Cycling & Thoughts: Pedalar pelo ouro em Ponferrada

11-01-2020
marcar artigo

Após
a conquista de um Mundial, como se enfrenta um novo Mundial? A maioria tenta
arrefecer as expectativas, sentindo contudo uma enorme esperança de revalidar o
título inédito alcançado em 2013 por Rui Costa. Em 2014, o arco-íris deixou de
brilhar em mãos lusas, mas nem por isso a Selecção Nacional deixou de honrar o
país com uma boa prestação em Ponferrada.

A seguir às provas de contra-relógio,
chegámos às provas de fundo disputadas num circuito de 18,2 km. Os primeiros a
enfrentar o desafio foram os sub-23, perfazendo 182 km em 10 voltas. Após o
pelotão anular a fuga da jornada, o campeão nacional Joaquim Silva esteve em destaque nos derradeiros 10 km ao
tentar um ataque, que não tendo surtido o efeito desejado, levou-o a finalizar
o seu primeiro mundial 16º lugar, somente a 7s do ouro conquistado pelo
norueguês Sven Erik Bystrom (4h32m39s) e com o mesmo tempo da prata australiana
de Caleb Ewan (+7s) e do bronze norueguês de Kristoffer Skjerping (+7s). Os
companheiros lusos finalizaram em 46º Rafael Reis (+1m03s), 75º Rúben Guerreiro (+6m10s) e 80º Ricardo Vale (+9m18s).

Selecção Sub-23 em Ponferrada (Foto FPC)

A prova dos
juniores foi marcada por uma série de infortúnios, levando os três corredores
lusos a não finalizarem as 7 voltas ao circuito. Tiago Antunes viu-se envolvido
numa queda, seguida de um problema mecânico que o levou a um atraso substancial
para o pelotão acabando por abandonar a corrida, sucedendo a mesma situação com
o campeão nacional André Carvalho. Por fim, Rui Oliveira também não conseguiu
regressar ao seio do pelotão, após problemas com a corrente da bicicleta. No
final dos 127,4km, o desfecho ao sprint ditou o ouro nas mãos do alemão Jonas
Bokeloh (3h07m00s), a prata para o russo Alexandr Kulikovskiy e o bronze para o
holandês de Peter Lenderink.

À imagem dos
juniores, as elites femininas pedalaram a mesma distância e Portugal esteve
presente com Daniela Reis. No seu primeiro Mundial, a jovem de 21 anos lutou
entre as melhores ciclistas do mundo, mostrando-se uma autêntica guerreira ao
batalhar por se manter em prova e terminar um desafio onde estava em
desvantagem perante o peso competitivo das adversárias. Após a 4ª passagem pela
meta, e com um atrasado de 10m57s para a frente da corrida, não continuou em
prova. A vitória na meta foi disputada num renhido sprint, conquistando o ouro
a francesa Pauline Ferrand-Prevot (3h29m21s), a prata a alemã Lisa Brennauer e o
bronze a sueca Emma Johansson.

Restava a mais
aguardada luta entre os elites. Longos 254,8 km repartidos por 14 voltas, das
quais 10 tiveram um quarteto em fuga. Os 15m de vantagem foram sendo apagados
até restarem cerca de 65 km para um final repleto de ataques coroados por uma
chuva persistente desde o tiro de partida. Depois de um trabalho incansável da
Selecção Polaca, a fuga terminou com um ataque surpresa dos Italianos, que
fragmentou o pelotão. O alemão Tony Martin ainda tentou a sua sorte, a par de
outras nações, mas o pelotão acabou com esses intentos. No final, o polaco Michal
Kwiatkowski pagou com ouro o trabalho dos companheiros, sagrando-se campeão do
mundo ao fim de 6h29m07s. A prata sorriu ao australiano Simon Gerrans (+1s) e o
bronze ficou em casa com o espanhol Alejandro Valverde (+1s), novamente terceiro
no pódio. A Selecção Lusa manteve-se sempre bem colocada no pelotão, protegendo
o dorsal 1 de Rui Costa e destacando-se nesse trabalho o seu companheiro de
equipa Nelson Oliveira. Os lugares cimeiros não foram conquistados, mas a
verdade é que o sexteto esteve bem, faltando apenas no final aquele brilho extra
que nos conduziu ao arco-íris no ano transacto. Nas contas finais, o trio André
Cardoso, Sérgio Paulinho e José Mendes não terminou a prova e o outro trio
finalizou em 23º Rui Costa (+7s), 54º Tiago Machado (+1m32s) e 67º Nelson
Oliveira (+5m12s). 

Selecção Elite em Ponferrada (Foto Rui Costa)

(escrito em português de acordo com a
antiga ortografia)

Após
a conquista de um Mundial, como se enfrenta um novo Mundial? A maioria tenta
arrefecer as expectativas, sentindo contudo uma enorme esperança de revalidar o
título inédito alcançado em 2013 por Rui Costa. Em 2014, o arco-íris deixou de
brilhar em mãos lusas, mas nem por isso a Selecção Nacional deixou de honrar o
país com uma boa prestação em Ponferrada.

A seguir às provas de contra-relógio,
chegámos às provas de fundo disputadas num circuito de 18,2 km. Os primeiros a
enfrentar o desafio foram os sub-23, perfazendo 182 km em 10 voltas. Após o
pelotão anular a fuga da jornada, o campeão nacional Joaquim Silva esteve em destaque nos derradeiros 10 km ao
tentar um ataque, que não tendo surtido o efeito desejado, levou-o a finalizar
o seu primeiro mundial 16º lugar, somente a 7s do ouro conquistado pelo
norueguês Sven Erik Bystrom (4h32m39s) e com o mesmo tempo da prata australiana
de Caleb Ewan (+7s) e do bronze norueguês de Kristoffer Skjerping (+7s). Os
companheiros lusos finalizaram em 46º Rafael Reis (+1m03s), 75º Rúben Guerreiro (+6m10s) e 80º Ricardo Vale (+9m18s).

Selecção Sub-23 em Ponferrada (Foto FPC)

A prova dos
juniores foi marcada por uma série de infortúnios, levando os três corredores
lusos a não finalizarem as 7 voltas ao circuito. Tiago Antunes viu-se envolvido
numa queda, seguida de um problema mecânico que o levou a um atraso substancial
para o pelotão acabando por abandonar a corrida, sucedendo a mesma situação com
o campeão nacional André Carvalho. Por fim, Rui Oliveira também não conseguiu
regressar ao seio do pelotão, após problemas com a corrente da bicicleta. No
final dos 127,4km, o desfecho ao sprint ditou o ouro nas mãos do alemão Jonas
Bokeloh (3h07m00s), a prata para o russo Alexandr Kulikovskiy e o bronze para o
holandês de Peter Lenderink.

À imagem dos
juniores, as elites femininas pedalaram a mesma distância e Portugal esteve
presente com Daniela Reis. No seu primeiro Mundial, a jovem de 21 anos lutou
entre as melhores ciclistas do mundo, mostrando-se uma autêntica guerreira ao
batalhar por se manter em prova e terminar um desafio onde estava em
desvantagem perante o peso competitivo das adversárias. Após a 4ª passagem pela
meta, e com um atrasado de 10m57s para a frente da corrida, não continuou em
prova. A vitória na meta foi disputada num renhido sprint, conquistando o ouro
a francesa Pauline Ferrand-Prevot (3h29m21s), a prata a alemã Lisa Brennauer e o
bronze a sueca Emma Johansson.

Restava a mais
aguardada luta entre os elites. Longos 254,8 km repartidos por 14 voltas, das
quais 10 tiveram um quarteto em fuga. Os 15m de vantagem foram sendo apagados
até restarem cerca de 65 km para um final repleto de ataques coroados por uma
chuva persistente desde o tiro de partida. Depois de um trabalho incansável da
Selecção Polaca, a fuga terminou com um ataque surpresa dos Italianos, que
fragmentou o pelotão. O alemão Tony Martin ainda tentou a sua sorte, a par de
outras nações, mas o pelotão acabou com esses intentos. No final, o polaco Michal
Kwiatkowski pagou com ouro o trabalho dos companheiros, sagrando-se campeão do
mundo ao fim de 6h29m07s. A prata sorriu ao australiano Simon Gerrans (+1s) e o
bronze ficou em casa com o espanhol Alejandro Valverde (+1s), novamente terceiro
no pódio. A Selecção Lusa manteve-se sempre bem colocada no pelotão, protegendo
o dorsal 1 de Rui Costa e destacando-se nesse trabalho o seu companheiro de
equipa Nelson Oliveira. Os lugares cimeiros não foram conquistados, mas a
verdade é que o sexteto esteve bem, faltando apenas no final aquele brilho extra
que nos conduziu ao arco-íris no ano transacto. Nas contas finais, o trio André
Cardoso, Sérgio Paulinho e José Mendes não terminou a prova e o outro trio
finalizou em 23º Rui Costa (+7s), 54º Tiago Machado (+1m32s) e 67º Nelson
Oliveira (+5m12s). 

Selecção Elite em Ponferrada (Foto Rui Costa)

(escrito em português de acordo com a
antiga ortografia)

marcar artigo