919, o Prémio da Crítica e o Grande Prémio Inapa de Poesia; em 1997, recebeu o Prémio Nicola e em 2000 foi distinguido com o Prémio Imprensa e o Prémio do PEN Club.Não falo de palavras, nem de goivos, mas de horas atadas ao pescoço. Poema verdadeiro é sermos noivos: saber tirar a pele e o caroço ao grito entre a morte e outra morte que nos mantenha lassos e despertos até que venha o talhe que nos corte e nos retire os poços e desertos. Por isso, meu amor, o que te dou, beijo beijado em corpo claro e vivo, é mais que o verso que te dizem, ou aliterante, agudo ou conjuntivo. Colado a tudo, mesmo a contragosto, o rio inventa o verso, e não assim como se ao espelho visse o próprio rosto, mas tu além-palavra, ao pé de mim.(Escrito de Memória, 1973)MAIS POESIA:http://www.citador.pt/poemas.php?poemas=Pedro_Tamen&op=7&author=21270


Lídia Jorge ganhou o Prémio da Latinidade “João Neves da Fontoura”.Presidido pelo ensaísta Eduardo Lourenço, o júri da edição do galardão deste ano decidiu atribuí-lo a Lídia Jorge “pela consagração da sua obra como escritora que muito tem contribuído para o enriquecimento do património cultural e literário do Portugal contemporâneo”.Até 2008 designado por Prémio da Latinidade “Troféu Latino”, passou em 2009 a ter o nome de Prémio da Latinidade “João Neves da Fontoura”, ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro a quem se deve a criação da União Latina como organização internacional.Com este Prémio criado em 2002, a União Latina visa homenagear uma personalidade ou instituição que se tenha distinguido, pela sua obra, na difusão da Latinidade, nos domínios artístico, literário ou científico. Nascida em Boliqueime, no Algarve, em 1946, Lídia Jorge licenciou-se em Filologia Românica na Universidade de Lisboa, deu aulas, escreveu quinze livros editados em várias línguas, entre eles romances, antologias de contos e uma peça de teatro.A publicação do seu primeiro romance, em 1980, “O Dia dos Prodígios”, foi considerado marcante num período em que se tinha iniciado uma nova fase da literatura portuguesa.Nas edições anteriores foram galardoados o cineasta Manoel de Oliveira (2002), o ensaísta Eduardo Lourenço (2003), o arquitecto Álvaro Siza Vieira (2004), o ex-Presidente da República Mário Soares (2005), a investigadora de estudos clássicos Maria Helena da Rocha Pereira (2006), o historiador José Mattoso (2007), o ator e encenador Luís Miguel Cintra (2008), o artista plástico Júlio Pomar (2009), e o arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles (2010).Fundada em 1954, a União Latina é composta por 36 Estados de língua oficial ou nacional românica e tem como objectivo promover a reflexão sobre os valores culturais e linguísticos do conjunto da comunidade latina e a consciência da identidade cultural comum destes povos.http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADdia_Jorgehttp://www.lidiajorge.com/autorFado do retorno - Lídia JorgeAmor, é muito cedoE tarde uma palavraA noite uma lembrançaQue não escurece nadaVoltaste, já voltasteJá entras como sempreAbrandas os teus passosE paras no tapeteEntão que uma luz ardaE assim o fogo aqueçaOs dedos bem unidosMovidos pela pressaAmor, é muito cedoE tarde uma palavraA noite uma lembrançaQue não escurece nadaVoltaste, já volteiTambém cheia de pressaDe dar-te, na paredeO beijo que me peçasEntão que a sombra agiteE assim a imagem façaOs rostos de nós doisTocados pela graça.Amor, é muito cedoE tarde uma palavraA noite uma lembrançaQue não escurece nadaAmor, o que seráMais certo que o futuroSe nele é para habitarA escolha do mais puroJá fuma o nosso fumoJá sobra a nossa mantaJá veio o nosso sonoFechar-nos a gargantaEntão que os cílios olhemE assim a casa sejaA árvore do OutonoCoberta de cereja.O escritor Pedro Tamen vence o Grande Prémio da Poesia, atribuído pela Associação de Escritores Portugueses, com "O Livro do Sapateiro”Em Fevereiro deste ano, “O Livro do Sapateiro” já tinha vencido o prémio Correntes d’Escritas. Em edições anteriores, o Grande Prémio da Poesia distinguiu Natália Correia, Eugénio de Andrade António Ramos Rosa, Fernando Echevarria, Gastão Cruz, Fiama Hasse Pais Brandão, entre outros.Pedro Tamen nasceu em Lisboa em 1934, tendo recebido ao longo da sua vida literária vários galardões, entre eles o Prémio D. Dinis em 1981; em 1919, o Prémio da Crítica e o Grande Prémio Inapa de Poesia; em 1997, recebeu o Prémio Nicola e em 2000 foi distinguido com o Prémio Imprensa e o Prémio do PEN Club.Não falo de palavras, nem de goivos, mas de horas atadas ao pescoço. Poema verdadeiro é sermos noivos: saber tirar a pele e o caroço ao grito entre a morte e outra morte que nos mantenha lassos e despertos até que venha o talhe que nos corte e nos retire os poços e desertos. Por isso, meu amor, o que te dou, beijo beijado em corpo claro e vivo, é mais que o verso que te dizem, ou aliterante, agudo ou conjuntivo. Colado a tudo, mesmo a contragosto, o rio inventa o verso, e não assim como se ao espelho visse o próprio rosto, mas tu além-palavra, ao pé de mim.(Escrito de Memória, 1973)MAIS POESIA:http://www.citador.pt/poemas.php?poemas=Pedro_Tamen&op=7&author=21270

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