Metro de Lisboa. Nova "linha circular" prevê construção de túnel com 1.956 metros

12-05-2020
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O prolongamento das linhas Amarela e Verde do Metropolitano, criando uma ‘linha circular’ na zona central da cidade de Lisboa, prevê a construção de 1.956 metros de túnel em via dupla e duas novas estações na Estrela e em Santos.

O concurso para a construção dos toscos dos lotes Rato/Santos e Santos/Cais do Sodré, no âmbito do plano de expansão da rede do metropolitano, foi hoje lançado numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.

O investimento total previsto para esta fase de expansão é de 210 milhões de euros, até 2023, sendo cofinanciado em 127,2 milhões pelo Fundo Ambiental e em 83 milhões pelo Fundo de Coesão, através do Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos — POSEUR.

De acordo com o Governo, os investimentos aprovados na resolução do Conselho de Ministros, repartidos por seis anos, referem um montante de 4,6 milhões para o ano de 2018, enquanto para este ano há uma tranche de 29,8 milhões.

Para os anos de 2020, 2021 e 2022 serão financiados valores acima dos 45 milhões de euros, sendo 45,8 milhões, 49,8 e 48,4, respetivamente. No ano previsto para a conclusão da obra serão investidos 31,8 milhões de euros.

A nova estação da Estrela servirá uma parte da cidade “primordialmente residencial e que possui uma concentração elevada de serviços de autocarro”, estando prevista a sua localização ao cimo da Calçada da Estrela, na extremidade Sul do Jardim da Estrela, segundo a empresa.

Já a estação de Santos servirá, além das áreas residenciais, equipamentos como a Assembleia da República, o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) ou o Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing (IADE), bem como áreas nas quais se concentram atividades de lazer e de diversão noturna.

A estação de Santos vai ficar localizada a poente do quarteirão definido pela Av. D. Carlos I, Rua das Francesinhas, Rua dos Industriais e Travessa do Pasteleiro, com alinhamento entre as instalações do ISEG e o Largo da Esperança. Irá dispor de dois acessos: um dos quais na Av. D. Carlos I (no gaveto com o Largo da Esperança) e o outro à Travessa do Pasteleiro.

A estação do Cais do Sodré vai ser igualmente remodelada e haverá também intervenções nos viadutos do Campo Grande para ligar as linhas Verde e Amarela entre Alvalade, Campo Grande e Cidade Universitária, permitindo a operação em linha circular Cais do Sodré — Campo Grande e Cidade Universitária (nova linha Verde) e fazendo a ligação Telheiras — Campo Grande — Odivelas (nova linha Amarela).

No dia 27 de novembro, o Metropolitano de Lisboa anunciou que a Agência Portuguesa do Ambiente emitiu uma Declaração de Impacto Ambiental (DIA) favorável condicionada ao projeto, que cria uma linha circular a partir do Campo Grande com as linhas Verde e Amarela, passando as restantes linhas a funcionar como radiais.

Segundo a DIA, a criação da linha circular poderá pôr em risco vários monumentos nacionais, como o Aqueduto das Águas Livres e o Jardim da Estrela.

O documento indica também que a construção da linha circular obriga a deslocar a linha de comboio entre Santos e Cais do Sodré durante 44 meses.

Esta quarta-feira, durante a apresentação do concurso, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, disse não temer que a empreitada não se venha a realizar, quando questionado sobre alguns processos de obras do metropolitano que acabaram em tribunal, e reiterou que se trata de uma empreitada “absolutamente fundamental para um sistema de mobilidade mais robusto e com mais oferta”.

É normal que uma obra com esta dimensão tenha impactos. O estudo [Declaração de Impacto Ambiental] foi realizado pelo Metropolitano, o promotor da obra. Dele resultaram um conjunto de medidas de minimização que obrigou a um mês de reflexão e que salvaguarda todas as questões do ponto de vista ambiental e, parte delas, do impacto na vida dos cidadãos”, explicou.

O ministro acrescentou ainda que em 2018 o número de passageiros no metropolitano de Lisboa tinha crescido 4,6 por cento, sendo que a ambição do Governo para 2019 é que o número de deslocações aumente em 10%.

Trabalhadores e sindicatos criticam falta de estudos científicos

A Comissão de Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa e os sindicatos do setor alertaram esta quarta-feira para a falta de estudos científicos que mostrem as vantagens da linha circular, apontando pareceres técnicos que põem em causa esta opção.

A principal crítica a este projeto diz respeito à opção do Governo pela construção de uma “Linha Circular” que, no entendimento de trabalhadores e sindicatos, não mereceu os estudos científicos necessários que comprovassem o impacto desta decisão.

Nesta proposta de expansão de rede do Metro faltam os projetos e estudos científicos sobre o impacto no fator humano (trabalhadores e utentes) que resulta do novo modo de funcionamento na nossa rede que deixa de operar num sistema de linhas, com dois terminais cada e passa a uma linha circular sem qualquer cais terminal”, aponta a Comissão de Trabalhadores do Metro, em comunicado.

Os trabalhadores referem ainda que além da ausência de estudos científicos a suportar a opção pela “Linha Circular” existem pareceres que apontam no sentido contrário.

As opiniões sobre a ‘Linha Circular’ que foram divulgados são contrárias a esta expansão, traduzindo-se em apreciações e pareceres de agentes políticos de variadas sensibilidades, de autarquias, de reconhecidos técnicos e urbanistas e de utentes. São valiosos contributos que deveriam ser considerados de modo a responder a esta expansão”, defendem os trabalhadores.

Por seu turno, também em comunicado, a Fectrans defende a expansão da rede do metro, mas considera um erro que “num momento em que muito falta para repor os níveis de manutenção e segurança se dê prioridade a uma obra que nem sequer tem projetos cientificamente elaborados”.

“Não podemos deixar de lamentar todo o ‘show’ em torno do lançamento do concurso dos toscos para dar início à Linha Circular, realizado hoje no Alto dos Moinhos, num quadro de mais uma das cerimónias de charme que o Governo impõe como bandeira de um falso desenvolvimento na mobilidade na cidade de Lisboa”, aponta a Fectrans.

O prolongamento das linhas Amarela e Verde do Metropolitano, criando uma ‘linha circular’ na zona central da cidade de Lisboa, prevê a construção de 1.956 metros de túnel em via dupla e duas novas estações na Estrela e em Santos.

O concurso para a construção dos toscos dos lotes Rato/Santos e Santos/Cais do Sodré, no âmbito do plano de expansão da rede do metropolitano, foi hoje lançado numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.

O investimento total previsto para esta fase de expansão é de 210 milhões de euros, até 2023, sendo cofinanciado em 127,2 milhões pelo Fundo Ambiental e em 83 milhões pelo Fundo de Coesão, através do Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos — POSEUR.

De acordo com o Governo, os investimentos aprovados na resolução do Conselho de Ministros, repartidos por seis anos, referem um montante de 4,6 milhões para o ano de 2018, enquanto para este ano há uma tranche de 29,8 milhões.

Para os anos de 2020, 2021 e 2022 serão financiados valores acima dos 45 milhões de euros, sendo 45,8 milhões, 49,8 e 48,4, respetivamente. No ano previsto para a conclusão da obra serão investidos 31,8 milhões de euros.

A nova estação da Estrela servirá uma parte da cidade “primordialmente residencial e que possui uma concentração elevada de serviços de autocarro”, estando prevista a sua localização ao cimo da Calçada da Estrela, na extremidade Sul do Jardim da Estrela, segundo a empresa.

Já a estação de Santos servirá, além das áreas residenciais, equipamentos como a Assembleia da República, o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) ou o Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing (IADE), bem como áreas nas quais se concentram atividades de lazer e de diversão noturna.

A estação de Santos vai ficar localizada a poente do quarteirão definido pela Av. D. Carlos I, Rua das Francesinhas, Rua dos Industriais e Travessa do Pasteleiro, com alinhamento entre as instalações do ISEG e o Largo da Esperança. Irá dispor de dois acessos: um dos quais na Av. D. Carlos I (no gaveto com o Largo da Esperança) e o outro à Travessa do Pasteleiro.

A estação do Cais do Sodré vai ser igualmente remodelada e haverá também intervenções nos viadutos do Campo Grande para ligar as linhas Verde e Amarela entre Alvalade, Campo Grande e Cidade Universitária, permitindo a operação em linha circular Cais do Sodré — Campo Grande e Cidade Universitária (nova linha Verde) e fazendo a ligação Telheiras — Campo Grande — Odivelas (nova linha Amarela).

No dia 27 de novembro, o Metropolitano de Lisboa anunciou que a Agência Portuguesa do Ambiente emitiu uma Declaração de Impacto Ambiental (DIA) favorável condicionada ao projeto, que cria uma linha circular a partir do Campo Grande com as linhas Verde e Amarela, passando as restantes linhas a funcionar como radiais.

Segundo a DIA, a criação da linha circular poderá pôr em risco vários monumentos nacionais, como o Aqueduto das Águas Livres e o Jardim da Estrela.

O documento indica também que a construção da linha circular obriga a deslocar a linha de comboio entre Santos e Cais do Sodré durante 44 meses.

Esta quarta-feira, durante a apresentação do concurso, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, disse não temer que a empreitada não se venha a realizar, quando questionado sobre alguns processos de obras do metropolitano que acabaram em tribunal, e reiterou que se trata de uma empreitada “absolutamente fundamental para um sistema de mobilidade mais robusto e com mais oferta”.

É normal que uma obra com esta dimensão tenha impactos. O estudo [Declaração de Impacto Ambiental] foi realizado pelo Metropolitano, o promotor da obra. Dele resultaram um conjunto de medidas de minimização que obrigou a um mês de reflexão e que salvaguarda todas as questões do ponto de vista ambiental e, parte delas, do impacto na vida dos cidadãos”, explicou.

O ministro acrescentou ainda que em 2018 o número de passageiros no metropolitano de Lisboa tinha crescido 4,6 por cento, sendo que a ambição do Governo para 2019 é que o número de deslocações aumente em 10%.

Trabalhadores e sindicatos criticam falta de estudos científicos

A Comissão de Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa e os sindicatos do setor alertaram esta quarta-feira para a falta de estudos científicos que mostrem as vantagens da linha circular, apontando pareceres técnicos que põem em causa esta opção.

A principal crítica a este projeto diz respeito à opção do Governo pela construção de uma “Linha Circular” que, no entendimento de trabalhadores e sindicatos, não mereceu os estudos científicos necessários que comprovassem o impacto desta decisão.

Nesta proposta de expansão de rede do Metro faltam os projetos e estudos científicos sobre o impacto no fator humano (trabalhadores e utentes) que resulta do novo modo de funcionamento na nossa rede que deixa de operar num sistema de linhas, com dois terminais cada e passa a uma linha circular sem qualquer cais terminal”, aponta a Comissão de Trabalhadores do Metro, em comunicado.

Os trabalhadores referem ainda que além da ausência de estudos científicos a suportar a opção pela “Linha Circular” existem pareceres que apontam no sentido contrário.

As opiniões sobre a ‘Linha Circular’ que foram divulgados são contrárias a esta expansão, traduzindo-se em apreciações e pareceres de agentes políticos de variadas sensibilidades, de autarquias, de reconhecidos técnicos e urbanistas e de utentes. São valiosos contributos que deveriam ser considerados de modo a responder a esta expansão”, defendem os trabalhadores.

Por seu turno, também em comunicado, a Fectrans defende a expansão da rede do metro, mas considera um erro que “num momento em que muito falta para repor os níveis de manutenção e segurança se dê prioridade a uma obra que nem sequer tem projetos cientificamente elaborados”.

“Não podemos deixar de lamentar todo o ‘show’ em torno do lançamento do concurso dos toscos para dar início à Linha Circular, realizado hoje no Alto dos Moinhos, num quadro de mais uma das cerimónias de charme que o Governo impõe como bandeira de um falso desenvolvimento na mobilidade na cidade de Lisboa”, aponta a Fectrans.

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