Três mortos, 144 desalojados, 12 mil ocorrências: o balanço da passagem das depressões Elsa e Fabian

25-12-2019
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Trabalhava para ajudar nos estragos que o mau tempo já havia causado e para prevenir aqueles que ainda poderiam vir a acontecer. Tinha cerca de 55 anos anos e conduzia uma retroescavadora em Ribolhos quando caiu ao rio Paiva. Foi há cinco dias. A máquina foi encontrada esta segunda-feira. As buscas continuaram e na manhã desta véspera de Natal foi encontrado o corpo a cerca de quatro quilómetros do local do desaparecimento.

“Um corpo foi encontrado a jusante da Ponte da Pedrinha”, confirma o Comando Distrital de Operações de Viseu. Sobre para três o número de vítimas mortais causadas pela passagem das depressões Elsa e Fabian em Portugal: um homem no Montijo, após ser atingido por uma árvore enquanto conduzia e ou outro homem em Castro Daire, que estava dentro de casa quando esta desabou.

Por agora, as autoridades escavam e tentam abrir caminho até às margens do rio Paiva para retirar a retroescavadora. Participam nas buscas cerca de 50 operacionais, apoiados por 26 viaturas e um bote.

Coimbra é o distrito mais afetado

A situação de cheia no Vale do Mondego está a estabilizar, mas o nível da água está “a baixar muito lentamente”, confirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Montemor-o-Velho. Neste momento está a ser feita a monitorização de todo o vale afetado pelas cheias do Mondego, sendo que a localidade de Ereira “é o único sítio onde a água está a subir, mas apenas um centímetro”, apontou o autarca, garantindo que a “situação está estável” e que vão “continuar a monitorizar com alguma paciência”.

Além das três vítimas mortais, a depressão Elsa - à qual se juntou no passado sábado também a depressão Fabian - deixou 144 pessoas sem casa e 352 foram temporariamente deslocadas para outros locais por questões de segurança - entretanto, muitas já regressaram. Registaram-se 11.928 ocorrências no país. Inundações, quedas de árvores, deslizamento de terras foram as mais frequentes.

Ao Expresso, a Proteção Civil recusa para já avançar com prazos para o fim dos trabalhos de limpeza: “Não conseguimos dar uma certeza de quando vai ser possível repor a normalidade.” Algumas zonas continuam alagadas e só quando a água escoar na totalidade vai ser possível avaliar os estragos.

Os estragos nos diques do rio Mondego foram das situações que mais preocuparam as autoridades durante a passagem das depressões. Esta segunda-feira, o ministro do Ambiente deixava garantias que de seria possível repará-los em cerca de dois meses. “Nos sítios das ruturas não temos maneira de fazer chegar as máquinas. Aguardamos agora que o terreno vá secando e quero acreditar que, em dois meses, aqueles diques estão completamente reparados", disse João Pedro Matos Fernandes aos jornalistas. Já durante o fim de semana, os pontos mais frágeis foram reforçados.

Também a ministra da Agricultura se deslocou a Montemor-o-Velho, onde anunciou que o Governo pretende encontrar soluções para minimizar os impactos das cheias através de um investimento no sistema de regadio. “Temos que olhar para o sistema [de regadio] montado e que protege esta população e os campos agrícolas para tentar encontrar soluções que minimizem os impactos de situações de cheia como esta e, com base nisso, não comprometemos a economia do Baixo do Mondego”, disse Maria do Céu Albuquerque, que falava após uma visita a Montemor-o-Velho, concelho afetado pelas cheias do Mondego. “Estas situações vão ser cada vez mais frequentes. Este é um efeito claro das alterações climáticas, em que secas severas dão lugar a situações como esta de forte precipitação em que os terrenos não são capazes de fazer a absorção da água”, sublinhou.

Marcelo a caminho

Este sábado, Marcelo Rebelo de Sousa vai visitar a região do Baixo-Mondego, a mais afetada pelo mau tempo. “Durante este fim de semana, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa falou nomeadamente ao telefone com o presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, a quem ligou por quatro vezes para se inteirar da evolução da situação no Baixo Mondego. O Presidente da República tenciona deslocar-se àquela região nos próximos dias”, pode ler-se numa nota publicada na página da presidência esta segunda-feira.

O mau tempo provocado pelas depressões Elsa e Fabian condicionou ainda a circulação rodoviária e ferroviária (a passagem entre Alfarelos, no concelho de Soure, e Verride, no concelho de Montemor-o-Velho, continua suspensa e não é possível confirmar a extensão dos danos), bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.

Para os próximos não previsão de chuva no continente e até é esperada uma ligeira subida das temperaturas. No entanto, nos Açores mantém-se o aviso meteorológico devido à possibilidade de precipitação forte nas ilhas do grupo central (Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial).

[Texto atualizado às 15h27]

Trabalhava para ajudar nos estragos que o mau tempo já havia causado e para prevenir aqueles que ainda poderiam vir a acontecer. Tinha cerca de 55 anos anos e conduzia uma retroescavadora em Ribolhos quando caiu ao rio Paiva. Foi há cinco dias. A máquina foi encontrada esta segunda-feira. As buscas continuaram e na manhã desta véspera de Natal foi encontrado o corpo a cerca de quatro quilómetros do local do desaparecimento.

“Um corpo foi encontrado a jusante da Ponte da Pedrinha”, confirma o Comando Distrital de Operações de Viseu. Sobre para três o número de vítimas mortais causadas pela passagem das depressões Elsa e Fabian em Portugal: um homem no Montijo, após ser atingido por uma árvore enquanto conduzia e ou outro homem em Castro Daire, que estava dentro de casa quando esta desabou.

Por agora, as autoridades escavam e tentam abrir caminho até às margens do rio Paiva para retirar a retroescavadora. Participam nas buscas cerca de 50 operacionais, apoiados por 26 viaturas e um bote.

Coimbra é o distrito mais afetado

A situação de cheia no Vale do Mondego está a estabilizar, mas o nível da água está “a baixar muito lentamente”, confirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Montemor-o-Velho. Neste momento está a ser feita a monitorização de todo o vale afetado pelas cheias do Mondego, sendo que a localidade de Ereira “é o único sítio onde a água está a subir, mas apenas um centímetro”, apontou o autarca, garantindo que a “situação está estável” e que vão “continuar a monitorizar com alguma paciência”.

Além das três vítimas mortais, a depressão Elsa - à qual se juntou no passado sábado também a depressão Fabian - deixou 144 pessoas sem casa e 352 foram temporariamente deslocadas para outros locais por questões de segurança - entretanto, muitas já regressaram. Registaram-se 11.928 ocorrências no país. Inundações, quedas de árvores, deslizamento de terras foram as mais frequentes.

Ao Expresso, a Proteção Civil recusa para já avançar com prazos para o fim dos trabalhos de limpeza: “Não conseguimos dar uma certeza de quando vai ser possível repor a normalidade.” Algumas zonas continuam alagadas e só quando a água escoar na totalidade vai ser possível avaliar os estragos.

Os estragos nos diques do rio Mondego foram das situações que mais preocuparam as autoridades durante a passagem das depressões. Esta segunda-feira, o ministro do Ambiente deixava garantias que de seria possível repará-los em cerca de dois meses. “Nos sítios das ruturas não temos maneira de fazer chegar as máquinas. Aguardamos agora que o terreno vá secando e quero acreditar que, em dois meses, aqueles diques estão completamente reparados", disse João Pedro Matos Fernandes aos jornalistas. Já durante o fim de semana, os pontos mais frágeis foram reforçados.

Também a ministra da Agricultura se deslocou a Montemor-o-Velho, onde anunciou que o Governo pretende encontrar soluções para minimizar os impactos das cheias através de um investimento no sistema de regadio. “Temos que olhar para o sistema [de regadio] montado e que protege esta população e os campos agrícolas para tentar encontrar soluções que minimizem os impactos de situações de cheia como esta e, com base nisso, não comprometemos a economia do Baixo do Mondego”, disse Maria do Céu Albuquerque, que falava após uma visita a Montemor-o-Velho, concelho afetado pelas cheias do Mondego. “Estas situações vão ser cada vez mais frequentes. Este é um efeito claro das alterações climáticas, em que secas severas dão lugar a situações como esta de forte precipitação em que os terrenos não são capazes de fazer a absorção da água”, sublinhou.

Marcelo a caminho

Este sábado, Marcelo Rebelo de Sousa vai visitar a região do Baixo-Mondego, a mais afetada pelo mau tempo. “Durante este fim de semana, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa falou nomeadamente ao telefone com o presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, a quem ligou por quatro vezes para se inteirar da evolução da situação no Baixo Mondego. O Presidente da República tenciona deslocar-se àquela região nos próximos dias”, pode ler-se numa nota publicada na página da presidência esta segunda-feira.

O mau tempo provocado pelas depressões Elsa e Fabian condicionou ainda a circulação rodoviária e ferroviária (a passagem entre Alfarelos, no concelho de Soure, e Verride, no concelho de Montemor-o-Velho, continua suspensa e não é possível confirmar a extensão dos danos), bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.

Para os próximos não previsão de chuva no continente e até é esperada uma ligeira subida das temperaturas. No entanto, nos Açores mantém-se o aviso meteorológico devido à possibilidade de precipitação forte nas ilhas do grupo central (Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial).

[Texto atualizado às 15h27]

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