PR distribui comida a sem-abrigo e alerta: há milhões que não veem a pandemia como a classe média

27-06-2020
marcar artigo

Numa ação de apoio a sem-abrigo no Porto, o Presidente da República reiterou esta quinta-feira que não há portugueses de primeira ou de segunda, tendo chamado a atenção que há milhões de pessoas que não olham para a pandemia com os olhos da classe média.

"É muito fácil para aqueles que, apesar de tudo, são as classes médias deste país, pensarem na pandemia com os olhos das classes médias, mas há milhões de portugueses que não são classe média. Eu quis dizer aqui hoje, no meio da pandemia, que não há pandemia que trave a solidariedade do povo português. Não há pandemia que trave o trabalho desta gente que se dedica às crianças, aos jovens, às famílias, aos idosos, não há pandemia que possa travar a atenção das pessoas", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado visitava os Centros Sociais da Obra Diocesana de Promoção Social, nos bairros do Lagarteiro e do de S. Roque da Lameira, onde sublinhou que termina o mandato, como começou, há cinco anos, preocupado com os sem-abrigo e com as instituições.

Marcelo, que foi recebido em S. Roque da Lameira com aplausos, lembrou que, dias depois de ter tomado posse em Lisboa, esteve precisamente no Porto, no Bairro do Cerco, onde foi dizer que "o que mais importante são as pessoas", uma mensagem que quis voltar a repetir, ao visitar estes dois polos da Obra Diocesana.

"Quis que fosse um mandato coerente do princípio ao fim, preocupado com os sem-abrigo, preocupado com os cuidadores informais que ainda recebi ontem, preocupado com as instituições de solidariedade social, preocupado no tempo em que não havia pandemia, preocupado no tempo em que há pandemia", assinalou.

O Presidente da República salientou que há dois milhões de portugueses que se encontram em situação de dependência ou risco de pobreza, admitindo que o número possa ter aumentado em "tempo de crise".

"Esta pandemia atacou todos e está a atacar todos e infelizmente não sabemos por quanto tempo continuará a atacar todos. Mas ataca sobretudo os mais vulneráveis, na idade, na saúde, na pobreza, nas condições de alojamento, na maneira como vivem, na habitação que têm ou não têm, na água, na eletricidade, no gás, no desemprego", assinalou, acrescentando que os números mostram que os surtos que surgiram precisamente nos "bairros e comunidades que menos têm e mais sofrem" e que "trabalharam durante todo os tempo, mesmo quando a maioria estava confinada, porque tinham de trabalhar".

Para Marcelo Rebelo de Sousa, este é um combate "muito difícil aquele que tem de ser travado pelos que mais precisam e exige que se tomem medidas adequadas.

"No meio da pandemia dizer a todos que ela ataca todos, mas que pensem aqueles que mais têm que ataca sobretudo os que não têm nada, ou têm pouco ou têm cada vez menos, por causa da pandemia, é para eles que vai o nosso pensamento hoje, dure o que durar a pandemia, nós estaremos com eles sempre, porque eles são tão portugueses como os outros portugueses, não há portugueses de primeira e de segunda, ou terceira ou de quarta, e são aqueles que mais necessitam que precisam de nós neste momento de pandemia", concluiu o chefe de Estado.

Durante a visita à Obra Diocesana em S. Roque da Lameira, o presidente da instituição, Manuel Moreira, disse que o aumento de 3,5% das compartições da Segurança Social é "manifestamente insuficiente", não chegando sequer para fazer face ao aumento "justo" do salário mínimo que foi de 5,8%.

PR distribuiu centenas de refeições a famílias carenciadas e sem-abrigo do Porto

No âmbito da visita desta quinta-feira ao Porto, o Presidente da República distribuiu, durante cerca de uma hora, refeições a famílias carenciadas e sem-abrigo que, diariamente, são apoiados pelo serviço "Porta Solidária", na paróquia da Nossa Senhora da Conceição.

Participando "num apoio diário que chega às 500 refeições", quando antes da pandemia era de "poucas centenas", Marcelo Rebelo de Sousa disse no final que no período em que auxiliou no serviço de voluntariado foram distribuídas "320 ou 330" refeições, período durante o qual teve o apoio do bispo do Porto, Manuel Linda.

"Encontrámos aqui muita gente nova, muitas famílias e também é fácil de ver que encontramos muitos estrangeiros e muita gente que se sente um pouco menos à vontade porque é a primeira experiência que tem na sua vida de apoio alimentar como este", disse o chefe de Estado.

Para o Presidente da República, este "é o retrato do que é a crise económica e social em Portugal, o retrato do que foi a queda a pique de algumas famílias, de como apanhou os jovens, trabalhadores da construção civil, camionistas, gente dos carrosséis, gente que tinha atividades relativamente estáveis e que de repente se viu privada dessa atividade".

"Vim aqui simbolicamente durante uma hora, hora e meia colaborar, mas percebo bem o que isto é pois fui voluntário noutros tempos, antes e depois do 25 de abril. Compreendo perfeitamente a importância do voluntariado militante em causas como esta", elogiou Marcelo Rebelo de Sousa.

Antecipando-se ao anúncio da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, previsto para mais logo, o chefe de Estado elogiou o facto de "nos últimos dias ter sido possível avançar do ponto de vista administrativo para uma iniciativa que é crucial para os sem-abrigo, a habitação".

"Há municípios que estão a fazer isso. O Estado compromete-se a fazer isso. São umas centenas de fogos. Tudo somado serão umas largas centenas de fogos. O que nós desejamos agora é que se desenvolvam rapidamente e que as casas venham a ser construídas porque o número de sem-abrigo aumentou e o facto de ter aumentado significa que em muitos casos aumentou a necessidade de habitação", acrescentou.

Manifestado o desejo de que a crise não seja longa, o Presidente expressou o desejo comum de que a "Europa tome decisões nos dias 17 e 18 de junho que permitam corresponder à gravidade da crise".

"Todos nós desejamos que seja possível, com as medidas tomadas e outras a tomar, limitar o desemprego e ajudar ao arranque da atividade económica", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, admitindo a dúvida de "saber se [a crise] é brutal por um ano, dois anos, três anos, mais de três anos, quanto tempo demorará essa crise".

Sobre os seus efeitos, disse que "vão sofrer as classes médias que deixam de o ser, vão sofrer os que estão em risco de pobreza que passam a situação de pobreza e vão sofrer os que estão em situação de pobreza que ficam numa pobreza mais profunda".

Por isso, enfatizou, "tudo o que seja possível fazer no plano interno - e é um esforço coletivo -, pelo Estado, autarquias, cidadãos, sociedade civil e pelas empresas terá de ser feito e é para ser feito durante muito tempo, não é uma coisa para semanas ou para poucos meses, mas para anos".

Numa ação de apoio a sem-abrigo no Porto, o Presidente da República reiterou esta quinta-feira que não há portugueses de primeira ou de segunda, tendo chamado a atenção que há milhões de pessoas que não olham para a pandemia com os olhos da classe média.

"É muito fácil para aqueles que, apesar de tudo, são as classes médias deste país, pensarem na pandemia com os olhos das classes médias, mas há milhões de portugueses que não são classe média. Eu quis dizer aqui hoje, no meio da pandemia, que não há pandemia que trave a solidariedade do povo português. Não há pandemia que trave o trabalho desta gente que se dedica às crianças, aos jovens, às famílias, aos idosos, não há pandemia que possa travar a atenção das pessoas", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado visitava os Centros Sociais da Obra Diocesana de Promoção Social, nos bairros do Lagarteiro e do de S. Roque da Lameira, onde sublinhou que termina o mandato, como começou, há cinco anos, preocupado com os sem-abrigo e com as instituições.

Marcelo, que foi recebido em S. Roque da Lameira com aplausos, lembrou que, dias depois de ter tomado posse em Lisboa, esteve precisamente no Porto, no Bairro do Cerco, onde foi dizer que "o que mais importante são as pessoas", uma mensagem que quis voltar a repetir, ao visitar estes dois polos da Obra Diocesana.

"Quis que fosse um mandato coerente do princípio ao fim, preocupado com os sem-abrigo, preocupado com os cuidadores informais que ainda recebi ontem, preocupado com as instituições de solidariedade social, preocupado no tempo em que não havia pandemia, preocupado no tempo em que há pandemia", assinalou.

O Presidente da República salientou que há dois milhões de portugueses que se encontram em situação de dependência ou risco de pobreza, admitindo que o número possa ter aumentado em "tempo de crise".

"Esta pandemia atacou todos e está a atacar todos e infelizmente não sabemos por quanto tempo continuará a atacar todos. Mas ataca sobretudo os mais vulneráveis, na idade, na saúde, na pobreza, nas condições de alojamento, na maneira como vivem, na habitação que têm ou não têm, na água, na eletricidade, no gás, no desemprego", assinalou, acrescentando que os números mostram que os surtos que surgiram precisamente nos "bairros e comunidades que menos têm e mais sofrem" e que "trabalharam durante todo os tempo, mesmo quando a maioria estava confinada, porque tinham de trabalhar".

Para Marcelo Rebelo de Sousa, este é um combate "muito difícil aquele que tem de ser travado pelos que mais precisam e exige que se tomem medidas adequadas.

"No meio da pandemia dizer a todos que ela ataca todos, mas que pensem aqueles que mais têm que ataca sobretudo os que não têm nada, ou têm pouco ou têm cada vez menos, por causa da pandemia, é para eles que vai o nosso pensamento hoje, dure o que durar a pandemia, nós estaremos com eles sempre, porque eles são tão portugueses como os outros portugueses, não há portugueses de primeira e de segunda, ou terceira ou de quarta, e são aqueles que mais necessitam que precisam de nós neste momento de pandemia", concluiu o chefe de Estado.

Durante a visita à Obra Diocesana em S. Roque da Lameira, o presidente da instituição, Manuel Moreira, disse que o aumento de 3,5% das compartições da Segurança Social é "manifestamente insuficiente", não chegando sequer para fazer face ao aumento "justo" do salário mínimo que foi de 5,8%.

PR distribuiu centenas de refeições a famílias carenciadas e sem-abrigo do Porto

No âmbito da visita desta quinta-feira ao Porto, o Presidente da República distribuiu, durante cerca de uma hora, refeições a famílias carenciadas e sem-abrigo que, diariamente, são apoiados pelo serviço "Porta Solidária", na paróquia da Nossa Senhora da Conceição.

Participando "num apoio diário que chega às 500 refeições", quando antes da pandemia era de "poucas centenas", Marcelo Rebelo de Sousa disse no final que no período em que auxiliou no serviço de voluntariado foram distribuídas "320 ou 330" refeições, período durante o qual teve o apoio do bispo do Porto, Manuel Linda.

"Encontrámos aqui muita gente nova, muitas famílias e também é fácil de ver que encontramos muitos estrangeiros e muita gente que se sente um pouco menos à vontade porque é a primeira experiência que tem na sua vida de apoio alimentar como este", disse o chefe de Estado.

Para o Presidente da República, este "é o retrato do que é a crise económica e social em Portugal, o retrato do que foi a queda a pique de algumas famílias, de como apanhou os jovens, trabalhadores da construção civil, camionistas, gente dos carrosséis, gente que tinha atividades relativamente estáveis e que de repente se viu privada dessa atividade".

"Vim aqui simbolicamente durante uma hora, hora e meia colaborar, mas percebo bem o que isto é pois fui voluntário noutros tempos, antes e depois do 25 de abril. Compreendo perfeitamente a importância do voluntariado militante em causas como esta", elogiou Marcelo Rebelo de Sousa.

Antecipando-se ao anúncio da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, previsto para mais logo, o chefe de Estado elogiou o facto de "nos últimos dias ter sido possível avançar do ponto de vista administrativo para uma iniciativa que é crucial para os sem-abrigo, a habitação".

"Há municípios que estão a fazer isso. O Estado compromete-se a fazer isso. São umas centenas de fogos. Tudo somado serão umas largas centenas de fogos. O que nós desejamos agora é que se desenvolvam rapidamente e que as casas venham a ser construídas porque o número de sem-abrigo aumentou e o facto de ter aumentado significa que em muitos casos aumentou a necessidade de habitação", acrescentou.

Manifestado o desejo de que a crise não seja longa, o Presidente expressou o desejo comum de que a "Europa tome decisões nos dias 17 e 18 de junho que permitam corresponder à gravidade da crise".

"Todos nós desejamos que seja possível, com as medidas tomadas e outras a tomar, limitar o desemprego e ajudar ao arranque da atividade económica", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, admitindo a dúvida de "saber se [a crise] é brutal por um ano, dois anos, três anos, mais de três anos, quanto tempo demorará essa crise".

Sobre os seus efeitos, disse que "vão sofrer as classes médias que deixam de o ser, vão sofrer os que estão em risco de pobreza que passam a situação de pobreza e vão sofrer os que estão em situação de pobreza que ficam numa pobreza mais profunda".

Por isso, enfatizou, "tudo o que seja possível fazer no plano interno - e é um esforço coletivo -, pelo Estado, autarquias, cidadãos, sociedade civil e pelas empresas terá de ser feito e é para ser feito durante muito tempo, não é uma coisa para semanas ou para poucos meses, mas para anos".

marcar artigo