“Já aqui estivemos com sondagens piores”, diz Costa na reta final

22-03-2020
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Em dia de queimar as últimas calorias da campanha, o PS cumpriu a bonita tradição de comer um bife afogado em gordura e a seguir descer o Chiado em grande algazarra, para desmoer a coisa. "Todos os partidos são feitos de tradições, e esta é uma bela tradição", sublinhou Costa. Numa campanha marcada por tendências eco-vegan-animal-friendly, António Costa, meio Conselho de Ministros e um sem-número de candidatos e figuras variadas não dispensaram o Bife à Trindade. As novas tendências têm que se lhe diga: fazer festinhas a todos os cães que António Costa encontra na rua, é uma coisa; coisa diferente é seguir a fatwa da Universidade de Coimbra contra a carne de vaca.

Se é certo que o bife e a arruada no Chiado são a tradição em dia de fechar a campanha, também é verdade que nem sempre esse programa se cumpre com perspectivas eleitorais tão boas como as que o PS tem este ano.

"Já aqui estivemos com sondagens piores", ironizou o líder socialista — uma tirada recebida com risos no restaurante a rebentar pelas costuras. "Mas não são as sondagens que mudam a regra de que por um voto se ganha, por um voto se perde", alertou, para fazer um forte apelo à mobilização no domingo. Até porque, a Costa, não basta ganhar por um voto.

Conforme o Expresso revela na sua edição de hoje em papel, a fasquia que os socialistas colocaram para garantirem condições de governabilidade no próximo mandato é terem mais deputados do que a direita toda junta, de forma a que não fiquem dependentes dos votos da restante esquerda - nesse cenário, que é o previsto pela sondagem de hoje do Expresso, basta a restante esquerda abster-se; se votar ao lado da direita, terá de arcar com as consequências dessa opção.

Nem Governo com "mãos livres" nem com "mãos atadas"

"Da mesma forma que mesmo para um otimista não é possível fazer omeletes sem ovos, também não é possível fazer governos sem apoio parlamentar", sublinhou Costa.

A questão, acrescentou, não é se o Governo terá "mãos livres", como dizem o PCP e o BE. Isso não existe, pois "em democracia podemos contar com escrutínio de uma comunicação social livre, com a fiscalização de uma justiça independente, com a fiscalização de uma Assembleia da República plural, e com um PR com competências próprias e sempre atento."

A "questão central" no domingo, segundo Costa, é outra: "É saber se ficamos com as mãos atadas ou com força e capacidade necessárias para cumprir."

O pedido de "mais força para o PS" tem essa justificação: "Para que possamos ter um Governo de legislatura, e não um Governo com prazo contado só para os próximos dois anos". Ou, na frase seguinte, "para que Portugal tenha um governo que seja capaz de ouvir, de negociar, de chegar a acordo, mas também que seja capaz de dizer não sempre que seja necessário dizer não."

Como não basta vencer, mas ganhar por muitos, o secretario-geral do PS insistiu: "Não fiquem tranquilos com as sondagens". E seguiu Chiado abaixo, levando atrás o povo socialista, e ao lado a mesa de honra do almoço, que era uma espécie de quem é quem no PS 2019. "PS ao longo da sua história tem sido capaz de combinar a continuidade com a renovação", disse Costa, e a combinação estava bem à vista: o secretário-geral sentado entre Jorge Sampaio e Carlos César, e um conjunto de figuras nacionais e de Lisboa — Ana Catarina Mendes, Ferro Rodrigues, Fernando Medina, Duarte Cordeiro, Maria Begonha, Helena Roseta, João Soares e Miranda Calha (os três últimos, deputados históricos que não se recandidatam).

Para além de muito Governo e candidatos, havia poucas "caras conhecidas", incluindo a mãe do líder socialista, Maria Antónia Palla, e a atriz Maria do Céu Guerra. Do coração de Lisboa, Costa seguiu depois para o Porto, para o comício de encerramento da campanha. De comboio, claro, seguindo, neste caso, o que ditam as tendências politicamente corretas.

Em dia de queimar as últimas calorias da campanha, o PS cumpriu a bonita tradição de comer um bife afogado em gordura e a seguir descer o Chiado em grande algazarra, para desmoer a coisa. "Todos os partidos são feitos de tradições, e esta é uma bela tradição", sublinhou Costa. Numa campanha marcada por tendências eco-vegan-animal-friendly, António Costa, meio Conselho de Ministros e um sem-número de candidatos e figuras variadas não dispensaram o Bife à Trindade. As novas tendências têm que se lhe diga: fazer festinhas a todos os cães que António Costa encontra na rua, é uma coisa; coisa diferente é seguir a fatwa da Universidade de Coimbra contra a carne de vaca.

Se é certo que o bife e a arruada no Chiado são a tradição em dia de fechar a campanha, também é verdade que nem sempre esse programa se cumpre com perspectivas eleitorais tão boas como as que o PS tem este ano.

"Já aqui estivemos com sondagens piores", ironizou o líder socialista — uma tirada recebida com risos no restaurante a rebentar pelas costuras. "Mas não são as sondagens que mudam a regra de que por um voto se ganha, por um voto se perde", alertou, para fazer um forte apelo à mobilização no domingo. Até porque, a Costa, não basta ganhar por um voto.

Conforme o Expresso revela na sua edição de hoje em papel, a fasquia que os socialistas colocaram para garantirem condições de governabilidade no próximo mandato é terem mais deputados do que a direita toda junta, de forma a que não fiquem dependentes dos votos da restante esquerda - nesse cenário, que é o previsto pela sondagem de hoje do Expresso, basta a restante esquerda abster-se; se votar ao lado da direita, terá de arcar com as consequências dessa opção.

Nem Governo com "mãos livres" nem com "mãos atadas"

"Da mesma forma que mesmo para um otimista não é possível fazer omeletes sem ovos, também não é possível fazer governos sem apoio parlamentar", sublinhou Costa.

A questão, acrescentou, não é se o Governo terá "mãos livres", como dizem o PCP e o BE. Isso não existe, pois "em democracia podemos contar com escrutínio de uma comunicação social livre, com a fiscalização de uma justiça independente, com a fiscalização de uma Assembleia da República plural, e com um PR com competências próprias e sempre atento."

A "questão central" no domingo, segundo Costa, é outra: "É saber se ficamos com as mãos atadas ou com força e capacidade necessárias para cumprir."

O pedido de "mais força para o PS" tem essa justificação: "Para que possamos ter um Governo de legislatura, e não um Governo com prazo contado só para os próximos dois anos". Ou, na frase seguinte, "para que Portugal tenha um governo que seja capaz de ouvir, de negociar, de chegar a acordo, mas também que seja capaz de dizer não sempre que seja necessário dizer não."

Como não basta vencer, mas ganhar por muitos, o secretario-geral do PS insistiu: "Não fiquem tranquilos com as sondagens". E seguiu Chiado abaixo, levando atrás o povo socialista, e ao lado a mesa de honra do almoço, que era uma espécie de quem é quem no PS 2019. "PS ao longo da sua história tem sido capaz de combinar a continuidade com a renovação", disse Costa, e a combinação estava bem à vista: o secretário-geral sentado entre Jorge Sampaio e Carlos César, e um conjunto de figuras nacionais e de Lisboa — Ana Catarina Mendes, Ferro Rodrigues, Fernando Medina, Duarte Cordeiro, Maria Begonha, Helena Roseta, João Soares e Miranda Calha (os três últimos, deputados históricos que não se recandidatam).

Para além de muito Governo e candidatos, havia poucas "caras conhecidas", incluindo a mãe do líder socialista, Maria Antónia Palla, e a atriz Maria do Céu Guerra. Do coração de Lisboa, Costa seguiu depois para o Porto, para o comício de encerramento da campanha. De comboio, claro, seguindo, neste caso, o que ditam as tendências politicamente corretas.

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