Agricultura: Depois da tempestade pode vir a chuva de milhões

26-07-2020
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Em Távora-Varosa, no planalto da serra da Nave, são produzidas 100 mil toneladas de maçã “e há mais de 300 hectares de novos pomares em plantio”, revela o autarca de Moimenta da Beira. “Alguns destes pomares já estão protegidos com redes, mas este é um investimento caro, de €15 mil por hectare, que o Programa de Desenvolvimento Rural [PDR] não contempla”, adianta José Eduardo.

“O PDR está construído ao contrário, valoriza o aumento da produção e não a sua preservação.” A região perdeu “a quase totalidade da maçã, num prejuízo que pode chegar aos €25 milhões”, acrescenta João Silva, presidente da Cooperativa Agrícola do Távora, que tem os maiores armazéns de frio da região.

Prejuízos do Douro à Beira

“Para suprir estes prejuízos e manter a fileira da maçã viva precisamos de instrumentos financeiros”, diz aquele responsável, que lembra que “as tempestades de granizo estão mais frequentes, e a solução podia vir do PDR”. Mas “as candidaturas a este instrumento são penalizadas com tetos máximos de financiamento e na avaliação global acabam preteridas”, explica Filipe Costa, responsável da Cerfundão, uma organização de produtores que explora 300 hectares de cerejeiras e 200 de pomares de pêssego na Cova da Beira.

Aqui, onde a colheita da cereja já estava em andamento, as perdas — depois da trovoada de granizo do último domingo — devem atingir “mais de 90%”, reconhece Filipe Costa. Os fruticultores reclamam “linhas de crédito, que possam ser garantidas com as ajudas à produção, no valor de €10 milhões”. E “o dinheiro existe, está no Fundo Europeu de Investimento, que foi negociado pelo Ministério da Agricultura”, defende o autarca de Moimenta da Beira.

O fundo tem “€300 milhões, financiados pelo Banco Europeu de Investimento [BEI]”, assegura José Eduardo. O programa “foi negociado pelo Governo e disponibiliza taxas de juro baixas, com longos períodos de carência”, conclui.

Os fruticultores reclamam ainda melhorias nos avisos meteorológicos. “Há soluções que permitem antever as tempestades com 10 dias de antecedência e gerar avisos para poderem ser usadas caldas preventivas que mitiguem os prejuízos”, explica o agrometeorologista Mário Marques, que patenteou um sistema de alertas.

É que “depois da tempestade vem o oídio, que tem maior capacidade de infeção com a subida das temperaturas, e só com soluções preventivas se consegue salvar as colheitas”, avisa. Em causa estão as culturas de batata, tomate e pera e o vinho, que “vão sofrer quebras de produção, motivadas por estas doenças, que surgem quando a humidade e a temperatura são altas”.

O Expresso questionou o Ministério da Agricultura sobre a mobilização deste fundo para financiar as coberturas de pomares e melhorias tecnológicas, mas não obteve resposta. O gabinete de Maria do Céu Albuquerque diz apenas que está “a estudar medidas que visam minimizar os prejuízos”, como “uma linha de crédito bonificado para apoiar os produtores que sofreram uma forte quebra na produção”.

Em Távora-Varosa, no planalto da serra da Nave, são produzidas 100 mil toneladas de maçã “e há mais de 300 hectares de novos pomares em plantio”, revela o autarca de Moimenta da Beira. “Alguns destes pomares já estão protegidos com redes, mas este é um investimento caro, de €15 mil por hectare, que o Programa de Desenvolvimento Rural [PDR] não contempla”, adianta José Eduardo.

“O PDR está construído ao contrário, valoriza o aumento da produção e não a sua preservação.” A região perdeu “a quase totalidade da maçã, num prejuízo que pode chegar aos €25 milhões”, acrescenta João Silva, presidente da Cooperativa Agrícola do Távora, que tem os maiores armazéns de frio da região.

Prejuízos do Douro à Beira

“Para suprir estes prejuízos e manter a fileira da maçã viva precisamos de instrumentos financeiros”, diz aquele responsável, que lembra que “as tempestades de granizo estão mais frequentes, e a solução podia vir do PDR”. Mas “as candidaturas a este instrumento são penalizadas com tetos máximos de financiamento e na avaliação global acabam preteridas”, explica Filipe Costa, responsável da Cerfundão, uma organização de produtores que explora 300 hectares de cerejeiras e 200 de pomares de pêssego na Cova da Beira.

Aqui, onde a colheita da cereja já estava em andamento, as perdas — depois da trovoada de granizo do último domingo — devem atingir “mais de 90%”, reconhece Filipe Costa. Os fruticultores reclamam “linhas de crédito, que possam ser garantidas com as ajudas à produção, no valor de €10 milhões”. E “o dinheiro existe, está no Fundo Europeu de Investimento, que foi negociado pelo Ministério da Agricultura”, defende o autarca de Moimenta da Beira.

O fundo tem “€300 milhões, financiados pelo Banco Europeu de Investimento [BEI]”, assegura José Eduardo. O programa “foi negociado pelo Governo e disponibiliza taxas de juro baixas, com longos períodos de carência”, conclui.

Os fruticultores reclamam ainda melhorias nos avisos meteorológicos. “Há soluções que permitem antever as tempestades com 10 dias de antecedência e gerar avisos para poderem ser usadas caldas preventivas que mitiguem os prejuízos”, explica o agrometeorologista Mário Marques, que patenteou um sistema de alertas.

É que “depois da tempestade vem o oídio, que tem maior capacidade de infeção com a subida das temperaturas, e só com soluções preventivas se consegue salvar as colheitas”, avisa. Em causa estão as culturas de batata, tomate e pera e o vinho, que “vão sofrer quebras de produção, motivadas por estas doenças, que surgem quando a humidade e a temperatura são altas”.

O Expresso questionou o Ministério da Agricultura sobre a mobilização deste fundo para financiar as coberturas de pomares e melhorias tecnológicas, mas não obteve resposta. O gabinete de Maria do Céu Albuquerque diz apenas que está “a estudar medidas que visam minimizar os prejuízos”, como “uma linha de crédito bonificado para apoiar os produtores que sofreram uma forte quebra na produção”.

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