Nós os Poucos...

23-06-2020
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Nestes
dias de isolamento fiz o propósito de evitar ao máximo escrever sobre a
pandemia ou sobre política. Sobre estes temas já há por estes dias demasiado
ruído, quando me parece que o necessário é serenidade. Não prometo ser capaz de
cumprir este meu bom propósito, mas pelo menos irei tentar.

Em
vez disso decidi ir escrevendo algumas sugestões de livros e filmes que gosto e
que penso que podem ser de ajuda para estes dias.

Começo
pel’O Pórtico do Mistério da Segunda
Virtude, de Charles Péguy. Não se trata de uma crítica ou recensão ou
livro, algo que estaria muito para além das minhas capacidades literárias ou
teológicas. Péguy é um génio, e este grande poema sobre a esperança é das
coisas mais belas que algum vez li.

O
autor não fala da esperança como pensamento positivo, uma sensação quase mágica
e irrazoável de que tudo correrá bem. Fala da esperança enquanto Graça. A
pequena esperança, a improvável esperança, que nasce da Graça. “Para esperar, ó
minha filha é preciso ser bem feliz, é preciso ter obtido, recebido uma grande
graça”.

E
falando da esperança, fala também da Fé e da Caridade. E de Nossa Senhora e de
Jesus. Da Paixão. E do sono e da morte. Tudo isto se vai desenvolvendo no poema,
brotando de forma ininterrupta e bela.

 Neste tempo de incerteza, onde a pandemia veio
por a nu a fragilidade da nossa Fé, onde o desespero e o medo vão tomando conta
da nossa sociedade, vale a pena ler Péguy a falar sobre a Esperança, essa
pequena criança que arrasta as suas irmãs mais velhas: a Fé e a Caridade. A Fé
que crê que no que é, a Caridade que ama o que é, a Esperança que crê e ama
aquilo que virá. A Esperança, nascida da Fé e da Caridade.

O Pórtico do Mistério
da Segunda Virtude é um poema, mas é também um tratado sobre a Esperança. Escrito
de maneira bela, apaixonada e apaixonante. É sem dúvida uma belíssima leitura
para este dias, de Quaresma e de quarentena.

P.S.: Em Português há
das edições. Uma mais recente, das Paulina, que é fácil encontrar. Outra, mais
antiga, da Grifo, difícil de encontrar, mas com tradução do grande mestre
Henrique Barrilaro Ruas (que faz uma pequena nota) e apresentação do Padre João
Seabra. O livro vale sempre a pena, mas quem tiver oportunidade de ler a edição
da Grifo não deixe de o fazer.

Nestes
dias de isolamento fiz o propósito de evitar ao máximo escrever sobre a
pandemia ou sobre política. Sobre estes temas já há por estes dias demasiado
ruído, quando me parece que o necessário é serenidade. Não prometo ser capaz de
cumprir este meu bom propósito, mas pelo menos irei tentar.

Em
vez disso decidi ir escrevendo algumas sugestões de livros e filmes que gosto e
que penso que podem ser de ajuda para estes dias.

Começo
pel’O Pórtico do Mistério da Segunda
Virtude, de Charles Péguy. Não se trata de uma crítica ou recensão ou
livro, algo que estaria muito para além das minhas capacidades literárias ou
teológicas. Péguy é um génio, e este grande poema sobre a esperança é das
coisas mais belas que algum vez li.

O
autor não fala da esperança como pensamento positivo, uma sensação quase mágica
e irrazoável de que tudo correrá bem. Fala da esperança enquanto Graça. A
pequena esperança, a improvável esperança, que nasce da Graça. “Para esperar, ó
minha filha é preciso ser bem feliz, é preciso ter obtido, recebido uma grande
graça”.

E
falando da esperança, fala também da Fé e da Caridade. E de Nossa Senhora e de
Jesus. Da Paixão. E do sono e da morte. Tudo isto se vai desenvolvendo no poema,
brotando de forma ininterrupta e bela.

 Neste tempo de incerteza, onde a pandemia veio
por a nu a fragilidade da nossa Fé, onde o desespero e o medo vão tomando conta
da nossa sociedade, vale a pena ler Péguy a falar sobre a Esperança, essa
pequena criança que arrasta as suas irmãs mais velhas: a Fé e a Caridade. A Fé
que crê que no que é, a Caridade que ama o que é, a Esperança que crê e ama
aquilo que virá. A Esperança, nascida da Fé e da Caridade.

O Pórtico do Mistério
da Segunda Virtude é um poema, mas é também um tratado sobre a Esperança. Escrito
de maneira bela, apaixonada e apaixonante. É sem dúvida uma belíssima leitura
para este dias, de Quaresma e de quarentena.

P.S.: Em Português há
das edições. Uma mais recente, das Paulina, que é fácil encontrar. Outra, mais
antiga, da Grifo, difícil de encontrar, mas com tradução do grande mestre
Henrique Barrilaro Ruas (que faz uma pequena nota) e apresentação do Padre João
Seabra. O livro vale sempre a pena, mas quem tiver oportunidade de ler a edição
da Grifo não deixe de o fazer.

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