Aceleradora de empresas da UAlg arranca já em 2021

23-12-2020
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Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial e responsável pela gestão dos fundos comunitários europeus nas regiões, elogiou a futura aceleradora de empresas da Universidade do Algarve (UAlg).

As obras nos campi da UAlg receberam na manhã de ontem, quarta-feira, dia 16 de dezembro, a visita de Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, que veio conhecer os futuros UAlg Tec Campus, na Penha, e o UAlg Tec Health, em Gambelas.

Paulo Águas, Reitor da UAlg, considerou que ambos os projetos serão «determinantes para o desenvolvimento da Universidade, com um forte impacto na economia regional, contribuindo para a sua tão necessária diversificação».

«O que aqui está em casa é a transformação das salas do Complexo Pedagógico do campus da Penha no futuro UAlg Tec Campus, que depois faz parte de um Algarve Tec Hub, e de um digital hub, que estamos já a construir no Algarve. No fundo, vamos transformar este espaço para empresas na área das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), uma aceleradora de empresas. E também a criação de um centro de simulação química, o Algarve Tec Health, no campus de Gambelas. Antes do final de 2021 esta obra estará concluída. O prazo de execução é de nove meses. Terminada a obra diria que nada será como antes», referiu o magnífico.

Ouvido pelos jornalistas, Paulo Águas revelou que ambos os projetos são financiados a 70 por cento pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional da União Europeia, através do Programa Operacional Regional do Algarve 2014-2020 (CRESC ALGARVE 2020), com um investimento total de 6,6 milhões de euros.

«Na Penha, o espaço vai permitir agregar cerca de 300 a 350 pessoas altamente qualificadas. Vamos ter empresas que já estão no mercado, que necessitem de crescer e que podem criar dinâmicas colaborativas e criativas entre elas e a UAlg, quer em projetos educativos, quer em projetos de investigação. As empresas que aqui se instalarem, terão, forçosamente, de interagir com a UAlg porque é isso que fará parte do nosso caderno de encargos de relacionamento».

Por outro lado, «em Gambelas vamos ter um espaço que vai permitir formar profissionais de saúde e interagir com empresas na área da saúde e na área da simulação clínica. Hoje a medicina é muito realizada através de simuladores, e é isso que vamos ter nesse espaço. Os trabalhos estarão prontos dentro de um mês. Depois teremos de equipar e adquirir simuladores».

«Em conjunto, ambos irão contribuir para a criação de riqueza, para o aumento do emprego qualificado, para a diversificação do tecido económico regional, para a inovação pedagógica e para a criação do conhecimento», explicou Águas.

Em relação aos fundos comunitários, onde 3,6 por cento do valor total para a região foi aplicado na UAlg, o Reitor considerou que a sua academia foi «penalizada em relação a outras instituições de ensino superior das regiões norte, centro e Alentejo. O próximo bolo vai ter o dobro desse peso e portanto, o que gostaríamos é que a fatia dos 3,6 por cento pudesse também aumentar, porque o Algarve precisa de mais financiamento para a ciência. Há muito por fazer no que toca à criação de conhecimento. A UAlg não irá desperdiçar um cêntimo e tudo o que for aqui aplicado será para servir a sociedade», garantiu.

Uma opinião corroborada pela ministra Ana Abrunhosa. «No Algarve e no país precisamos de mais verbas para colocar ao serviço da ciência. Se há coisa que a pandemia ensinou ao cidadão comum foi a importância da ciência no nosso dia a dia. A UAlg foi referenciada por bons motivos, pelo trabalho do Algarve Biomedical Center (ABC), pelo papel de relevo que teve nos diagnósticos e no desenvolvimento de metodologias de testagem».

Isto porque «o cidadão normal percebeu que às vezes uma grande inovação, que salva vidas, pode estar na mão de um bolseiro que recebe 800 euros no final do mês. Isto é algo que temos de contrariar no nosso país. Valorizar a ciência significa também estar disponível para investir. Fruto da pandemia, a União Europeia destinou ao Algarve um pacote adicional de fundos europeus, de 300 milhões de euros, e o objetivo é colocar a ciência a trabalhar com a comunidade, com as autarquias e com as empresas».

«O propósito é termos um sector do turismo com fatores de competitividade que contrariem a sazonalidade, que sejam ambientalmente mais amigáveis, que tenham trabalho mais qualificado, que também façam a transição energética e ainda ter outras atividades económicas que sejam relevantes para o Algarve, onde todos têm um papel», sublinhou.

A governante disse mesmo que as «monoculturas são um risco para uma região que tenha uma especialização baseada num só sector. O turismo será e continuará a ser muito importante para a região e para o país mas, muito provavelmente, a pandemia veio mostrar-nos que o turismo terá de ter outros fatores de competitividade e que precisamos, no Algarve, de diversificar a nossa base económica».

É então nesse sentido que Ana Abrunhosa antevê que ambos os projetos da UAlg darão um grande contributo. «A UAlg vai ter aqui um papel muito importante naquilo que queremos fazer, que está no programa do governo, que é diversificar a base económica da região. Temos de estimular outras atividades económicas que já têm semente aqui na área da saúde, energia, tecnologias, na economia, no mar», sugeriu.

«Hoje, é a ciência que nos permite tirar valor dos nossos recursos preservando-os e protegendo-os. É essa a grande valia da ciência. Temos de ter ambição porque daqui a 10 anos, temos de ter um Algarve mais resiliente, com empresas mais inovadoras, com trabalho mais qualificado e um Algarve cada vez mais orgulhoso da sua Universidade», insistiu.

«Se o conhecimento não for disseminado, então não produz riqueza. Não precisamos de ter uma visão utilitária do conhecimento, mas também temos de ter a preocupação que o conhecimento cria riqueza e melhora a nossa qualidade de vida. É essa a missão que temos em mãos. Contem com esta ministra para fazer esse caminho convosco», terminou.

Por sua vez, José Apolinário, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve considerou que «este é um projeto muito importante para o Algarve que vai bem na linha da diversificação da atividade económica. Quero sobretudo deixar ao Reitor, a ponderação, o equilíbrio e a criatividade entre os diversos campus e procurar estar à frente do tempo. Isto é pôr a Universidade não apenas ao ritmo do nosso tempo, mas também à frente do tempo».

«Este é um projeto, em linha com a Agenda Europeia e com o Plano de Ação e Transição Digital, aprovado em abril último, que quer ser parceiro, sobretudo na capacitação digital, mas também na transformação digital do tecido empresarial».

«Há pouco investimento em ciência na região, desde logo porque só há uma Universidade, portanto este esforço conjunto tem de ser reforçado entre os autarcas e a CCDR. Neste quadro, a UAlg tem até agora aprovados 11,5 milhões de euros, o que corresponde a 3,6 por cento do total programado e sim, é necessário fazer aqui um esforço maior. Temos que aumentar o investimento na inovação e na ciência», disse.

«Estamos certos que nestas áreas, na componente do mar, das TIC, das energias renováveis, da eficiência energética, com a componente da saúde e do envelhecimento ativo, no agroalimentar e da literacia da ciência, há um longo caminho a prosseguir. Estamos disponíveis neste nosso mandato, para em conjunto com os autarcas procurar reforçar essa componente», declarou.

Por fim, Rogério Bacalhau, presidente da Câmara Municipal de Faro, garantiu que o município vai dar um apoio fundamental, no alojamento e habitação.

«Vamos aprovar ainda este mês uma alteração ao plano de urbanização da Penha. No terreno adjacente ao campus está previsto termos um lote para acrescentar mais 10 mil metros quadrados a estes quase cinco mil desta obra. Ao lado, um outro lote, também com cerca de 10 mil metros quadrados, para habitação para de certa forma dar apoio a estas empresas e às pessoas que poderão vir de fora e que necessitem dessa mesma habitação para poderem trabalhar e ter a sua vida».

«Este projeto não tem de ficar circunscrito ao concelho, a ideia é que se possa disseminar ao longo da região, criando outros polos em outros concelhos e fortalecendo o tecido económico da região», concluiu Rogério Bacalhau.

Fundos europeus: Portugal saberá fazer as «escolhas corretas»

Ainda em declarações aos jornalistas a ministra da Coesão Territorial acredita que os fundos do próximo quadro comunitário serão bem utilizados. «Penso que vamos fazer as escolhas corretas. Vamos trabalhar com os atores no terreno para que as soluções que desenhamos sejam adequadas aos problemas de cada território. Não temos de ter receio de fazer as escolhas certas, nem de ter o acompanhamento de quem foi solidário connosco no âmbito da União Europeia», disse Ana Abrunhosa.

«Temos carências graves, no âmbito da mobilidade, que precisam de ser cada vez mais sustentáveis. A pandemia também nos ensinou que temos de ter espaços verdes nas nossas cidades. A qualidade da habitação tem de ser melhorada porque está diretamente ligada às condições de saúde. Enquanto país temos de continuar a investir nas condições da habitabilidade», concluiu.

Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial e responsável pela gestão dos fundos comunitários europeus nas regiões, elogiou a futura aceleradora de empresas da Universidade do Algarve (UAlg).

As obras nos campi da UAlg receberam na manhã de ontem, quarta-feira, dia 16 de dezembro, a visita de Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, que veio conhecer os futuros UAlg Tec Campus, na Penha, e o UAlg Tec Health, em Gambelas.

Paulo Águas, Reitor da UAlg, considerou que ambos os projetos serão «determinantes para o desenvolvimento da Universidade, com um forte impacto na economia regional, contribuindo para a sua tão necessária diversificação».

«O que aqui está em casa é a transformação das salas do Complexo Pedagógico do campus da Penha no futuro UAlg Tec Campus, que depois faz parte de um Algarve Tec Hub, e de um digital hub, que estamos já a construir no Algarve. No fundo, vamos transformar este espaço para empresas na área das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), uma aceleradora de empresas. E também a criação de um centro de simulação química, o Algarve Tec Health, no campus de Gambelas. Antes do final de 2021 esta obra estará concluída. O prazo de execução é de nove meses. Terminada a obra diria que nada será como antes», referiu o magnífico.

Ouvido pelos jornalistas, Paulo Águas revelou que ambos os projetos são financiados a 70 por cento pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional da União Europeia, através do Programa Operacional Regional do Algarve 2014-2020 (CRESC ALGARVE 2020), com um investimento total de 6,6 milhões de euros.

«Na Penha, o espaço vai permitir agregar cerca de 300 a 350 pessoas altamente qualificadas. Vamos ter empresas que já estão no mercado, que necessitem de crescer e que podem criar dinâmicas colaborativas e criativas entre elas e a UAlg, quer em projetos educativos, quer em projetos de investigação. As empresas que aqui se instalarem, terão, forçosamente, de interagir com a UAlg porque é isso que fará parte do nosso caderno de encargos de relacionamento».

Por outro lado, «em Gambelas vamos ter um espaço que vai permitir formar profissionais de saúde e interagir com empresas na área da saúde e na área da simulação clínica. Hoje a medicina é muito realizada através de simuladores, e é isso que vamos ter nesse espaço. Os trabalhos estarão prontos dentro de um mês. Depois teremos de equipar e adquirir simuladores».

«Em conjunto, ambos irão contribuir para a criação de riqueza, para o aumento do emprego qualificado, para a diversificação do tecido económico regional, para a inovação pedagógica e para a criação do conhecimento», explicou Águas.

Em relação aos fundos comunitários, onde 3,6 por cento do valor total para a região foi aplicado na UAlg, o Reitor considerou que a sua academia foi «penalizada em relação a outras instituições de ensino superior das regiões norte, centro e Alentejo. O próximo bolo vai ter o dobro desse peso e portanto, o que gostaríamos é que a fatia dos 3,6 por cento pudesse também aumentar, porque o Algarve precisa de mais financiamento para a ciência. Há muito por fazer no que toca à criação de conhecimento. A UAlg não irá desperdiçar um cêntimo e tudo o que for aqui aplicado será para servir a sociedade», garantiu.

Uma opinião corroborada pela ministra Ana Abrunhosa. «No Algarve e no país precisamos de mais verbas para colocar ao serviço da ciência. Se há coisa que a pandemia ensinou ao cidadão comum foi a importância da ciência no nosso dia a dia. A UAlg foi referenciada por bons motivos, pelo trabalho do Algarve Biomedical Center (ABC), pelo papel de relevo que teve nos diagnósticos e no desenvolvimento de metodologias de testagem».

Isto porque «o cidadão normal percebeu que às vezes uma grande inovação, que salva vidas, pode estar na mão de um bolseiro que recebe 800 euros no final do mês. Isto é algo que temos de contrariar no nosso país. Valorizar a ciência significa também estar disponível para investir. Fruto da pandemia, a União Europeia destinou ao Algarve um pacote adicional de fundos europeus, de 300 milhões de euros, e o objetivo é colocar a ciência a trabalhar com a comunidade, com as autarquias e com as empresas».

«O propósito é termos um sector do turismo com fatores de competitividade que contrariem a sazonalidade, que sejam ambientalmente mais amigáveis, que tenham trabalho mais qualificado, que também façam a transição energética e ainda ter outras atividades económicas que sejam relevantes para o Algarve, onde todos têm um papel», sublinhou.

A governante disse mesmo que as «monoculturas são um risco para uma região que tenha uma especialização baseada num só sector. O turismo será e continuará a ser muito importante para a região e para o país mas, muito provavelmente, a pandemia veio mostrar-nos que o turismo terá de ter outros fatores de competitividade e que precisamos, no Algarve, de diversificar a nossa base económica».

É então nesse sentido que Ana Abrunhosa antevê que ambos os projetos da UAlg darão um grande contributo. «A UAlg vai ter aqui um papel muito importante naquilo que queremos fazer, que está no programa do governo, que é diversificar a base económica da região. Temos de estimular outras atividades económicas que já têm semente aqui na área da saúde, energia, tecnologias, na economia, no mar», sugeriu.

«Hoje, é a ciência que nos permite tirar valor dos nossos recursos preservando-os e protegendo-os. É essa a grande valia da ciência. Temos de ter ambição porque daqui a 10 anos, temos de ter um Algarve mais resiliente, com empresas mais inovadoras, com trabalho mais qualificado e um Algarve cada vez mais orgulhoso da sua Universidade», insistiu.

«Se o conhecimento não for disseminado, então não produz riqueza. Não precisamos de ter uma visão utilitária do conhecimento, mas também temos de ter a preocupação que o conhecimento cria riqueza e melhora a nossa qualidade de vida. É essa a missão que temos em mãos. Contem com esta ministra para fazer esse caminho convosco», terminou.

Por sua vez, José Apolinário, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve considerou que «este é um projeto muito importante para o Algarve que vai bem na linha da diversificação da atividade económica. Quero sobretudo deixar ao Reitor, a ponderação, o equilíbrio e a criatividade entre os diversos campus e procurar estar à frente do tempo. Isto é pôr a Universidade não apenas ao ritmo do nosso tempo, mas também à frente do tempo».

«Este é um projeto, em linha com a Agenda Europeia e com o Plano de Ação e Transição Digital, aprovado em abril último, que quer ser parceiro, sobretudo na capacitação digital, mas também na transformação digital do tecido empresarial».

«Há pouco investimento em ciência na região, desde logo porque só há uma Universidade, portanto este esforço conjunto tem de ser reforçado entre os autarcas e a CCDR. Neste quadro, a UAlg tem até agora aprovados 11,5 milhões de euros, o que corresponde a 3,6 por cento do total programado e sim, é necessário fazer aqui um esforço maior. Temos que aumentar o investimento na inovação e na ciência», disse.

«Estamos certos que nestas áreas, na componente do mar, das TIC, das energias renováveis, da eficiência energética, com a componente da saúde e do envelhecimento ativo, no agroalimentar e da literacia da ciência, há um longo caminho a prosseguir. Estamos disponíveis neste nosso mandato, para em conjunto com os autarcas procurar reforçar essa componente», declarou.

Por fim, Rogério Bacalhau, presidente da Câmara Municipal de Faro, garantiu que o município vai dar um apoio fundamental, no alojamento e habitação.

«Vamos aprovar ainda este mês uma alteração ao plano de urbanização da Penha. No terreno adjacente ao campus está previsto termos um lote para acrescentar mais 10 mil metros quadrados a estes quase cinco mil desta obra. Ao lado, um outro lote, também com cerca de 10 mil metros quadrados, para habitação para de certa forma dar apoio a estas empresas e às pessoas que poderão vir de fora e que necessitem dessa mesma habitação para poderem trabalhar e ter a sua vida».

«Este projeto não tem de ficar circunscrito ao concelho, a ideia é que se possa disseminar ao longo da região, criando outros polos em outros concelhos e fortalecendo o tecido económico da região», concluiu Rogério Bacalhau.

Fundos europeus: Portugal saberá fazer as «escolhas corretas»

Ainda em declarações aos jornalistas a ministra da Coesão Territorial acredita que os fundos do próximo quadro comunitário serão bem utilizados. «Penso que vamos fazer as escolhas corretas. Vamos trabalhar com os atores no terreno para que as soluções que desenhamos sejam adequadas aos problemas de cada território. Não temos de ter receio de fazer as escolhas certas, nem de ter o acompanhamento de quem foi solidário connosco no âmbito da União Europeia», disse Ana Abrunhosa.

«Temos carências graves, no âmbito da mobilidade, que precisam de ser cada vez mais sustentáveis. A pandemia também nos ensinou que temos de ter espaços verdes nas nossas cidades. A qualidade da habitação tem de ser melhorada porque está diretamente ligada às condições de saúde. Enquanto país temos de continuar a investir nas condições da habitabilidade», concluiu.

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