Câmara Corporativa: Entrevista memorável

02-06-2020
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O Avante! deu à fabulosa Anabela Fino a oportunidade de recolher as opiniões de Jerónimo de Sousa sobre a sua recente viagem a Angola. Às questões mais incómodas, o secretário-geral do PCP preferiu responder socorrendo-se das posições oficiais do MPLA, como se fosse um mero porta-voz do partido do Governo de Angola.Mas o resultado é fascinante: da corrupção (que não sentiu “como um fenómeno instalado e em desenvolvimento”) ao MPLA (“uma força progressista, de esquerda e africana”), de José Eduardo dos Santos (que “tem grande prestígio no seio do MPLA e na sociedade angolana, pelo que não será de estranhar que venha a ser o candidato escolhido [para presidente da República]) à economia de mercado sem uma sociedade de mercado (“a vontade de não transformar a sociedade angolana numa sociedade capitalista no sentido clássico”), da liberdade de imprensa (“onde há conteúdos muitos radicais e mesmo ofensivos em relação ao MPLA”, como aqui se comprova) à democracia no Zimbabué (“é bom lembrar que a democraticidade das eleições foi posta em causa”), Jerónimo revelou-se muito (bem) impressionado com o que encontrou em África.Tivessem as autoridades locais distribuído prémios a todas as candidatas a “«miss Angola» amputada pelas minas” e Angola seria mais do que “um país em construção, livre e soberano” — seria um mundo perfeito.


O Avante! deu à fabulosa Anabela Fino a oportunidade de recolher as opiniões de Jerónimo de Sousa sobre a sua recente viagem a Angola. Às questões mais incómodas, o secretário-geral do PCP preferiu responder socorrendo-se das posições oficiais do MPLA, como se fosse um mero porta-voz do partido do Governo de Angola.Mas o resultado é fascinante: da corrupção (que não sentiu “como um fenómeno instalado e em desenvolvimento”) ao MPLA (“uma força progressista, de esquerda e africana”), de José Eduardo dos Santos (que “tem grande prestígio no seio do MPLA e na sociedade angolana, pelo que não será de estranhar que venha a ser o candidato escolhido [para presidente da República]) à economia de mercado sem uma sociedade de mercado (“a vontade de não transformar a sociedade angolana numa sociedade capitalista no sentido clássico”), da liberdade de imprensa (“onde há conteúdos muitos radicais e mesmo ofensivos em relação ao MPLA”, como aqui se comprova) à democracia no Zimbabué (“é bom lembrar que a democraticidade das eleições foi posta em causa”), Jerónimo revelou-se muito (bem) impressionado com o que encontrou em África.Tivessem as autoridades locais distribuído prémios a todas as candidatas a “«miss Angola» amputada pelas minas” e Angola seria mais do que “um país em construção, livre e soberano” — seria um mundo perfeito.

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