Inês de Medeiros admite que Câmara de Almada fez obra na Fonte da Telha que “visivelmente não podia fazer”

19-08-2020
marcar artigo

“Alguém vai ter que se definir. Ou é urgente para estar pronto no verão (...) ou então não faziam um decreto lei a obrigar a Câmara Municipal de Almada a fazer obras que visivelmente não poderia fazer”, afirmou Inês de Medeiros durante uma reunião de câmara, realizada a 20 de julho em Almada, de que alguns excertos estão a circular nas redes sociais .

Apesar de admitir que a obra de asfaltamento dos acessos à praia da Fonte da Telha não cumpre o regulamentado, a autarca continua a argumentar que a pandemia de covid -19 obrigou a acelerar a obra. E, tentando isentar-se de responsabilidades, optou por apontar o dedo à Agência Portuguesa do Ambiente e ao Instituto de Conservação da Natureza como “co-responsáveis” pela intervenção, porque se pronunciaram a favor. “Está gravado! Que ninguém venha fazer de conta que não sabia”, disse em tom ameaçador.

Para a autarca, a culpa da intervenção com um material betuminoso em área de Reserva Ecológica Nacional é afinal do Governo, que, na sua perceção, produziu legislação que a obrigou a avançar para uma obra apressada, classificada por especialistas como “um crime ambiental”.

Há cerca de uma semana, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, anunciou que a Câmara Municipal de Almada vai ter de retirar o material betuminoso que colocou nos acessos à praia da Fonte da Telha e substituí-lo por “um pavimento mais permeável”, já que o usado “não parece o mais adequado”. Numa audição na Comissão parlamentar de Ambiente e Ordenamento do Território, a 14 de julho, o ministro disse que, “no contexto de um projeto integrado para aquele território”, quer acreditar que, ”depois da época balnear, aquele pavimento seja substituído por um que seja efetivamente mais permeável”.

Segundo o geógrafo Sérgio Barroso, o anúncio do ministro foi “o reconhecimento de que a intervenção na Praia da Fonte da Telha não está conforme com o Programa de Ordenamento de Alcobaça - Cabo Espichel (POC-ACE), nem se adequa à vulnerabilidade ecológica e costeira do local”. E espera que se “retirem lições” desta situação, já que, em sua opinião, “é evidente que os mecanismos de controlo prévio estão a falhar na proteção do litoral com danos ambientais e na credibilidade do ordenamento da orla costeira”.

Contrariamente aos elogios de há algumas semanas aos "surpreendentes" resultados do estudo de incidências ambientais que foi encomendado à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, Inês de Medeiros vem agora em tom crítico dizer: "Alguém vai ter de definir se é ou não urgente (...) ou se é para fazer um estudo que só estará pronto depois do verão".

“Alguém vai ter que se definir. Ou é urgente para estar pronto no verão (...) ou então não faziam um decreto lei a obrigar a Câmara Municipal de Almada a fazer obras que visivelmente não poderia fazer”, afirmou Inês de Medeiros durante uma reunião de câmara, realizada a 20 de julho em Almada, de que alguns excertos estão a circular nas redes sociais .

Apesar de admitir que a obra de asfaltamento dos acessos à praia da Fonte da Telha não cumpre o regulamentado, a autarca continua a argumentar que a pandemia de covid -19 obrigou a acelerar a obra. E, tentando isentar-se de responsabilidades, optou por apontar o dedo à Agência Portuguesa do Ambiente e ao Instituto de Conservação da Natureza como “co-responsáveis” pela intervenção, porque se pronunciaram a favor. “Está gravado! Que ninguém venha fazer de conta que não sabia”, disse em tom ameaçador.

Para a autarca, a culpa da intervenção com um material betuminoso em área de Reserva Ecológica Nacional é afinal do Governo, que, na sua perceção, produziu legislação que a obrigou a avançar para uma obra apressada, classificada por especialistas como “um crime ambiental”.

Há cerca de uma semana, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, anunciou que a Câmara Municipal de Almada vai ter de retirar o material betuminoso que colocou nos acessos à praia da Fonte da Telha e substituí-lo por “um pavimento mais permeável”, já que o usado “não parece o mais adequado”. Numa audição na Comissão parlamentar de Ambiente e Ordenamento do Território, a 14 de julho, o ministro disse que, “no contexto de um projeto integrado para aquele território”, quer acreditar que, ”depois da época balnear, aquele pavimento seja substituído por um que seja efetivamente mais permeável”.

Segundo o geógrafo Sérgio Barroso, o anúncio do ministro foi “o reconhecimento de que a intervenção na Praia da Fonte da Telha não está conforme com o Programa de Ordenamento de Alcobaça - Cabo Espichel (POC-ACE), nem se adequa à vulnerabilidade ecológica e costeira do local”. E espera que se “retirem lições” desta situação, já que, em sua opinião, “é evidente que os mecanismos de controlo prévio estão a falhar na proteção do litoral com danos ambientais e na credibilidade do ordenamento da orla costeira”.

Contrariamente aos elogios de há algumas semanas aos "surpreendentes" resultados do estudo de incidências ambientais que foi encomendado à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, Inês de Medeiros vem agora em tom crítico dizer: "Alguém vai ter de definir se é ou não urgente (...) ou se é para fazer um estudo que só estará pronto depois do verão".

marcar artigo