Médicos saem dos hospitais para travar surto de Lisboa. Visitas domiciliárias e rastreios em massa a caminho

25-06-2020
marcar artigo

As autoridades de saúde apontaram baterias ao surto na região de Lisboa e vão avançar em várias frentes para o travar: rastreio de infeções nas atividades em que tem havido mais surtos, testagem de todos os que tenham estado em contacto com estes trabalhadores, a determinação de confinamento obrigatório dos mesmos, identificar locais alternativos para o confinamento e visitas domiciliárias a doentes. Todas estas medidas que vão ser aplicadas nos concelhos mais afetados (Loures, Odivelas, Amadora, Lisboa e Sintra) foram enumeradas pela própria ministra da Saúde este sábado, no briefing diário conjunto com a Direção-Geral de Saúde. Marta Temido respondeu ainda à Grécia, dizendo que país pode estar a incumprir “regras europeias” ou excluir a entrada de portugueses e outros países da União Europeia.

Uma das grandes novidades da estratégia de combate ao vírus em Lisboa passa, como explicou a ministra pelo “acompanhamento clínico dos casos confirmados de Covid-19 diariamente por profissionais de saúde, designadamente através de visitas domiciliárias”. O objetivo, explica a governante, é uma “melhor perceção do contexto e melhor acompanhamento dos utentes.”

Tal como o primeiro-ministro já tinha antecipado na sexta-feira a ministra da Saúde reiterou então que será feito um “rastreio da infeção focado nas atividades em que se tem verificado maior incidência e surtos da doença, designadamente áreas ligadas a construção civil, cadeias de abastecimento, transporte e distribuição, caracterizadas normalmente por grande rotatividade de uma parte dos trabalhadores e recurso a trabalho temporário”.

Além disso, será feita a “testagem de todas as pessoas relativamente às quais as autoridades de saúde tenham determinado a vigilância ativa por serem contactos dos referidos profissionais” com os infetados. Será ainda determinado o confinamento obrigatório destas pessoas. A par disto será feita a “identificação de locais alternativos para o confinamento domiciliário, quando se comprove que as condições de habitabilidade não reúnem os critérios para o isolamento”. Neste caso, a ministra revelou que vão ser realizadas reuniões de trabalho com as autarquias para que ajudem a encontrar soluções.

A governante acredita que todas estas medidas vão permitir “reduzir o número de contágios e minimizar o risco de transmissão comunitária nesta região”. Além de tudo isto, Marta Temido fez ainda um apelo: “Se estiverem com sintomas, por favor não vão trabalhar”.

Antes disso, a ministra da Saúde fez uma análise da situação na região, que aponta que o “Rt para os dias de 23 a 27 de maio” foi de 1,02 a nível nacional. A média variava entre 0,93 na região norte, 0,98 na região centro e 1,05 na região de Lisboa e Vale do Tejo. Ou seja: o problema continua a estar em Lisboa, tal como já tinha sido nos primeiros quinze dias de maio registou níveis de infeção superiores às restantes regiões do país. Desde de meados de maio, registou a ministra, o número de novos casos diários mantêm-se nos 180 e, nos últimos 8 dias Lisboa representou em média mais de 85% dos novos casos registados do país.

A ministra da Saúde diz que “o último reduto desta onda de infeção exige intervenção de rua, do terreno” e que “de pouco serve decretar mais medidas”, já que o que é necessário é “falar com quem fala com as pessoas. (…) Isto não é uma fatalidade, mas precisamos de quebrar as cadeias de transmissão.”

A resposta à Grécia e fé nos proprietários nos jogos de futebol

Sobre o facto de a Grécia ter revelado a lista de países de origem de turistas que podem viajar para o território grego a partir de 15 de junho e ter excluído Portugal, a ministra da Saúde começou por dizer que não compete ao governo português pronunciar-se “sobre as decisões de outros Estados-membros da União Europeia e sobre aquilo que cada um dos governos, na sua autonomia decide”. No entanto, a ministra da saúde adverte que “esta pandemia não conhece fronteiras e, sobretudo, num contexto de União Europeia onde os habitantes circulam, a [questão] tem de ser considerada com particular atenção”.

A ministra diz que não podemos “pretender instituir regimes onde alguns países fechem as fronteiras a outras porque isso, além do mais pode pôr em causa um conjunto de princípios e de regras da União Europeia“. E acrescentou: “Estou certa que serão análises que, com o tempo, serão ultrapassadas e, da mesma forma que olhamos para as medidas sanitárias com proporcionalidade e adequação é o que faremos relativamente à análise deste caso concreto.”

A ministra da Saúde foi também questionada sobre o facto de a liga profissional de futebol voltar na próxima quarta-feira com jogos em sinal fechado e o que estão as autoridades de saúde a fazer para evitar ajuntamentos em cafés e restaurantes. Marta Temido diz que “sendo as competições transmitidas em sinal fechado, isso levará a que as pessoas tenham tendência para se juntar a ver os jogos em determinados locais e que isso tem de ser feito em condições distintas daquelas que normalmente enquadravam essas junções de pessoas [antes de março] e tenho a convicção de que, quer os proprietários, quer os indivíduos terão capacidade suficiente para serem vigilantes relativamente aos seus comportamentos”.

As autoridades de saúde apontaram baterias ao surto na região de Lisboa e vão avançar em várias frentes para o travar: rastreio de infeções nas atividades em que tem havido mais surtos, testagem de todos os que tenham estado em contacto com estes trabalhadores, a determinação de confinamento obrigatório dos mesmos, identificar locais alternativos para o confinamento e visitas domiciliárias a doentes. Todas estas medidas que vão ser aplicadas nos concelhos mais afetados (Loures, Odivelas, Amadora, Lisboa e Sintra) foram enumeradas pela própria ministra da Saúde este sábado, no briefing diário conjunto com a Direção-Geral de Saúde. Marta Temido respondeu ainda à Grécia, dizendo que país pode estar a incumprir “regras europeias” ou excluir a entrada de portugueses e outros países da União Europeia.

Uma das grandes novidades da estratégia de combate ao vírus em Lisboa passa, como explicou a ministra pelo “acompanhamento clínico dos casos confirmados de Covid-19 diariamente por profissionais de saúde, designadamente através de visitas domiciliárias”. O objetivo, explica a governante, é uma “melhor perceção do contexto e melhor acompanhamento dos utentes.”

Tal como o primeiro-ministro já tinha antecipado na sexta-feira a ministra da Saúde reiterou então que será feito um “rastreio da infeção focado nas atividades em que se tem verificado maior incidência e surtos da doença, designadamente áreas ligadas a construção civil, cadeias de abastecimento, transporte e distribuição, caracterizadas normalmente por grande rotatividade de uma parte dos trabalhadores e recurso a trabalho temporário”.

Além disso, será feita a “testagem de todas as pessoas relativamente às quais as autoridades de saúde tenham determinado a vigilância ativa por serem contactos dos referidos profissionais” com os infetados. Será ainda determinado o confinamento obrigatório destas pessoas. A par disto será feita a “identificação de locais alternativos para o confinamento domiciliário, quando se comprove que as condições de habitabilidade não reúnem os critérios para o isolamento”. Neste caso, a ministra revelou que vão ser realizadas reuniões de trabalho com as autarquias para que ajudem a encontrar soluções.

A governante acredita que todas estas medidas vão permitir “reduzir o número de contágios e minimizar o risco de transmissão comunitária nesta região”. Além de tudo isto, Marta Temido fez ainda um apelo: “Se estiverem com sintomas, por favor não vão trabalhar”.

Antes disso, a ministra da Saúde fez uma análise da situação na região, que aponta que o “Rt para os dias de 23 a 27 de maio” foi de 1,02 a nível nacional. A média variava entre 0,93 na região norte, 0,98 na região centro e 1,05 na região de Lisboa e Vale do Tejo. Ou seja: o problema continua a estar em Lisboa, tal como já tinha sido nos primeiros quinze dias de maio registou níveis de infeção superiores às restantes regiões do país. Desde de meados de maio, registou a ministra, o número de novos casos diários mantêm-se nos 180 e, nos últimos 8 dias Lisboa representou em média mais de 85% dos novos casos registados do país.

A ministra da Saúde diz que “o último reduto desta onda de infeção exige intervenção de rua, do terreno” e que “de pouco serve decretar mais medidas”, já que o que é necessário é “falar com quem fala com as pessoas. (…) Isto não é uma fatalidade, mas precisamos de quebrar as cadeias de transmissão.”

A resposta à Grécia e fé nos proprietários nos jogos de futebol

Sobre o facto de a Grécia ter revelado a lista de países de origem de turistas que podem viajar para o território grego a partir de 15 de junho e ter excluído Portugal, a ministra da Saúde começou por dizer que não compete ao governo português pronunciar-se “sobre as decisões de outros Estados-membros da União Europeia e sobre aquilo que cada um dos governos, na sua autonomia decide”. No entanto, a ministra da saúde adverte que “esta pandemia não conhece fronteiras e, sobretudo, num contexto de União Europeia onde os habitantes circulam, a [questão] tem de ser considerada com particular atenção”.

A ministra diz que não podemos “pretender instituir regimes onde alguns países fechem as fronteiras a outras porque isso, além do mais pode pôr em causa um conjunto de princípios e de regras da União Europeia“. E acrescentou: “Estou certa que serão análises que, com o tempo, serão ultrapassadas e, da mesma forma que olhamos para as medidas sanitárias com proporcionalidade e adequação é o que faremos relativamente à análise deste caso concreto.”

A ministra da Saúde foi também questionada sobre o facto de a liga profissional de futebol voltar na próxima quarta-feira com jogos em sinal fechado e o que estão as autoridades de saúde a fazer para evitar ajuntamentos em cafés e restaurantes. Marta Temido diz que “sendo as competições transmitidas em sinal fechado, isso levará a que as pessoas tenham tendência para se juntar a ver os jogos em determinados locais e que isso tem de ser feito em condições distintas daquelas que normalmente enquadravam essas junções de pessoas [antes de março] e tenho a convicção de que, quer os proprietários, quer os indivíduos terão capacidade suficiente para serem vigilantes relativamente aos seus comportamentos”.

marcar artigo