Câmara Corporativa: Mais vagos que as brumas de Avalon

05-05-2020
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• José Vítor Malheiros, Os cinco pilares da discrição [terça-feira no Público]: '(...) na semana passada, o conselho nacional do PSD lá levantou a ponta do véu, com a publicação dos cinco pilares da acção de um futuro executivo PSD. O problema é que os cinco pilares, apesar dos capitéis decorados com uma retórica contra o “actual paradigma estatizante”, são mais vagos que as brumas de Avalon. Porque é que o PSD não foi mais claro? Mais concreto? Porque é que não consegue dizer o que fará no governo? Não fará a mínima ideia? O PSD tinha uma boa razão para ser vago: não quer dar trunfos ao PS. Se o PSD dissesse qual é o seu programa, o PS podia criticá-lo, copiá-lo, adoptá-lo. Assim, secreto, o programa está protegido de críticas. Se não fosse cómico, dava vontade de chorar. Seria de esperar que a demissão do Governo encontrasse o PSD com os motores já aquecidos, programa feito e Governo-sombra na calha, para tentar conquistar a confiança do povo. Mas eis que lhe salta o colchão de dentro do toucado. O PSD não quer que se saiba por onde vai andar a sua mão invisível e prefere apostar nesta democracia discreta», reduzindo a exposição pública das suas propostas, não se vão oxidar. A ideia é tão boa que dá vontade de perguntar por que não se hão-de fazer as eleições com a mesma discrição? Uma dúzia de pessoas numa sala, gente discreta, bem relacionada, advogados e gestores, todos do PSD... que bela democracia que podia ser. E a mão invisível, como ela se ia regalar.'


• José Vítor Malheiros, Os cinco pilares da discrição [terça-feira no Público]: '(...) na semana passada, o conselho nacional do PSD lá levantou a ponta do véu, com a publicação dos cinco pilares da acção de um futuro executivo PSD. O problema é que os cinco pilares, apesar dos capitéis decorados com uma retórica contra o “actual paradigma estatizante”, são mais vagos que as brumas de Avalon. Porque é que o PSD não foi mais claro? Mais concreto? Porque é que não consegue dizer o que fará no governo? Não fará a mínima ideia? O PSD tinha uma boa razão para ser vago: não quer dar trunfos ao PS. Se o PSD dissesse qual é o seu programa, o PS podia criticá-lo, copiá-lo, adoptá-lo. Assim, secreto, o programa está protegido de críticas. Se não fosse cómico, dava vontade de chorar. Seria de esperar que a demissão do Governo encontrasse o PSD com os motores já aquecidos, programa feito e Governo-sombra na calha, para tentar conquistar a confiança do povo. Mas eis que lhe salta o colchão de dentro do toucado. O PSD não quer que se saiba por onde vai andar a sua mão invisível e prefere apostar nesta democracia discreta», reduzindo a exposição pública das suas propostas, não se vão oxidar. A ideia é tão boa que dá vontade de perguntar por que não se hão-de fazer as eleições com a mesma discrição? Uma dúzia de pessoas numa sala, gente discreta, bem relacionada, advogados e gestores, todos do PSD... que bela democracia que podia ser. E a mão invisível, como ela se ia regalar.'

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