App StayAway Covid foi apresentada com um apelo para que todos a utilizem: “Descarregar a aplicação é um dever cívico”, diz Costa

02-09-2020
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Coronavírus App StayAway Covid foi apresentada com um apelo para que todos a utilizem: “Descarregar a aplicação é um dever cívico”, diz Costa 01.09.2020 às 14h05 Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Linkedin Pinterest Link: Rui Duarte Silva António Costa, Marta Temido e Manuel Heitor apelaram ao uso generalizado e sem medos da aplicação para detetar possíveis contágios por covid-19 Joana Ascensão Jornalista Rui Duarte Silva Desde "ontem à noite" que António Costa tem um ícone novo no telemóvel. O primeiro-ministro garante ter descarregado a aplicação StayAway Covid e que, até ter entrado esta terça-feira no Instituto Superior de Engenharia do Porto, ainda não tinha sido notificado de nenhum contacto próximo com alguém infetado. Uma boa notícia para o chefe de Estado, mas também para o anfiteatro cheio que o ouvia, onde dirigiu uma primeira palavra de agradecimento ao INESC TEC, ao ISPUP e aos parceiros que, durante meses, foram responsáveis por criar e ter pronta esta ferramenta, “um auxiliar precioso de memória”, como lhe chamou Marta Temido. A aplicação já está disponível e até já conta com mais de 70 mil downloads. É gratuita, é voluntária e confidencial - significa isto que não serão partilhados nenhuns dados pessoais dos utilizadores. De forma automática, usa bluetooth de baixa energia para reconhecer se nos últimos 14 dias, o utilizador esteve durante mais de 15 minutos a menos de dois metros de distância de alguém infetado (diagnosticado por um médico). António Costa na apresentação da aplicação StayAway Covid, no Instituto Superior de Engenharia do Porto RUI DUARTE SILVA A tecnologia para colmatar o erro humano da memóriaSetembro é mês anunciador de algum regresso à normalidade, pelo menos aquela a que a pandemia nos habituou. “Até haver um tratamento eficaz, como uma vacina, a doença não desapareceu. O vírus vai continuar entre nós”, frisou António Costa. “Temos de lavar muitas vezes as mãos durante o dia, temos de usar a máscara sempre que ela é necessária e temos de manter as distâncias de segurança entre nós, sem darmos beijinhos, ou apertar a mão ou dar um abraço. Esta é a melhor ajuda que podemos dar a todos os profissionais de saúde”, reforçou, ao mesmo tempo que também apelou à utilização da aplicação, “uma ferramenta, e de enorme responsabilidade”, sobretudo porque “um dos elementos mais perigosos da disseminação desta pandemia da covid é que a generalidade das pessoas contaminadas não tem tido sintomas”. Marta Temido, ministra da Saúde, foi quem abriu as hostilidades da apresentação oficial daquilo a que chamou um “auxiliar precioso” da memória humana, que tem falhas. E apesar de não ter ainda a aplicação instalada, porque se deparou com problemas técnicos, apelou a que todos tentassem utilizá-la e a alguma calma no momento em que os utilizadores poderão ser informados de um contacto próximo com alguém infetado: “a exposição não significa infeção”, sublinhou. A vantagem é, na opinião da ministra, que a tecnologia regista os “acontecimentos quase imperceptíveis” aos quais a memória humana, tantas vezes, não consegue chegar. José Manuel Mendonça, presidente do INESC TEC (à esquerda), com Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (ao centro), Marta Temido, ministra da Saúde (à direita), e António Costa, primeiro-ministro (à direita, de costas) RUI DUARTE SILVA “A aplicação não cura, mas previne”Manuel Heitor, ministro da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior, virou-se ainda para a comunidade estudantil para “uma utilização massiva desta aplicação”, necessária para cumprir o ensino presencial. “Como a Marta explicou, a app não cura, mas previne”, e deixou três notas: a importância dos laboratórios associados, como o INESC TEC, “para apoiar as políticas públicas”, a importância dos consórcios - e deste em particular, que juntou o Serviço Nacional de Saúde com um laboratório público e com empresas privadas, e, por último, a relevância do país em ter integrado, desde o princípio, a crista da onda das investigações europeias para uma aplicação deste tipo. E, de facto, “desde março de 2020, muitos dos mais de 800 investigadores do INESC TEC lançaram mãos à obra e começaram a fazer projetos por sua própria iniciativa”, nos quais se inclui o da app StayAway Covid. Desde então que o objetivo era criar uma ferramenta e adaptá-la a uma “tecnologia massificada e que as pessoas não tivessem de comprar, daí o telemóvel e os sensores do telemóvel. Que sensores tem? Tem GPS, mas está proibido por causa da privacidade, daí se ter escolhido o bluetooth de baixa energia”, explica José Manuel Mendonça, presidente do INESC TEC, garantindo que a app não só não tem quaisquer dados pessoais como “está blindada do resto das outras apps dos telemóveis”. O objetivo é “ajudar, com uma tecnologia digital, o rastreio físico feito pelas autoridades de saúde para identificar as cadeias de transmissão”, admite também. “Toda a gente tem os telemóveis a trocar identificadores anónimos com números aleatórios, que não significam nada, e se um [utilizador] está infetado, recebe do médico um código ligado ao Trace Covid - que só o médico pode dar”, que mais tarde é integrado num servidor único. Duas vezes por dia, cada telemóvel vai ao servidor verificar se algum destes códigos aleatórios (das pessoas infetadas) é igual a algum dos códigos que recolheu durante os últimos 14 dias. Se se der um “match”, há possibilidade de o utilizador estar doente e é aconselhado a ir fazer um exame de diagnóstico. Quando a pessoa é avisada, o SNS não sabe, o médico não sabe, “só a própria pessoa é que sabe e não onde nem com quem. Só sabe quando, porque é importante essa informação”, escrutina José Manuel Mendonça. A aplicação depende diretamente da boa vontade dos utilizadores em utilizá-la convenientemente. No limite, um utilizador que saiba que esteve em contacto próximo com alguém infetado pode escolher não informar ninguém nem, tão pouco, ir fazer teste para confirmar a possibilidade.

Coronavírus App StayAway Covid foi apresentada com um apelo para que todos a utilizem: “Descarregar a aplicação é um dever cívico”, diz Costa 01.09.2020 às 14h05 Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Linkedin Pinterest Link: Rui Duarte Silva António Costa, Marta Temido e Manuel Heitor apelaram ao uso generalizado e sem medos da aplicação para detetar possíveis contágios por covid-19 Joana Ascensão Jornalista Rui Duarte Silva Desde "ontem à noite" que António Costa tem um ícone novo no telemóvel. O primeiro-ministro garante ter descarregado a aplicação StayAway Covid e que, até ter entrado esta terça-feira no Instituto Superior de Engenharia do Porto, ainda não tinha sido notificado de nenhum contacto próximo com alguém infetado. Uma boa notícia para o chefe de Estado, mas também para o anfiteatro cheio que o ouvia, onde dirigiu uma primeira palavra de agradecimento ao INESC TEC, ao ISPUP e aos parceiros que, durante meses, foram responsáveis por criar e ter pronta esta ferramenta, “um auxiliar precioso de memória”, como lhe chamou Marta Temido. A aplicação já está disponível e até já conta com mais de 70 mil downloads. É gratuita, é voluntária e confidencial - significa isto que não serão partilhados nenhuns dados pessoais dos utilizadores. De forma automática, usa bluetooth de baixa energia para reconhecer se nos últimos 14 dias, o utilizador esteve durante mais de 15 minutos a menos de dois metros de distância de alguém infetado (diagnosticado por um médico). António Costa na apresentação da aplicação StayAway Covid, no Instituto Superior de Engenharia do Porto RUI DUARTE SILVA A tecnologia para colmatar o erro humano da memóriaSetembro é mês anunciador de algum regresso à normalidade, pelo menos aquela a que a pandemia nos habituou. “Até haver um tratamento eficaz, como uma vacina, a doença não desapareceu. O vírus vai continuar entre nós”, frisou António Costa. “Temos de lavar muitas vezes as mãos durante o dia, temos de usar a máscara sempre que ela é necessária e temos de manter as distâncias de segurança entre nós, sem darmos beijinhos, ou apertar a mão ou dar um abraço. Esta é a melhor ajuda que podemos dar a todos os profissionais de saúde”, reforçou, ao mesmo tempo que também apelou à utilização da aplicação, “uma ferramenta, e de enorme responsabilidade”, sobretudo porque “um dos elementos mais perigosos da disseminação desta pandemia da covid é que a generalidade das pessoas contaminadas não tem tido sintomas”. Marta Temido, ministra da Saúde, foi quem abriu as hostilidades da apresentação oficial daquilo a que chamou um “auxiliar precioso” da memória humana, que tem falhas. E apesar de não ter ainda a aplicação instalada, porque se deparou com problemas técnicos, apelou a que todos tentassem utilizá-la e a alguma calma no momento em que os utilizadores poderão ser informados de um contacto próximo com alguém infetado: “a exposição não significa infeção”, sublinhou. A vantagem é, na opinião da ministra, que a tecnologia regista os “acontecimentos quase imperceptíveis” aos quais a memória humana, tantas vezes, não consegue chegar. José Manuel Mendonça, presidente do INESC TEC (à esquerda), com Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (ao centro), Marta Temido, ministra da Saúde (à direita), e António Costa, primeiro-ministro (à direita, de costas) RUI DUARTE SILVA “A aplicação não cura, mas previne”Manuel Heitor, ministro da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior, virou-se ainda para a comunidade estudantil para “uma utilização massiva desta aplicação”, necessária para cumprir o ensino presencial. “Como a Marta explicou, a app não cura, mas previne”, e deixou três notas: a importância dos laboratórios associados, como o INESC TEC, “para apoiar as políticas públicas”, a importância dos consórcios - e deste em particular, que juntou o Serviço Nacional de Saúde com um laboratório público e com empresas privadas, e, por último, a relevância do país em ter integrado, desde o princípio, a crista da onda das investigações europeias para uma aplicação deste tipo. E, de facto, “desde março de 2020, muitos dos mais de 800 investigadores do INESC TEC lançaram mãos à obra e começaram a fazer projetos por sua própria iniciativa”, nos quais se inclui o da app StayAway Covid. Desde então que o objetivo era criar uma ferramenta e adaptá-la a uma “tecnologia massificada e que as pessoas não tivessem de comprar, daí o telemóvel e os sensores do telemóvel. Que sensores tem? Tem GPS, mas está proibido por causa da privacidade, daí se ter escolhido o bluetooth de baixa energia”, explica José Manuel Mendonça, presidente do INESC TEC, garantindo que a app não só não tem quaisquer dados pessoais como “está blindada do resto das outras apps dos telemóveis”. O objetivo é “ajudar, com uma tecnologia digital, o rastreio físico feito pelas autoridades de saúde para identificar as cadeias de transmissão”, admite também. “Toda a gente tem os telemóveis a trocar identificadores anónimos com números aleatórios, que não significam nada, e se um [utilizador] está infetado, recebe do médico um código ligado ao Trace Covid - que só o médico pode dar”, que mais tarde é integrado num servidor único. Duas vezes por dia, cada telemóvel vai ao servidor verificar se algum destes códigos aleatórios (das pessoas infetadas) é igual a algum dos códigos que recolheu durante os últimos 14 dias. Se se der um “match”, há possibilidade de o utilizador estar doente e é aconselhado a ir fazer um exame de diagnóstico. Quando a pessoa é avisada, o SNS não sabe, o médico não sabe, “só a própria pessoa é que sabe e não onde nem com quem. Só sabe quando, porque é importante essa informação”, escrutina José Manuel Mendonça. A aplicação depende diretamente da boa vontade dos utilizadores em utilizá-la convenientemente. No limite, um utilizador que saiba que esteve em contacto próximo com alguém infetado pode escolher não informar ninguém nem, tão pouco, ir fazer teste para confirmar a possibilidade.

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