Nós os Poucos...: O ataque à Porta dos Fundos e a indignação selectiva.

23-06-2020
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Assisto
com espanto às reacções de consternação ao ataque feito ao Porta dos Fundos.
Tenho lido por aí comparações várias ao terrorismo islâmico, ao Charlie Hebdo,
até cheguei a ler um texto onde se explicava que era um ataque a quem só queria
unir todos através do humor.

É
preciso ser claro: é evidente que o especial de Natal dos humoristas
brasileiros não justifica o uso de violência. Mas também é preciso ter sentido
das proporções e não confundir o arremesso de dois cocktails molotovs a um edifico
vazio por um grupo integralista político, com o terrorismo islâmico, e ainda menos
com o ataque feito ao Charlie Hebdo, onde os atacantes tinham o objectivo claro
de matar.

Nem
a Porta dos Fundos passou de repente a ser uma pobre vítima. Os humoristas brasileiros
decidiram fazer um especial de Natal com o único objectivo de causar polémica,
sabendo que assim teriam sucesso. E decidiram causar polémica escarnecendo da
fé dos cristãos. O seu objectivo não foi fazer humor, foi mesmo ofender, certos
de que as respostas a este especial, tantas vezes desproporcionadas, seriam
suficientes para lhes garantir o sucesso.

E
assim foi. Este filme não tem sucesso graças a qualquer mérito próprio, mas só
pela polémica que gerou. Infelizmente desta vez a indignação foi longe de mais.

Mas
assim como não tenho qualquer problema em condenar quem atacou de forma irresponsável
a Porta dos Fundos, também não tenho qualquer problema em condenar quem usa o ódio
para se promover.

É
das coisas mais espantosas tomar consciência que no tempo em que Bernardo Silva
é condenado por fazer uma graça com um amigo africano, em que carreiras são destruídas
por graçolas machistas com vinte anos, num tempo onde a linguagem é controlada
ao pormenor de modo a não ofender nenhuma minoria, não exista qualquer pudor em
zombar com a fé de tantos milhões de pessoas, sobretudo quando centenas de milhares
de cristãos são perseguidos, e alguns até mortos, por professarem a sua fé.

A
Porta dos Fundos decidiu achincalhar da fé daqueles que são mortos na Nigéria,
presos na China, silenciados no mundo Árabe. E não só não foi censurada pelos
habituais inquisidores contemporâneos, como aqueles que legitimamente se revoltaram
com o filme foram, esses sim, considerados como inimigos da liberdade.

É
aliás extraordinário como um cocktail molotov contra um prédio vazio causa
bastante mais comoção do que crianças mortas na Síria ou na Nigéria.

Eu
não tenho qualquer problema em condenar o ataque à Porta dos Fundos. Mas não tenho
paciência para a indignação selectiva, que censura graças com homossexuais, mas
se ri com as ofensas aos cristãos, que se indigna com o ataque sem qualquer
vítima no Brasil, mas que olha para o lado quando milhares de cristãos são
mortos pelo mundo fora.

Espero
que de futuro aqueles que se dizem cristãos saibam responder a este género de
demonstrações de desprezo e ódio dando testemunho da caridade cristã. Mas
também fico à espera que todos os indignados profissionais, que hoje tanto
defendem a Porta dos Fundos, demonstrem a mesma indignação da próxima vez que
um cristão for morto pela sua fé. E sobretudo, espero que os humoristas brasileiros,
que aproveitaram este episódio para se vitimizar, abandonem o discurso de ódio
e ataque a quem só quer viver a sua fé sem ser insultado.

Assisto
com espanto às reacções de consternação ao ataque feito ao Porta dos Fundos.
Tenho lido por aí comparações várias ao terrorismo islâmico, ao Charlie Hebdo,
até cheguei a ler um texto onde se explicava que era um ataque a quem só queria
unir todos através do humor.

É
preciso ser claro: é evidente que o especial de Natal dos humoristas
brasileiros não justifica o uso de violência. Mas também é preciso ter sentido
das proporções e não confundir o arremesso de dois cocktails molotovs a um edifico
vazio por um grupo integralista político, com o terrorismo islâmico, e ainda menos
com o ataque feito ao Charlie Hebdo, onde os atacantes tinham o objectivo claro
de matar.

Nem
a Porta dos Fundos passou de repente a ser uma pobre vítima. Os humoristas brasileiros
decidiram fazer um especial de Natal com o único objectivo de causar polémica,
sabendo que assim teriam sucesso. E decidiram causar polémica escarnecendo da
fé dos cristãos. O seu objectivo não foi fazer humor, foi mesmo ofender, certos
de que as respostas a este especial, tantas vezes desproporcionadas, seriam
suficientes para lhes garantir o sucesso.

E
assim foi. Este filme não tem sucesso graças a qualquer mérito próprio, mas só
pela polémica que gerou. Infelizmente desta vez a indignação foi longe de mais.

Mas
assim como não tenho qualquer problema em condenar quem atacou de forma irresponsável
a Porta dos Fundos, também não tenho qualquer problema em condenar quem usa o ódio
para se promover.

É
das coisas mais espantosas tomar consciência que no tempo em que Bernardo Silva
é condenado por fazer uma graça com um amigo africano, em que carreiras são destruídas
por graçolas machistas com vinte anos, num tempo onde a linguagem é controlada
ao pormenor de modo a não ofender nenhuma minoria, não exista qualquer pudor em
zombar com a fé de tantos milhões de pessoas, sobretudo quando centenas de milhares
de cristãos são perseguidos, e alguns até mortos, por professarem a sua fé.

A
Porta dos Fundos decidiu achincalhar da fé daqueles que são mortos na Nigéria,
presos na China, silenciados no mundo Árabe. E não só não foi censurada pelos
habituais inquisidores contemporâneos, como aqueles que legitimamente se revoltaram
com o filme foram, esses sim, considerados como inimigos da liberdade.

É
aliás extraordinário como um cocktail molotov contra um prédio vazio causa
bastante mais comoção do que crianças mortas na Síria ou na Nigéria.

Eu
não tenho qualquer problema em condenar o ataque à Porta dos Fundos. Mas não tenho
paciência para a indignação selectiva, que censura graças com homossexuais, mas
se ri com as ofensas aos cristãos, que se indigna com o ataque sem qualquer
vítima no Brasil, mas que olha para o lado quando milhares de cristãos são
mortos pelo mundo fora.

Espero
que de futuro aqueles que se dizem cristãos saibam responder a este género de
demonstrações de desprezo e ódio dando testemunho da caridade cristã. Mas
também fico à espera que todos os indignados profissionais, que hoje tanto
defendem a Porta dos Fundos, demonstrem a mesma indignação da próxima vez que
um cristão for morto pela sua fé. E sobretudo, espero que os humoristas brasileiros,
que aproveitaram este episódio para se vitimizar, abandonem o discurso de ódio
e ataque a quem só quer viver a sua fé sem ser insultado.

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