Sem estado de graça... com mais peso?

05-12-2019
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As primeiras críticas à composição do novo Executivo surgiram do lado de professores, enfermeiros e médicos. Com pelo menos um ponto em comum: a capacidade de diálogo dos titulares das pastas. Ao manter os ministros da Saúde e da Educação, António Costa dá um sinal de confiança no trabalho e no estilo de Marta Temido e de Brandão Rodrigues, mas acentua a expetativa em torno do Orçamento e condições para medidas setoriais na nova legislatura. E a menos que não esteja mais preocupado com mais um potencial foco de instabilidade numa altura em que ambos os setores mostram sinais de fragilidade e desmotivação dos profissionais, terá de haver um novo impulso que permita resolver problemas e pensar o futuro. Entre as declarações na campanha e as dos últimos dias, as prioridades assumidas por António Costa vão-se desdobrando – melhorar rendimentos, mais investimento nos serviços públicos, um pouco de tudo. Na saúde, o Programa de Estabilidade garante um reforço de 300 milhões de euros para 2020. No verão, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde defendeu ser preciso o dobro, propondo a redução de deduções com despesas de saúde em IRS para conseguir margem. Ontem, Marta Temido disse ser prematuro falar de valores, mas a negociação do orçamento para a saúde será um dos primeiros testes de stresse. O editorial publicado na Lancet nos últimos dias, alertando para a dificuldade de o serviço de saúde português se modernizar e para o elevado peso dos pagamentos diretos das famílias, vem mostrar que Portugal já não chama a atenção lá fora apenas pelo milagre económico de Mário Centeno. Com as baterias do estratega das contas certas apontadas ao primeiro défice zero da democracia, e sendo certo que para o cobertor esticar de um lado terá de destapar de outro, compor o Executivo num curto espaço de tempo, como pediu Marcelo Rebelo de Sousa, não se compara com o exercício das próximas semanas.

As primeiras críticas à composição do novo Executivo surgiram do lado de professores, enfermeiros e médicos. Com pelo menos um ponto em comum: a capacidade de diálogo dos titulares das pastas. Ao manter os ministros da Saúde e da Educação, António Costa dá um sinal de confiança no trabalho e no estilo de Marta Temido e de Brandão Rodrigues, mas acentua a expetativa em torno do Orçamento e condições para medidas setoriais na nova legislatura. E a menos que não esteja mais preocupado com mais um potencial foco de instabilidade numa altura em que ambos os setores mostram sinais de fragilidade e desmotivação dos profissionais, terá de haver um novo impulso que permita resolver problemas e pensar o futuro. Entre as declarações na campanha e as dos últimos dias, as prioridades assumidas por António Costa vão-se desdobrando – melhorar rendimentos, mais investimento nos serviços públicos, um pouco de tudo. Na saúde, o Programa de Estabilidade garante um reforço de 300 milhões de euros para 2020. No verão, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde defendeu ser preciso o dobro, propondo a redução de deduções com despesas de saúde em IRS para conseguir margem. Ontem, Marta Temido disse ser prematuro falar de valores, mas a negociação do orçamento para a saúde será um dos primeiros testes de stresse. O editorial publicado na Lancet nos últimos dias, alertando para a dificuldade de o serviço de saúde português se modernizar e para o elevado peso dos pagamentos diretos das famílias, vem mostrar que Portugal já não chama a atenção lá fora apenas pelo milagre económico de Mário Centeno. Com as baterias do estratega das contas certas apontadas ao primeiro défice zero da democracia, e sendo certo que para o cobertor esticar de um lado terá de destapar de outro, compor o Executivo num curto espaço de tempo, como pediu Marcelo Rebelo de Sousa, não se compara com o exercício das próximas semanas.

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