Gotika: Romance com a morte

02-09-2020
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Hoje em dia há muitas e completas definições do que é o movimento gótico. Uma das melhores está no Wikipedia.GothEstá tudo lá para quem quiser ler. Mas ser gótico não é apenas vestir de preto, gostar de filmes de terror e de um certo tipo de música. Há mais qualquer coisa. Algo de único que separa aqueles que ficam daqueles que mudam de pele. Esse valor imperceptível é abraçar a morte.Abraçar a morte não é prestar-lhe culto, nem aderir a actos de violência e destruição, mas sim tê-la sempre presente na vida consciente, a cada minuto, a cada segundo, como a sombra que nos segue. De tanto fascínio que produz, uns acabam por amá-la, outros acabam por temê-la, mas todos a abraçam.E quem não sabe o que significa abraçar a morte escusa de perguntar. (Escusa mesmo de perguntar porque é como perguntar o que é o amor sem nunca o ter sentido.)Abraçar a morte vem primeiro. Possivelmente segue-se-lhe o vestir de preto. A música, os filmes, a maquilhagem, são a moda dos tempos. Não havia disto no tempo de Florbela Espanca, nem de Sylvia Plath, nem de Edgar Allan Poe. O que havia, e sempre haverá, é o abraço da morte. Entre rejeitá-lo e retribuí-lo, é como o sexo. Cada um faz como quer.Não é por acaso que escolhi para ilustrar este post a imagem que aparece na capa de "closer", dos Joy Division. O fio condutor sempre foi o mesmo desde as páginas de Brahm Stoker ou dos poemas dos românticos do século XIX. Não há volta a dar-lhe. Ser gótico é ter um romance com a morte.Post ScriptumAdmitir que se é gótico é simplesmente admitir um amor proibido.


Hoje em dia há muitas e completas definições do que é o movimento gótico. Uma das melhores está no Wikipedia.GothEstá tudo lá para quem quiser ler. Mas ser gótico não é apenas vestir de preto, gostar de filmes de terror e de um certo tipo de música. Há mais qualquer coisa. Algo de único que separa aqueles que ficam daqueles que mudam de pele. Esse valor imperceptível é abraçar a morte.Abraçar a morte não é prestar-lhe culto, nem aderir a actos de violência e destruição, mas sim tê-la sempre presente na vida consciente, a cada minuto, a cada segundo, como a sombra que nos segue. De tanto fascínio que produz, uns acabam por amá-la, outros acabam por temê-la, mas todos a abraçam.E quem não sabe o que significa abraçar a morte escusa de perguntar. (Escusa mesmo de perguntar porque é como perguntar o que é o amor sem nunca o ter sentido.)Abraçar a morte vem primeiro. Possivelmente segue-se-lhe o vestir de preto. A música, os filmes, a maquilhagem, são a moda dos tempos. Não havia disto no tempo de Florbela Espanca, nem de Sylvia Plath, nem de Edgar Allan Poe. O que havia, e sempre haverá, é o abraço da morte. Entre rejeitá-lo e retribuí-lo, é como o sexo. Cada um faz como quer.Não é por acaso que escolhi para ilustrar este post a imagem que aparece na capa de "closer", dos Joy Division. O fio condutor sempre foi o mesmo desde as páginas de Brahm Stoker ou dos poemas dos românticos do século XIX. Não há volta a dar-lhe. Ser gótico é ter um romance com a morte.Post ScriptumAdmitir que se é gótico é simplesmente admitir um amor proibido.

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