Segurança sentida em creches e escolas pode motivar afluência ao pré-escolar

03-06-2020
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A menos de uma semana da reabertura da educação pré-escolar, fazem-se apostas. Depois de terem visto com sucesso o arranque das aulas presenciais no ensino secundário (para 11.º e 12.º anos) e pais tranquilos quanto ao cumprimento das regras no ensino pré-escolar, os diretores consideram que meio caminho já está percorrido para que os encarregados de educação se sintam seguros em levar os filhos ao pré-escolar, a partir do próximo dia 1 de junho.

Cerca de 70% das creches reabriram no dia 18 de maio, de acordo com a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho. No entanto, a perceção dos educadores dita que a afluência de crianças nestes estabelecimentos foi muito pouco significativa. O dirigente da Confederação Nacional de Associações de Pais (CONFAP), Jorge Ascenção, acredita que este número poderá aumentar ao longo do tempo. "Nalguns casos, por uma questão de necessidade, mas também de confiança. E isto vai depender da comunicação que as instituições façam às famílias", diz.

No ensino secundário, segundo o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), "a cada dia há mais alunos a recorrer às aulas presenciais".

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O segredo, concordam, está na segurança. Essa, acrescenta o dirigente da CONFAP, "está a ser assegurada". Quer nas creches quer nas escolas secundárias. O que, na opinião dos diretores, pode resultar numa maior afluência ao pré-escolar, no dia 1 de junho. "Estamos na expectativa, mas tenho a ideia que pode ser um número muito razoável, se os pais perceberem que a segurança está a ser garantida de forma criteriosa. Estamos a trabalhar nisso", remata o responsável da ANDAEP, Filinto Lima.

Filinto Lima, da ANDAEP. © Igor Martins/Global Imagens

Um trabalho que "tem muito a ver com o que se passa nas creches". O trabalho do pré-escolar é"mais das autarquias" e não tanto do Ministério da Educação, uma vez que esta etapa da educação básica não é obrigatória (apenas estão garantidas vagas a todas as crianças entre os 4 e os 6 anos).

A responsabilidade da tutela - o Ministério da Educação - passa por orientar,. Por isso, na sexta-feira passada, encaminhou aos diretores de escolas todas as recomendações que devem seguir a partir da próxima segunda-feira. O resto deve ser estudado e organizado "concelho a concelho", "a limpeza das salas, a alimentação, aos funcionários (normalmente, quem está no pré-escolar são funcionários da autarquia), o fornecimento de produtos de higienização" e até os testes à comunidade educativa.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse no fim de semana passado, em conferência de imprensa, que não está prevista a realização generalizada de testes de diagnóstico de covid-19 à comunidade educativa do pré-escolar. Mas há autarquias que estão a assegurá-los. Em Vila Nova de Gaia, onde Filinto Lima exerce, foram testados todos os docentes e não doentes do secundário e, esta semana, vão ser testados os do pré-escolar, bem como os não docentes do 1.º ciclo. O presidente da ANDAEP acredita que é um passo que "poderá dar alguma segurança à comunidade educativa, para quem o efeito psicológico é muito importante nesta altura".

Cerca de 27 mil profissionais das creches foram testados antes da reabertura e 54 deram positivo, segundo dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social enviados na sexta-feira (22 de maio). O que representa 0,2% de casos positivos entre estes. Estavam ainda por testar cerca de dois mil funcionários, embora o governo tivesse alertado que a testagem não é obrigatória.

E depois do final do ano? Pais pedem orientações para ATL

"É uma das questões que precisamos de esclarecer", diz Jorge Ascenção, dando voz à preocupação de vários pais. À medida que a economia vai reabrindo, mais serão as famílias a regressar ao local de trabalho. Até ao final do ano letivo, que este ano se estende até 26 de junho, o Estado garante o apoio financeiro às famílias que queiram acompanhá-los a partir do domicílio, mas depois o futuro é incerto. "Como é que vão funcionar os ATL?", questiona o dirigente da CONFAP.

Jorge Ascenção, da CONFAP. © Lisa Soares/Global Imagens

Apesar de os ATL privados se terem mostrado disponíveis para reabrir, mantendo todas as regras, ainda os pais e educadores ainda levantam dúvidas sobre em que condições tal poderá ocorrer.

Entre as orientações enviadas pelo Ministério da Educação às escolas, estipula-se que "em ambiente escolar, a extensão dos horários, no âmbito das Atividades de Animação e Apoio às Famílias (AAAF) e da Componente de Apoio à Família (CAF), deverá seguir as presentes orientações" - inseridas nos estabelecimentos de 1.º ciclo. Mas ainda não estão especificadas recomendações para os ATL - geralmente, privados.

"É, de facto, uma resposta que as famílias têm procurado. A partir do momento em que as famílias precisam de começar a trabalhar, é importante saber como vai correr. E nem sempre nos lembramos disto, mas há quem não tenha condições de ficar em casa com o apoio do Estado e redução de rendimentos, que precisam mesmo de voltar ao trabalho e de uma resposta para ter os filhos em segurança", lembra Jorge Ascenção.

Neste momento, acrescenta, os encarregados de educação "veem-se na contingência de os deixar com os avós, o que à partida não deveria acontecer".

A menos de uma semana da reabertura da educação pré-escolar, fazem-se apostas. Depois de terem visto com sucesso o arranque das aulas presenciais no ensino secundário (para 11.º e 12.º anos) e pais tranquilos quanto ao cumprimento das regras no ensino pré-escolar, os diretores consideram que meio caminho já está percorrido para que os encarregados de educação se sintam seguros em levar os filhos ao pré-escolar, a partir do próximo dia 1 de junho.

Cerca de 70% das creches reabriram no dia 18 de maio, de acordo com a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho. No entanto, a perceção dos educadores dita que a afluência de crianças nestes estabelecimentos foi muito pouco significativa. O dirigente da Confederação Nacional de Associações de Pais (CONFAP), Jorge Ascenção, acredita que este número poderá aumentar ao longo do tempo. "Nalguns casos, por uma questão de necessidade, mas também de confiança. E isto vai depender da comunicação que as instituições façam às famílias", diz.

No ensino secundário, segundo o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), "a cada dia há mais alunos a recorrer às aulas presenciais".

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O segredo, concordam, está na segurança. Essa, acrescenta o dirigente da CONFAP, "está a ser assegurada". Quer nas creches quer nas escolas secundárias. O que, na opinião dos diretores, pode resultar numa maior afluência ao pré-escolar, no dia 1 de junho. "Estamos na expectativa, mas tenho a ideia que pode ser um número muito razoável, se os pais perceberem que a segurança está a ser garantida de forma criteriosa. Estamos a trabalhar nisso", remata o responsável da ANDAEP, Filinto Lima.

Filinto Lima, da ANDAEP. © Igor Martins/Global Imagens

Um trabalho que "tem muito a ver com o que se passa nas creches". O trabalho do pré-escolar é"mais das autarquias" e não tanto do Ministério da Educação, uma vez que esta etapa da educação básica não é obrigatória (apenas estão garantidas vagas a todas as crianças entre os 4 e os 6 anos).

A responsabilidade da tutela - o Ministério da Educação - passa por orientar,. Por isso, na sexta-feira passada, encaminhou aos diretores de escolas todas as recomendações que devem seguir a partir da próxima segunda-feira. O resto deve ser estudado e organizado "concelho a concelho", "a limpeza das salas, a alimentação, aos funcionários (normalmente, quem está no pré-escolar são funcionários da autarquia), o fornecimento de produtos de higienização" e até os testes à comunidade educativa.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse no fim de semana passado, em conferência de imprensa, que não está prevista a realização generalizada de testes de diagnóstico de covid-19 à comunidade educativa do pré-escolar. Mas há autarquias que estão a assegurá-los. Em Vila Nova de Gaia, onde Filinto Lima exerce, foram testados todos os docentes e não doentes do secundário e, esta semana, vão ser testados os do pré-escolar, bem como os não docentes do 1.º ciclo. O presidente da ANDAEP acredita que é um passo que "poderá dar alguma segurança à comunidade educativa, para quem o efeito psicológico é muito importante nesta altura".

Cerca de 27 mil profissionais das creches foram testados antes da reabertura e 54 deram positivo, segundo dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social enviados na sexta-feira (22 de maio). O que representa 0,2% de casos positivos entre estes. Estavam ainda por testar cerca de dois mil funcionários, embora o governo tivesse alertado que a testagem não é obrigatória.

E depois do final do ano? Pais pedem orientações para ATL

"É uma das questões que precisamos de esclarecer", diz Jorge Ascenção, dando voz à preocupação de vários pais. À medida que a economia vai reabrindo, mais serão as famílias a regressar ao local de trabalho. Até ao final do ano letivo, que este ano se estende até 26 de junho, o Estado garante o apoio financeiro às famílias que queiram acompanhá-los a partir do domicílio, mas depois o futuro é incerto. "Como é que vão funcionar os ATL?", questiona o dirigente da CONFAP.

Jorge Ascenção, da CONFAP. © Lisa Soares/Global Imagens

Apesar de os ATL privados se terem mostrado disponíveis para reabrir, mantendo todas as regras, ainda os pais e educadores ainda levantam dúvidas sobre em que condições tal poderá ocorrer.

Entre as orientações enviadas pelo Ministério da Educação às escolas, estipula-se que "em ambiente escolar, a extensão dos horários, no âmbito das Atividades de Animação e Apoio às Famílias (AAAF) e da Componente de Apoio à Família (CAF), deverá seguir as presentes orientações" - inseridas nos estabelecimentos de 1.º ciclo. Mas ainda não estão especificadas recomendações para os ATL - geralmente, privados.

"É, de facto, uma resposta que as famílias têm procurado. A partir do momento em que as famílias precisam de começar a trabalhar, é importante saber como vai correr. E nem sempre nos lembramos disto, mas há quem não tenha condições de ficar em casa com o apoio do Estado e redução de rendimentos, que precisam mesmo de voltar ao trabalho e de uma resposta para ter os filhos em segurança", lembra Jorge Ascenção.

Neste momento, acrescenta, os encarregados de educação "veem-se na contingência de os deixar com os avós, o que à partida não deveria acontecer".

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