Nós os Poucos...: O Professor Gentil Martins e a pequena Comissária Política

23-06-2020
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Elogiar o Professor
Gentil Martins é uma tarefa fácil. A sua vida é tão preenchida, tão
extraordinária, que qualquer pequena pesquisa no Google nos permite coleccionar
factos suficientes para exemplificar a sua excepcionalidade.

Cirugião pediátrico de
excelência, participou em mais de 12 mil intervenções cirúgicas. Foi director
de serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital da Estefânia durante 34 anos. Fez
7 operações para separar gémeos siameses. Escreveu artigos científicos e proferiu
conferências um pouco por todo o mundo. Foi bastonário da Ordem dos Médicos e
presidente da Associação Médica Mundial. Criou a primeira Unidade Multidisciplinar de Oncologia Pediátrica a
nível mundial no IPO de Lisboa.

Como
se a sua carreira médica não fosse suficiente ajudou a fundar ou apoiou várias
organizações de apoio social como a ACREDITAR ou a CAVITOP. Foi
atleta de várias modalidades,  chegado a representar Portugal nos Jogos
Olímpicos.

Teve
e tem uma forte intervenção cívica. Foi uma das vozes mais sonantes
contra o aborto, manifestou-se sempre contras as barrigas de aluguer e ainda este ano foi o promotor da carta que os cinco antigos
bastonários da Ordem dos Médicos escreveram contra a eutanásia.

Aos
86 anos continua a trabalhar sempre disposto a servir o bem comum. E com toda
a humildade. Vale a pena contar uma pequena história: no primeiro Prós e
Contras sobre o aborto foram mobilizados apoiantes dos dois lados para ir
assistir ao programa. O Professor Gentil Martins foi um dos que foi, tendo-se
sentado no meio do público. Só após grande insistência da Fátima Campos
Ferreira é que aceitou ir para a primeira fila e falar.

Esta
fim-de-semana o Professor Gentil Martins foi entrevistado para o Expresso. No
seu registo habitual, de homem habituado a dizer o que pensa sem se preocupar
com politiquices, deu a sua opinião sobre a homossexualidade.

Como já é habitual logo se criou um escândalo, com a inevitável Isabel Moreira
a clamar pela intervenção da Ordem dos Médicos por o Senhor Professor ter
proferido palavras contra a ortodoxia contemporânea. Clamor no qual foi
acompanhada pelos seus antigos companheiros de blog (cujo o nome dispenso de
publicitar) Miguel Vale de Almeida (o ex-deputado que só o foi até ser aprovado
o casamento entre pessoas do mesmo sexo, tendo logo de seguida resignado ao mandato)
e Ana Matos Pires (uma das já famosas “duas médicas” que vão apresentar queixa
à Ordem). Só faltou de facto a Fernando Câncio, para o ramalhete ficar completo.

A
nova Comissária Política das causas fracturantes lida com as divergências ao
bom velho estalinista: qualquer desvio da ortodoxia (ditada por ela) é um erro
que deve ser eliminado. Isabel Moreira não discute opiniões ou ideias. Ela é a
detentora da verdade e quem dela discorda deve ser perseguido. E, infelizmente, existem sempre alguns seres, daqueles
cuja a vida se resume ás campanhas virtuais e cujo o sonho é viver no eixo
Chiado – Príncipe Real – Campo de Ourique, dispostos a seguir fielmente a
querida líder.

E
chegado aqui não posso deixar de perguntar: quem é Isabel Moreira e porque
razão lhe dão os media tanta tempo de antena? Que obra ou feito tem a senhora
deputada no seu currículo para ser a guardiã da ortodoxia?

A última vez que eu reparei Isabel Moreira devia toda a sua carreira a três factos:
o nome, o apoio do lobby fracturante e a sua enorme falta de educação. Não fora
ser a filha rebelde de Adriano Moreira, defensora ardente de qualquer causa
fracturante, capaz de insultar e  ameaçar todo os que discordam de si, quem
é que ligaria à senhora? A diferença entre Isabel Moreira e os trolls do facebook, é que a ela o
Partido Socialista decidiu dar palco.

E
vivemos num tempo tão estúpido, tão dominado pelos pequenos escândalos da redes sociais empolados pelos jornalistas, que um homem que serviu o país toda
a sua vida sem nunca ocupar qualquer cargo político pode ser perseguido por uma
mulher que só ocupou cargos políticos sempre ao serviço dos lobbies seus amigos. E há quem a aplauda
e lhe aprecie a “coragem” (de perseguir um senhor velhinho através dos seus “seguidores”…).

Evidentemente
o Professor Gentil Martins não precisa da minha defesa. Sobretudo contra
pequenos Comissários Políticos que claramente nasceram demasiado tarde para cumprir a
sua verdadeira vocação como bufos da PIDE ou informadores do NKVD. 

Contudo há nesta polémica um facto que é importante sublinhar. É que existe em
Portugal uma deputada, apoiada pela direcção de um grande partido e apaparicada
pelos meios de comunicação social, que emite uma fatwa contra um dos maiores médicos portugueses vivos porque
discorda das suas afirmações. Não discute, não debate, limita-se a proclamar
que é dever dos médicos fazer queixa de um colega porque este se atreveu a
publicamente afirmar aquilo em que acredita.

Para
mim a grande questão é: o Partido Socialista adere à
perseguição ideológica da sua deputada? Os restantes partidos políticos ficam
em silêncio perante a tentativa de censura por parte de uma deputada? A
comunicação social vai continuar a fingir que é normal uma politica incitar à
perseguição por parte dos seus seguidores de quem não pensa como ela? Chegámos
a um tempo onde ninguém ousa publicamente contrariar o lobby representado pela
Isabel Moreira?

Mal
estamos quando aquilo que alguém pensa é mais escandaloso do que a tentativa de
instaurar uma ditadura de pensamento único.

Elogiar o Professor
Gentil Martins é uma tarefa fácil. A sua vida é tão preenchida, tão
extraordinária, que qualquer pequena pesquisa no Google nos permite coleccionar
factos suficientes para exemplificar a sua excepcionalidade.

Cirugião pediátrico de
excelência, participou em mais de 12 mil intervenções cirúgicas. Foi director
de serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital da Estefânia durante 34 anos. Fez
7 operações para separar gémeos siameses. Escreveu artigos científicos e proferiu
conferências um pouco por todo o mundo. Foi bastonário da Ordem dos Médicos e
presidente da Associação Médica Mundial. Criou a primeira Unidade Multidisciplinar de Oncologia Pediátrica a
nível mundial no IPO de Lisboa.

Como
se a sua carreira médica não fosse suficiente ajudou a fundar ou apoiou várias
organizações de apoio social como a ACREDITAR ou a CAVITOP. Foi
atleta de várias modalidades,  chegado a representar Portugal nos Jogos
Olímpicos.

Teve
e tem uma forte intervenção cívica. Foi uma das vozes mais sonantes
contra o aborto, manifestou-se sempre contras as barrigas de aluguer e ainda este ano foi o promotor da carta que os cinco antigos
bastonários da Ordem dos Médicos escreveram contra a eutanásia.

Aos
86 anos continua a trabalhar sempre disposto a servir o bem comum. E com toda
a humildade. Vale a pena contar uma pequena história: no primeiro Prós e
Contras sobre o aborto foram mobilizados apoiantes dos dois lados para ir
assistir ao programa. O Professor Gentil Martins foi um dos que foi, tendo-se
sentado no meio do público. Só após grande insistência da Fátima Campos
Ferreira é que aceitou ir para a primeira fila e falar.

Esta
fim-de-semana o Professor Gentil Martins foi entrevistado para o Expresso. No
seu registo habitual, de homem habituado a dizer o que pensa sem se preocupar
com politiquices, deu a sua opinião sobre a homossexualidade.

Como já é habitual logo se criou um escândalo, com a inevitável Isabel Moreira
a clamar pela intervenção da Ordem dos Médicos por o Senhor Professor ter
proferido palavras contra a ortodoxia contemporânea. Clamor no qual foi
acompanhada pelos seus antigos companheiros de blog (cujo o nome dispenso de
publicitar) Miguel Vale de Almeida (o ex-deputado que só o foi até ser aprovado
o casamento entre pessoas do mesmo sexo, tendo logo de seguida resignado ao mandato)
e Ana Matos Pires (uma das já famosas “duas médicas” que vão apresentar queixa
à Ordem). Só faltou de facto a Fernando Câncio, para o ramalhete ficar completo.

A
nova Comissária Política das causas fracturantes lida com as divergências ao
bom velho estalinista: qualquer desvio da ortodoxia (ditada por ela) é um erro
que deve ser eliminado. Isabel Moreira não discute opiniões ou ideias. Ela é a
detentora da verdade e quem dela discorda deve ser perseguido. E, infelizmente, existem sempre alguns seres, daqueles
cuja a vida se resume ás campanhas virtuais e cujo o sonho é viver no eixo
Chiado – Príncipe Real – Campo de Ourique, dispostos a seguir fielmente a
querida líder.

E
chegado aqui não posso deixar de perguntar: quem é Isabel Moreira e porque
razão lhe dão os media tanta tempo de antena? Que obra ou feito tem a senhora
deputada no seu currículo para ser a guardiã da ortodoxia?

A última vez que eu reparei Isabel Moreira devia toda a sua carreira a três factos:
o nome, o apoio do lobby fracturante e a sua enorme falta de educação. Não fora
ser a filha rebelde de Adriano Moreira, defensora ardente de qualquer causa
fracturante, capaz de insultar e  ameaçar todo os que discordam de si, quem
é que ligaria à senhora? A diferença entre Isabel Moreira e os trolls do facebook, é que a ela o
Partido Socialista decidiu dar palco.

E
vivemos num tempo tão estúpido, tão dominado pelos pequenos escândalos da redes sociais empolados pelos jornalistas, que um homem que serviu o país toda
a sua vida sem nunca ocupar qualquer cargo político pode ser perseguido por uma
mulher que só ocupou cargos políticos sempre ao serviço dos lobbies seus amigos. E há quem a aplauda
e lhe aprecie a “coragem” (de perseguir um senhor velhinho através dos seus “seguidores”…).

Evidentemente
o Professor Gentil Martins não precisa da minha defesa. Sobretudo contra
pequenos Comissários Políticos que claramente nasceram demasiado tarde para cumprir a
sua verdadeira vocação como bufos da PIDE ou informadores do NKVD. 

Contudo há nesta polémica um facto que é importante sublinhar. É que existe em
Portugal uma deputada, apoiada pela direcção de um grande partido e apaparicada
pelos meios de comunicação social, que emite uma fatwa contra um dos maiores médicos portugueses vivos porque
discorda das suas afirmações. Não discute, não debate, limita-se a proclamar
que é dever dos médicos fazer queixa de um colega porque este se atreveu a
publicamente afirmar aquilo em que acredita.

Para
mim a grande questão é: o Partido Socialista adere à
perseguição ideológica da sua deputada? Os restantes partidos políticos ficam
em silêncio perante a tentativa de censura por parte de uma deputada? A
comunicação social vai continuar a fingir que é normal uma politica incitar à
perseguição por parte dos seus seguidores de quem não pensa como ela? Chegámos
a um tempo onde ninguém ousa publicamente contrariar o lobby representado pela
Isabel Moreira?

Mal
estamos quando aquilo que alguém pensa é mais escandaloso do que a tentativa de
instaurar uma ditadura de pensamento único.

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