Nós os Poucos...

23-06-2020
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Vivemos
num tempo em que a sexualidade se tornou vulgar. Aquilo que era da intimidade
dos casais passou a ser público. Em qualquer rua é possível encontrar anúncios
com mulheres seminuas; a qualquer hora na televisão vemos cenas (mais ou menos
explícitas) de sexo; livros de perversões sexuais ganharam um ar respeitável e
são best sellers nas livrarias; as
crianças, adolescentes e jovens, são constantemente convidados a explorar a sua
sexualidade; os jornais fazem notícias com qualquer mulher que esteja disposta
a publicar uma fotografia “sensual” em troca de uns likes.

Aquilo
que devia ser íntimo e privado passou a ser tratado como coisa pública. O corpo
passou a objecto de negócio. A virgindade e a pureza são hoje objecto de
curiosidade mas sobretudo de gozo.

Ora,
é evidente que esta vulgarização do sexo, esta objectivação do corpo, esta
redução da sexualidade a uma mera necessidade animal tem consequências. Muito
se tem discutido sobre a “cultura do abuso”. Mas aparentemente ninguém parece
querer reparar na evidente relação entre a hiper-sexulização da sociedade e a
tal cultura.

É
evidente que num mundo onde é normal e natural exibir o corpo e glorificar a
partilha da sexualidade (e não, não estou a exagerar, pensem que a fama de Kim
Kardashian se deve a uma sex tape)
seja cada vez mais banal impor-se sexualmente ao outro.

Se
o corpo deixou de ser visto como um templo, se a sexualidade deixou de ser um
assunto íntimo, se a relação entre duas pessoas perdeu todo o seu carácter sagrado,
também é evidente que as ofensas contra a sexualidade perderam a sua
relevância.

Não
é possível ao mesmo tempo educar para o respeito pela intimidade, quando esta é
vendida nas capas de revistas e nos sites. Não é possível dizer ao mesmo tempo
que é normal e saudável ver pornografia e que é preciso respeitar a intimidade
dos outros. Ora, se afirmámos que não há problema em vender a intimidade, que é
absolutamente respeitável usar o corpo de outro como objecto, não podemos ficar
espantados que haja quem de facto o faça.

Na
raiz da “cultura do abuso” está a mentalidade de que o outro é um objecto para
usarmos ao nosso prazer. Ora é essa a mesma mentalidade imposta pela “revolução
sexual” que hoje vivemos.

Podemos
tentar procurar soluções para os abusos sexuais nos beijinhos aos avós, ou nas
mudanças de fralda não consentidas. Mas se o fizermos ao mesmo tempo que
publicámos fotografias de mulheres seminuas e amarradas estamos a passar uma
mensagem contraditória.

Se
queremos de facto acabar com os abusos sexuais é urgente voltar a educar para
a intimidade (aquela que não se vende), para o respeito pelo corpo (que não é
um objecto, nem o meu nem o dos outros), mas sobretudo, é preciso de facto
educar para uma sexualidade que é sinal de amor e não uma mera necessidade
fisiológica. 

Se
assim não for ainda acabamos numa sociedade onde é proibido dar um beijinho a uma criança, mas é legal ver fotografias suas nua.

Vivemos
num tempo em que a sexualidade se tornou vulgar. Aquilo que era da intimidade
dos casais passou a ser público. Em qualquer rua é possível encontrar anúncios
com mulheres seminuas; a qualquer hora na televisão vemos cenas (mais ou menos
explícitas) de sexo; livros de perversões sexuais ganharam um ar respeitável e
são best sellers nas livrarias; as
crianças, adolescentes e jovens, são constantemente convidados a explorar a sua
sexualidade; os jornais fazem notícias com qualquer mulher que esteja disposta
a publicar uma fotografia “sensual” em troca de uns likes.

Aquilo
que devia ser íntimo e privado passou a ser tratado como coisa pública. O corpo
passou a objecto de negócio. A virgindade e a pureza são hoje objecto de
curiosidade mas sobretudo de gozo.

Ora,
é evidente que esta vulgarização do sexo, esta objectivação do corpo, esta
redução da sexualidade a uma mera necessidade animal tem consequências. Muito
se tem discutido sobre a “cultura do abuso”. Mas aparentemente ninguém parece
querer reparar na evidente relação entre a hiper-sexulização da sociedade e a
tal cultura.

É
evidente que num mundo onde é normal e natural exibir o corpo e glorificar a
partilha da sexualidade (e não, não estou a exagerar, pensem que a fama de Kim
Kardashian se deve a uma sex tape)
seja cada vez mais banal impor-se sexualmente ao outro.

Se
o corpo deixou de ser visto como um templo, se a sexualidade deixou de ser um
assunto íntimo, se a relação entre duas pessoas perdeu todo o seu carácter sagrado,
também é evidente que as ofensas contra a sexualidade perderam a sua
relevância.

Não
é possível ao mesmo tempo educar para o respeito pela intimidade, quando esta é
vendida nas capas de revistas e nos sites. Não é possível dizer ao mesmo tempo
que é normal e saudável ver pornografia e que é preciso respeitar a intimidade
dos outros. Ora, se afirmámos que não há problema em vender a intimidade, que é
absolutamente respeitável usar o corpo de outro como objecto, não podemos ficar
espantados que haja quem de facto o faça.

Na
raiz da “cultura do abuso” está a mentalidade de que o outro é um objecto para
usarmos ao nosso prazer. Ora é essa a mesma mentalidade imposta pela “revolução
sexual” que hoje vivemos.

Podemos
tentar procurar soluções para os abusos sexuais nos beijinhos aos avós, ou nas
mudanças de fralda não consentidas. Mas se o fizermos ao mesmo tempo que
publicámos fotografias de mulheres seminuas e amarradas estamos a passar uma
mensagem contraditória.

Se
queremos de facto acabar com os abusos sexuais é urgente voltar a educar para
a intimidade (aquela que não se vende), para o respeito pelo corpo (que não é
um objecto, nem o meu nem o dos outros), mas sobretudo, é preciso de facto
educar para uma sexualidade que é sinal de amor e não uma mera necessidade
fisiológica. 

Se
assim não for ainda acabamos numa sociedade onde é proibido dar um beijinho a uma criança, mas é legal ver fotografias suas nua.

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